Gato pensa? — poesia de Ferreira Gullar

13 10 2018

 

 

gatinho travessoDesconheço a autoria dessa ilustração.

 

 

 

Gato pensa?

 

Ferreira Gullar

 

Dizem que gato não pensa

mas é difícil de crer.

Já que ele também não fala

como é que se vai saber?

 

A verdade é que o Gatinho

quando mija na almofada

vai depressa se esconder:

sabe que fez coisa errada.

 

E se a comida está quente,

ele, antes de comer,

muito calculadamente

toca com a pata pra ver.

 

Só quando a temperatura

da comida está normal

vem ele e come afinal.

 

E você pode explicar

como é que ele sabia

que ela ia esfriar?

 

 





Natureza maravilhosa: galinha polonesa de topete

8 10 2018

 

 

 

galinha polonesa de topeteGalinha polonesa de topete, foto: cynoclub/Shutterstock

 

 

A galinha polonesa de topete é uma raça europeia de galinhas com crista, conhecida por sua notável crista de penas. Os relatos mais antigos dessas aves vêm da Holanda; mas suas origens exatas são desconhecidas. Elas são adornados com grandes cristas que quase cobrem a totalidade da cabeça.

 

Polonesa_Dourada_Galinha_Ornamental_Fazenda_Visconde_012

 

Esta crista limita sua visão e, como resultado, pode afetar seu temperamento. Assim, embora normalmente mansas, elas podem ser tímidas e se amedrontam com facilidade.

São criadas principalmente como aves de exibição, mas originalmente eram criadas para a produção de ovos de consumo, que são ovos brancos. Há galinhas dessa variedade barbudas, sem barba e com penas crespas.

 

Polonesa_Preta_de_Topete_Branco_Galinha_Ornamental_Fazenda_Visconde_003

 

Seu porte é médio.  Machos podem atingir a altura de 45 cm e pesar 2,5 Kg.  Fêmeas chegam a 40 cm  de altura e aos 2 Kg. Cada animal coloca põe cerca de 150 ovos por ano.





O mundo animal de Sir Alfred James Munnings

29 09 2018

 

Munnings, Alfred James, 1878-1959; Pigs at Great Thurlow, SuffolkPorcos em  Great Thurlow

Sir Alfred James Munnings (GB, 1878-1959)

Oleo sobre tela

The Munnings Art Museum, Dedham, Essex

 

 

_Sir_Alfred_James_Munnings_-_The_Plough_in_Early_SpringO arado no inicio da primavera

Sir Alfred James Munnings (GB, 1878-1959)

Óleo sobre tela

 

 

Munnings, Alfred James, 1878-1959; Sunny JuneDia de sol em junho

Sir Alfred James Munnings (GB, 1878-1959)

Oleo sobre tela

Norfolk Museums

 

 

dairy cows by a stream By Sir Alfred James MunningsVacas leiteiras no riacho

Sir Alfred James Munnings (GB, 1878-1959)

Óleo sobre tela

 

 

Sir Alfred James Munnings (GB, 1878-1959) um cacador com seus cachorrosCaçador com seus cachorros

Sir Alfred James Munnings (GB, 1878-1959)

Oleo sobre tela, 52 x 57 cm

 

 

Sir Alfred James Munnings (GB, 1878-1959), chamberlain e irmãA caminho do encontro equestre, Capitão F. G. Chamberlin e sua irmã, 1907

Sir Alfred James Munnings (GB, 1878-1959)

óleo sobre tela, 127 x 167 cm

 

 

herdsman and cattle, a. james munningsPastor com suas vacas

Sir Alfred James Munnings (GB, 1878-1959)

Óleo sobre tela, 100  x 120cm

 

 

atravessando o rioAtravessando o rio

Sir Alfred James Munnings (GB, 1878-1959)

Óleo sobre tela, 76 x 61 cm

 

 

porcos no bosquePorcos no bosque

Sir Alfred James Munnings (GB, 1878-1959)

Oleo sobre tela, 52 x 57 cm

 

 

larkLark III, a red setter

Sir Alfred James Munnings (GB, 1878-1959)

óleo sobre tela,  44 x 44 cm

 

 

égua e potroÉgua e potro

Sir Alfred James Munnings (GB, 1878-1959)

óleo sobre tela, 63 x 76 cm

 

 

na beira da feira aquarelaÀ margem da feira

Sir Alfred James Munnings (GB, 1878-1959)

Aquarela sobre papel,  20 x 27 cm

 

 

MAragaretta Park retratoRetrato da Sra. Margaretta Park Frews em montaria

Sir Alfred James Munnings (GB, 1878-1959)

óleo sobre tela, 76 x 76 cm

 

um ponei e burricosUm Pônei e burricos, 1904

Sir Alfred James Munnings (GB, 1878-1959)

Oleo sobre tela, 51 x 61 cm

caladores e houndsCaçadores e cães de caça, 1922

Sir Alfred James Munnings (GB, 1878-1959)

Litografia policromada,  44 x 52 cm





“Coração”, poesia de Guilherme de Almeida

11 09 2018

 

 

castelo de cartas, jb longCastelo de cartas, ilustração de H. B. Long.

 

 

 

Coração

 

Guilherme de Almeida

 

 

Lembrança, quanta lembrança
Dos tempos que já lá vão!
Minha vida de criança,
Minha bolha de sabão!

Infância, que sorte cega,
Que ventania cruel,
Que enxurrada te carrega,
Meu barquinho de papel?

Como vais, como te apartas,
E que sozinho que estou!
Ó meu castelo de cartas,
Quem foi que te derrubou?

Tudo muda, tudo passa
Neste mundo de ilusão;
Vai para o céu a fumaça,
Fica na terra o carvão.

Mas sempre, sem que te iludas,
Cantando num mesmo tom,
Só tu, coração, não mudas,
Porque és puro e porque és bom!





Dez anos de blog Peregrina Cultural!

24 07 2018

 

 

aniversario vovo donalda, disneyVovó Donalda faz anos, ilustração Walt Disney.

 

Em meados de junho de 2008, ainda sem grande comprometimento, comecei o Peregrina Cultural.  Minha intenção era, e ainda é, levar ao conhecimento de um público maior, para além de especialistas, imagens da arte brasileira.  Naquela época havia pouco, muito pouco na internet, de graça, que cobrisse este aspecto.  Não havia um banco de imagens da arte brasileira em geral. E certamente muito pouco da arte chamada acadêmica.  Quis trazer ao público também parte do que havia sido descartado dos textos educacionais do passado que pudessem ser utilizados por educadores em escolas através do país.  Textos das antologias dos anos 40, 50, 60, 70 eram muito mais ricos em vocabulário, mais literários do que os que alunos leem hoje, infelizmente. E parece que acertei quando mostrei isso aos professores contemporâneos.  Nem todos, mas muitos sentiram essa necessidade.

Tive muito, muito sucesso.  De verdade.  Mais sucesso do que esperava e alguns dos meus textos (assinados por mim) foram liberados para uso nas escolas de vários estados do Brasil, Rio Grande do Sul tomando a liderança neste quesito.

Aos poucos a internet no Brasil mudou de perfil.  Mais pessoas se interessaram em compartilhar conhecimento. E com isso comecei a me dedicar mais a resenhas literárias e obras de arte, do que em trazer novidades arqueológicas, de pesquisa histórica ou curiosidades científicas porque outros blogs de muito sucesso preenchiam esta lacuna.  Muitos deles com mais de uma pessoa no gerenciamento.  Poucos descobrem que há uma única pessoa por trás de todas as postagens da Peregrina.  Manter-me como única contribuinte ajudou a dar consistência e sobretudo manutenção contínua.

Em dez anos este lugar se tornou meu canto de reflexões.  É um passatempo, um lugar para onde venho quando fujo da realidade. Construo-o tijolo por tijolo, nos dias bons e nos não tão bons.  É um prazer.  É também um prazer ter tido neste período (desde que comecei a contar) mais de 10.000.000 de visitantes, e ter mais de 3.000 seguidores.

Mantive o mesmo arranjo através dos anos, com uma foto de pescadores na praia de Copacabana no topo, porque é assim que me sinto, pescando e compartilhando imagens e ideias.  Escrevo pouco sobre minha vida.  Gostaria de fazer mais, mas há melhores escritores de blogues por aí.  Ocasionalmente sou tomada por uma lembrança ou uma experiência que desejo mostrar ao mundo.  Pago ao WordPress para não ter anúncios, é um luxo que me dou para manter o foco no que posto.

Devo muito ao incentivo que recebi dos meus leitores, que são uns poucos milhares por dia.  Mas já é bastante, muito mais do que um dia sonhei.  Agradeço também a todos que comentam, que  levam as postagens para outros blogs.  Acredito que conhecimento é para ser dividido.  Enfim, se não fosse por minha amiga Lígia Guedes, do blog Nós Todos Lemos, que me alertou a necessária comemoração, eu provavelmente não o teria feito.  Sei que blogs andam mudando, que o Instagram está tomando o lugar deles, mas aqui ainda é um lugar onde muitos vêm procurar informações e enquanto puder mantê-lo o farei. Entrar aqui e postar é um hábito, como para muitos é tomar um drinque, ler o jornal, tirar uma soneca após o almoço.

Muito obrigada pelo apoio, pelas visitas, pelas ideias, pelo carinho de todos vocês!
E vamos em frente.

 

 





Cidades do Brasil que mais leem

24 07 2018

 

 

Amaury 2Amaury Menezes,(Brasil, 1930) goiania,1992Goiania, 1992

Amaury Menezes (Brasil, 1930)

 

 

O jornal O GLOBO de hoje, (24-07-2018) publicou resultados interessantíssimos sobre a apreciação e o acesso à cultura no país, em artigo de Matheus Pichonelli.  Nessa pesquisa foram considerados itens como leitura, ida ao cinema, ida ao teatro, a concertos de música clássica, a shows e a galeria de artes.

Todos os itens são do interesse deste blog carioca.  Mas a leitura é de principal relevância porque a leitura é a base de conhecimento que depois de adquirido, qualquer que seja, abre portas para outros aspectos culturais.

Surpreendentemente Salvador, na Bahia, é a cidade que mais lê no Brasil.  Seguida por São Paulo e Rio de Janeiro, nesta ordem.  No entanto, a cidade brasileira que apresenta maior interesse em todas as diferentes formas de expressão cultural é Belo Horizonte, ou seja a cidade com nível de interesse mais equilibrado entre os interesses culturais.

A cidade que menos lê, mas a mais foliona de todas é Recife.  Sobre a folia de Carnaval, outro item surpreendente: no Rio de Janeiro a festa favorita é São João.  Só 21% dos cariocas são apreciadores do Carnaval.  De fato, o Carnaval não é tão popular quanto se imagina, praticamente no país inteiro, ainda que seja muito mencionado como festa favorita em Recife.

 

Link: O GLOBO,

 





Flores para um sábado perfeito!

21 07 2018

 

 

Marysia Portinari (1937)Vaso de flores,Óleo sobre tela50 x 70 cmVaso de flores

Marysia Portinari (Brasil, 1937)

óleo sobre tela, 50 x 70 cm





“Jacinto”, texto de Eça de Queirós

16 07 2018

 

 

8547f88f72ecad7dc93a8994f80218bcFotografia de jovem desconhecido, século XIX.

 

Jacinto

 

Eça de Queirós ou Eça de Queiroz

 

Este delicioso Jacinto fizera então vinte e três anos, e era um soberbo moço em quem reaparecera a força dos velhos Jacintos rurais. Só pelo nariz, afilado, com narinas quase transparentes, duma mobilidade inquieta, como se andasse fariscando perfumes, pertencia às delicadezas do século XIX. O cabelo ainda se conservava, ao modo das eras rudes, crespo e quase lanígero; e o bigode, como o dum Celta. ca[ia em fios sedosos, que ele necessitava aparar e frisar. Todo o seu fato, as espessas gravatas de cetim escuro que uma pérola prendia, as luvas de anta branca, o verniz das botas, vinham de Londres em caixotes de cedro; e usava sempre ao peito uma flor, não natural, mas composta destramente pela sua ramalheteira com pétalas de flores dessemelhantes, cravo, azaléa, orquídea ou tulipa. fundidas numa mesma haste entre uma leve folhagem de funcho.”

 

[Exemplo de Retratos Descritivos]

Em: Flor do Lácio, [antologia]  Cleófano Lopes de Oliveira, São Paulo, Saraiva: 1964; 7ª edição. (Explicação de textos e Guia de Composição Literária para uso dos cursos normais e secundário) p. 74.





Na boca do povo: escolha de provérbio popular

28 05 2018

 

 

 

briga 4Ilustração de Frances Tipton Hunter (EUA, 1896-1957).

 

 

“O covarde morre mil vezes, o valente uma.”




Hoje é dia de feira: frutas e legumes frescos!

16 05 2018

 

 

 

BURLE MARX, Roberto,Moringa e Legumes Sobre Mesa,óleo stela, 1938 61 x 74 cmMoringa e legumes sobre mesa, 1938

Roberto Burle Marx (Brasil, 1909 – 1994)

óleo sobre tela, 61 x 74 cm