Rubens Bustamante Sá (Brasil, 1907-1988)
óleo sobre tela, 46 x 56 cm
Domingo
Olavo Bilac
Domingo… Os sinos repicam
Na igreja, constantemente,
E todas as ruas ficam
Alegres, cheias de gente.
Todo um dia de ventura…
Como o domingo seduz!
O homem, cansado, procura
Ter paz, ter ar, e ter luz.
Paradas e sem trabalho,
Dormem na roça as enxadas;
Dormem a bigorna e o malho
Nas oficinas fechadas.
Também, meninos cansados,
Os vossos livro deixai!
Deixai lições e ditados!
Dormi! Sorride! Cantai!
Fechem-se as aulas! E o bando
Ruidoso das criancinhas
Livre se espalhe, voando,
Como um bando de andorinhas!
Deus, quando o mundo fazia,
Sete dias trabalhou,
E ao fim do sétimo dia
Do trabalho descansou…
Em: Poesias infantis, Olavo Bilac, Rio de Janeiro, Francisco Alves: 1949, 17 ª edição, pp- 47-8.
Essa poesia me lembra as pequenas cidades do interior de Pernambuco por onde passei. Uma calma, uma paz. E os sinos dando as horas para os fiéis.
Sim, acredito que muitos de nós têm lembranças semelhantes…