Candidatos no palco, ilustração de Walt Disney.
Num concurso de mentira,
promovido por um crítico,
quem ganhou, não me admira,
foi justamente um político…
(Jorge Murad)
Candidatos no palco, ilustração de Walt Disney.
Num concurso de mentira,
promovido por um crítico,
quem ganhou, não me admira,
foi justamente um político…
(Jorge Murad)
Chico Bento tem um pensamento desagradável, ilustração de Maurício de Sousa.
[de uma história contada por meus avós]
Walter Nieble de Freitas
“Nhô” Vicente, certo dia,
Montando o lindo alazão,
Foi fazer uma visita
Ao compadre Sebastião.
Cavalgou horas e horas,
Chegou ao entardecer:
Sua barriga roncava
De vontade de comer!
Ao vê-lo abrir a porteira,
“Nhô” Sebastião diz contente:
— Até que um dia compadre,
Você se lembrou da gente!
Apeie, vamos chegar.
Não repare na palhoça.
Como é que vai a comadre?
Vá entrando que a casa é nossa!
Tenho muito o que contar,
Sente-se aí no banquinho.
Você sabe que morreu
A mulher do Vadozinho?…
Também, a sogra do Zeca,
A jararaca mordeu:
A velha não sentiu nada
E a pobre cobra morreu!…
Sem perceber que a visita,
De fome quase morria,
“Nhô” Sebastião, na conversa,
Longas horas consumia…
“Nhô” Vicente paciencioso,
Tudo ouvia sem falar;
Porém, a sua barriga
Não parava de roncar!
Notando que seu amigo
Parecia nada ouvir,
Sentiu, o dono da casa,
Que o melhor era dormir.
Nesta altura, perguntou-lhe
Numa rural cortesia:
— O compadre lava os pés?
Vou mandar vir a bacia.
Respondeu-lhe “Nhô” Vicente,
— Isso não! de modo algum!
Acho muito perigoso
Lavar os pés em jejum.
Em: Barquinhos de papel, poesias infantis de Walter Nieble de Freitas, São Paulo, Editora Difusora Cultural: 1961, pp: 75-78.
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Dizem que a famosa bailarina norte-americana Isadora Duncan, grande apreciadora da obra de George Bernard Shaw, uma vez escreveu para esse escritor irlandês dizendo que, pelos princípios da eugenia, eles dois deveriam ter um filho juntos.
— “Pense!”, disse ela entusiasmada,”com o meu corpo e o seu cérebro, que maravilha esse filho não seria!”
George Bernard Shaw não demorou a responder:
— “Sim. Mas… e se nascesse com o meu corpo e o seu cérebro?”
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Leahy, para o New York Times.
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Chapatte, para o International Herald Tribune.
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David Horsey, para o Los Angeles Times.
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Kevin Siers, para o Charlotte Observer.
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Chris, para o Eureka Street.
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Genildo, para o Humor Político.
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Jeff Darcy, para o Cleveland News.
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Pescadores, ilustração Walt Disney.–
Do peixe, como eu dizia,
sem pretensão de iludi-los,
somente a fotografia
pesava mais de oito quilos!
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(José Machado Borges)
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Casamento, ilustração Arthur Sarnoff.–
Deu-lhe o sogro uma gravata…
– E a sua emoção foi tanta
que casou antes da data,
sentindo um nó na garganta!…
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(Manuel de Oliveira Costa)
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Hoje é dia de apreciar um dos precursores das histórias em quadrinhos: F. von B. As pranchas foram retiradas do site Konkykru e como tinham Imagem de leitura — uma das seções deste blogue — achei muito apropriado trazê-las para cá neste domingo. Pouco se sabe desse humorista do desenho, seu trabalho aparece depois de 1860, na Alemanha e na Áustria. O título dessa série de seis quadros é:
‘Der schlaue Pepi – oder – Die geraubte Gans’
Pepi o astuto ou O ganso roubado [mas aqui há um trocadilho já que a palavra Gans também significa bobo, tolo, o que faria a tradução ser O bobo roubado].
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O canário não cantava,
entretanto, o vendedor,
a quem comprou explicava:
“Não canta, é compositor…”
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(César Torraca)
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— “Eu só tive espaço para fazer até 2012.”
— “Ha! Isso vai dar um susto em alguém algum dia!”
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Devo deixar claro que não acredito que o mundo vá acabar em 2012. Portanto a minha tentação é brincar com essa profecia. Desculpem-me aqueles que acreditam no calendário Maia. Se vocês estiverem corretos não terei tempo de me arrepender. Ficam aqui, já de antemão, as minhas desculpas acompanhadas de algumas charges de pessoas que pensam como eu. Boas entradas!
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“– Então, por que acaba em 2012?”
“– Acabou o espaço.”
Finalmente, revelado o mistério do calendário Maia.
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–” Já imaginou algum bobo confundindo o fim desse calendário com o fim do mundo?”
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“– O cacique disse para fazer até 2012. É aí que mudamos para o calendário Dilbert.”
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Coisas com que nos preocuparmos no século XXI.
Falta de moradias, Fome, Poluição, Crime, Fim do mundo
— “Uai, vamos nos preocupar com a coisa mais emocionante!”
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— “De acordo com o calendário Maia o mundo acabará em 21 de dezembro de 2012”.
— “De acordo com o calendário político, a maioria gostaria que o ano acabasse bem antes disso!”
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— “Vovó, aqui falam de uma profecia maia que diz que o mundo se acaba em 2012…”
— “Netinha, não é possível… Estes aspargus só vencem em 2015.”
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— “Francamente, eles poderiam ter previsto o fim do mundo para o mês de agosto!”
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— “Isso é tudo? No ano passado o senhor deu muito mais!”
— ” Eu não quis dar tanto por um calendário que se acaba em 21 de dezembro de 2012.”
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— “Aqui diz que o mundo vai acabar em 2012.”
— “Vai ser televisionado?”
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— ” 18/12/2012, 19/12/2012, 20/12/2012, 21/12/2012 … !!@•◊§!! Tô sem espaço!“
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–“Ôpa… Esperem! O departamento de marketing decidiu mudar para calendários de mesa…”
Porque o calendário maia acabou em 2012.
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— “Eu estou gastando todo o meu dinheiro e se o mundo não acabar em 2012, eu vou ter tudo de volta abrindo processo contra os maias.”
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Homem elegante ao espelho, c. 1930
Leon Gordon ( Rússia, 1889 — EUA, 1943)
óleo sobre tela, 90×80 cm
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Artur Azevedo
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Tertuliano, frívolo peralta,
Que foi um paspalhão desde fedelho,
Tipo incapaz de ouvir um bom conselho,
Tipo que morto não faria falta;
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Lá um dia deixou de andar à malta,
E, indo à casa do pai, honrado velho,
A sós na sala em frente a um espelho,
À própria imagem disse em voz bem alta:
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— Tertuliano, és um rapaz formoso!
És simpático, és rico, és talentoso!
Que mais no mundo se te faz preciso?
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Penetrando na sala, o pai sisudo
Que por trás da cortina ouvira tudo,
Severamente respondeu: — Juizo!
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Em: Poesia brasileira para a infância, ed. Cassiano Nunes e Mário da Silva Brito, São Paulo, Saraiva:1968.
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–Artur Nabantino Gonçalves de Azevedo (São Luís, 1855 — Rio de Janeiro, 1908) dramaturgo, poeta, contista e jornalista. Foi diretor do teatro João Caetano. Membro da Academia Brasileira de Letras.
Obras:
Sonetos, 1876
Contos fora de moda, 1901
Contos efêmeros
Contos possíveis, 1908
Rimas, 1909
Para o teatro escreveu mais de duzentas peças.