Domingo, poesia de Olavo Bilac

31 01 2016

 

 

BUSTAMANTE SÁ, Rubens Forte (1907 - 1988) - Figuras no cotidiano, o.s.t. - 46 x 56 cm.Figuras no cotidiano

Rubens Bustamante Sá (Brasil, 1907-1988)

óleo sobre tela, 46 x 56 cm

 

 

Domingo

 

Olavo Bilac

 

 

Domingo… Os sinos repicam

Na igreja, constantemente,

E todas as ruas ficam

Alegres, cheias de gente.

 

Todo um dia de ventura…

Como o domingo seduz!

O homem, cansado, procura

Ter paz, ter ar, e ter luz.

 

Paradas e sem trabalho,

Dormem na roça as enxadas;

Dormem a bigorna e o malho

Nas oficinas fechadas.

 

Também, meninos cansados,

Os vossos livro deixai!

Deixai lições e ditados!

Dormi! Sorride! Cantai!

 

Fechem-se as aulas! E o bando

Ruidoso das criancinhas

Livre se espalhe, voando,

Como um bando de andorinhas!

 

Deus, quando o mundo fazia,

Sete dias trabalhou,

E ao fim do sétimo dia

Do trabalho descansou…

 

 

Em: Poesias infantis, Olavo Bilac, Rio de Janeiro, Francisco Alves: 1949, 17 ª edição, pp- 47-8.


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2 responses

31 01 2016
Francis

Essa poesia me lembra as pequenas cidades do interior de Pernambuco por onde passei. Uma calma, uma paz. E os sinos dando as horas para os fiéis.

1 02 2016
peregrinacultural

Sim, acredito que muitos de nós têm lembranças semelhantes…

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