–
–
Auguste Toulmouche (França, 1829-1890)
óleo sobre tela, 63 x 47 cm
–
Soneto da quarta-feira de cinzas
–
Vinícius de Moraes
–
–
Por seres quem me foste, grave e pura
Em tão doce surpresa conquistada
Por seres uma branca criatura
De uma brancura de manhã raiada
–
Por seres de uma rara formosura
Malgrado a vida dura e atormentada
Por seres mais que a simples aventura
E menos que a constante namorada
–
Porque te vi nascer de mim sozinha
Como a noturna flor desabrochada
A fala de amor, talvez perjura
–
Por não te possuir, tendo-te minha
Por só quereres tudo, e eu dar-te nada
Hei de lembrar-te sempre com ternura.






Deixe um comentário