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Ilustração publicada em 1918.
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A cantiga que cantavas
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Tasso da Silveira
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A cantiga que cantavas
não tinha acompanhamento
nem de nenhum instrumento
nem de outra voz, nem de vento,
nem de água em murmúrio vão.
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Subia pura na noite.
Subia serenamente
fresca, simples, inocente,
para os astros, para a lua,
no seio da solidão.
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Afora o canto que entoavas,
tudo era recolhimento
no vasto e perdido mundo.
Tudo era êxtase profundo.
Ao teu canto claro e lento,
tudo era deslumbramento.
Não havia voz de vento,
nem água em murmúrio vão.
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Teu canto, no vasto mundo,
não tinha acompanhamento.
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Em: Antologia de poemas para a infância, vários autores, Rio de Janeiro, Ediouro:2004
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Tasso Azevedo da Silveira ( Brasil, 1895 – 1968) advogado e escritor. Um dos fundadores da Revista Fanal que circulou de 1911 a 1913. Pertenceu ao movimento de vanguarda literária no Paraná.
Obras:
A igreja silenciosa, 1911
Fio d’água, poesia, 1918
A alma heróica dos homens, poesia, 1924
Alegria criadora: 1922-1925, ensaios, 1928
As imagens acesas, poesia, 1928
Alegorias do homem novo
Canto do Cristo do Corcovado, poesia, 1931
Canto absoluto, 1940
Discurso ao povo infiel
Cantos do campo de batalha, poesia, 1945
Contemplação do eterno, poesia, 1952
Canções a Curitiba, poesia, 1955
Puro canto, poesia, 1956
Regresso à origem, poesia, 1960
Poemas de antes, poesia, s/d
As mãos e o espírito, teatro, 1957





Olá querida, boa noite, sabe que não resisto as publicações dos autores de temas infantis. Amei, é linda e traz serenidade.
Afetuoso abraço.
Também achei essa poesia, que não conhecia até umas semanas atrás, muito linda. Foi bom ver que temos esse gosto em comum. Um beijinho,