Vênus do espelho, 1650 [Também conhecida como Vênus Rockeby]
Diego Velázquez (Espanha 1599-1660)
Óleo sobre tela, 122,5 x 177 cm
National Gallery, Londres.
Vênus ao espelho
[inspirado num quadro de Velazquez]
Raquel Naveira
Nua,
Reclinada sobre musgo de veludo,
Vênus mira-se ao espelho,
Quadro de cristal polido,
Seguro por Cupido.
Adorna os cabelos com violetas singelas,
Morde maçã
E canela,
Acaricia os seios
Que brilham como luas.
Toda ela é úmida:
Anêmona de primavera,
Espuma marinha,
Rosa encharcada;
A umidade é o princípio que gera
E fecunda
Criaturas nacaradas.
Momento de banho,
De repouso,
De idéia clara;
Contemplar-se
É seu gozo.
Tão atraente,
Tão fora de qualquer limite,
Como vencer essa força dissolvente?
Quem não seria seduzido por ela?
Quem quebraria esse espelho ardente?
Que mortal,
Que divindade defenderia a honra
E a arte?
—
Em: Stella Maia e outros poemas, Campo Grande, MS; Editora UCDB:2001
Raquel Naveira (Campo Grande, MS 1957) Poetisa, ensaísta, graduada em Letras e Direito, professora no Curso de Letras da Universidade Católica Dom Bosco de Campo Grande (MS), mestranda em Comunicação e Letras, na Universidade Presbiteriana Mackienzie (SP), e empresária de turismo (Pousada Dom Aquino, em Campo Grande – MS), Raquel Naveira destaca-se por seu talento e engajamento nas atividades culturais do centro-oeste brasileiro. A escritora tem recebido reconhecimento nacional através de inúmeras premiações e várias indicações para prêmios. Em sua obra, são constantes a religiosidade, o misticismo e os temas épicos.
Obra:
Via Sacra, poesia, 1989
Fonte luminosa, poesia, 1990
Nunca Te-vi, poesia, 1991
Fiandeira, ensaios, 1992
Guerra entre irmãos, poesia, 1993
Canção dos mistérios, poesia, 1994
Sob os cedros do Senhor, poesia, 1994
Abadia, poesia, 1995
Mulher Samaritana, 1996
Maria Madalena, prosa poética, 1996
Caraguatá, poesia, 1996
Pele de jambo, infanto-juvenil, 1996
O arado e a estrela, poesia, 1997
Intimidades transvistas, 1997
Rute e a sogra Noemi, prosa poética, 1998
A casa da Tecla, poesia, 1998
Senhora, poesia, 1999
Stella Maia e outros poemas, 2001
Casa e castelo, poesia, 2002
Maria Egipcíaca, poesia, 2002
Tecelã de tramas: ensaios sobre interdisciplinaridade, ensaios, 2004
Portão de ferro, poesia, 2006
Literatura e Drogas e outros ensaios, crítica literária, 2007
Ai ai…
Beijos celestiais!
ADOREI!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Lígia, você conhece o meu interesse nesse casamento de poesia e arte há tempos… Agora vem a coleção em português, mas aos pouquinhos para não cansar os leitores… Obrigada!
Srta,
Há mais, muito mais… Obrigada pela visita e pelo incentivo
Parabéns pela poética! Abraços alados azuis.
Cara Raquel Naveira; parabéns pela página. Interessou-me a referencia sobre a arte da costura. Minha avó costumava dizer a mesma coisa, quer uma boa costureira se fazia reconhecer pelo avesso dos vestidos que produzia. Como estou escrevendo sobre minha avó e no texto há uma referencia a esse assunto, procurei ler o que escreveu a respeito, mas infelizmente não o aludido encontrei. Creio que me seria de grande utilidade. Em Natal, ao seu dispor.
Franklin Jorge, obrigada pela visita. Sinto desapontá-lo: esta página não é de Raquel Naveira. Seu poema foi simplesmente escolhido por mim, do livro mencionado. Sugiro que faça uma busca mais aprofundada para poder se dirigir diretamente à poeta. Um grande abraço,