Dinossauros reconheciam companheiros pela voz

31 10 2008
Lambeossauro, foto The New York Times

Lambeossauro, foto The New York Times

 

Os lambeossauros – dinossauros com bicos semelhantes aos dos patos viveram entre 85 milhões e 65 milhões de anos atrás, no que chamamos de Período Cretáceo, tardio.  Conhecidos por terem uma crista, feita de ossos, e às vezes bastante complexas, bem em cima de suas cabeças como se fossem coroas, estes dinossauros sempre atraíram a curiosidade dos estudiosos, que já imaginaram todo tipo de função para tal apêndice.    A imaginação de paleontólogos parecia não ter limites quando ainda considerava que nestas cristas  haviam longas e tortuosas passagens nasais.  Inicialmente pensou-se que fizessem parte de um sistema de refrigeração do cérebro.  Ou talvez uma maneira dos dinossauros respirarem debaixo d’água.  Talvez eles tivessem a capacidade de melhorar o faro desses animais?  

 

Recentemente, no entanto, exames de tomografia computadorizada das passagens nasais desses dinossauros sugerem que os dinossauros tinham a capacidade de reconhecer indivíduos da espécie com base apenas em suas vozes.   Cientistas de três universidades canadenses e norte-americanas criaram reconstruções digitais dos fósseis de cérebros e das cavidades das cristas de quatro espécies diferentes de lamebossaurídeos.   Chegaram à conclusão de que estas cristas ósseas  faziam com que os dinossauros pudessem reconhecer outros dinossauros de sua espécie com base apenas em suas vozes.  As vozes desses animais provavelmente mudavam à medida que eles envelheciam, assim como mudavam os tamanhos de suas cristas.

 

O estudo revelou que uma porção, em forma de tubo, no ouvido interno dos dinossauros, a que se dá o nome de cóclea, era sensível o suficiente para detectar os sons em freqüências graves que as cristas produziam.  E como as cristas cresciam com a idade, as cócleas tomavam formas diferentes, mudando muito entre cada indivíduos. 

Isto indica que as cavidades nasais podem ter sido tão únicas quanto as impressões digitais humanas.

 

“Os jovens têm apenas o começo de uma crista e passagens de ar ligeiramente expandidas”, disse Lawrence Witner, paleontologista da Universidade do Ohio que participou do estudo. “À medida que envelhecem, começam a desenvolver passagens de ar muito mais tortuosas e cristas mais altas”.

 

Como resultado, os lambeossaurídeos podem ter tido maneiras únicas de se identificarem a ponto de permitir que seus chamados fossem distinguidos por outros animais.

 

Mais informações, aqui.





Novo dinossauro descoberto na China!

23 10 2008

Arqueólogos na China descobriram fosseis de um dinossauro do tamanho de um pombo que acreditam ser um ancestral não-direto dos pássaros.  O fóssil preservado numa rocha na Mongólia, no condado de Ningcheng no Norte da China, tem 90% de seu corpo preservado.  Deve ter habitado a Terra aproximadamente há 176 – 146  milhões de anos passados, no Médio ao Jurássico Tardio.   

 

O novo dinossauro, recebeu o nome de Epidexipteryx  hui – que em grego quer dizer: o que tem penas de exibição.   Pela data ele se mostra antecessor, ou seja, mais antigo do que os dinossauros Archaeopteryx, que viviam por volta de 155 to 150 milhões de anos atrás, e que são as primeiras aves, com aspecto de dinossauro. 

 

A aparência do Epidexipteryx é interessante.  Tinha penas, mas não voava.  Tinha uma arcada dentária projetada para fora, como a maioria dos carnívoros, mas pesava só aproximadamente 164 gramas.  Os cientistas ainda não sabem de que se alimentava.  Suas refeições seriam de insetos?  De outros répteis ou anfíbios?  Ou seria ele vegetariano, alimentado-se de plantas?   Tinha quatro longas e finas penas saindo de seu curto rabo.  Era bípede (um terópode) pequeno.  O que o faz singular são as quatro longas penas, que saíam da cauda e neste caso específico, para nossa felicidade, ficaram bem preservadas.  Os investigadores julgam que estas penas, que se parecem com uma fita poderiam não só serem ornamentais mas talvez até ajudado no seu movimento por entre ramos de árvores.  Como ornamentação elas deveriam cumprir uma função importante para a reprodução. Há muitas espécies de aves com penas grandes e de cores exóticas, que são importantes para o ritual de acasalamento. O mesmo poderia acontecer com o Epidexipteryx.  Já suas penas curtas, que cobrem o corpo todo do dinossauro provavelmente funcionariam com protetores da temperatura, insulando o corpo do animal das mudanças em temperatura.   Na época em que este dinossauro vivia erupções vulcânicas eram muito comuns.  Ele era parte de um ambiente cheio de lagos e árvores.  Junto a este dinossauro diversos insetos, plantas, salamandras, lagartos, pterossauros cabeludos e mamíferos primitivos voadores e nadadores foram encontrados.

 

Cientistas estão certos de que este dinossauro não pertence ao grupo Microraptor , que são dinossauros apresentando penas e que os acredita-se que voava além de planar.  Mas como o Microraptor – um dinossauro que viveu mais tarde entre 130 a 125 milhões de anos – também tinha dois grupos de asas semelhantes aos primeiros bi planos. Esta nova descoberta ajuda na evidência, muito importante, da relação entre dinossauros e pássaros.  O esqueleto tinha várias características parecidas com os das aves e os paleontólogos colocaram a espécie ao lado das primeiras linhas evolutivas dos dinossauros voadores.   Apesar de este dinossauro não poder ser considerado na linha direta dos ancestrais dos pássaros, é um dinossauro que tem a mais próxima relação filogenética aos pássaros.  Conseqüentemente, pode fornecer informações sobre a transição dos dinossauros a pássaros, incluindo as mudanças ocorridas nas penas e nos rabos.  A sua descoberta nos leva mais próximo do pássaro ancestral – o grande pai dos pássaros que conhecemos hoje.  Descobre-se também com este novo achado que a complexidade da evolução dos dinossauros para pássaros é maior do que até aqui imaginávamos.  

 

Esta descoberta foi publicada na revista científica Nature, com edição desta semana,  por um grupo de investigadores da Academia de Ciências da China, encabeçada por Zhonghe Zhou do Instituto de Paleontologia de Vertebrados e  Paleo-antropologia da Academia de Ciências da China em Pequim.  

Para saber mais clique:

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Descobertos: peixes a 7.700 metros de profundidade!

18 10 2008

Cientistas japoneses e ingleses publicaram fotos e um vídeo de peixes descobertos a profundidades nunca antes exploradas.  Um grupo de peixes, conhecidos como LIPARÍDEOS foram registrados em imagens a aproximadamente 7.700 m abaixo do nível do mar, no oceano Pacífico, no Trench japonês [cânion submerso no mar do Japão].     

 

Comumente chamados de peixes-girinos, caramujos marinhos ou lesmas-marinhas, os liparídeos apresentam muitas adaptações para poderem viver com uma pressão aquática tão grande e a escuridão do meio ambiente.

 

Estes peixes não têm espaço para ar no corpo.  Resultado: a pressão aquática não os afeta.  No entanto sabemos que nesta profundidade impulsos elétricos não podem ser transmitidos para as células nervosas ou músculos.  Estes peixes então devem ter adaptações de nível molecular e de ultra-estrutura que não são perceptíveis para nós.  A esperança é um dia podermos pescar estes espécimes. 

 

Apesar de não haver luz nesta profundidade, estes peixes têm olhos, que são localizados na parte frontal da cabeça, disse Monty Priede, diretor do Oceanlab da universidade de Aberdeen na Escócia, que dirige a pesquisa.  Eles devem usar os olhos para captar bioluminescência – que são relâmpagos de luz produzidos por animais nesta profundidade.  As luzes das nossas câmeras são tão fortes que eles não conseguem detectar.  Então podemos dizer que a concepção de ver que nós temos, eles não têm.  Para nós é como se fossem cegos. Eles são capazes de caçar e comer, por exemplo, camarões, mas eles o fazem percebendo vibrações na água.

National Public Radio, Washington DC, 11/10/2008

Para o vídeo destes peixes, clique AQUI.

 

Para o artigo inteiro da NPR, clique AQUI.

 

 

 

 

 

             Japan Trench