Dia a dia…

18 06 2025

 

Muitas vezes não sabemos o impacto que nossas ações podem exercer sobre outras pessoas.  Fui levada à Oficina de Escrita do escritor Luís Pimentel pelas mãos de uma amiga, Magali Lee Cotrim, que estava interessada em escrever memórias.  Fui, ainda sem saber bem como tudo isso funcionava.  Escrever havia sido sempre parte de minha vida, ainda que fosse segredo.  Manuscritos, tenho-os alguns.  Talvez, por haver feito resenhas de livros para jornais e no blog, há 17 anos, algumas centenas de resenhas, meu medo de meus textos não serem bons, sempre me impediu de aparecer como escritora.  

Fui aos primeiros encontros da turma de Pimentel com o coração nas mãos;  O que encontrei lá foram colegas respeitosos, críticos onde deveriam ser;  e Luís Pimentel, cujas palavras, gentis, mesmo quando sugeriam mudanças nos textos, guiaram e apoiaram meu trabalho.

A essa altura, meu marido já se achava adoentado.  Com a pandemia ele piorou.  Tive muito medo dele morrer sem que visse que eu havia levado minha escrita avante. Desde que o conheci, Harry havia me dado todo apoio à escrita.  Aos meus textos em inglês e aos em português. Não fosse por ele eu não teria me dedicado a dois romances engavetados, à tradução do português para o inglês, às críticas literárias.  Todo esse tempo, trabalhando como historiadora da arte e mais tarde galerista.  

No final de 2020 quando ainda dava tempo de meu marido ver a publicação de À meia voz, resolvi publicar.  Luís Pimentel me deu o presente de escrever a orelha do livro, introduzindo essa nova poeta.   Fica aqui mais uma vez meu agradecimento, meu apreço às suas orientações.  Fazer parte de seu círculo de escritores foi uma das mais importantes decisões que já tomei. Sem hesitar faria outra temporada sob seu olhar agudo e carinhoso.  Obrigada, Pimentel.





Poesia… e poesias…

3 04 2025
Ilustração, Théophile-Alexandre Steinlen (França, 1859-1923)

 

 

 

Recentemente me perguntaram como vejo a influência dos mais de trinta anos, passados fora do Brasil.  Influenciaram minha escrita?  Estávamos num podcast e eu não havia me preparado para essa pergunta.  Não soube responder de pronto, principalmente porque eu nunca havia considerado a questão. 

A poesia me acompanha desde criança.  Para mim, ler poesia é um prazer, mas não leio livros inteiros.  Leio um poema aqui,  outro acolá.  Sou leitora promíscua e constante.  Tenho poetas preferidos.  Nos Estados Unidos, depois que me casei com um professor universitário de literatura americana, fui me familiarizando com a poesia do país, e em paralelo com os poetas ingleses, para além dos grandes nomes.  Tive sorte de também conhecer dezenas  de poetas vivos, contemporâneos., com quem convivi em encontros de escritores.  Nos EUA, morei fora do eixo cultural centralizado em Nova York —  mas sempre na costa leste, que por sua própria história mantém mais elos culturais com a Grã-Bretanha do que o resto do país. E a vida cultural no RTP [Research Triangle Park] foi rica, graças às várias e respeitáveis universidades ali concentradas [N.C. State, North Carolina, Duke, Wake Forest, Shaw, Saint Augustine, William Peace, Campbell e outras].

 

 

 

A carta de amor, 1911

George Lawrence Bulleid (Inglaterra,1858-1933)

aquarela sobre papel

 

 

 

Nunca pensei que meu primeiro livro fosse de poemas.  O que me atrai nessa escrita?  Ser sucinta, expressar pensamentos, estados d’alma, ponderações. Aquilo que me intriga e fascina.  Isso é poesia para mim.  Seu valor está na brevidade, chamando o leitor ou o ouvinte para reflexão.  E tem que ter cadência, ritmo.  Rimas ocasionalmente bem-vindas, mas não necessárias.  

Desde que retornei ao Brasil, ampliei meu contato com os nossos poetas, com a poesia contemporânea. Desconhecia muitos.  O que herdei do meu contato com a poesia anglo-americana, talvez seja a preferência pela ordem direta, pela simplicidade da imagem. Guardo, sim, sinais das dezenas de anos de imersão total no inglês. Anos sem uma palavra em português: lendo e escrevendo nessa língua.  Publicando nos jornais.  Sinto falta às vezes da precisão da língua inglesa.  Mantenho a escrita intimista, típica de muitos dos meus poetas favoritos. No inglês são, de fato, os líricos, tanto antigos quanto os da segunda metade do século XX, que mais me tocam: Frost, St. Vincent Milay, Sexton, Lowell, T. Hughes, W.C. Williams, Wallace Stevens, Dunbar. No Brasil, ah, são muitos,  conhecidos e não tão conhecidos: Drummond, Bandeira, Quintana, Murilo Mendes, Meireles.

Somos o resultado das nossas preferências; esponjas absorvendo sempre aquilo que nos fascina, agrada, intriga.  Como não ter um influência estrangeira nessas circunstâncias?  Mas é de perspectiva.  A língua em uso é bem brasileira, culta, mas brasileira.

 

 

©Ladyce West, Rio de Janeiro, 2025

 

 

Para quem não conhece, acima meu primeiro livro À meia voz. em breve Casa Vazia estará nas livrarias, ainda sem data.  Mas À meia voz, o livro com que me lancei com poesias variadas, está na Amazon tanto em papel quanto em ebook.  Será um prazer conversar com você sobre a obra.





Prêmio Leitura com Chocolate: Melhor de poesias do ano 2024!

2 01 2025

O canal do YouTube Leitura com Chocolate, elegeu À meia voz como o melhor livro de poesias lido em 2024.  Muitíssimo obrigada!





Falta um mês para o Natal!

16 11 2024
Livro na Amazon em dois formatos: papel e eletrônico

 

Dá tempo de comprar e surpreender quem receber este presente!





O dia das mães está chegando!

5 05 2024




Dia das Mães está chegando!

3 05 2024




Veja que boa recomendação!

16 04 2024

 

 





Já comprou o seu?

2 04 2024




Mais um agradecimento por 2023

12 01 2024

 

 

Mais um agradecimento pelo ano de 2023. Muitos de meu leitores me mandaram palavras de admiração, incentivo e mimos diversos, mas uma leitora se destacou em 2023. Teresa Queiroz, uma artista, pintora, me comoveu muito, ao me dar de presente uma tela por ela pintada reproduzindo a imagem da capa de meu livro. Eu me emocionei muito com esse generoso presente, que tem tudo a ver com ela e comigo. A mensagem foi clara, ela se emocionou com a poesia, e me mostrou com o que mais lhe toca, como a leitura de meu livro a sensibilizou. Foi uma emoção intensa que senti. Minhas palavras de agradecimento, de todas as maneiras que me expressei, foram poucas, ficando sempre aquém do que realmente senti. Muito obrigada, não parece suficiente. Mesmo assim, obrigada Teresa Queiroz.

 





Viajando?…

14 07 2023