Iman Maleki (Irã, 1976)
óleo sobre tela
“Um livro é como um jardim para se carregar no bolso”.
Provérbio chinês
Iman Maleki (Irã, 1976)
óleo sobre tela
Provérbio chinês
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Giovanni Fattori (Itália, 1825-1908)
óleo pastel
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Christian Bobin
Jack Vettriano (Escócia, 1951)
óleo sobre tela
Excelente exposição comemorativa dos 100 anos de nascimento do escritor Rubem Braga no Espaço Tom Jobim do Jardim Botânico, no Rio de Janeiro: Rubem Braga o fazendeiro do ar. A exposição lembra aos visitantes de muitas das diversas facetas do jornalista e escritor brasileiro, que conseguia ser criativo não só na palavra escrita, mas também do modo de vida, do topo de um edifício em Ipanema um pequeno oásis verde onde cultivava plantas e pássaros que o lembravam de vida de Cachoeiro do Itapemirim onde nascera.
Muito criativa e intrigante a exposição cheia de possibilidades interativas como mostra a foto acima, em que telas foram ajustadas a antigas máquinas de escrever e à medida que o visitante tecla nas máquinas textos de Rubem Braga aparecem na tela digital. Semelhantemente, a sala de cobertura jornalística permite ao visitante de pegar antigos telefones e escutar relatos de Rubem Braga que serviu de correspondente de guerra durante o envolvimento das tropas brasileiras que lutaram na Itália, durante a Segunda Guerra Mundial.
Rubem BragaApesar da crônica já ter sido explorada por alguns dos nossos mais importantes escritores no século XIX, como José de Alencar e Machado de Assis, Rubem Braga é tido como o pai da crônica literária moderna: íntima, feita com bom humor e confessional.
Poucas vezes a comemoração do centenário um escritor mostrando diversos aspectos de sua carreira parece tão bem sucedida e apropriada. No Rio de Janeiro, no Espaço Tom Jobim, ela fica até o dia 15 de junho. Vale a pena ir visitá-la. Rubem Braga merece o esforço e você também, por que passar pela sala com os pássaros de origami é uma experiência e tanto e completamente inesperada. Parabéns aos organizadores.
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SERVIÇO
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Galpão das Artes Espaço Tom Jobim
Rua Jardim Botânico 1008
Jardim Botânico
Rio de Janeiro, RJ
Aberta ao público até 15 de junho de 2014
De terça a domingo, das 10 às 17 horas
Informações: (21) 2274-7012
ENTRADA FRANCA
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Gabriel Ferrier (França, 1847-1914)
óleo sobre tela
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José Luís Peixoto
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O pai do artista lendo o jornal, 1866
Paul Cézanne (França, 1839-1906)
óleo sobre tela, 198 x 119 cm
National Gallery, Washington DC
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Didier Lourenço (Espanha, 1968)
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André Deymonaz (França, 1946)
óleo
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Albert Anker (Suiça, 1831-1910)
óleo sobre tela
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Homem lendo jornal
Alain Pontecorvo (França, 1937)
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McSorley’s Bar, Richard and Gene, s/d
Carol Monacelli (EUA)
62 x 62 cm
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Sueli Gallacci (Brasil, SP, Contemporânea)
óleo espatulado sobre tela,
http://acordagente.blogspot.com
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Victor Brindatch (Israel, contemporâneo)
óleo sobre tela, 51 x 71 cm
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Suset Maakal (Africa do Sul, contemporânea)
aquarela sobre papel
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Marc Awodey (EUA, 1960)
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Henri de Toulouse Lautrec (França, 1864-1901)
Pastel
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José Malhoa (Portugal, 1855-1933)
óleo sobre tela
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Eero Jarnefelt (Finlândia, 1863-1937)
óleo sobre tela
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Dona Nelson (EUA, 1947)
óleo sobre tela, 205 x 160 cm
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Dogan Atanur (Turquia/Canadá, contemporâneo)
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Barbara Fox (EUA, contemporânea)
aquarela, 46 x 38 cm
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Edward B. Gordon (Grã-Bretanha/Alemanha, contemporâneo)
óleo sobre madeira
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Retrato de homem com jornal, 1911-14
André Derain (França, 1880-1954)
óleo sobre tela, 162 x 97 cm
Hermitage, São Petersburgo
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Alexander M. Rossi (Inglaterra, 1840-1916)
óleo sobre tela, 60 x 90 cm
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Hoje me diverti bastante com a leitura do artigo de Mário Sérgio Conti em sua coluna do jornal O Globo: 🙂 :O 😉 😦 [ isso mesmo, o título eram carinhas, que na versão digital do mesmo jornal chamou-se Máscaras em série] sobre o uso da vírgula, do ponto e vírgula, dos dois pontos e até mesmo das reticências.
Eu me diverti e fui obrigada a refletir: sinto saudades do bom uso desses importantes ajudantes do escritor. São os formadores do sentido de um texto. Quando usados, andam mal usados. Eu, por acaso, gosto de vírgulas. Gosto, porque me delicia dar uma pausa ao leitor. Talvez seja uma atitude um pouco autocrática, imaginar que controlo o leitor: como e quando ele deve respirar. Mas, que seja, afinal o texto é meu. E dar aquele tempo para enfatizar a ideia anterior, não tem preço. Pausa é uma coisa séria: os comediantes sabem… Uma pausa, no lugar errado, pode matar uma piada. Pode dar um sentido diferente ao que dizemos.
Infelizmente, como explica Mário Sérgio Conti, estamos sofrendo com a falta desses apetrechos. Começamos a sofrer quando a imprensa precisou, nas palavras de Conti, “almejar um público amplo e de educação desniveada”. Adiconaria também às causas do desaparecimento do ponto e vírgula, a economia de papel. Pontos, vírgulas e demais sinais de texto comem papel. Minhas esperanças são duas: que a educação esteja mais nivelada, para cima, e já permita que tragamos de volta a pontuação ao texto; e que o mundo digital, onde não temos mais o uso do papel, nos traga o presente de fazer possível o retorno desses grandes amigos da escrita. Mesmo que nossos textos tenham que ser de pequena monta, de poucas palavras, para não cansar o leitor desacostumado a pausar para pensar; que esses sinais voltem a fazer parte do nosso dia a dia. Os pensamentos são, em geral, mais significativos com a pausa, a ponderação, o matutar… Perde quem não honra essas frações do minuto indicadas pelo escritor.
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Lendo jornal, c. 2000
Wanderley Santana ( Brasil, 1945)
óleo sobre eucatex. 20 x 36 cm
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Wanderley Santana é natural de Minas Gerais. Tem um blog com sua arte e diversos recortes de jornal sobre exposições. http://wanderleisantana.blogspot.com.br
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D. Pedro II lendo os jornais do dia, 1888.
Ângelo Agostini ( Brasil, 1843-1910)
Publicado no Diário Popular de 18 de novembro de 1888.
[quase um ano antes da Proclamação da República]