Paisagem com uma vaca e outros animais, séc. XVIII
Giovanni Domenico Tiepolo (Itália, 1727-1804)
bico de pena e aguada em tom siena sobre papel, 20 x 20 cm
à venda, na Christie’s, Paris [março de 2025– estimativa: 40.000-60.000 €]
Paisagem com uma vaca e outros animais, séc. XVIII
Giovanni Domenico Tiepolo (Itália, 1727-1804)
bico de pena e aguada em tom siena sobre papel, 20 x 20 cm
à venda, na Christie’s, Paris [março de 2025– estimativa: 40.000-60.000 €]
Jovem adormecida com a cabeça apoiada, c. 1654
[Hendrickje Stoffels]
Rembrandt van Rijn (Holanda, 1606-1669)
tinta diluída, aplicada com pincel, realces com carvão branco sobre papel
Museu Britânico, Londres
Coruja vermelha sobre fundo negro, 1957
Pablo Picasso (Espanha 1881-1973)
Cumbuca de terracota parcialmente cinzelada, vitrificada
número 3/150
[Christie’s]
Em 12 de maio de 2020 coloquei aqui neste blog uma pequena postagem sobre Picasso e a coruja de Antibes. Corujas foram um tema contínuo na obra do artista espanhol desde os anos 40 até o anos 60 do século passado. Ontem vi que mais uma coruja de Picasso entrava no mercado com venda em leilão, resolvi portanto postar algumas das corujas de Picasso que venho colecionando. Não, ainda não esgotei minha coleção de fotos desse tema na obra dele. Espero que gostem.
Coruja em uma cadeira com ouriços do mar, 1946
Pablo Picasso (Espanha, 1881 – 1973)
óleo sobre tela
A grande coruja da neve, autorretrato, 1957
Pablo Picasso (Espanha, 1881 – 1973)
Coruja, Natal, 1949
Pablo Picasso (Espanha, 1881 – 1973)
desenho
Coruja
Pablo Picasso (Espanha, 1881 – 1973)
Cerâmica
Coruja, 1957
Pablo Picasso (Espanha, 1881 – 1973)
medalhão em faiança, série de 100
pintado em frente e verso
Retrato de Graciliano Ramos, 1937
Cândido Portinari (Brasil, 1903-1962)
desenho, carvão sobre papel, 33 x 28 cm
Em louvor aos cosméticos, 1876
Edgar Degas (França, 1834-1917)
pastel sobre papel, 48 x 62 cm
O desenho acima de Edgar Degas havia sido dado como perdido. Esta obra tem uma história cheia de aventuras. Fora comprada por Julián Bastinos em Paris em 1887, das mãos do próprio Degas por três mil francos, como havia sido registrado numa carta para o cantor de ópera Jean-Baptiste Faure. Julián Bastinos levou o desenho com ele para a capital do Egito, Cairo, em 1910, prova disso é o selo da loja em que foi colocada a moldura. Em 1918, quando Julián faleceu, o desenho foi mandado para Barcelona por Antonio J. Bastinos, irmão de Julián.
Passam-se os anos. Em 1934 a obra de Degas é listada entre cento e cinquenta obras de arte da família Bastinos, lista que incluía um quadro a óleo de Goya, de obras confiscadas pelas autoridades governamentais e colocadas, no monastério de Pedralbes por segurança durante a Guerra Civil Espanhola. Um rótulo no verso da obra, mais tarde, mostra que esteve sob o domínio do governo de Franco, como parte do patrimônio nacional pelo Ministério da Educação com os dizeres “recuperado das mãos do nossos inimigos. datando de 1939. O desenho foi então devolvido à família Bastinos em 1940 e logo em seguida vendido no dia 13 de setembro, 1940, por três mil pesetas para o empresário e político Joan Llonch i Salas.
Rótulo no reverso do desenho de Degas.
Até os dias de hoje, a última vez que este desenho em pastel havia sido visto em público foi em 1952, quando Joan Llonch i Salas emprestou-o para uma exposição coletiva na Galeria Gaspar em Barcelona, como aparece também em outro rótulo no reverso do trabalho emoldurado. Até 2021, quando, uma pessoa que visita feiras de antiguidades e mercados de pulgas, compra este desenho rotulado “FALSO” Degas, num sítio de vendas on-line. O lance inicial desta obra foi de €1 (um Euro). Mas acabou comprando por €976. O vendedor, em Sabadell, na Catalunha informou mais tarde que havia herdado esse desenho e que mesmo com a assinatura “Degas” no canto interno, à direita, não havia imaginado que pudesse ser genuíno e que por isso mesmo o colocou à venda mostrando os documentos que havia herdado junto com o desenho da compra deste desenho em 1940 por seu antepassado Joan Salas, um colecionador e antigo presidente do Banco Sabadell.
Agora, devidamente confirmado ser um trabalho original de Degas por experts, que se debruçaram sobre esta obra por alguns anos, a obra comprada por €976 pode valer entre €7 ou €8 milhões, por algumas estimativas ou até €12 milhões, de acordo com estimativas mais otimistas. A notícia deste achado tornou-se pública no final do mês de maio deste ano, pelo diário catalão El Punt Avui. Esta minha entrada no blog está baseada no artigo “Artwork Bought Online for $1,000 Identified as a Long-Lost Degas Worth $13 million” de Jo-Lawson Tancred, para a Artnet Newsletter.
Cabeça de E.O.W., 1959-60
Frank Auerbach (Inglaterra, 1931)
Carvão sobre papel
TATE, Londres
Abre agora, dia nove de fevereiro e permanece até o final de maio uma exposição dos grandes desenhos a carvão de Frank Auerbach no Courtauld Institute em Londres (melhor reservar suas entradas agora). Esta é uma exposição que vale a pena ver, já que seus desenhos a carvão, expressionistas, por falta de melhor descrição, são verdadeiramente poderosos.
Cabeça de Helen Gillespie II, 1962
Frank Auerbach (Inglaterra, 1931)
Carvão e giz sobre papel
Coleção Particular
Os desenhos expostos foram produzidos nas décadas de 1950 e 60. Essa era outra Inglaterra. O país tentava se recuperar da Segunda Guerra Mundial. Hoje quando visitamos Londres, por exemplo, é fácil esquecer que nesse período os ingleses estavam ainda em recuperação. Havia falta de tudo até mesmo de comida.
Autorretrato, 1958
Frank Auerbach (Inglaterra, 1931)
Carvão e giz sobre papel, 77 x 56 cm
Apesar da Segunda Grande Guerra ter acabado, soldados britânicos ainda estavam sendo mandados para as trincheiras, desta vez na Coreia em apoio às tropas americanas. Ao viajar pela Londres de hoje podemos ser levados ao engano de que tudo são flores, de que o país sempre viveu assim, com abundância e segurança. Mas é necessário lembrar que até 1954, por exemplo, havia racionamento de alimentos, e que carne foi o último item a ser liberado para a população.
Retrato de Leon Kossoff, 1957
Frank Auerbach (Inglaterra, 1931)
carvão e giz sobre papel, 65 x 52 cm
O que faz esses desenhos a carvão tão excepcionais? A profundidade das camadas. Auerbach trabalhava com camada em cima de camada de carvão e giz, apagava e voltava a trabalhar de novo. E mais uma vez. E ainda mais uma. Apagou em alguns casos tantas vezes, que chegou a furar o papel e ser forçado a remendar por trás.
Retrato de Gerda Boehm, 1961
Frank Auerbach (Inglaterra, 1931)
carvão e giz sobre papel
Coleção Particular
O produto final mostra a intensidade dos traços, a procura pela imagem que traria a energia de quem é retratado. À maneira do expressionismo de pós-guerra, aquele que dá mais espaço para o gesto do artista, Auerbach impregna o papel com o fervor da criação, a pujança do traço. Estes desenhos, estes retratos são chamados “As Cabeças de Carvão”, um título apropriado, porque ultrapassam as limitações das duas dimensões do papel, eles trazem o ser humano complexo sentado frente ao artista. Nesses papéis estão cravadas a profundidade emotiva, a intensidade das personalidades. Vislumbra-se também a paixão de Auerbach por sua arte, no traço, nos rabiscos, na dúvida do apagar, nas manchas borradas, nas formas geométricas super-impostas. São cabeças, só faltam nos dizer no que pensam; não são retratos.
Mulher com cachos sentada lendo, c. 1796
Henry Fuseli (Suíça, 1741-1825)
Desenho e aquarela, sobre carvão e traços de giz vermelho, sobre papel,
Zurich Kunsthaus, Zurique
Tapeçaria, 1999
Janvier Rollande Harpswell (EUA, 1985)
Desenho a lápis, 48 x 48 cm
Coleção Particular

Erin, 2004
Janvier Rollande Harpswell (EUA, 1985)
desenho a lápis, 52 x 43 cm
Coleção da artista
Martha, Shaker Heights, 2000
Janvier Rollande Harpswell (EUA, 1985)
Desenho a lápis, 50 x 40 cm
Coleção Particular

Sara e Lizzie, NYC, 2000
Janvier Rollande Harpswell (EUA, 1985)
Desenho a lápis, 54 x 38 cm
Coleção Particular

Elise aos três anos, 1998
Janvier Rollande Harpswell (EUA, 1985)
Desenho a lápis, 71 x 50 cm
Coleção Particular