Octavian Smigelschi (Romênia, 1866-1912)
óleo sobre tela, 65 x 75 cm
Museu Nacional Brukental, Sibiu, Romênia
Octavian Smigelschi (Romênia, 1866-1912)
óleo sobre tela, 65 x 75 cm
Museu Nacional Brukental, Sibiu, Romênia
Leon Viorescu (Romênia, 1886-1936)
óleo sobre papelão, 64 x 49 cm
Carvalho Júnior [Francisco Antônio de Carvalho Júnior] (Brasil, 1855-1879) do poema Nêmesis em Parisina, 1879.
Ghelman Lazar (Romênia, 1887-1976)
óleo sobre tela
“Você percebeu que as palavras do dia não são as mesmas palavras da noite?” (209) pergunta uma personagem do romance de Jennifer Clement, Reze pelas mulheres roubadas. A autora certamente tem o dom da boa escolha de palavras, quer de dia ou de noite. Sua prosa é poética e consegue manter um tom onírico na narrativa.Toda a força deste livro está na narrativa: tom e ritmo são perfeitos. E mesmo que não haja uma trama segue-se a leitura até o fim, embalada pelas belas figuras de linguagem e pelos pensamentos criativos de seus personagens, que pertencem à uma realidade quase paralela. “A noite pertence aos traficantes, ao exército, à polícia do mesmo modo que pertence aos escorpiões…”(62).
Sou conhecida por abandonar leituras que não me agradam, quero, portanto, enfatizar a voz narrativa de Jennifer Clement. No entanto este livro não chega a ser um romance. É um relato poético, ficcional, uma descrição, um testemunho do que acontece com as pequenas cidades mexicanas, quando os homens emigram e as mulheres ficam à mercê dos cartéis de drogas. Reze pelas mulheres roubadas não traz em si os típicos componentes de um romance, com uma linha condutora, com trama e soluções de conflitos. Ele relata a vida de um grupo de está em conflito com a sociedade como um todo, pessoas cuja realidade parece a de um bote largado ao mar, sem rumo e sem capitão, que acaba soçobrando qualquer esperança de um porto seguro.
Este é um testemunho poético de uma realidade horrível e sem nome. Abandono seria um nome melhor para a cidade de Guerrero, onde Ladydi, sua mãe e suas amigas vivem. Jennifer Clement é a jornalista poética que através dessa obra relata a vida das mulheres sobreviventes dos abusos dos cartéis de drogas. Ela escolhe retratar esse mundo, como em um sonho o que faz com que possa ser mais bem degustado pelo leitor. Mas não oferece soluções nem no mundo real, nem para seus personagens fictícios. Todos simplesmente se acomodam às situações bárbaras que lhes são apresentadas na vida.
A distância entre esse mundo e o resto do país é muito grande. Os personagens só se descobrem, só se veem patéticos, sem esperança, quando um novo professor chega à escola. Professores mudam a cada ano, já que ninguém quer ficar em um lugar tão distante quanto Guerrero. Eles vêm para completar sua obrigação de serviço social. Mas é quando o Prof. José Rosa chega à cidade, repleto do conhecimento e das maneiras citadinas, que os alunos conseguem perceber quem eles são: “Quando olhamos para ele, olhamos para nós. Cada imperfeição, nossa pele, cicatrizes, coisas que nunca nem tínhamos notado, nós vimos nele” (57). No entanto nada é feito a partir desse conhecimento.
Jennifer Clement
Só a televisão com seus programas da National Geographic, com seus documentários, traz a civilização a esse cantinho perdido do mundo. “Minha mãe assistia à televisão porque era a única forma de sair da nossa montanha” (97). E talvez seja por isso que ao final, emigrar, correr o risco da emigração ilegal, para os Estados Unidos seja de fato o único sonho que lhes resta, já que ninguém se preocupa com os habitantes em lugares remotos do México.
A cultura Cucuteni-Trypillian refere-se a um povo do período Neolítico, (c. 4800-3000 a. E. C. ) na Europa Oriental. A área de domínio desse povo se estende das montanhas dos Cárpatos às regiões Dnieper, geograficamente localizadas no centro da moderna Moldávia e cobrindo partes substanciais do oeste da Ucrânia e nordeste da Romênia, abrangendo uma área de cerca de 350.000 km 2, com um diâmetro de cerca de 500 km.
A maioria dos povoamentos Cucuneni-Tripiliana consistia de pequenos assentamentos a 3 ou 4 quilômetros de distância entre eles, concentrando-se principalmente nos vales fluviais do rios Siret, Prut e Dniester. Uma coisa curiosa a respeito desses assentamentos é que aqueles mais orientais das populações pertencentes à cultura Cucuteni-Trypilliana (4.000 a 3.500 a. E. C.) construiram suas casas com grande densidade e alguns desses assentamentos tinham até 1.600 estruturas. Mas o que causa espanto nessa cultura foi a periódica destruição de assentamentos. Cada local habitado tinha uma vida de mais ou menos 60 a 80 anos. Não se sabe a finalidade da queima desses assentamentos. Alguns foram reconstruídos várias vezes em cima das habitações anteriores, preservando a forma e orientação dos edifícios mais antigos. Há um local, chamado de Poduri, na Romênia, que revelou treze níveis de habitação, construídos em cima uns dos outros ao longo de muitos anos.
George Zlotescu (Romênia, 1906-1983)
óleo sobre tela
Marcel Proust
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Moça sentada, 1930
Ipolit Strambu (Romênia, 1871-1934)
óleo sobre tela
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Ipolit Strambu nasceu em Baia de Aramă, no condado de Mehedinţi, na Rumênia, em 1871. Teve sua educação artística na Escola de Belas Arte de Bucareste onde estudou com G. D. Mirea entre 1891-1895. Ganhou uma bolsa de estudos que o levou a estudar pintura em Munique na Alemanha, na Academia de Real de Belas Artes na Bavaria entre 1896- 1901. Na primavera de 1901 retornou ao seu país natal, estabelecendo-se em Bucareste, onde permaneceu, trabalhando até seu falecimento em 1934.