Abricó de Macaco [ Couroupita guianensis Aubl.; Lecythidaceae]
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Uma das grandes vantagens de se morar fora da nossa terra natal é ter olhos diferenciados na volta, olhos “quase estrangeiros” que se deliciam com as coisas que os nativos nem sempre percebem ser tão singulares. A minha visão do Brasil e do Rio de Janeiro, certamente voltou diferente, e contrário ao que muitos pensam, quase tudo, que nos faz o que somos, é positivo. O negativo é menor e felizmente corrigível. Ou seja com uma boa educação conseguiremos resultados ímpares.
A nossa flora, não só a nativa, mas a importada há muitos séculos, como a mangueira, está entre as coisas mais extraordinárias que temos. E esses exemplos de tropicalismo verde nos enchem os olhos sem que notemos, sem nos darmos conta de que são raros os lugares do mundo com a abundância de variedades de verde presentes no nosso dia a dia. Assim sendo, começo hoje pequenas postagens sobre a nossa exuberância tropical, me concentrando nas plantas, nas árvores, naquilo verde que encontro no meu bairro e ruas periféricas que percorro nas caminhadas matutinas.
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Abricó de macaco
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Sem dúvida uma árvore esdrúxula. Não há como negar. Prestem atenção: é uma árvore alta, pode chegar aos 30 metros quando em seu habitat natural [as cultivadas são mais baixas], que dá flores e frutos, não em sua copa, mas em seu tronco. Florida é um assombro da natureza. Flores grandes, carnudas e perfumadas: rosadas, com lustro como se fossem enceradas… As abelhas as adoram. As mamangabas também. Ainda bem, porque sem elas, não haveria polinização. O abricó de macaco dá frutos ao alcance das mãos. Poderíamos imaginar ser uma árvore de um mítico paraíso, de uma “terra em que se plantando tudo dá”, de um local onde não se precisa nem subir num tronco para colher um fruto. Mas… nem sempre é assim… Apesar de serem comestíveis, seus frutos em geral são apreciados só pelos pássaros e animais: quando maduros, a polpa exala um cheiro muito desagradável aos seres humanos. Assim os frutos, que são bem grandes, redondos com quase 20 cm de diâmetro, e podem pesar 3 kg, são deixados ao léu. O fruto tem uma casca meio dura, como uma casquinha de árvore e tem a mesma cor, mas a polpa é bastante apreciada por pássaros e … macacos. Daí o nome: abricó de macaco.
É nativa do Brasil. Da Amazônia. Pensem bem, que outro lugar do mundo poderia ter tanto charme? Porque ela é amazônica, também é nativa dos nossos vizinhos: Peru, Equador, Colômbia, Guiana, Suriname, e Venezuela.
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Por causa de seus frutos pesados e do mau cheiro das polpas maduras, não é recomendado o uso dessas árvores para calçadas, para lugares próximos às residências. Mesmo assim o Rio de Janeiro tem um número muito grande dessas árvores ladeando ruas. A da foto está na Praça Santo Dumont, na Gávea.
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De acordo com FLORES NA WEB, para produção de mudas:
Recolher os frutos no chão logo após sua queda natural, quebrando-os manualmente para a retirada das sementes imersas na polpa suculenta. Para isso, lava-se a polpa em água corrente dentro de uma peneira, separando-se as sementes e deixando-as secar a sombra. Um kg de sementes contém aproximadamente 3500 unidades. Sua viabilidade em armazenamento é inferior a 120 dias. Para obtenção de mudas, colocar as sementes para germinação logo que colhidas e preparadas em canteiros semi-sombreados ou diretamente em embalagens individuais contendo substrato organo-argiloso (solo vegetal argiloso com esterco bem curtido). Cobri-las com uma camada de 1 cm do mesmo substrato peneirado e irrigar duas vezes ao dia. A emergência ocorre em 8-15 dias e a taxa de germinação é geralmente superior a 80%. Após 5-7 meses com as mudas alcançando 6-10 cm de altura já podem ser levadas para o plantio no local definitivo. O desenvolvimento das plantas no campo é rápido, podendo atingir 3,5 m de altura aos 2 anos.