Paisagem com rio e baía ao fundo, 1835-40
Joseph Mallord William Turner (GB, 1775-1851)
óleo sobre tela, 93 x 123 cm
Museu do Louvre, Paris
♦ Vive? Pseudônimo, isolado numa casa de Chelsea, domínio da desordem e da poeira. O irmão de Ruskin refere que nunca viu nada tão impressionante “desde Pompéia”.
♦ Ignoram-no os acadêmicos ou não. Entre sábado e segunda-feira eclipsa-se na periferia londrina, instala-se nos bordéis: decifrará ou não o enigma do sexo, suas cores mordentes?
♦ Habita, familiar, a faixa do relâmpago, as ruínas do maremoto, a chama extinta, o reino das ondas giróvagas, o balanço dos navios correlativos, a fantasmagoria de Veneza que dorme esquecida em si própria, auto-espectra, a subversão da luz. Não “representa” coisa alguma. O pincel clandestino precede a marcha do impressionismo.
♦ É William Turner. A luz interna e a luz externa conjugam-se no seu quadro, onde a manhã anoitece.
1973
Em: Transístor, Murilo Mendes, Rio de Janeiro, Nova Fronteira: 1980, p. 217.