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Há algumas extremosas no meu bairro. Sei que elas são muitas vezes vistas com desagrado, quase como uma praga, porque foram usadas para a arborização em muitas cidades brasileiras, em ruas movimentadas, em detrimento de outras espécies. Nessa escolha importaram as qualidades: beleza, baixa altura, raízes que não destroem as calçadas e resistência. A extremosa ou resedá não é nativa do Brasil e pode criar problemas para muitas das árvores nativas de maior porte. Talvez seja por isso, que nos EUA, nos estados onde morei – Maryland, Virginia, Washington DC e Carolina do Norte– elas são usadas em grande escala só nos canteiros do meio das estradas, embelezando, delimitando e, por causa de sua baixa estatura, ajudando a bloquear a luz de caminhões vindos no sentido contrário. Também são usadas nas beira de estradas, com uma boa separação de grama entre elas e a vegetação nativa. Podemos ver na foto abaixo, um exemplo de como são usadas. Claro que muitas pessoas plantam resedás em seu jardim, mas simplesmente como um foco de cor para o verão, uma única árvore, onde podem ser vigilantes quanto às pragas.
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Por que elas são olhadas com desconfiança? Sua praticidade – fácil reprodução, manutenção e raízes que não prejudicam calçadas – levou muitos municípios brasileiros a plantarem quase que exclusivamente as extremosas em suas vias públicas. Isso não só leva à possibilidade de monocultura, como pode afetar as árvores nativas porque o resedá é suscetível ao abrigo de pragas, como erva de passarinho, que vivem da habilidade de extrair seus nutrientes das árvores em que se instalam. Seu uso tem sido desencorajado. Mas mesmo assim, é um belo respingo de cor na paisagem, que, aqui no Rio de Janeiro, atravessa duas estações: primavera, verão.
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Natural da Índia e da China, os primeiros pés de extremosa foram trazidos para os EUA ainda no século XVIII, mais precisamente em 1790, pelo botânico francês André Michaux (1746-1802), autor entre outros das obras: Histoire des chênes de l’Amérique, 1801 [História dos carvalhos da América] e Flora Boreali-Americana, 1803 [Flora da América do Norte].
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A extremosa (Lagerstroemia indica) recebe diversos nomes no Brasil: Resedá, Suspiros, Julieta, Árvore-de-júpiter, Flor-de-merenda, Mumiquilho. Caiu no gosto popular por causa de sua função decorativa. Tem flores em forma de espigas. Dependendo da região onde é plantada floresce no verão ou no verão e na primavera (como é o caso aqui no Rio de Janeiro, onde a primavera é quente). Suas flores podem ser de três cores: branca, rosa ou vermelha. Deve ser podada durante o inverno e as flores aparecerão na ponta dos ramos que foram podados. Suas folhas são elípticas alongadas. Nas regiões frias a árvore perde todas as folhas no inverno. Chega aos 6 metros de altura.
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