Sobre escrever, Ernest Hemingway

29 11 2017

 

 

Mikhail AnikeevLeitura, 1958

Mikhail Anikeev (Rússia, 1925)

óleo sobre tela

 

 

“Escreve, se puderes, coisas que sejam tão improváveis como um sonho, tão absurdas como a lua-de-mel de um gafanhoto e tão verdadeiras como o simples coração de uma criança.”

 

Ernest Hemingway





O escritor Ronaldo Wrobel dá curso para futuros escritores!

4 08 2016

 

 

escrever criançasPato Donald acha difícil escrever para crianças, ilustração ©Walt Disney.

 

 

 

Já pensou que gostaria de escrever um romance? Um livro de contos? Pois o escritor Ronaldo Wrobel irá ajudá-lo com um breve curso aqui no Rio de Janeiro.  Aqui estão alguns dos temas em consideração:

 

1. Processo criativo: Inspiração e técnica. Por que escrever? O que escrever? Como escrever? Tema. Trama. Estilo. Gênero.

2. Personagens: Desenvolvimento. Apresentação. Função na trama. Coerência pessoal. Relação com outros personagens.

3. Trama: Evolução. Ápice. Desfecho. Ponto de virada. Questões fundamentais na narrativa. Subtramas. Ambientação histórica, geográfica, contextual.

4. Estilo: Tipos de narrativa: onisciente, subjetiva, intercalada. Diálogos. Linguagem. Prioridades do narrador. Forma é conteúdo.

5. Desfecho: Resolução. Questões “em aberto”.

6. Temas para debate. Moral da história: necessário? Contexto ético da narrativa. Transmissão de valores. Função do texto.

7. Elaboração e discussão de textos.

8. Discussão de contos e trechos de romances brasileiros e estrangeiros.

 

Local: Estação das Letras, Rio de Janeiro. Veja informações abaixo.

 

 

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Salvar





“As palavras para um escritor”, texto de Rosa Montero

13 02 2016

 

 

ChausVictoria-Menina LendoMenina lendo

Victoria Chaus (Ucrânia,1964)

óleo sobre tela

 

 

“As palavras são como peixes abissais que só nos mostram um brilho de escamas em meio às águas pretas. Se elas se soltarem do anzol, o mais provável é que você não consiga pescá-las de novo. São manhosas as palavras, e rebeldes, e fugidias. Não gostam de ser domesticadas. Domar uma palavra (transformá-la em clichê) é acabar com ela.”

 

Em: A louca da casa, Rosa Montero, tradução de Paulina Wacht e Ari Roitmam, Rio de Janeiro, Ediouro:2004, p.13,

 





Eça de Queiroz sobre um livro de contos

14 05 2015

 

 

Giuseppe Perissinotto (1881-1965) Sra lendoSenhora lendo, s.d.

Giuseppe Perissinotto (Itália,1881- Brasil,1965)

óleo sobre tela

 

 

“Um livro de contos é um livro ligeiro de emoções curtas: deve portanto ser leve, portátil, fácil de se levar na algibeira para debaixo de uma árvore, e confortável para se ter à cabeceira da cama. Não pode ter o formato dum relatório, que, sendo destinado em definitivo a embrulhar objetos, deve ter de antemão o tamanho cômodo do papel de embrulho; nem pode ter o volume dum calhamaço de erudição histórica, impresso com o fim de ornamentar uma biblioteca”

 

Eça de Queiroz





Desafio #PHpoemaday — a peregrina participa e você?

31 05 2014

 

 

_images_scale_scaleimg_475_495_N_0__2F_images_2F_origs_2F_588_2F_reading_in_the_gardenDesconheço a autoria.

 

Neste fim de semana, como se já não bastasse todos os preparativos para aulas, decidi participar do desafio de escrita PH Poema Day. Vamos ver o que acontece. Aqui fica então o meu convite a quem mais goste de escrever que participe desse desafio. as regras estão muito bem enumeradas no blog Central de Leitura,  passe por lá.  Aqui fica a foto para dar uma ideia do que vem por aí.  

junho poemaday

Não perca tempo, começa amanhã!




Escrevendo resenhas de livros: crítica positiva ou negativa?

24 08 2012

Aisha lendo Joseph Campbell, 2000

Milé Murtanovski (Canadá, 1979)

Aquarela,  57 x 57 cm

Milé Murtanovski

O artigo de J. Robert Lennon, How to write a bad review, do dia 18 de agosto deste ano, publicado na Salon, aborda um tema digno de reflexão: o papel a crítica nos romances de ficção.  Desde que a internet se tornou a sala de estar para o encontro de ideias e de gostos literários, vejo resenhas de livros de toda espécie.  A prática é mais acentuada nos Estados Unidos que têm longa tradição de incentivo nas escolas secundárias e no nível universitário à crítica de texto e à total liberdade de expressão.  Em suma, não há por lá os parâmetros que enfrentamos aqui no Brasil, quer na crítica literária, quer na campanha política, nem tampouco nas regras da publicidade.  Parâmetros que limitam  a comparação explícita de produtos semelhantes de diferentes marcas, que proíbem a menção de um concorrente em campanha política.  Essa distorção brasileira, que tenta abrandar a competição e evitar a priori o que poderia ser considerado competição “desleal” leva a que não se possa debater verdadeiramente qualquer assunto, muito menos uma obra de ficção.

Meu passado como leitora/crítica inclui resenhas publicadas para jornais americanos, algumas das quais chegaram até a ser mencionadas como blurb nas contracapas de edições mais populares de livros criticados por mim  – cito, como exemplo, a contracapa de The Road to Lichfield, de Penelope Lively.   Meu hábito de escrever resenhas vem de longa data, como já expliquei anteriormente no blog: faço-as porque elas me ajudam a finalizar, a sedimentar a leitura de um livro.  Quando a Amazon apareceu abrindo seu espaço para resenhas e até listas de recomendação, passei a escrever lá sobre livros que lia. Até listas de livros recomendados cheguei a fazer sobre assuntos diversos.

Café, década de 1920

Gerda Wegener (Dinamarca, 1886-1940)

gravura

O hábito veio comigo para o Brasil. Depois de me familiarizar com publicações brasileiras, coloquei algumas opiniões no portal da livraria online Submarino.  Qual não foi a minha surpresa ao verificar que pelas regras do portal, eu não poderia fazer comparações com qualquer outro livro [mesmo que do mesmo autor] e que as resenhas mais críticas, mostrando o meu desgosto ou desprezo pelo que acabara de ler, não poderiam e não foram publicadas.   Na época — e já lá se vão uns quase dez anos — fiquei pasma com o cerceamento à minha liberdade de expressão.

Comparando a experiência que tive entre esses semelhantes portais (ambas livrarias na rede que aceitavam a opinião dos leitores) havia uma evidente tentativa de censura a qualquer opinião negativa no Brasil.  Isso justificava, em parte,  a  insossa lista de opiniões sobre livros no portal da companhia brasileira.  Críticas ou opiniões que se limitavam a expressões adolescentes quer na idade ou na mente.  “AMEI!” ou pior ainda,” acho que vou gostar, ainda não li”  eram frases comuns encontradas nas supostas opiniões sobre livros de diversos autores.  Não sei se o portal Submarino mudou sua política quanto a opiniões dos leitores.  Não sei, porque me desinteressei de colocar minhas opiniões por lá.  E agora, já a caminho do quinto ano do blog, coloco minhas resenhas aqui e assim como no portal SKOOB onde nunca tive minhas opiniões limitadas ou censuradas.

Leitora, [La Liseuse] 1873

Jules Dalou (França, 1838-1902)

Terracota

Museu  de Arte, Rhode Island School of Design, EUA

Diferente do que propõe o autor J. Robert Lennon há alguns anos não escrevo resenhas de livros de que não gosto.  Já tive essa fase, e causei algum espanto quando desbaratei com um livro de contos da premiada Nadine Gordimer por achá-los previsíveis demais e outra em que reclamei dos lugares comuns na prosa de Isabel Allende.  A decisão de não escrever sobre aquilo de que não gosto vem dos últimos vinte anos. Não tenho a verve da ironia, do sarcasmo bem controlado, da palavra destruidora em uma única nota que vemos nos grandes críticos literários ou de arte. Esse dom me escapa. Ainda este mês, fiz uma pequena homenagem ao crítico de arte Robert Hughes, cujo falecimento havia sido anunciado.  Homenagem merecida por ele ter sido tão consistente na defesa de suas opiniões, mantendo-as claras, irônicas ou sarcásticas quando assim achava necessário.  Ele brindava o espírito crítico, o posicionamento sem apelos ao politicamente correto.  Muitos outros grandes críticos conseguem surpreender e suscitam um sorriso de reconhecimento por um ponto de vista sagaz, acurado, mesmerizante.  Isso acontecia com Gore Vidal, Oscar Wilde ou até mesmo Eça de Queiroz.  Minhas limitações não me deixam escrever assim, ainda que aprecie quem consiga se posicionar de maneira lúcida e aguda ao analisar um livro, uma obra de arte.

Por outro lado, depois que percebi o alcance que uma crítica colocada na rede pode ter, desisti de escrever resenhas de livros de que não gosto, de promovê-los mesmo que negativamente. Seria um absurdo fazer propaganda para algo que não endosso. Decidi então examinar porque certos livros se mostram interessantes na leitura e procuro explorar esse aspecto e incentivar as boas características do que leio ao longo do caminho.

Sem título

Carmen Segovia (Espanha, 1978)

www.carmensegovia.net

J. Robert Lennon menciona o grande número de críticas literárias que apareceram na rede desde a popularização dos blogs. Tanto nos Estados Unidos – de onde ele escreve – quanto no Brasil, onde nos encontramos, houve uma verdadeira inflação de resenhas literárias nos últimos dez anos.  Parece que todo mundo descobriu que pode dar a sua opinião.  E todos esperam que suas opiniões sejam lidas e apreciadas.  Deixamos de ficar calados e saímos à procura de “gente como a gente” nessa aventura coletiva da internet.  Esse fenômeno tem tudo para mudar o comportamento de todos os envolvidos: leitores e escritores.  Mas como está sendo usado?

Diferente dos Estados Unidos, a grande maioria dos usuários ativos na internet no Brasil  —   e certamente daqueles que se dispõem a escrever resenhas — são jovens.  Há uma timidez  no Brasil ao uso da internet por aqueles acima dos quarenta anos, e aversão generalizada por pessoas que temem a exposição demasiada, pelejam pela privacidade, como se não pudéssemos controlar aquilo que colocamos na rede.  Isso aumenta o domínio dos jovens nas discussões online, nos comentários, nos blogs, nas críticas.  Esses jovens críticos literários parecem estar ainda no processo de formação acadêmica na escola ou na faculdade. Testam suas habilidades e opiniões; procuram a identidade de suas cabeças pensantes.

A grande leitura do dia, 1950

Jean Hélion (França, 1904-1987)

óleo sobre tela, 128 x 190 cm

Coleção Particular

Nos portais dedicados à leitura, grande parte simplesmente copia e cola sinopses, menciona sem caracterização que adoraram a leitura, com uma ocasional menção da trama.  Parecem querer mostrar que leram os livros, mas fica por aí.  E há os que sentem a obrigação de mencionar autores clássicos, quando não filósofos, sedimentando suas opiniões nas raízes do passado, na boa atuação acadêmica, como se ter opiniões só fosse válido se nos mostrássemos eruditos. Refletem assim a posição acadêmica de praxe.  Na pressa de se mostrarem sábios ligam-se ao anacronismo da divisão de profetas da direita e da esquerda. Como se o mundo ainda se dividisse assim. Mas não é culpa deles.  É nossa.  Porque aceitamos diariamente esse tipo de discurso.

Há uma divisão marcante, cá, do lado de baixo do Equador,  entre Literatura e literatura, entre o que “Vale a pena ler” e o que “Não serve para nada”.  Uma divisão que desvenda um intelectualismo preconceituoso, uma hierarquização proporcional à elitização da cultura, um enfoque incompatível com a educação ampla e com o livre acesso digital.  Isso distancia bastante os intelectuais dos amantes da ficção.  Nos jornais, nos cadernos dedicados aos livros, cansamos de ver críticos esnobando o leitor médio, para dar espaço unicamente a alguma tese linguística do momento, alguma visão crítica europeia, que tira o chapéu para o filósofo da moda de esquerda ou para o filósofo que abandonou “os poderes nefastos da direita”.   Pouco se fala no prazer da leitura, nos motivos ou nas razões para nos deliciarmos, para refletirmos por algumas horas ou alguns dias, envolvidos por uma obra de ficção.  A leitura por esses supostos analistas da literatura não parece sedutora, não acorda sentimentos, não sacia fomes, não embriaga.

Robin com o amigo Trixie, em Torquay, 1952

Peter Samuelson (Inglaterra, 1912-1996)

óleo sobre tela, 64 x 84 cms

Coleção Particular

E, no entanto, são justamente as pessoas que não se interessam pelas teorias da moda, pelo filósofo do momento que agitam o mundo das publicações.  São esses leitores, que não se veem refletidos nos cadernos literários dos jornais, que mantêm editores, agentes e livrarias no azul, pessoas que compram livros recomendados por amigos, na mais preciosa das propagandas, o boca a boca, e que fazem de seus autores preferidos casos de sucesso literário, além, muito além da “mídia especializada”.  Diversos nomes ilustram essa divisão entre o que alguns consideram bons e o que o público aclama. A nossa história contemporânea de publicações está repleta desses fenômenos ignorados pela crítica, mas aplaudidos pelo público:  Rosa Montero, Muriel Barbery, Paolo Giordano, Fal Azevedo, Ronaldo Wrobel, Frances de Pontes Peebles, Maria Dueñas são só alguns dos que vêm à mente no momento. E não adianta dizer que o publico é inculto.  Aquele que hoje vai a uma livraria e compra um volume para leitura não é inculto.  É muitas vezes mais letrado do que os próprios críticos que se esforçam em preservar um preciosismo antiquado e segmentar as camadas de leitores, sem lhes dar crédito.  Todos perdem com essa cegueira que nos aflige: leitores, futuros leitores, autores, editores.  E nós também perdemos espaço para trocar ideias, para encontrar pessoas de gostos semelhantes, para analisarmos pela experiência o sentido da leitura.  Daí a crescente necessidade de grupos de leitura,  como recentemente mostrou o jornal O Globo do Rio de Janeiro, onde opinamos num ambiente de camaradagem, em que todos são iguais e respeitam diferentes pontos de vista.

Quanto às críticas literárias que destroem autores e livros, digam-me:  — Para quê e para quem?   Mas se você acredita que deve de fato destruir um livro, faça-o seguindo as poucas regras que J. Robert Lennon coloca em seu texto:

1 – Coloque a obra em contexto, de preferência lendo o maior número de títulos do autor.

2 – Tenha humildade quando mostrar sua opinião.

3 – Se o escritor é novato, ainda está no terceiro ou quarto livro, dê a ele crédito.

4 – Não critique o trabalho de seu inimigo

5 – Não seja um idiota

6 – Seja ponderado

7 – Lembre-se que o mundo da crítica literária é pequeno e não se importe quando alguém abominar o seu livro.





Entenda o uso da vírgula!

23 11 2009

Comercial sobre a liberdade de imprensa que mostra como uma simples vírgula pode alterar a história. Associação Brasileira de Imprensa, ABI.

Agência: África São Paulo Publicidade Ltda.
Produtora: Visorama Diversões Eletrônicas
Áudio: Sonido Produções Musicais





Que tal escrever para adultos recém-alfabetizados?

4 06 2009

escritor de novo

Mickey, ilustração Walt Disney.

 

Um concurso literário vai distribuir R$ 90 mil em prêmios para oito escritores brasileiros e um autor de país africano de língua portuguesa que desenvolverem livros voltadas para alunos da educação de jovens e adultos (EJA). O Literatura para Todos, promovido pelo Ministério da Educação (MEC) tem como objetivo incentivar a produção de obras para o público adulto recém-alfabetizado.

Cada autor terá sua obra publicada, além de receber o prêmio de R$ 10 mil. As inscrições estão abertas até 20 de julho. A obra deve ser inédita e ter de 30 a 40 páginas. Podem concorrer textos nas modalidades: conto, novela, crônica, poesia, perfil biográfico, dramaturgia e textos da tradição oral.

O ministério ressalta que não serão aceitas obras com temas religiosos, que tratem de conduta moral ou com abordagens preconceituosas. O material deve ser enviado via Correios para o MEC. O edital está disponível na rede.

Também na área de EJA, encerra-se no dia 15 de junho o prazo para envio de propostas aos editais do Ministério da Educação para a área de educação de jovens e adultos. Os projetos devem ser voltados ao fomento à leitura, produção de materiais didáticos e formação de alfabetizadores e professores para essa modalidade. Estados, municípios, instituições públicas de ensino superior e entidades sem fins lucrativos podem participar da seleção. Mais informações no site do MEC.

Fonte: Agência Brasil





Redação: os erros mais comuns!

17 05 2009
Ilustração de Susan B. Pearse, 1923 -- cartão postal

Ilustração de Susan B. Pearse, 1923 -- cartão postal

 

No site Brasil Escola, Sabrina Vilarinho, professora formada em letras fez uma lista fantástica sobre os erros mais comumente encontrados nas redações dos alunos. 

Coloco sua lista aqui, porque reconheço que esses erros existem por todo lado, e muito, muito mesmo nas postagens em blogs pessoais.  Então, gente, vamos prestar atenção porque é fácil corrigir os seus textos.  E lembrem-se, no mercado de trabalho de hoje, empregadores dão muito valor a quem possa escrever corretamente.  Então, é bom lembrar que:

Há alguns equívocos muito comuns em redações e, por este motivo, estão no patamar dos mais cometidos. Mas isso ocorre apenas por falta de conhecimento, portanto, uma vez informados, os estudantes não voltam a cometê-los.raciocínio do verbo “fazer”, citado acima. No sentido de existir ou na ideia de tempo decorrido, o verbo haver é impessoal: Houve muitas passeatasHá tempos não o vejoHavia algumas cadeiras disponíveis.aula, esta semana está sendo ótima, este dia vai ser abençoado, este ano está sendo o melhor de todos, esta noite veremos estrelas.

Vejamos, então, os 10 erros mais cometidos em redação: (não estão por ordem de importância)

1.Fazem dez anos que não vemos tantas mudanças”. O verbo “fazer” no sentido temporal, de tempo decorrido ou de fenômenos atmosféricos é impessoal, ou seja, fica no singular: Faz dez anosFaz muito frio

2.Houveram muitas passeatas nesta semana em prol da igualdade racial.” O verbo haver acompanha o mesmo raciocínio do verbo “fazer”, citado acima. No sentido de existir ou na ideia de tempo decorrido, o verbo haver é impessoal:  Houve muitas passeatasHá tempos não o vejoHavia algumas cadeiras disponíveis.aula, esta semana está sendo ótima, este dia vai ser abençoado, este ano está sendo o melhor de todos, esta noite veremos estrelas.


3.Para mim escolher, preciso de um tempo.” Na dúvida verifique quem é o sujeito do verbo. No caso, o verbo “escolher” não tem sujeito, pois “mim” não pode ser! O certo seria o pronome “eu”: para eu escolher. A expressão “para mim” só funciona quando é objeto direto: Traga essa folha para mim. Dessa forma, sempre diga e escreva: Para eu fazer, para eu levar, para eu falar, pois o verbo precisa de um sujeito!

4.Esse assunto fica ente eu e você!” Quando a preposição existe, neste caso “entre”, usa-se o pronome oblíquo. O correto é: entre mim e você ou entre mim e ti. Portanto, use pronome oblíquo tônico (mim, ti, si, ele, ela, nós, vós, si, eles, elas) após preposição: falava sobre mim, faça por nós, entre mim e você não há problemas, falavam entre si.

5.Há muito tempo atrás, comprei uma bicicleta.” O verbo “há” tem sentido de tempo passado, logo não há necessidade de adicionar “atrás”. Ou você escolhe um ou outro: Há muito tempoTempos atrás… Há dez anos… Dez anos atrás.

6.Então, pegou ele pela gola.” Quando for necessário que um pronome seja objeto direto (pegou algo: ele), nunca coloque pronome pessoal, opte pelo caso oblíquo átono (me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, se, os, as, lhes): Pegou-o, avisou-o, apresentei-a, levou-nos, ama-me, leva-nos.

7. Aonde você estava? “Aonde” indica ideia de movimento, enquanto “onde” refere-se somente a lugar. Portanto: Onde você estava? E Aonde nós VAMOS agora?

8.A situação vinha de encontro ao que ele desejava.” Se é uma situação que a pessoa desejava, será: ao encontro de, expressão que designa favorecimento, estar de acordo. Já a locução “de encontro a” tem sentido de oposição, de choque: Ele foi de encontro ao poste.

9.Esse ano vamos fazer diferente.” Se é o ano vigente, então use o pronome “este”, uma vez que indica proximidade: Esta sala de

10. O verboadequar” é defectivo, isso quer dizer que não é conjugado de todas as formas. Assim: Isso não se adéquaEle não se adéqua… Eu não me adéquo… são orações equivocadas. Outros verbos também passam por este tipo de problema, como: abolir, banir, colorir, demolir, feder, latir. O verbo adequar é correto e usado com mais frequência nos modos infinitivo (adequar) e particípio (adequado).

Por Sabrina Vilarinho





Clichês: o mais rápido meio de empobrecer o seu texto!

28 04 2009

estudando-3

Chico Bento, ilustração Maurício de Sousa.

 

 

 

 

A revista Língua Portuguesa: conhecimento prático, do mês de abril deste ano,  publica 66 páginas quase todas dedicadas aos clichês e lugares-comuns.  A publicação aparece  na hora certa, pois estamos muito envolvidos com o mau hábito de usar muitos lugares-comuns, principalmente porque os ouvimos constantemente na imprensa falada ou televisada.  Não há maneira mais eficaz de empobrecer um texto do que desfiar lugares-comuns, num ritmo perpétuo como contas de um rosário.

 

Aproveito a oportunidade para enumerar aqui a lista de clichês coletados por Sérgio Augusto de Andrade, publicada pela primeira vez na revista Bravo de julho de 2002 e relembrada neste número da Língua Portuguesa: conhecimento prático, na página 61.

 

Se você tiver como objetivo eliminar estas expressões do seu dia a dia, não só seus interlocutores apreciarão o gesto, mas a Língua Portuguesa também!

 

Exercer a cidadania

Vou dar um retorno

A nível de

Tudo acaba em pizza

Preciso de uma posição

 

 

 

Você tem uma lista de clichês que doem no seu ouvido?  Por que não me envia?

 

 

 

 

Não há um endereço virtual para esta revista.  Está publicado, no entanto, um endereço de email para contatos:  l.portuguesa@criativo.art.br