Praia de Fora, Florianópolis
Alexandre Freire (Brasil, contemporâneo)
acrílica sobre tela
Igreja de São Francisco, Florianópolis, década de 1950
Martinho de Haro (Brasil, 1907-1985)
óleo sobre madeira, 58 x 52 cm
Décio Soncini (Brasil, 1953)
acrílica sobre tela, 80 x 80 cm
Coleção Raul Forbes
“A colônia Dona Francisca é um novo empreendimento, cuja origem pode ser exposta em poucas palavras. Em 1843 o Príncipe de Joinville casou-se com Dona Francisca, a irmã do Imperador do Brasil. Recebeu, então, como dote, grande extensão de terras cobertas de matas na província de Santa Catarina. Não faz muitos anos, numa das estações de água da Alemanha, o Príncipe encontrou-se com o Senador Schroeder, de Hamburgo, que lhe propôs um plano para valorizar o seu dote — isto é: conceder uma certa porção das terras para uma companhia, que nela fundaria uma colônia. O Príncipe concedeu nove léguas quadradas, reservando uma certa quantidade de acres para si próprio, nas melhores situações. A companhia se constituiu, e concordou em trazer uns mil e seiscentos colonos com um dado prazo de tempo. De março de 1851 a março de 1855, o número estipulado no contrato havia sido atingido. A maioria dos colonos eram alemães-suíços, embora franceses e alemães estivessem representados por considerável minoria. A vila de Joinville contém cerca de sessenta casas; nas regiões adjacentes há cento e vinte, e outras em construção. Deduzidas as mortes há aproximadamente mil e quinhentos habitantes nessa colônia; por outro lado, há um considerável número de franceses, e franceses-suíços, nas colônias adjacentes fundadas pelo Príncipe de Joinville em suas próprias terras. Dois terços da totalidade dos colonos são sem dúvida protestantes, e o outro terço é constituído por católicos.
Qual será o sucesso da colônia, esperemos para ver. (…)”
Kidder e Fletcher, publicação “O Brasil e os brasileiros“.
Em: Pinheirais e Marinhas, Paraná e Santa Catarina, coleção Histórias e Paisagens do Brasil, seleção de Ernani Silva Bruno, São Paulo, Cultrix: 1959, pp: 62-3
NOTA: James C. Fletcher esteve no Brasil entre os anos de 1851 e 1865, prosseguindo os trabalhos de propaganda do Protestantismo empreendidos vários anos antes por seu colega Daniel P. Kidder.
Reynaldo Manzke (Brasil, 1906-1980)
aquarela sobre papel
Coleção Particular
PAISAGEM DO SERTÃO
Pelo sapê furado da palhoça
Milhões de astros agarram-se luzindo;
O pai há muito madrugou na roça.
A mãe prepara o almoço. O dia é lindo.
Canta a cigarra; o porco cheira; engrossa
O fumo dos tições; anda zunindo
À porta um marimbondo e fazem troça
As crianças com um ramo o perseguindo.
Correm, chilram, vozeiam, tropeçando
Num velho pote; a mãe zangada ralha,
A avó lhes lança um olhar inquieta e brando.
No chão, um galo ajunta o milho e espalha,
Enquanto a um canto, as plumas arrufando,
Põe a galinha no jacá de palha.
Luís Delfino
Do livro: Vamos estudar, de Theobaldo Miranda Santos, 3ª série; Agir: 1952, Rio de Janeiro.
Luís Delfino dos Santos (SC 1834 – RJ 1910)—Formado em medicina, tornou-se político e poeta brasileiro, foi Senador por Santa Catarina. Prolífico poeta, escreveu mais de 5000 poemas. Publicou-os em jornais e revistas da época. Sua obra, em livros, foi toda publicada postumamente.