Ilustração de Auguste Vimar (1851-1916)
A rã e o touro
Fábula de Esopo
Olavo Bilac
Pastava um touro enorme e forte, à beira d’água.
Vendo-o tão grande, a rã, cheia de inveja e mágoa,
Disse: “Por que razão hei de ser tão pequena,
Que os outros animais só faça nojo e pena?
Vamos! quero ser grande! Incharei tanto, tanto,
Que imensa, causarei às outras rãs espanto!”
Pôs-se a comer e a inchar. E inchava, inchava, inchava!…
Mas em vão! Tanto inchou que num tremendo estouro
Rebentou e morreu, sem ficar como um touro.
Essa tola ambição da rã que quer ser forte
Muitos homens conduz ao desespero e à morte.
Gente pobre, invejando a gente que é mais rica,
Quer como ela gastar, e inda mais pobre fica:
— Gasta tudo que tem, o que não tem consome,
E, por querer ter mais, vem a morrer de fome.
Em: Poesias infantis, Olavo Bilac, Rio de Janeiro, Francisco Alves: 1949, pp 127-8
O pior que a maioria do ser humano faz paralelo com este conto!!!
Pra você ver. Esopo, que escreveu esta fábula… Nasceu 600 anos antes da Era Comum. E já tinha este problema. Suas fábulas foram reescritas por dezenas e dezenas de escritores e poetas através dos séculos! La Fontaine, Monteiro Lobato, Bilac… e as pessoas continuam as mesmas! Não tem jeito não. É do ser humano.
[…] via A rã e o touro, Olavo Bilac — Peregrinacultural’s Weblog […]