Trova do orgulho do pai

28 07 2025
Ilustração, Jessie Willcox Smith.

 

 

Discreta, naturalmente,

minha ternura se trai,

ante um tiquinho de gente

que me chama de “Papai”!

 

(Cesídio Ambrogi)





Trova da aurora

5 10 2016

 

 

canto do passarinhoChico Bento ouve o canto dos passarinhos © Maurício de Sousa

 

 

Trinam pássaros nos galhos,

a brisa é leve e sombria;

a aurora sobre os orvalhos,

abre as cortinas do dia.

 

 

(Manoel Cavalcante de Souza Castro)

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Trova para o cansaço da vida

16 08 2016

 

 

pensando na vidaPiteco pensando na vida © Maurício de Sousa

 

 

Da vida ao brando balanço

diz o malandro, folgado:

— Se a morte é mesmo descanso,

prefiro viver cansado.

 

 

(Maia D’Athayde)

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Quadrinha do meu pai

13 07 2014

 

pai lendo

 

Pai querido, o imagino

com sua mão calejada,

lá no Infinito, um menino,

reflorindo a minha estrada! …

 

 

(Adelir Machado)





Quadrinha da herança paterna

27 12 2012

pai lendo

Em cada lição deixada
no saber que me forjou
meu pai, sem deixar-me nada
deixou-me tudo que sou.

(Valter Augusto Guimarães Rosa)





Comemorando o Dia dos Pais com um desenho do Pica-pau

8 08 2010





Paisagem do sertão, de Luis Delfino, poesia infantil

29 07 2008

Cena de interior, 1891; Armando Vianna (Brasil 1897-1992) aquarela

Cena de interior, 1981; Armando Vianna (Brasil 1897-1992) aquarela

 

 

PAISAGEM DO SERTÃO

 

Pelo sapê furado da palhoça

Milhões de astros agarram-se luzindo;

O pai há muito madrugou na roça.

A mãe prepara o almoço.  O dia é lindo.

 

Canta a cigarra; o porco cheira; engrossa

O fumo dos tições; anda zunindo

À porta um marimbondo e fazem troça

As crianças com um ramo o perseguindo.

 

Correm, chilram, vozeiam, tropeçando

Num velho pote; a mãe zangada ralha,

A avó lhes lança um olhar inquieta e brando.

 

No chão, um galo ajunta o milho e espalha,

Enquanto a um canto, as plumas arrufando,

Põe a galinha no jacá de palha.

 

Luís Delfino

 

 

Do livro: Vamos estudar, de Theobaldo Miranda Santos, 3ª série; Agir: 1952, Rio de Janeiro.

 

 

Luís Delfino dos Santos (SC 1834 – RJ 1910)—Formado em medicina, tornou-se político e poeta brasileiro, foi Senador por Santa Catarina.  Prolífico poeta, escreveu mais de 5000 poemas.  Publicou-os em jornais e revistas da época.  Sua obra, em livros, foi toda publicada postumamente.