Está difícil para todo mundo! Até para os museus europeus!

6 04 2015

A Visit to the Munich Pinakothek (1917). Charles Friedrich Alfred Vetter (German, 1858-1936). Oil on canvas.Uma visita à Pinacoteca de Munique, 1917

Charles Friedrich Alfred Vetter (Alemanha 1858-1936)

óleo sobre tela

 

O jornal americano The New York Times publicou um artigo Seeing a Cash Cow in Museums Precious Art, sobre as dificuldades que museus no mundo inteiro estão tendo para manter suas coleções intactas sem que os governos de seus países, resolvam vender alguma peça do acervo para pagamento de dívidas.

É desesperador para nós que trabalhamos com cultura e com história cultural ver que o alto valor de obras de arte em coleções públicas pode servir de tentação para que se resolva problemas de gestão governamental, usando a liquidação do passado, a história daquela cultura, do local ou do país.

Como lembra o diretor do museu da Westfália, Hermann Arnold, vender uma peça ou a parte de uma coleção, que se encontra em um museu ou galeria pública, é semelhante a vender a história da sua família.  Você faria isso?  Você venderia aquele colar de ouro miudinho da sua bisavó com um santinho esmaltado, ou cruz, ou crucifixo ou ainda a estrela de Davi, que você se lembra ter visto no colo de sua avó, depois no de sua mãe e finalmente, o receberia e colocaria em volta de seu próprio pescoço? É claro que não.  Faz parte de quem você é.  Da ligação entre as gerações.  Mostra o elo que você é entre o futuro e o passado.  Marca a sua existência para você e para seus descendentes.

 

Nicholas Chistiakov, Casal no museu, 2013, ost, 90x120cm, ColPart, GBCasal no museu, 2013

Nicholas Chistiakov (Belarus/EUA, 1981)

óleo sobre tela,  90 x 120cm

Coleção Particular, Grã-Bretanha

 

 

Há que se pensar em soluções criativas para o problema.  No ano passado o Museu de Arte de Detroit, no estado de Michigan nos EUA, esteve às vésperas de liquidar sua coleção para saldar as dívidas com os aposentados municipais de Detroit.  O museu não tinha nada a ver com esses aposentados.

Aqueles que falam mal dos capitalistas, e dos empresários no mundo ocidental, poderiam aprender um pouquinho com a lição dada por esses mesmos elementos “da insensível burguesia”.  Movidos pela responsabilidade de manter o acervo de um dos melhores pequenos museus nos Estados Unidos, Detroit Institute of Art, empresários da cidade se cotizaram e conseguiram pelo menos retardar a venda, enquanto se espera que o governo encontre outra maneira de subsidiar os recursos das aposentadorias do município.  Foram 27 milhões de dólares, muito menos do que a venda do acervo do museu traria, mas trouxe esperança. [Wall Street Journal].

 

 

claudio dantas 14Prodígio

Cláudio Dantas (Brasil, 1959)

óleo sobre tela, 120 x 160 cm

 

 

Alguns museus na Inglaterra já se desfizeram de obras de seus acervos.  E o governo português se encontra em impasses judiciais sobre a venda de 85 Mirós apreendidos na nacionalização de Banco Português dos Negócios.  A coleção estimada em 36 milhões de euros, no ano passado, enche os olhos daqueles que querem resolver de maneira fácil o débito governamental de 110 bilhões de euros.  Desfazendo-se de algumas propriedades o governo conseguiu 11 bilhões de euros e se vê salivando com o prospecto desses meros 36 milhões de euros.

O que não está entrando na conta é o valor do patrimônio cultural para as gerações de futuros portugueses. Tampouco leva-se em consideração os outros tantos 36 milhões de euros, renováveis perpetuamente, que esses Mirós poderiam trazer em turismo a um país que depende muito desta indústria e que está sempre – como qualquer país estaria — tentando trazer turistas de melhor qualidade, de maior poder aquisitivo. Uma vez incorporada na cultura, essa coleção assim como qualquer outra, teria valor inestimável, centenas, milhares de vezes mais produtivo do que a passageira solução de um problema fiscal que governos têm a obrigação de saber resolver.  Isso é válido para Portugal, Inglaterra, França, Alemanha, EUA, Brasil e qualquer outro país que esteja enamorado dessa solução fácil demais para ser realmente verdadeira.

Se o pior acontecer, perdemos para sempre a possibilidade de compreendermos o nosso próprio percurso no planeta.  Porque uma vez vendidos, esses patrimônios culturais entrarão nas coleções particulares dos novos-ricos chineses, sauditas, se não forem parar em total obscurantismo nos portos francos de Singapura ou Genebra.

Há de haver uma solução que sirva melhor ao todo — a todos os cidadãos.





Dia 12 de outubro — Dia das crianças e como elas brincam! – 2

12 10 2014

 

 

Djanira da Motta e Silva, Meninos com Pipa, ost, 1966, estudo de painel, 65 x 81 cmMeninos com pipa, 1966

Djanira da Motta e Silva (Brasil, 1915-1979)

óleo sobre tela, estudo para painel, 65 x 81 cm

 

João Quaglia.Cama de Gato – 2013,Óleo Sobre Tela - 60 x 50 cmCama de gato, 2013

João Quaglia (Brasil, 1928)

óleo sobre tela,  60 x 50 cm

 

Jorge Mori,Crianças brincando,ost, 1945, 33,5 x 41 cm.Crianças brincando, 1945

Jorge Mori (Brasil, 1938)

óleo sobre tela, 33 x 41 cm

 

Marcio Pita - Quadro futebol de botão quadro óleo sobre tela 40x60cmFutebol de botão

Márcio Pita (Brasil, 1958)

óleo sobre tela, 40 x 60 cm

 

Menase Waidergorn (1927),Jogadores de xadrez, ost,30x40cmJogadores de xadrez

Menase Waidergorn (Brasil, 1927)

óleo sobre tela, 30 x 40 cm

 

SYLVIO PINTOMenino.osp, 1964 51 x 40 cmMenino, 1964

Sylvio Pinto (Brasil, 1918-1997)

óleo sobre papel, 51 x 40  cm

 

Menina e Bicicleta, de 1965, Milton DacostaMenina de bicicleta

Milton Dacosta (Brasil, 1915-1988)

óleo sobre tela

 

Mariza lacerda, (Brasil, 1939)  ano 2012, 60x50cm, Oleo sobre TelaCiranda, 2012

Marisa Lacerda (Brasil, 1939)

óleo sobre tela, 60 x 50 cm

 

portinari_cambalhotaóleo sobre tela, 1958, 59.5 x 72.5 cm.Cambalhota, 1958

Cândido Portinari (Brasil, 1903-1962)

óleo sobre tela, 59 x 72 cm

 

REYNALDO FONSECA (1925),Menina e o macaco,1977,ost, 95 x 130 cmA menina e o macaco, 1977

Reynaldo Fonseca (Brasil, 1925)

óleo sobre tela, 95 x 130 cm

 

Heraldo Pedreira (BA 1948) Cidade ao cair da tarde, 1985, 35 x 50A cidade ao cair da tarde, 1985

Heraldo Pedreira (Brasil, 1948)

óleo sobre tela,  35 x 50 cm

 

Claúdio Dantas, ( Brasil, contemporâneo), Revoada, 2010, ost, 80x 100, don quixoteRevoada, 2010

Cláudio Dantas (Brasil, 1959)

óleo sobre tela 80 x 100 cm

 

 

Enrico Bianco, Boloa de gude,Jogando bolinha de gude

Enrico Bianco (Itália/Brasil, 1918-2013)

óleo sobre tela

 

Edmar Fernandes - Quadro óleo sobre MDf 17x27cm subindo no pau de seboSubindo no pau de sebo

Edmar Fernandes (Brasil, 1982)

óleo sobre placa, 27 x 17 cm

 

TERUZ, Orlando (1902 - 1984) - Meninas na Gangorra, o.s.t. - 80 x 100 cm. Assinado, datado 84 e localizado Rio eMeninas na gangorra, 1984

Orlando Teruz (Brasil, 1902-1984)

óleo sobre tela, 80 x 100 cm





Dia 12: inspirado em uma música, desafio da escrita, #PHpoemaday

12 06 2014

 

 

Cláudio Dantas ( Brasil, contemporâneo) Gerações, 2007, ost, 90x120Gerações, 2007

Cláudio Dantas (Brasil, 1959)

óleo sobre tela

 

Arpejo da memória

Há três semanas, passando por uma rua residencial, ouvi alguém ensaiando os acordes de Le Lac de Côme, no piano. E uma onda de memórias, muito antigas, de antes dos meus seis anos, borbulharam, trazendo com elas emoções há muito enterradas. Os arpejos desse noturno estão entre as minhas primeiras memórias musicais.

Sempre tivemos piano em casa, herdado de minha avó paterna. Por muito tempo ninguém tocava. Eu era muito pequena para aprender. Minha mãe havia estudado, mas não tinha jeito para a música. Só duas pessoas tocavam lá em casa: meu avô, que violonista e seresteiro na época de jovem boêmio, arriscava uma ou outra pequena melodia, e minha tia Yedda, que estudara piano quando adolescente, e tocava todo fim de semana quando nos visitava. Titia não dominava o instrumento. Sabia algumas músicas de cor. Depois do lanche sábados à tarde, quando ainda noivava meu futuro tio, minha tia se sentava ao piano e por um tempo dedicava-se a tocar o que sabia de memória. Danúbio azul, Pour Elise faziam parte de seu repertório, mas eu não gostava destas tanto quanto de Le Lac de Côme. Sua melodia é muito bonita, mas o que me fascinava era ver os acordes serem tocados em arpejo, com as mãos fazendo uma onda, o polegar tocando primeiro e o mindinho um segundo mais tarde… Aquele movimento, ondulante, me fascinava. E assim que meus pais conseguiram me colocar estudando piano, meu único objetivo era aprender a tocar aquela música. Nunca cheguei a contar para tia Yedda a influência que ela havia tido no meu aprendizado de música. Mas não importa, porque quando morreu, muitos anos depois ela já sabia que havia tido um grande impacto em minha vida, dessa vez, através das quartas-feiras de matinês no cinema do bairro.

Uma melodia é como perfume, intangível, mas cria raízes profundas na nossa memória.

©Ladyce West, Rio de Janeiro, 2014





Dia 12 de outubro — Dia das crianças e como elas brincam!

12 10 2011

Pulando carniça, 1957

Cândido Portinari (Brasil, SP 1903- RJ 1962)

óleo sobre madeira, 53 x 64cm

Para quem é criança e para quem tem crianças todo dia é dia das crianças! 
Vejam só todas as suas atividades.
Digam: não é sempre dia das crianças?

Menino com pião, 1996

Reynaldo Fonseca (Brasil,PE, 1925)

óleo sobre madeira, 46x 37 cm

Amarelinha, 1974

Aldemir Martins (Brasil,  CE, 1922- Argentina, Buenos Aires, 2006)

óleo, 35 x 70cm

Meninos empinando pipa, 1950

Djanira da Motta e Silva ( Brasil, SP 1914- RJ 1979)

óleo sobre tela

Roda de peteca, 1983

Heitor dos Prazeres (Brasil, RJ 1898-1966)

óleo sobre tela,  50 x 60cm

 Cama de gato, 1976

Gustavo Rosa (Brasil, SP, 1946)

acrílica sobre tela, 80 x 80cm

Barquinhos de papel

Márcio Pita (Brasil, 1958)

óleo sobre tela, 50 x 70 cm

Roda, 1942

Milton da Costa (Brasil, RJ 1915-1988)

óleo sobre tela

Menina de tranças, 2008

Inha Bastos (Brasil, BA, 1949)

óleo sobre tela, 50 x 50 cm

Baixa temporada, 2010

Cláudio Dantas (Brasil, 1959)

óleo sobre tela,  90 x 120 cm

Cabra-cega, 1978

Otaciano Arantes (Brasil, RS, 1931)

óleo sobre tela, 22×33 cm

Menino no cavalo de pau, s/d

Mário Gruber (Brasil, SP 1927)

óleo sobre tela colada em eucatex,  25 x 115cm

Duas meninas no balanço, s/d

Orlando Teruz (Brasil, RJ, 1902-1984 )

aquarela sobre papel, 30 x 24 cm

Bolinha de gude, 1989

Mario Mariano ( Brasil, MG, contemporâneo )

óleo sobre tela, 40 x 50 cm

Bolhas de sabão, s/d

Edina Sikora ( Brasil, SP, 1955)

óleo sobre tela, 100 x 80 cm

Brincadeiras de criança, s/d

Ricardo Ferrari ( Brasil, MG, 1951)

óleo sobre tela, 120 x 190 cm