A cantiga que cantavas, poesia infantil de Tasso da Silveira

8 01 2013

musica no jardim, 1918Ilustração publicada em 1918.

A cantiga que cantavas

Tasso da Silveira

A cantiga que cantavas

não tinha acompanhamento

nem de nenhum instrumento

nem de outra voz, nem de vento,

nem de água em murmúrio vão.

Subia pura na noite.

Subia serenamente

fresca, simples, inocente,

para os astros, para a lua,

no seio da solidão.

Afora o canto que entoavas,

tudo era recolhimento

no vasto e perdido mundo.

Tudo era êxtase profundo.

Ao teu canto claro e lento,

tudo era deslumbramento.

Não havia voz de vento,

nem água em murmúrio vão.

Teu canto, no vasto mundo,

não tinha acompanhamento.

Em: Antologia de poemas para a infância, vários autores, Rio de Janeiro, Ediouro:2004

Tasso Azevedo da Silveira ( Brasil, 1895 – 1968) advogado e  escritor. Um dos fundadores da Revista Fanal que circulou de 1911 a 1913.  Pertenceu ao movimento de vanguarda literária no Paraná.

Obras:

A igreja silenciosa, 1911

Fio d’água, poesia, 1918

A alma heróica dos homens, poesia, 1924

Alegria criadora: 1922-1925, ensaios, 1928

As imagens acesas, poesia, 1928

Alegorias do homem novo

Canto do Cristo do Corcovado, poesia, 1931

Canto absoluto, 1940

Discurso ao povo infiel

Cantos do campo de batalha, poesia, 1945

Contemplação do eterno, poesia, 1952

Canções a Curitiba, poesia, 1955

Puro canto, poesia, 1956

Regresso à origem, poesia, 1960

Poemas de antes, poesia, s/d

As mãos e o espírito, teatro, 1957


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2 responses

9 01 2013
Avatar de Mf Moraes Rodrigues Mf Moraes Rodrigues

Olá querida, boa noite, sabe que não resisto as publicações dos autores de temas infantis. Amei, é linda e traz serenidade.
Afetuoso abraço.

9 01 2013
Avatar de peregrinacultural peregrinacultural

Também achei essa poesia, que não conhecia até umas semanas atrás, muito linda. Foi bom ver que temos esse gosto em comum. Um beijinho,

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