Até as elefoas fazem ginástica pré-natal!

13 01 2010

Um zoológico na Alemanha colocou cinco das suas elefantas em uma rotina diária de exercícios para ajudá-las a ter uma gravidez e um parto mais saudáveis. As cinco estão esperando filhotes para os meses que coincidem com a primavera e o verão do Hemisfério Norte e foram inseminadas pelo mesmo pai, o elefante Nikolai, que chegou ao Zoológico de Hannover há quase dois anos.

Para prepará-las melhor para dar à luz, os veterinários recomendaram de 5 a 7 km de caminhada diária e uma ginástica pré-natal que inclui ficar em um só pé, deitar e sentar.  Mesmo agora, sob o rígido inverno alemão, as futuras mães não deixam de exercitar, e contam até com a companhia dos bebês elefantes Tarak e Shanti, filhos de Khaing Hnin Hnin, uma das grávidas.

Para que o parto seja rápido e tranquilo, e não dure vários dias, as fêmeas precisam estar em forma“, disse o veterinário Andreas Knieriem.   A gestação de um elefante dura 22 meses – a mais longa entre os animais terrestres. O zoológico já colocou em prática um esquema de plantão entre os tratadores dos animais, que agora se revezam durante a noite para o caso de uma emergência.

Como três das elefantas são mães de primeira viagem, elas serão ajudadas pelos tratadores durante o parto.  Segundo os veterinários de Hannover, na natureza, a mãe é acompanhada pelas fêmeas mais velhas, que as acalmam na hora do parto e protegem o filhote recém-nascido.

FONTE: Terra





Papa-livros: A pesca do salmão no Iêmen, de Paul Torday

12 01 2010

 

A pesca do Salmão no Dee

Joseph Farquharson (Escócia 1846-1935)

óleo sobre tela

Quem anda à procura de um romance leve, muito diferente e com um bom senso de humor não deve deixar de ler A Pesca do Salmão no Iêmen do escritor inglês Paul Torday [Record:2008].    O mínimo que posso dizer é que este romance é muito original.  A começar pela forma com que a história é contada.  Lembra, em muitos aspectos, os romances epistolares, pois é feito de cartas, e-mails, páginas de diário, relatórios da Câmara dos Deputados na Inglaterra (House of Commons), programas de entrevistas, até emails relacionados a Al Qaeda fazem parte dessa “pilha” de documentação que conta a história.  Cada capítulo traz à tona uma nova faceta do desenvolvimento de um projeto ambicioso, imaginado por um xeique iemenita, de trazer a cultura do salmão para o seu país a fim de propiciar aos seus habitantes o esporte a que ele se dedicava em sua propriedade na Escócia: a pesca do salmão.  A engenharia social que atrai o abastado xeique seria proporcionar ao Iêmen uma das únicas atividades em que todos, de quaisquer classes sociais, poderiam participar de igual para igual, lado a lado à beira do rio.

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Este é um livro construído como uma sátira aos governos,  a toda a burocracia governamental, que aqui aparece retratada na Inglaterra, mas que com pequenos ajustes é universalmente insana.    O projeto de se fazer a pesca do salmão – um peixe de água doce muito fria–  no Iêmen, um país no deserto é considerado desde o primeiro capítulo como uma loucura, um projeto sem pé nem cabeça.  Mas, por razões diversas e principalmente para favorecer ao primeiro-ministro, este projeto começa a crescer e toma vida própria.  Não só cresce como se torna um projeto imprescindível para o governo inglês.  E ganha mais combustível ainda depois que Alfred Jones, nosso herói, um cientista do Departamento de Pesca do governo, contrário ao projeto, vê-se frente a frente e seduzido pela filosofia do xeique em questão.   O resultado é imprevisível.

 

 

Nesse meio tempo, entre “provas” escritas – emails, diários, cartas, entrevistas – temos uma das mais divertidas narrativas que ironizam e satirizam a vida contemporânea, os casamentos de conveniência, o discurso político.  O que nos resta, por incrível que pareça, é uma mensagem sóbria, gratificante: a esperança é imprescindível para nos dar direção a nossas vidas.  A gente vive, sonha e faz planos, os mais diversos.  Mas mesmo que o que planejamos não venha a se concretizar, aquela esperança que nos ajudou a tentar construí-lo já é o suficiente para dar sentido à nossa vida.    Por trás disso há uma diferença importante entre dois conceitos e quem nos ensina é o xeique:  há religião e espiritualidade.  Ás vezes elas se misturam, às vezes não.    Mas a espiritualidade, quando somos íntimos dela, pode ser encontrada nos recantos mais exóticos, onde jamais esperaríamos encontrá-la.  E é ela quem nos salva. 

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Recomendo a leitura de A pesca do salmão no Iêmen.  Principalmente se você anda desiludido com os seus políticos, com a falência dos seus sonhos.  Há muito material aqui, para dar uma outra vida ao cotidiano, para ver um problema por um outro ângulo.    Achei que esse romance perde um pouco o ritmo no meio das suas 360 páginas.  Mas devo alertar o meu leitor que esta pode ser uma observação só minha.  Ultimamente tenho tido a impressão que na maioria dos romances que leio p texto poderia ter sido cortado, editado, para melhoria do ritmo da narrativa.  Talvez seja um problema meu e não do autor neste caso.  Fica de qualquer maneira, aqui, a minha forte recomendação a esta divertida leitura.





Imagem de leitura: Helen Poniatowski

8 01 2010

Domingo de Manhã, s.d.

Helen Poniatowski (EUA, contemporânea)

Óleo sobre tela

Sem informações bigráficas.  www.debloisgallery.com





Arte e medicina, vira e volta elas se encontram!

6 01 2010

 

IIlustração,  Walt Disney.  Pateta vai à galeria de arte.

Desde os meus primeiros anos de estudo em história da arte, que sei que de vez em quando um eventual médico resolve explicar o que está representado nas telas por doenças ou problemas de saúde dos pintores.  Eu me lembro de um famoso médico dizendo que os impressionistas continuaram um estilo que só poderia ter sido iniciado por alguém que precisasse  de óculos, porque só olhos  míopes viam, assim,  tudo um pouco embaçado;  lembro-me de um outro querendo explicar as imagens alongadas de El Greco como demonstração de que o pintor sofria de astigmatismo.    Mas há muito tempo que não vejo o contrário, um médico que preconiza as doenças sofridas pelos modelos de algumas pinturas famosas.  E é exatamente isso que o Dr. Tito Franco [que ironia, uma combinação de dois dos maiores ditadores do século XX!], um médico italiano, resolveu fazer, de acordo com a notícia da agência EFE,  que copio e colo aqui, a seguir.  Estas descobertas não me convencem,  jogo-as para escanteio, como uma curiosidade, mas acredito que haja muita gente interessada no assunto.  Aqui está:

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 Médico detecta doenças em retratados em obras de arte

 

Um médico italiano diz ter descoberto sinais de diferentes doenças nos personagens retratados em famosas obras de arte como a “Mona Lisa“, de Leonardo da Vinci, ou “As Meninas“, de Velázquez.   Em declarações ao jornal britânico The Times, Tito Franco, professor de Anatomia Patológica da Universidade de Palermo, disse que esses sinais de doença vão desde más-formações ósseas até cálculos renais.    “Olho a arte com um olhar diferente do de um especialista em arte, como um matemático escuta a música de modo diferente de um crítico musical”, explica Franco, que analisou uma centena de obras, desde esculturas egípcias a produções contemporâneas.

Mona Lisa ou A Gioconda,  1503-1506

Leonardo da Vinci (1452-1519)

óleo sobre madeira  77 x 53 cm

Museu do Louvre, Paris.

 

A “Mona Lisa“, de Leonardo da Vinci, apresenta em torno de seu olho esquerdo, segundo Franco, sintomas de xantelasma, um conjunto de pequenos tumores benignos ou depósito de gordura situados ao redor das pálpebras e que podem indicar níveis elevados de colesterol.  Nas mãos da Gioconda parece haver, acrescenta o médico, lipomas subcutâneos, ou seja, tumores benignos compostos por tecido adiposo.

 As meninas, ou A Família de Filipe IV,  1656

Diego Velazquez ( 1599-1657)

óleo sobre tela,  318 cm x 276cm

Museu do Prado, Madri

Em “As Meninas“, Franco diz ter descoberto que o personagem principal, a infanta Margarita, parece vítima da chamada síndrome de Albright, doença genética que “inclui puberdade precoce, baixa estatura, doenças ósseas e problemas hormonais“.

 

Escola de Atenas, 1511

Rafael Sanzio ( 1483-1520)

Pintura mural, afresco,  500 x 700 cm

Palácio Apostólico,  Vaticano

Em “A Escola de Atenas“, de Rafael, há uma pessoa identificada como o filósofo Heráclito sentada em escadas com os joelhos muito inchados, o que, segundo Franco, “claramente é consequência de um excesso de ácido úrico típico de quem sofre com cálculos renais.

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Madona do Parto, 1467

Piero della Francesca, ( 1416-1492)

Afresco,  206 x 203 cm

Igreja de Santa Maria a Nomentana, Monterchi

 

E a famosa Madonna do Parto, de Piero della Francesca, mostra sintomas de bócio, inchaço da glândula tireóide “típico de pessoas que bebiam água de poço” durante a Idade Média e que sofriam carência de iodo, diz Franco.

É pode ser…

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 NOTA DA PEREGRINA:  Na figura de Heráclito, mencionada acima, no afresco de Rafael, A Escola de Atenas, é de conhecimento comum, que a cabeça é feita pelo retrato (rosto) de Michelangelo. 

 

Fonte: Terra





Brasil que lê: fotografia tirada em lugar público

4 01 2010

Quiosque na praia de Copacabana.





Filhotes fofos: rinoceronte jogando bola

4 01 2010

rino bebê  com bola 3-10

Um filhote de rinoceronte recém-nascido brinca com uma bola dentro do seu viveiro no zoo de Muenster. A espécie nasceu no dia 20 de setembro e foi rejeitado por sua mãe, Emmi. Agora ele recebe tratamento especial dos biólogos.





Alguém para correr comigo, de David Grossman

4 01 2010

Ilustração, Eva Furnari.

Início de ano prolongado…  Estou aproveitando o tempo para limpar o escritório e colocar coisas em ordem.  Assim, antes de descartar algumas resenhas que foram feitas para outros fins, que não o blog, venho aqui postá-las para não perder de todo o controle do que li, e das minhas reações a certas leituras.

Quando lemos Alguém para correr comigo, no nosso grupo de leitura, esperávamos um outro tipo de livro de David Grossman.  Esperávamos, com certeza, algo mais político, dadas as informações que tínhamos sobre o autor.  De modo que todos ficamos surpresos de nos encontrarmos envolvidos numa aventura moderna, liderados pelo faro de uma cachorro adorável, o personagem principal deste livro, que peregrina através dos capítulos, unindo dois adolescentes, que em circunstâncias normais jamais teriam se encontrado.

 

No início, é um pouco difícil seguir a narrativa, porque os capítulos parecem, desde o início, não ter nada a ver um com outro.  De um rapazinho com um cachorro, passamos a uma adolescente que obviamente faz parte de uma missão que não entendemos.   Os períodos no tempo também são diferentes.  Então, David Grossman confia no seu taco de escritor e pede ao leitor, que confie no seu estilo de narrativa, que o acompanhe numa aventura que não sabemos onde nos levará, da mesma forma que nosso jovem herói, segue os caminhos tortuosos da cidade, escolhidos pelo cachorro, atrás de sua verdadeira dona.  

Há nessa história uma gama grande e  bem caracterizada de personagens de apoio, que dão ao leitor um melhor compreensão do contexto das vidas desses adolescentes retratados; e também conseguimos facilmente conhecer a maneira como nossos jovens heróis pensam.  David Grossman certamente conhece adolescentes.  Sabe o que eles pensam de suas famílias, de seus grupos, e como conseguem ser criativos quando precisam encarar um mundo incompreensível,  perigoso e aterrorizador.

David Grossman

 

Outro ponto de interesse na narrativa foi descobrirmos a vida diária em Jerusalém, coisa que às vezes esquecemos que ocorre normalmente, regular e previsível, quando todo o nosso maior contato com a cidade, vem dos noticiários de guerras, que cobrem ações de terrorismo, e homens-bomba. 

Apesar de todos nós no grupo de leitura termos gostado do livro, ainda acredito que este livro seria melhor apreciado por jovens leitores e adolescentes.

02/03/2006  — postada na Amazon.





Filhotes fofos: pintainho de ganso

3 01 2010

filhote e mamãe ganso

Mamãe ganso acompanha de perto os primeiros passos de um dos seus bebês, recém-saído do ovo.





Filhotes fofos: elefantinho Samudra comemora 1 ano!

3 01 2010

Samudra come seu bolo de aniversário!

O elefantinho Samudra, Sam para os íntimos,  comemorou seu primeiro aniversário ao lado da mamãe Rose-Tu, no zoológico da cidade de Portland, no estado de Oregon, nos Estados Unidos.





Soneto de Natal, José Albano

23 12 2009

 

Cartão Postal, Europa oriental, década de 1950.

SONETO

                                                                                 José Albano

Bom Jesus, amador das almas puras,

Bom Jesus, amador das almas mansas,

De ti vêm as serenas esperanças,

De ti vêm as angélicas doçuras.

Em toda parte vejo que procuras

O pecador ingrato e não descansas,

Para lhe dar as bem-aventuranças

Que os espíritos gozam nas alturas.

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A mim, pois, que de mágoa desatino

E, noite e dia, em lágrimas me banho,

Vem abrandar o meu cruel destino.

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E, terminado este degredo estranho,

Tem compaixão de mim, Pastor Divino,

Que não falte uma ovelha ao teu rebanho!

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José de Abreu Albano (Brasil, CE, 1882 — França, 1923).  Católico fervoroso, eruditíssimo, de temperamento explosivo e comportamento extraordinário.  Pouco publicou em vida, e sua obra, pequenina no tamanho, mas grandíssima no valor, permaneceria desconhecida do grande público, não fosse a edição de sua obra pelo poeta Manuel Bandeira em 1948.

Obras:

Rimas de José Albano: Redondilhas (1912),

Rimas de José Albano – Alegoria (1912)

Rimas de José Albano – Cançam a Camoens (1912)

Ode à Língua Portuguesa (1912)

Comédia Angelica de José Albano (1918),

Four sonets by José Albano, with Portuguese prose-translation (1918)

Antologia Poética de José Albano (1918)