Ilustração: Marie Honor Myers
A brisa afasta a cortina,
e uma nesga de luar,
fugindo à fria neblina,
vem aos meus pés se abrigar.
(Dorothy Jansson Moretti)
A brisa afasta a cortina,
e uma nesga de luar,
fugindo à fria neblina,
vem aos meus pés se abrigar.
(Dorothy Jansson Moretti)
Ilustração de Ingela P. Arrhenius.
Maria Alberta Menéres
Porque é que me chamo coelho
E não me chamo melão?
Porque é que me chamo lagartixa
E não me chamo cão?
Porque é que me chamo uva
E não me chamo chuva?
Porque é que me chamo Maria do Céu
E não me chamo chapéu?
Porque é que me chamo pedra
E não me chamo perna?
Porque é que me chamo cebola
E não me chamo papoila?
Porque é que me chamo casa
E não me chamo asa?
Porque é que me chamo Sol
E não me chamo Lua?
Porque é que me chamo Lua
E não me chamo caracol?
Cada coisa tem o seu nome
Para assim ser conhecida.
Em: Conversas com versos, Maria Alberta Menéres, Lisboa, Edições Asa:2005
–
–
Pierrot cantando ao luar, ilustração de John A. Ardema.–
–
Murilo Araújo
–
–
Cantemos rindo
canções douradas!
O luar é lindo
pelas estradas…
Rodem as rondas
com as mãos dadas!
Rodem nas rondas
os camaradas!
–
Há na floresta
que a luz debrua
alguma festa
que continua…
Rodem as rondas
pela floresta…
Dance na festa
Senhora Lua!
–
Não passam pagens
na redondeza
com carruagens
para a princesa?!
Rodem as rondas
com ligeireza!
Dance com os pagens,
Dona Princesa!
–
Não andam fadas
voando no ar
pelas estradas
cor de luar?
Rodem as rondas
descabeladas!
Senhoras fadas,
vamos dançar!
–
Pelas estradas
iluminadas…
Vamos dançar, dançar…
dançar!…
–
–
Em: Poemas completos de Murilo Araújo, Rio de Janeiro, Irmãos Pongetti:1960

