Retrato de Henrique IV (França 1553-1610), século XVII
Anônimo
carvão, esfuminho, nanquim, caneta, sobre papel creme
Museu Nacional do Château de Pau, França
Retrato de Henrique IV (França 1553-1610), século XVII
Anônimo
carvão, esfuminho, nanquim, caneta, sobre papel creme
Museu Nacional do Château de Pau, França
Henrique IV atravessando o rio Sena, 1816
Etienne-Jean Delécluze (França, 1781-1863)
aquarela, carvão, lápis, etc sobre papel, 20 x 31 cm
Museu Nacional do Château de Pau, França
Henrique IV de França, que governou o país entre 1589 até ser assassinado em 1610, foi também conhecido como Henrique, o Grande, O Bom Rei Henrique, O Galã Verde ou Galante Verde, por suas numerosas amantes e também como Henrique de Navarra. Entre muitas de suas características lembradas através dos séculos, há a de ter sempre uma resposta criativa a questões comuns, muitas vezes respostas bem humorísticas.
Conta-se que uma vez, atravessavam o rio Loire ele e seu amigo o General Crillon, Louis des Balbes de Berton de Crillon, um de seus generais mais próximos. Iam numa canoa. Crillon, notou que o canoeiro era um homem robusto e alto e que tinha cabelos brancos, mas barba muito preta. A certa altura observou em voz alta:
— Esse contraste entre a barba e o cabelo é agradável, mas por que? De onde vem isso?
Sem pestanejar o rei começou a rir e respondeu:
— Por Deus! Que bobagem! A barba é mais jovem! O cabelo é mais velho por pelo menos vinte anos!
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Nota: adaptação de uma poesia em francês de Claude Augé sobre essa fábula real.
Autorretrato com pincéis, 1909
Marc Chagall (Rússia/França, 1887-1985)
óleo sobre tela , 57 x 48 cm
Kunstsammlung Nordrhein-Westfalen, Düsseldorf, Alemanha
Alessandro Allori (Florença, 1535-1607)
óleo sobre painel de madeira, 114 x 89 cm
Kunsthistorisches Museu, Viena
No século XVI, quando Florença era a capital do Grã-ducado da Toscana, havia, como sempre houve nas grandes famílias nobres ou como nesse caso enobrecidas, preocupação com a linha hereditária. O Grã-ducado da Toscana só poderia ser passado para herdeiros homens. Para garantir que ficaria na família. Francesco de Médici, segundo grã-duque da Toscana faleceu em 1587. Apesar de ter tido sete filhos, teve um único filho homem que morreu criança aos cinco anos de idade. Descendentes diretos restavam só suas filhas: Eleonora e Marie. O grão-ducado foi parar, então, nas mãos do irmão mais novo grão-duque, Ferdinando.
Mas as duas jovens eram Médici. Tinham nome e riqueza. Não foram ignoradas. A filha mais velha de Francesco já havia se casado, na época da morte do pai, com Vincenzo Gonzaga, Duque de Mântua, em 1584. Os netos de Francesco por Eleonora foram os Duques de Mântua e a Imperatriz-consorte de Ferdinando II, Imperador do Sacro Império Romano. Nada mal.
Maria de Médici, sexta a nascer, nove anos mais moça que Eleonora, tímida e estudiosa, que não parecia ser do agrado de ninguém, teve um casamento surpreendente. Casou-se em 1600 com Henrique IV de França cujo primeiro casamento com Margaret de França [Margaret Valois] havia sido anulado no ano anterior. Dos seis filhos de Maria de Médici e Henrique IV, cinco sobreviveram. Um deles, Luís XIII de França. Daí por diante, até 1848, todos os reis de França, exceto pelos familiares de Napoleão, foram descendentes de Maria de Médici e portanto descendentes de Francesco de Médici, cujo ducado suas filhas não puderam herdar por serem mulheres.
Em retrospecto, Maria de Médici teve sua vingança. Não só se casou com um rei, mas atrelou sua família à história da França por três séculos consecutivos.



