Imagem de leitura — Mauro Cano

4 02 2014

Marcia. Mauro Cano, born 1978 in Mendoza, Argentina.Márcia, 2008

Mauro Cano (Argentina, 1978)

óleo sobre tela,  150 x 240 cm

www. maurocanoarte.com

Mauro Cano nasceu em Mendoza, na Argentina em 1978. Estudou na Universidade Nacional de Cuyo em sua cidade natal.  Recipiente de diversos prêmios e colocado nas principais colecões de arte do país.





Imagem de leitura — Juan Ardohain

13 07 2012

Moça de blusa listrada, s/d

Juan Ardohain (Argentina, 1963)

Juan Ardohain

Juan Ardohain nasceu em 1963 em Buenos Aires na Argentina.  Por volta de 1982, começou seus estudos de veterinária da Universidade Nacional de La Plata.  Em, 1990 mudou-se para São Vicente, onde  passou a exercer sua profissão, na qual se mantém até hoje. Em 1992, começou a pintar,  autodidata., desde 1994 expõe seus trabalhos nas galerias locais e do resto do país. Trabalha em sua pintura todos os dias em um pequeno estúdio localizado na parte de trás do seu consultório de veterinária em São Vicente.

 





Imagem de leitura — Aldo Luongo

10 02 2012

História na luz

Aldo Luongo (Argentina, 1941)

Gravura glicée com pintura sobrepost

www.aldoluongo.com

Aldo Luongo nasceu em Buenos Aires, Argentina em 1941. Formou-se pela Academia de Belas Artes de Buesnos Aires na década de 1960.  No entanto, antes de seguir carreira como artista plástico, seguiu o sonho de ser um jogador de futebol.  Emigrou para os Estados Unidos onde jogou futebol profissionalmente no time New York Cosmos.  Na década de 1970 voltou-se para as artes visuais, e desde então teve uma carreira de sucesso.





Imagem de leitura — Ricardo Celma

16 08 2011

Art Deco, s/d

Ricardo Celma ( Argentina, 1975)

óleo sobre tela, 100 x 150 cm

http://ricardocelma.blogspot.com/

Ricardo Celma nasceu em Buenos Aires e, 1975.  Aos cinco anos de idade já demonstrava ter talento para as artes visuais.  Estudou pintura por 20 anos consecutivos quando foi aluno de Susana Mármol (1981-1982), Marcelo Plaza (1982-1983), José Alberto Marchi (1983-1985, 1990-1991), Claudio Barragán (1985-1986, 1989), Julio Barragán (1989), Carlos Fels (1991-1992), formou-se pela Escola Nacional de Belas Artes em 1997. http://ricardocelma.blogspot.com/





Vulcão na fronteira Argentina e Chile em erupção

30 09 2010

Imagem registrada por um satélite da Nasa – a agência espacial americana – no dia 21 e divulgada nesta segunda-feira mostra a erupção do vulcão Planchon-Peteroa, na fronteira de Chile e Argentina.   A fotografia mostra uma nuvem escura de cinzas saindo da montanha que entrou em erupção no dia 6 – processo que se intensificou no dia 18. A maior parte das cinzas vai para o sudoeste da Argentina.

O Planchon-Peteroa é um complexo vulcânico ao longo da fronteira Chile-Argentina, com várias caldeiras que se sobrepõem.  Sua atividade começou no Pleistoceno, quando se formaram duas colunas Azufre e Planchón.   Cerca de 11.500 anos atrás, grande parte da Azufre e parte da Planchón tiveram um colapso, formando  uma enorme avalanche no Rio Teno, cujo material viajou 95 km para chegar ao vale central do Chile.  O mais novo vulcão, Volcán Peteroa, consiste de aberturas espalhadas entre Azufre e Planchón.  O Peteroa tem estado ativo na nossa era com uma pequena cratera fumegante.  As erupções do complexo Planchón-Peteroa foram predominantemente explosivas, mas lava só apareceu em 1837 e 1937.

Relatórios do Chile indicam que,  a atividade do Planchón-Pteroa está aumentando e o vulcão está se tornando mais explosivo.  No dia 4 de setembro um avião da Força Aérea argentina encontrou “uma coluna de gás e cinzas alcançando até dois quilômetros de altitude” e também registrou uma área afetada pela queda de cinzas em uma área de 120 quilômetros quadrados em torno do vulcão.

FONTES: Terra e The Volcanism Blog





Fóssil de girassol sugere nascimento na América do Sul

26 09 2010

 

Girassol fossilizado,  Foto: Barreda, Revista Science.

Um fóssil muito bem preservado de uma flor de 45 milhões de anos atrás, parente ancestral do girassol e da margarida, foi encontrado na Argentina pela equipe de investigadores liderada Viviana Barreda, do Museu de Ciências Naturais Bernardino Rivadávia, de Buenos Aires.  A descoberta de uma flor fóssil encontrada em terreno fossilizado na região da Patagônia Argentina, da família de girassóis, margaridas e dentes de leão sugere que os girassóis possam ter florescido pela primeira vez na América do Sul.

 Fósseis da família Asteraceae, ou Aster, são difíceis de serem encontrados e a maioria é formada apenas por grãos de pólen. No entanto, esses cientistas argentinos encontraram um fóssil com duas inflorescências primitivas que apresentavam algumas características da família aster.  Os pesquisadores argentinos teorizam que uma reserva ancestral da família Asteraceae surgiu no super-continente Gondwana antes que fosse dividido nos atuais continentes que formam a América do Sul, a África, a Índia e a Austrália.

A botânica Liliana Katinas disse que pesquisadores vêm tentando determinar o lugar de origem dessa família. Um fóssil encontrado em 2002 na região da Patagônia argentina apontou para a possibilidade de que as flores tivessem evoluído primeiro na América do Sul. 

Se alguém fosse dizer onde está a origem dessa família, eu diria que está na América do Sul… na Patagônia“, disse Katinas. A cientista trabalha no Conselho Nacional para Pesquisa Científica e Técnica da Argentina e faz parte da equipe que vem estudando o fóssil nos últimos dois anos.  “Nós encontramos uma inflorescência cujo pólen – depois da análise de especialistas do grupo – está na base da árvore evolutiva. E onde encontramos ela? Encontramos na Patagônia, na América do Sul“, disse.

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Menina soprando um dente-de-leão. Fotografia, autor desconhecido.

As belas margaridas cultivadas, crisântemos e girassóis, assim como as alfaces, alcachofras, e o estragão estão entre a espécie que inclui também 23 mil outras espécies silvestres, compondo a família do girassol, também conhecida como Compositae ou Asteraceae.  Hoje, os membros da família são encontrados em todos os continentes exceto a Antártida, especialmente nas zonas temperadas ou mais elevadas dos trópicos.  Na época dessas plantas fossilizadas  a Patagônia provavelmente gozava de um clima ameno e úmido hospitaleiro para flores, permitindo a evolução de muitas variedades.

 “Finalmente, há claras evidências através de um grande fóssil da família do girassol, numa fase anterior à sua diversificação, exatamente onde tinha sido levantada a hipótese de sua origem“, disse o biólogo Tod Stuessy da Universidade da Áustria de Viena, em um comentário que acompanha o estudo.  “Mesmo que seja aceita a origem do girassol na América do Sul, ainda não está claro como a família rapidamente colonizou todo o planeta e adquiriu tremenda diversidade.”

 Agora o desafio é pesquisar como essa família de flores conseguiu se espalhar para o mundo todo, com exceção da Antártida.

FONTES: Wired , Terra





As viúvas das quintas-feiras, de Claudia Piñeiro

23 07 2008

 

 

Nas duas últimas décadas do século XX, a cidade de Raleigh na Carolina do Norte, EUA, vivenciou um grande surto econômico.  Com isto passou a ser um lugar ideal para muitos americanos morarem.  Habitações de todo tipo se fizeram necessárias e especuladores imobiliários assim como construtores juntaram esforços.  De um mês para o outro via-se comunidades inteiras aparecerem, onde antes só havia um sítio ou uma pequena fazenda nos limites urbanos da cidade.  Muitas vezes, lagos foram escavados, enormes, suficientes para uma pequena competição das menores embarcações.  Com freqüência estas comunidades também tinham seu próprio campo de golfe.  No início, estas novas residências apareceram preenchendo os lotes de ruas já existentes, preferencialmente em bons bairros; aqueles já delineados quanto aos seus habitantes.  Mas quando a migração interna do país — do centro-oeste ou norte para Raleigh, — aumentou, comunidades começaram a aparecer, cujo perfil era muito menos democrático do que a cidade havia tido até então.  Comunidades exclusivas, fechadas com muros e portões, com guardas e cercas eletrônicas apareceram; afinal, Raleigh e Cary, seu subúrbio, eram o próprio vale do silício da costa este dos EUA. 

 

Capa da edição brasileira

Capa da edição brasileira

Muitos foram os lagos e campos de golfe criados nesta região. Pertenciam a comunidades com centenas de casas, separadas por tamanhos e preços diferentes.  Não muito diferente do plano original de Brasília.  Casas de um certo preço, de um certo padrão próximas às suas semelhantes.  Edifícios de pequenos apartamentos no canto do terreno dedicado aos edifícios.  Numa área, casas tinham telhas de asfalto, em outra, casas de dois andares.  Tudo dentro das regras do plano urbano de desenvolvimento. Não há como sair da norma nestas comunidades.  Assim disfarça-se, também, a segregação financeira. 

 

Nestas comunidades fechadas, que lembram pequenas aldeias porque têm muitos serviços dedicados a uma pequena população: escolas de ensino básico, creches e até estádios esportivos; o que se vende é a sensação de segurança.   Ninguém questiona a falta de liberdade de mudar a cor do lado de fora da casa ou o tipo de telhado.  Cada uma tem regras específicas e claras estipuladas nas escrituras,  muitas das quais seriam inválidas  em território brasileiro. 

 

Vem à mente neste momento um bairro em Raleigh,  construído à volta de um lago – também escavado pelo homem.  Chamava-se: Rue Sans Famille.   Havia é claro muitas ruas nesta comunidade de centenas de casas.  A diferença deste bairro para outro estava numa única cláusula na escritura: a proibição de crianças morarem neste condomínio.  Assim, se você é jovem e está pensando aumentar a família, tem que primeiro vender a sua casa.  16 anos era a idade mínima para morar neste local.  Não importa se você é divorciado e os filhos vêm visitar.  A regra é clara e leva qualquer infrator à justiça:  sem crianças.

 

Eu me expando em explicações para simplesmente dizer que quando Claudia Piñeiro descreveu em seu livro As viúvas das quintas-feiras [Editora Alfaguara] a comunidade fechada nos arredores de Buenos Aires, pude imaginá-la muito bem.   Como seus semelhantes americanos, as pessoas que decidem morar em Altos de la Cascada  acreditam que não só o ar que respiram é mais limpo, mas que  todos os outros seres humanos não merecem nem o ar e nem o luxo que lhes é servido.  Como na Argentina, no Brasil e nos Estados Unidos, moradores de vizinhanças como essas fogem do crime, do perigo real ou imaginado que acreditam existir nas partes das cidades mais populosas e menos seletivas

Capa da edição argentina.

Capa da edição argentina.

 

 

 

 

Quando, no entanto, a economia local, regional ou mundial muda o perfil dos empregos e das companhias; e o desemprego, nunca antes previsto, começa ser percebido aqui e ali, penetrando até mesmo no território santificado destas comunidades, os habitantes destas ilhas de bem-aventurança, acham difícil manejar a realidade.  E de repente, se descobrem espiando vizinhos, analisando problemas com seus pares, com seus companheiros de golfe. Uma mudança brusca de status social se mostra difícil de ser encarada.  Há imediatamente uma divisão entre os verdadeiros sobreviventes – aqueles que se adaptam às novas circunstâncias – e os que insistem em viver como se nada pudesse os afetar.  A discriminação, no início sutil, chega a níveis impensáveis e a resoluções ainda mais incompreensíveis.

 

Passado na virada do século XXI, na Argentina, época em que aquele país sofria com uma crise econômica, os habitantes de Altos de La Cascada preferem ignorar a realidade fora das cercas de metal que os protege.   O romance, que tem um tempo rápido, maravilhoso, em plena compatibilidade com a época que está retratando, é muito intenso por mais ou menos seus primeiros dois terços.  Depois perde um pouco a mágica para recuperá-la no capítulo final com uma conclusão completamente inesperada.   Este final renasceu o meu interesse pela leitura e “salvou” o romance para mim.   Apesar do título, não são só as mulheres desta comunidade que são retratadas.  Seus maridos, seus filhos são tão parte da história quanto elas.   Diversos assuntos muito atuais são retratados de tal maneira que nos fazem pensar criticamente a respeito da sociedade em que vivemos: anti-semitismo, preconceito de cor, espancamento e abuso de mulheres, preferências sexuais inusitadas.  E para aumentar o nosso interesse há um mistério que precisa ser resolvido.  

 

Alejandra Lopez.

Claudia Piñeiro. Foto: Alejandra Lopez.

Acho que este é um ótimo livro para se levar numa pequena viagem de férias, para um fim de semana prolongado.  Ele mostra com cuidado o mundo em que todos nós vivemos e faz com que se considere: esta é  a maneira como realmente queremos viver nossas vidas?   Será que vale a pena nos isolarmos do mundo à nossa volta?  Vivermos rodeados só daqueles que se parecem conosco?  Perder o contexto, nos exilarmos da nossa textura cultural, é uma maneira plausível de solucionarmos problemas sociais?

Recomendo o livro.  Boa leitura.

 

Este livro ganhou o Prêmio Literário Clarín em 2005.

 

 

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Esta resenha apareceu primeiro em inglês na página: Living in the postcard.