Papai Noel, soneto de Ciro Vieira da Cunha

10 12 2011

Ilustração dos anos 50 do século XX: Papai Noel.

Papai Noel

Ciro Vieira da Cunha

Natal… Natal… meus tempos de menino,

Tempos felizes que não voltam mais…

Missa do galo… repicar do sino…

E a casa pobre dos meus velhos pais…

Natal … a mocidade, o desatino,

Loucos amores, ternos madrigais…

Mulheres que dobraram meu destino

Com seus beijos marcantes e fatais…

Papai Noel! atende ao meu pedido,

Nesta noite de paz e de bonança,

Atende, pelo muito que hei sofrido.

E em meus sapatos põe a caridade

De um pedaço bonito de esperança,

De um farrapo esquecido de saudade…

Em: 232 poetas paulistanos – antologia — Pedro de Alcântara Worms, Rio de Janeiro, Conquista:1968

Ciro Vieira da Cunha, nasceu em São Paulo, SP em 1897.  Usou também o pseudônimo João da Ilha professor, poeta, biógrafo, cronista, jornalista e médico brasileiro.  Faleceu no Rio de Janeiro em 1976.

Obras:

Pontos de Química Fisiológica (com Alberto Moreira), 1918

Contra o alcoolismo, 1920

De como se deve combater o alcoolismo no Brasil, 1922

O Dialeto Brasileiro (tese), 1933

Espera Inútil, poesia, 1933

Oração de Paraninfo, 1937

De Pé, pelo Brasil, 1941

Trovas, 1942

Alguma Poesia, poesia, 1942

Chuva de Rosas, poesia, 1947

No tempo de Paula Nei, prosa, 1959

    O cadete 308, prosa, 1956

No tempo de Patrocínio (2 v.),prosa, 1960

Memórias de um médico da roça, 1965

Arte de colar, 1970

Guia de civismo (com Terezinha Saraiva), 1972


Ações

Information

2 responses

25 12 2018
Avatar de Riomar Melo Riomar Melo

Lindo o soneto,nota mil para o poeta.

2 01 2019
Avatar de peregrinacultural peregrinacultural

Realmente, é muito bom.

Deixar mensagem para peregrinacultural Cancelar resposta