Imagem registrada por um satélite da Nasa – a agência espacial americana – no dia 21 e divulgada nesta segunda-feira mostra a erupção do vulcão Planchon-Peteroa, na fronteira de Chile e Argentina. A fotografia mostra uma nuvem escura de cinzas saindo da montanha que entrou em erupção no dia 6 – processo que se intensificou no dia 18. A maior parte das cinzas vai para o sudoeste da Argentina.
O Planchon-Peteroa é um complexo vulcânico ao longo da fronteira Chile-Argentina, com várias caldeiras que se sobrepõem. Sua atividade começou no Pleistoceno, quando se formaram duas colunas Azufre e Planchón. Cerca de 11.500 anos atrás, grande parte da Azufre e parte da Planchón tiveram um colapso, formando uma enorme avalanche no Rio Teno, cujo material viajou 95 km para chegar ao vale central do Chile. O mais novo vulcão, Volcán Peteroa, consiste de aberturas espalhadas entre Azufre e Planchón. O Peteroa tem estado ativo na nossa era com uma pequena cratera fumegante. As erupções do complexo Planchón-Peteroa foram predominantemente explosivas, mas lava só apareceu em 1837 e 1937.
Relatórios do Chile indicam que, a atividade do Planchón-Pteroa está aumentando e o vulcão está se tornando mais explosivo. No dia 4 de setembro um avião da Força Aérea argentina encontrou “uma coluna de gás e cinzas alcançando até dois quilômetros de altitude” etambém registrou uma área afetada pela queda de cinzas em uma área de 120 quilômetros quadrados em torno do vulcão.
Pesquisadores encontraram duas espécies de rãs da África e uma salamandra do México que se acreditavam extintas, informou nessa quarta-feira a Conservation International, organização de defesa da biodiversidade.
A descoberta foi realizada por pesquisadores enviados a locais isolados do planeta com o objetivo de determinar a situação de uma centena de espécies de anfíbios declaradas desaparecidas há dezenas de anos.
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Chiropterotriton mosaueri.
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Uma das três espécies encontradas é uma salamandra (Chiropterotriton mosaueri) que não se observava desde 1941. Vários indivíduos foram observados em uma gruta do Estado de Hidalgo, no México.
Outra descoberta ocorreu na Costa do Marfim, onde os pesquisadores encontraram uma pequena rã marrom (Hyperolius nimbae) que não era observada desde 1967.
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Hyperolius nimbae.
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A terceira espécie, uma rã marrom com manchas verdes, quase fluorescentes (Hyperolius sankuruensis), foi observada na República Democrática do Congo, algo que não ocorria há 30 anos.
Girassol fossilizado, Foto: Barreda, Revista Science.
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Um fóssil muito bem preservado de uma flor de 45 milhões de anos atrás, parente ancestral do girassol e da margarida, foi encontrado na Argentina pela equipe de investigadores liderada Viviana Barreda, do Museu de Ciências Naturais Bernardino Rivadávia, de Buenos Aires. A descoberta de uma flor fóssil encontrada em terreno fossilizado na região da Patagônia Argentina, da família de girassóis, margaridas e dentes de leão sugere que os girassóis possam ter florescido pela primeira vez na América do Sul.
Fósseis da família Asteraceae, ou Aster, são difíceis de serem encontrados e a maioria é formada apenas por grãos de pólen. No entanto, esses cientistas argentinos encontraram um fóssil com duas inflorescências primitivas que apresentavam algumas características da família aster. Os pesquisadores argentinos teorizam que uma reserva ancestral da família Asteraceae surgiu no super-continente Gondwana antes que fosse dividido nos atuais continentes que formam a América do Sul, a África, a Índia e a Austrália.
A botânica Liliana Katinas disse que pesquisadores vêm tentando determinar o lugar de origem dessa família. Um fóssil encontrado em 2002 na região da Patagônia argentina apontou para a possibilidade de que as flores tivessem evoluído primeiro na América do Sul.
“Se alguém fosse dizer onde está a origem dessa família, eu diria que está na América do Sul… na Patagônia“, disse Katinas. A cientista trabalha no Conselho Nacional para Pesquisa Científica e Técnica da Argentina e faz parte da equipe que vem estudando o fóssil nos últimos dois anos. “Nós encontramos uma inflorescência cujo pólen – depois da análise de especialistas do grupo – está na base da árvore evolutiva. E onde encontramos ela? Encontramos na Patagônia, na América do Sul“, disse.
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Menina soprando um dente-de-leão. Fotografia, autor desconhecido.
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As belas margaridas cultivadas, crisântemos e girassóis, assim como as alfaces, alcachofras, e o estragão estão entre a espécie que inclui também 23 mil outras espécies silvestres, compondo a família do girassol, também conhecida como Compositae ou Asteraceae. Hoje, os membros da família são encontrados em todos os continentes exceto a Antártida, especialmente nas zonas temperadas ou mais elevadas dos trópicos. Na época dessas plantas fossilizadas a Patagônia provavelmente gozava de um clima ameno e úmido hospitaleiro para flores, permitindo a evolução de muitas variedades.
“Finalmente, há claras evidências através de um grande fóssil da família do girassol, numa fase anterior à sua diversificação, exatamente onde tinha sido levantada a hipótese de sua origem“, disse o biólogo Tod Stuessy da Universidade da Áustria de Viena, em um comentário que acompanha o estudo. “Mesmo que seja aceita a origem do girassol na América do Sul, ainda não está claro como a família rapidamente colonizou todo o planeta e adquiriu tremenda diversidade.”
Agora o desafio é pesquisar como essa família de flores conseguiu se espalhar para o mundo todo, com exceção da Antártida.
Um bloco gigante de gelo medindo 260 km² se soltou de uma geleira na Groenlândia, segundo disseram nesta sexta-feira cientistas da Universidade de Delaware, nos Estados Unidos. O bloco se separou da geleira Petermann, na costa noroeste da Groenlândia, a cerca de 1.000 km ao sul do Pólo Norte. Um pesquisado do Serviço Canadense de Gelo detectou a separação do gelo a partir de imagens do satélite da Nasa tomadas na quinta-feira passada, dia 5 de agosto. Essas imagens mostraram que a geleira de Petermann perdeu cerca de um quarto ao longo dos seus 70 km de plataforma de gelo flutuante.
Esse iceberg é quatro vezes maior do que a ilha de Manhattan, em Nova York, ou em termos de Brasil, o equivalente ao município de Florianópolis. E ele tem a altura correspondente a metade da altura do edifício Empire State, em Nova York, ou para nós, a altura do Morro da Urca, vizinho de Pão de Açucar no Rio de Janeiro. Este é o maior iceberg a se formar no Ártico desde 1962, segundo o professor Andréas Muenchow da Universidade de Delaware.
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O gelo poderá agora ficar congelado onde está durante o inverno ou seguir pelas águas entre a Groenlândia e o Canadá. Se o iceberg seguir rumo ao sul, poderá interferir em rotas de navegação, segundo Muenchow.
Alguns cientistas já haviam observado rachaduras na geleira de Petermann no ano passado e esperavam que um bloco se soltasse em breve, formando um iceberg. Segundo o professor, um pesquisador do Serviço de Gelo Canadense detectou o bloco se soltando na quinta-feira a partir de imagens de um satélite da Nasa, a agência espacial americana. As imagens mostravam que a geleira perdeu cerca de um quarto de seus 70 km.
Há água fresca suficiente no iceberg para “manter todas as torneiras públicas dos Estados Unidos com água corrente durante 120 dias”, disse Muenchow, que acredita estar claro que o evento foi causado pelo aquecimento global.
Os primeiros seis meses de 2010 foram os mais quentes no planeta desde que começaram os registros das temperaturas, em 1850. Milhares de icebergs se formam na Groenlândia todos os anos, mas eles raramente são tão grandes.
Uma pesquisa coordenada pela Universidade de São Paulo (USP) sugere a plantação de macaúbas como uma forma rentável de preservar a reserva ambiental. As primeiras experiências estão sendo realizadas a oeste do estado de São Paulo, na região do Pontal do Paranapanema.
Lá o fruto da macaúba, uma palmeira nativa da região que chega a produzir até dez vezes mais óleo do que a soja por hectare, está sendo considerada como uma opção viável para a produção de biodiesel. Por causa de grande potencialidade de produção de óleo, a macaúba foi a espécie foi escolhida para recuperar áreas degradas de pastagem e prover o sustento das famílias da região.
“O objetivo de nossa pesquisa é construir um sistema de produção agrícola em que a gente tenha uma espécie de carro-chefe para produzir energia”, explica o professor Paulo Kageyama, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq-USP). Isso seria além de outros produtos que garantiriam o sustento do produtor. Pelo projeto, a macaúba deve ser cultivada em conjunto com outras espécies, algumas alimentícias, que darão retorno financeiro e alimentício, mais imediato aos produtores. Esse processo auxilia o produtor a se estabelecer e a sobreviver no período de crescimento das palmeiras. Estas levam cerca de cinco anos até darem os primeiros frutos. “É uma agricultura associando árvore com arbusto e espécies agrícolas, principalmente frutíferas tropicais“, ressalta Kageyama.
Tudo indica que este modelo de plantio poderia ser aplicado a outras regiões do Brasil com espécies naturais de outras regiões. Um exemplo seria a palmeira do dendê. A conciliação entre a preservação e a produtividade é o melhor caminho para conservação da biodiversidade.
No início deste ano, a Der Spiegel, publicou um excelente artigo de Andrea Reidl sobre bicicletas de bambu. Guardei-o e nada melhor do que este momento de Copa do Mundo, com os nossos olhares no continente africano e hoje me lembrei do assunto.
Bicicletas de fibra de carbono e de alumínio estão definitivamente entre os itens do passado. Hoje o melhor modelo manufaturado vem mais leve, mais forte, mais confortável e deixa uma pegada de carbono muito menor para um modo de transporte que está entre os mais desejados na preservação do meio ambiente.
Até hoje, o mais conhecido construtor de bicicletas de bambu is Craig Calfee, que mantém sua oficina na costa californiana. Suas bicicletas têm um desenho fenomenal e dependem da produção de uma gramínea: o bambu. Mas ele não é o único. Hoje bicicletas de bambu são produzidas em muitos países africanos com bastante sucesso.
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A bicicleta Calfee.
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Craig Calfee é em parte responsável pela própria competição, já que foi em Gana que fundou o Projeto Bamboosero, — que é um projeto com apoio parcial do Instituto da Terra da Universidade de Columbia, que tem como objetivo ensinar os ganenses a construírem uma bicicleta de bambu, e mais tarde até, quem sabe, abrirem uma pequena fábrica de bicicletas. A facilidade do projeto está nos insumos. O material é simples: bambu, que é encontrado em todos os continentes, no mundo inteiro, abundante. Ele precisa ser curtido por quatro meses antes de ser usado na fabricação das bicicletas; e como liga, fibras de cânhamo embebidas em resina são usadas para amarrar os tubos de bambu. Mas o sucesso está também na eficiência, o bambu é leve e extremamente resistente.
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Bicicleta de bambu, detalhe.
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Craig Calfee já construía bicicletas antes de desenvolver o modelo de bambu. Era já bastante conhecido por ter desenvolvido bicicletas de fibra de carbono para os maiores ciclistas do mundo. Procurando por algo novo descobriu o bambu.
Além de ser um elemento encontrado universalmente, além de ser bom para o meio-ambiente, de ser barato, de ser de fácil manuseio, o bambu, ou melhor, a armação de uma bicicleta em bambu absorve a vibração do movimento de maneira ainda mais suave do que a que é feita de fibra de carbono. E é mais resistente a qualquer impacto do que as bicicletas tradicionais demonstrando muito maior resistência à quebra, fatores confirmados em testes científicos na EFBe, na Alemanha.
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Bicicleta de vime.
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Há algumas outras vantagens que a armação de bambu tem sobre qualquer outra, entre elas, a relativa facilidade com que pode ser manufaturada em países em desenvolvimento, porque o material usado, o bambu, cresce praticamente ao lado de qualquer tipo de grupo de manufatura. Além disso, bicicletas são um importante meio de transporte nas sociedades em desenvolvimento que abrange toda a população: crianças indo para a escola; a ida para o trabalho ou para o mercado dos adultos de uma família; o transporte de pequenas cargas.
Depois do sucesso do projeto em Gana, que começou em fevereiro de 2008, outros países começam a receber incentivos semelhantes do Bamboosero: Uganda, Libéria, Nova Zelândia e Filipinas.
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Bicicletas de material natural em Gana.
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Craig Calfee não é o único trabalhando em solo americano com o desenvolvimento de modelos de bicicletas de bambu. Nick Frey, que é um engenheiro e ciclista passou dois anos desenvolvendo o seu modelo de bicicleta de bambu para, com outros quatro engenheiros, formar a companhia de bicletas de bambu chamada Sol Cycles, na cidade de Princeton, NJ. Logo depois deslocou-se para o estado do Colorado onde fundou a companhia Boo Bicycles que também se especializa em bicicletas de bambu. Há outros nessa competição de bicicletas de bambu: Daedalus em Portland, no estado de Oregon, que constrói esse tipo de bicleta desde 2005.
E é claro há os competidores de outros lugares do mundo. Na Dinamarca a firma Biomega já constrói um tipo de bicicleta com excelente design enquanto em Berlim, na Alemanha, a Universidade Técnica desenvolve as bicicletas Berlin Bamboo Bikes. A pesquisa do engenheiro alemão Nicolas Meyer, de Osnabruck na Baixa Saxônia, deu um passo a frente manufaturando bicicletas de fibra de cânhamo, que levam o rótulo de sua companhia a Onyx Composites, que se especializa em projetos de construção leve que usem matéria prima sustentável.
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Manufatura de uma bicicleta de bambu em Gana.
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Para um projeto de bicicletas usadas na corrida de triatlo sua bicicleta tem uma combinação de bambu e cânhamo. Essa mistura de duas diferentes fontes de matéria prima combina 60% de cânhamo com 15% de bambu e o resto de fibra de carbono e alumínio.
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O produto final em Gana.
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Mas a grande vantagem, no momento, dessas bicicletas está explícito no pequeno vídeo de Calfee, que mostro abaixo, que é além da praticidade de transporte e da preservação do meio ambiente, é o número de empregos que uma pequena companhia de construção de bicicletas de bambu pode criar. Empregos que certamente podem levar a um crescimento econômico mais estável e sustentável.
Animaris Rhinoceros Transport é uma espécie de animal com um corpo formado por um esqueleto de aço e pele de poliéster. Sua aparência é arenosa, como se fosse coberto de areia. Pesa 2 toneladas e 4,70 m de altura. É a sua altura que permite que a força do vento o coloque em movimento. Este animal é parte do projeto Strandbeest que o escultor holandês Theo Jansen começou em 1990. Parte do projeto é uma loja-on-line onde Jansen vende vídeos e manuais de instrução.
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Theo Jansen nasceu em Haia, na Holanda, em 1948. Escultor-engenheiro, um artista do meio-ambiente, Jansen pensa o espaço de uma forma diferente da tradicional. Ficou conhecido por criar esta “realidade paralela” este mundo cinético, habitado por animais e plantas que são maravilhosos projetos de engenharia e se movem com a graça do vento ou à água. Para ele a diferença entre a engenharia e a arte está mesmo é na cabeça de quem vê. Talvez a coisa mais impressionante de seus trabalhos seja a delicadeza do movimento dessas criaturas gigantescas: monstros benevolentes e dóceis.
Dois filhotes de suricates são vistos no zoo de Chester, norte da Inglaterra. Os animais, com três semanas de idade, foram apresentados ao público pela primeira vez.