Descobertas mini esculturas na Turquia

11 09 2025
Mini esculturas, importante descoberta em Tas Tepe, na Turquia.

 

Parece incrível, não é?  A descoberta, na Turquia, de três mini imagens de bichos – abutre, raposa e javali – são capazes de redirecionar algumas de nossas ideias sobre os primeiros povoados do período neolítico. Arqueólogos concluíram as pequenas esculturas encontradas  e cuidadosamente colocadas dentro de um pequena cuia, por sua vez protegida dentro da grande tigela, que vemos na foto acima, são mais um sinal de que as populações locais, do período neolítico, já estavam organizadas em povoados há 11.500 anos atrás.  Esses animais esculpidos, cuidadosamente preservados pelos próprios habitantes dos local, faziam parte da cultura oral, da história, das lendas, da contação de histórias, fábulas, rituais para sobrevivência. São as esculturas de animais mitológicos mais antigas que se conhece, o que empurra para um período  ainda mais longínquo, o surgimento das primeiras aldeias humanas do neolítico. 

 

Posição em que os objetos foram descobertos dentro dessa grande tigela.

Descoberto no sítio de Karahantepe o grupo de animais, de aproximadamente 3,5 cm de altura, foi encontrado num pequeno recipiente coberto com uma tampa de pedra, dentro de recipiente bem maior, Cada uma dos animais tinha a cabeça colocada dentro de um anel de pedra calcária.  Essa composição, intencionalmente organizada, leva a crer na existência de rituais exercidos pela memória coletiva, onde os anéis de calcário teriam significado específico.  É importante lembrar que até então só imagens em duas dimensões, portanto imóveis, como desenhos em relevo nas pedras, haviam sido encontradas como expressões culturais para grupos humanos vivendo a 11.500 anos.  





O que uma lista de compras de mais de 3.500 anos teria?

31 07 2024
Tablete encontrado com uma lista de compras com escrita cuneiforme. Cortesia do Ministério da Cultura e Turismo da Turquia.

 

 

 

A equipe de limpeza de um terremoto no Monte Aççana, perto da antiga cidade de Alalah, no distrito de  Reyhanlı de Hatay, na Turquia, descobriu um tablete com escrita cuneiforme, pequenino, de mais ou menos 4 x 3 cm, datando do século XV A.C. Pesa só 28 gramas.  Mas a grande curiosidade é podermos ler uma lista de compras daquela época.  

 

 

Monte Aççana, na velha cidade de Alalah. Cortesia do Ministério da Cultura e Turismo da Turquia.

 

O tablete está coberto de inscrições na escrita cuneiforme, na língua acadiana, da antiguidade.  Hoje essa língua é considerada extinta. O acadiano, no entanto, é a mais antiga das línguas semíticas conhecidas, intimamente relacionada tanto ao árabe quanto ao hebraico, assim como aos dialetos da Suméria, da Babilônia e Assíria. A língua foi usada por toda a região da Mesopotâmia durante o reinado da dinastia acadiana, por volta dos anos 2334-2154 A.C.  Essa língua foi decifrada no século XIX,  e seu primeiro dicionário publicado em 1921 por pesquisadores da Universidade de Chicago.

 

 

Foto cortesia do Ministério da Cultura e Turismo da Turquia.

 

A leitura inicial desse tablete mostra uma lista de compras de mobiliário.  Ela inclui diversas mesas de madeira, cadeiras e bancos e também um local para se marcar o que foi comprado e o que foi recebido.  Os pesquisadores ainda estão trabalhando nisso, mas acreditam já acreditam que têm em mãos uma brecha para entender mais sobre a economia do dia a dia da vida na antiguidade, sua estrutura e sistema. Esse é só o início do entendimento da economia de uma sociedade da Idade do Bronze. Esse tablete é um dos mais de quinhentos mil tabletes que foram recuperados de escavações do Iraque ao Egito, à Anatolia [Turquia].  O que existe, recuperado e sem estudo ainda, vai além de todos os documentos que conhecemos do mundo clássico em latim.  O que temos da cultura Acadiana cobre tratados e rica literatura contendo hinos, estudos acadêmicos, documentos legais, letreiros e dedicatórias, além de correspondência comum.  As obras literárias abarcam narrativas tais como o dilúvio bíblico e a obra Épica de Gilgamesh.

 

Artigo baseado na Artnet Newsletter.





Um carpete? Um tapete? Não! É o super mosaico!

27 01 2024
Mosaico de aproximadamente 900 m², o maior mosaico conhecido da Antiguidade está na Turquia.

 

 

Em 2019 o maior mosaico conhecido, da Antiguidade foi aberto ao público.  Não o conheço.  Mas lembrei-me dele porque hoje recebi notícias de amigos que visitam a Turquia.  Não vão ver esse mosaico.  Talvez o interesse em mosaicos da antiguidade não seja tão popular quanto imaginei.   Claro que me lembrei desse belíssimo exemplar.  Ele cobre aproximadamente 900 m² contínuos e estava localizado na cidade de Antióquia, capital do Império Selêucida, que compreendia vasta região dominada anteriormente por Alexandre o Grande. 

Lembro, para os que não trabalham com história que Alexandre, o Grande, morreu sem deixar um sucessor para as terras por ele conquistadas.  Assim, a grande extensão de seu domínio se subdividiu e os generais de seu exército dividiram o colossal domínio, em numerosos territórios, criando fronteiras, abocanhando terras férteis ou de influência geográfica estratégica.  É impressionante como a humanidade é a mesma, apesar de milênios os separarem. 

 

 

 

Antioquia, hoje conhecida como Antaquia na Turquia, era a capital do Império, fundada nos finais do século IV a.C. por Seleuco I Nicátor.  Foi conquistada pelos romanos no ano 63 AC.  Logo se tornou a terceira maior cidade do Império Romano depois de Roma e Alexandria. Estima-se que tenha tido próximo a meio milhão de habitantes.  Para os romanos ela era a porta para o Oriente.

Este grande mosaico foi descoberto em 2010, durante a construção de um hotel. O desenho decorativo é geométrico em círculos decorados em rítmicos desenhos sem repetições.  Foi provavelmente colocado no pavimento térreo de uma construção para uso público. Surpreendente foi a extensão desse pavimento assim como a complexidade dos desenhos abstratos que o compunham.

 

 

 

O mosaico deve ter sido construído em meados do século V, no período romano tardio.  Sofreu ajustes no terreno e destruição em alguns lugares com os terremotos dos anos 526 e 528 DC.  O hotel que estava sendo construído, trocou seus planos arquitetônicos para incluir o mosaico, como ponto turístico.  Hoje o mosaico pode ser visto no Antakya Museum Hotel [Hotel Museu Antakya].





Cuidado, quebra! Par de garrafas, século XIX

25 07 2014

 

paire_de_bouteilles_en_opaline_blanche_la_partie-227-1Par de garrafas em opalina branca com as partes superiores do bojo e pescoço esmaltadas em policromia. Ornadas por flores de muitas pétalas  em lóbulos, motivos florais estilizados, final do século XIX, com 26 cm de altura, Beykoz Turquia.