
Foi descoberta na Indonésia uma grande colônia de orangotangos, um dos primatas mais ameaçados de extinção do mundo. Cientistas dizem que o grupo de símios descoberto em uma parte remota da ilha de Bornéo tem entre mil e dois mil indivíduos. A existência da colônia foi comunicada aos cientistas por moradores locais.
“Os reclusos primatas de pêlo vermelho foram descobertos em uma região montanhosa e inacessível“, disse Erik Meijaard, um dos responsáveis pela descoberta. “A topografia íngreme, o solo pobre e a geral inacessibilidade dessas montanhas parecem ter protegido a área do desenvolvimento,” argumentou Meijaard.
A viagem para a região demorou 10 horas de carro, outras cinco de barco e duas horas de caminhada. A equipe descobriu cerca de 220 ninhos num raio de poucos quilômetros e viu três orangotangos de perto, a mãe com seu bebê e um grande macho, que lhes atirou galhos de árvore. Os cientistas dizem que é possível que a colônia descoberta seja uma espécie de “campo de refugiados”, abrigando macacos fugitivos de outras regiões.
Calcula-se que existam ainda cerca de 50 mil orangotangos vivendo livres nas florestas tropicais 90 por cento das quais na Indonésia, e o resto na vizinha Malásia. Mas a área que lhes serve de habitat vem diminuindo, dando lugar a plantações. Esses países são os principais produtores mundiais de óleo de palma, utilizado em alimentos, cosméticos e que hoje também satisfaz a crescente procura de combustíveis “limpos” para os EUA e a Europa. Florestas tropicais, onde esses animais solitários gastam quase todo o seu tempo, foram derrubadas e queimadas progressivamente em taxas alarmantes, principalmente para plantações de palmeiras produtoras do lucrativo óleo.
Os cientistas indonésios trabalham agora com grupos locais para proteger a área.










