Boas novas para as tartarugas-de-couro

22 05 2009

Tartaruga de couro (Dermochelys_coriacea)

 

Um grupo internacional de cientistas identificou a maior população no mundo de tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea), também conhecida como tartaruga-gigante. A espécie, que atinge mais de 500 kg, corre sério risco de extinção. Os pesquisadores estimam que existam entre 15.730 e 41.373 fêmeas em praias do Gabão, na África, em áreas onde são feitos trabalhos de conservação da espécie marinha, a maior entre as tartarugas atuais e a quarta maior entre os répteis, depois de três crocodilianos.

 

A espécie também está na lista de espécies ameaçadas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Cinco espécies habitam e se reproduzem no Brasil. Todas estão ameaçadas de extinção e são protegidas por leis nacionais e internacionais. Segundo o projeto Tamar, a estimativa mundial era de 34 mil fêmeas em idade reprodutiva. Ou seja, com o novo estudo, a população aumenta consideravelmente.

 

Mapa do Gabão, na costa oeste do continente africano.

Mapa do Gabão, na costa oeste do continente africano.

 

O estudo, publicado na edição de maio da Biological Conservation, destaca a importância dos esforços de conservação da biodiversidade. A tartaruga-de-couro teve suas populações nos oceanos Pacífico e Índico reduzidas em mais de 90% nas décadas de 1980 e 1990. A União Internacional para Conservação da Natureza lista a espécie como ‘criticamente ameaçada’, mas há carência de registros populacionais no Atlântico, especialmente na África.

 

O novo estudo foi coordenado por pesquisadores da Universidade de Exeter, no Reino Unido, em parceria com a Wildlife Conservation Society, por meio da Gabon Sea Turtle Partnership, uma rede de organizações que atua na proteção de tartarugas marinhas. Os pesquisadores colheram dados durante três estações de assentamento, entre 2002 e 2007. O levantamento envolveu a produção de registros aéreos por 600 km, cobrindo toda a costa do país no oeste africano. Além de fotos e vídeos para análise, foi feita o monitoramento detalhado em solo por toda a área.

 

Tartaruga de couro, desenho esquemático de sua carapaça.

Tartaruga de couro, desenho esquemático de sua carapaça.

 

Ao cobrir toda a costa, os cientistas puderam estimar não apenas o número de ninhos e de fêmeas poedeiras, mas também identificar os principais pontos de assentamento, dado fundamental para o desenvolvimento de trabalhos de conservação da espécie. O levantamento apontou que 79% das áreas de assentamento identificadas estão dentro de parques nacionais e outros locais protegidos.

 

 

 

 tartaruga 1

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A tartaruga-de-couro é a maior de todas as tartarugas marinhas.  Mas sua característica mais marcante é a consistência de sua carapaça. Seu casco não é constituído de placas ósseas, mas coberto por uma pele grossa e sem escama, tendo a aparência de couro. A sua carapaça é preta com manchas brancas ou azuladas espalhadas ao longo das quilhas.  No pescoço nas axilas e virilha tem pontos rosado. Suas grandes nadadeiras frontais lhes permitem nadar longas distâncias. Vivem sempre em alto-mar, aproximando-se do litoral apenas para desova.  Um animal adulto chega a atingir 2 metros de comprimento e mais de 500 kg de peso. São grandes mergulhadoras, podendo descer aos 1000 m de profundidade. E se aproximam da costa só para se reproduzir.  As tartarugas-de-couro passam a maior parte do seu ciclo de vida no mar, alimentando-se de organismos flutuantes tais como águas-vivas e têm grande dificuldade de se deslocarem na areia.   Por isso cavam seus ninhos um pouco acima da linha da maré-alta.   

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Por que está em perigo de extinção?  Pela caça e destruição do habitat. Por causa do hábito alimentar, freqüentemente confundem sacos plásticos ou celofane com águas-vivas e correm o risco de morrerem por indigestão. Adultos são capturados em redes flutuantes para pesca e  por linhas longas (Long-Lines) usadas para pesca de atum. Não há pesca comercial para esta tartaruga, mas em alguns lugares sua carne é usada como isca na pesca de tubarões.

 

 

Com informações do JB Online e do PROJETO TAMAR

 





Plante uma árvore pela campanha da ONU!

21 05 2009

plantando, rega

Ilustração:  Maurício de Sousa

 

Hoje, graças a um comentário do jornalista Rogério Pacheco Jordão, cujo blog,  Entrementes,  aqui no wordpress é cheio de curiosas informações e algumas boas reflexões, fui alertada para um programa da Organização das Nações Unidas (ONU) para o plantio de 7 milhões de árvores até o final deste ano.  

 

Este é um programa dependerá da participação ativa da população mundial, como maneira de incentivar líderes mundiais a construírem mais e novos acordos, com objetivo o combate efetivo da mudança climática no planeta.  Para alcançar a meta de árvores plantadas, precisamos do apoio de escolas, governos, empresário e cidadãos”, afirmou o Diretor Executivo do PNUMA [ Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente], Achim Steiner.

 

Se você está interessado em participar, ou se acredita que sua escola, sua companhia, sua igreja, grupo escoteiro ou academia de ginástica, enfim que as pessoas de seu círculo social devam se interessar e participar,  o site da campanha: PLANT FOR THE PLANET é aqui.    Há um link para o site em português: Plantemos para o planeta.

 

Eu já me inscrevi, para a modesta soma de 5 árvores para serem plantadas em setembro de 2009.  Este é um número pequeno, mas que sei que poderei plantá-las sem grande sacrifício.  Se eu vier a plantar mais, será melhor para todos nós.  

 

Quando me inscrevi notei a participação não só de grandes companhias como de organizações pequenas e centenas de pessoas como eu e você, participando pela consciência de que é preciso que se faça algo o mais rápido possível.   Vá lá,  ponha o seu nome na lista, seja responsável e realmente plante esta árvore.  Ah, sim,  leve a idéia adiante!





Retrato de oncinhas pintadas para começar bem a semana!

19 05 2009

oncinhas pintadas, zoológico de Berlim

Oncinhas pintadas do zoológico de Berlim, apresentadas ao público.

 

 

Para você começar a semana com  um sorriso nos lábios:

 

O parque zoológico Tierpark, em Berlim, apresentou nesta terça-feira três filhotes de onça-pintada. Os animais, que foram batizados de Atiero, Jumanes e Valdivia, nasceram no dia 16 abril deste ano. As informações são da agência Reuters.

A onça-pintada é uma espécie carnívora e alimenta-se, principalmente, de outros mamíferos de pequeno porte. O acasalamento ocorre em qualquer época do ano e a fêmea costuma gerar de 1 a 4 filhotes por ano. Quando nasce, o filhote costuma pesar 1 kg aproximadamente.

 

 

 

 

oncinha na balança

A expectativa de vida desta espécie (vivendo de forma selvagem) é de 12 anos aproximadamente. Em cativeiro, a onça-pintada pode passar de 20 anos. Para caçar, as onças preferem o período da noite.

Fonte: REUTERS





Réplica do maior dinossauro carnívoro do país em exposição!

16 05 2009
,Angaturama limai. [Réplica], Foto: Fábio Motta/AE

Réplica, Angaturama limai. Fot0, Fábio Motta/AE

 

O Museu Nacional, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, inaugura na sexta-feira, 15, a exposição permanente Dinossauros no Sertão, com réplicas e fósseis originais encontrados na região do Araripe, no Ceará. O destaque é a maior reconstrução de um dinossauro carnívoro já montado no País: o Angaturama limai. A réplica tem cerca de seis metros de comprimento e foi montada a partir da pélvis e fragmentos ósseos das mãos, fêmur e vértebras. O dinossauro viveu há cerca de 110 milhões de anos, no período Cretáceo Superior, pesava cerca de meia tonelada e se alimentava principalmente de peixes e animais marinhos.

 

Descrevi o Angaturama pela primeira vez na década de 80, a partir de um crânio, mas não havia fragmentos suficientes para montarmos uma réplica”, explicou o paleontólogo Alexander Kellner, curador da exposição. Ele orienta a dissertação da mestranda da UFRJ Elaine Machado, que descreverá os fósseis que estão expostos.  

Segundo Kellner, a ideia da exposição é mostrar dois ecossistemas que existiram em períodos diferentes, numa mesma região. A Chapada do Araripe é um planalto de 160 quilômetros de extensão entre Ceará, Pernambuco e Piauí.

 

Angarutama limai ( Theropoda), Chapada do Araripe, CE.

Angarutama limai ( Theropoda), Chapada do Araripe, CE.

 

Um dos ecossistemas reconstituídos é o de um grande lago de água doce, que teria existido há 115 milhões de anos. Dessa época, estão expostos fósseis de insetos, escorpiões, plantas, pererecas e a réplica do pterossauro Tupandactylus imperator.

 

O outro cenário, onde está montado o Angaturama, retrata o período de 110 milhões de anos, quando havia uma laguna de água salgada na região. “Quisemos retratar um pouco das mudanças que ocorrem na Terra. Nessa época a América do Sul estava se afastando da África e o mar invadiu o continente”, explica Kellner. Nos dias de hoje o Araripe, que é um dos maiores sítios fossilíferos do País, é uma região de sertão. A mostra tem patrocínio da Faperj e do CNPQ.

 

A reconstrução do Angaturama limai representa um grande avanço no estudo desse grupo de dinossauros, os chamados Espinossaurídeos, que viveram há 110 milhões de anos, durante o Cretáceo, e que se caracterizam pelo focinho comprido, uma vela nas costas e uma dentição particular semelhante a dos crocodilos atuais. A réplica, em tamanho real, foi feita a partir de restos fósseis do crânio, perna, coluna cervical, mãos e, principalmente, da pélvis, que impressiona pelo ótimo estado de conservação. Todo esse material também faz parte da mostra.

 

Angarutama

Angarutama

 

O Museu Nacional/UFRJ é pioneiro no país na reconstituição de dinossauros. Foi lá que, em 1999, paleontólogos apresentaram a primeira réplica de um esqueleto de dinossauro, o Staurikosaurus pricei, que viveu há 225 milhões de anos. De lá pra cá, o público que visita o Paço de São Cristóvão, na zona norte do Rio, já pôde observar a ossada de um Santanaraptor (2000) e, em 2006, se impressionou com o gigante brasileiro Maxakalisaurus topai, de 13 metros de comprimento.

 

Serviço: Exposição: “Dinossauros no Sertão”

Aberta ao público a partir do dia 15 de maio

Horário: de terça a domingo, das 10 às 16h.

Entrada: R$ 3,00. Grátis para crianças até 5 anos e pessoas acima de 60. Crianças entre 06 e 10 anos pagam 01 real.

Local: Museu Nacional – Quinta da Boa Vista, s/n, São Cristóvão.

Tel. (21) 2562-6042

 

TEXTO: Fabiana Cimieri

FONTE: O Estado de São Paulo





Aquecimento pode aumentar tamanho de aranhas carnívoras

16 05 2009

pardosa glacialis 1

 

 

Como se o aquecimento global já não nos desse motivo suficiente de preocupação, agora os cientistas afirmam que ele pode conduzir ao surgimento de aranhas maiores e possivelmente de mais exemplares em pelo menos uma espécie de aracnídeos.

Um grupo de cientistas dinamarqueses decidiu determinar se o aquecimento global poderia tornar maiores as aranhas-lobo, uma espécie carnívora e peluda que vive no nordeste da Groenlândia, já que verões mais longos significariam uma temporada de caça mais extensa. A espécie, Pardosa glacialis, não é muito conhecida e costuma ter comprimento da ordem de 4 cm de acordo com Toke Hoye, da Universidade de Aarhus, Dinamarca, um dos co-autores do estudo.

As aranhas podem viver por até dois anos e os pesquisadores constataram que, nos anos em que a primavera começa mais cedo, os animais tendem a crescer mais, em média. Por exemplo, quando a primavera chega 30 dias mais cedo do que a data costumeira, algumas aranhas desenvolvem exoesqueletos que podem ser 10% mais espessos do que a média, o que resulta em corpos maiores. Nos anos mais frios, por outro lado, foi constatada uma redução no exoesqueleto.

Ao final do estudo de 10 anos de duração, a espessura média do exoesqueleto era de 2,65 mm, cerca de 2% acima dos 2,6 mm constatados nos anos iniciais do estudo – uma grande diferença a ser registrada durante um período de estudo de apenas 10 anos, de acordo com os pesquisadores.

Fêmeas robustas
As temperaturas mais quentes também parecem estar conferindo às fêmeas uma vantagem de tamanho com relação aos machos, sugere o novo estudo. As fêmeas da espécie Pardosa glacialis tendem a ser apenas ligeiramente maiores que os machos – como era o caso em 1997, quando o degelo da primavera aconteceu por volta do 160° dia do ano.

Mas em 2005, por exemplo, quando o degelo aconteceu no 143° dia do ano, os exoesqueletos das fêmeas se provaram cerca de 2% maiores que os dos machos, em média.

Qual seria o motivo?
O motivo para que o aquecimento esteja aparentemente resultando em crescimento para essas aranhas é um mistério. A razão pode ser o fato de que as aranhas estão crescendo devido ao prolongamento de sua temporada primária de caça. Ou os verões mais longos podem estar permitindo que elas procedam à muda – o abandono de seus exoesqueletos antigos – com mais frequência, o que resultaria em crescimento maior ao longo de suas vidas. Não se sabe se as aranhas-lobo já estão nascendo maiores, já que o tema do estudo eram animais adultos.

 

 

spider-pic

 

Ninguém faz idéia do efeito que essas aranhas maiores podem exercer sobre o meio ambiente local, disse Hoye. Mas ele está bastante certo de que as aranhas não só serão maiores como mais numerosas. Fêmeas adultas maiores provavelmente resultarão em aumento na população de aranhas, e/ou em mais crias, disse Hoye.

Pelo lado positivo, ao menos para os aracnófobos, o canibalismo é comum entre muitas espécies de aranhas. A prática ajudaria a conter o crescimento das populações, disse Hoye, especialmente se os adultos continuarem a crescer, o que tornaria os filhotes presas mais fáceis. As constatações foram publicadas pela revista Biology Letters.

 

Artigo de Matt Kaplan, para a revista National Geographic.

Tradução: Paulo Migliacci ME

Portal Terra





Brasileiros caem para 2º em ranking de consumo ambiental

14 05 2009

borboletas na paisagem

Ilustração:  Maurício de Sousa.

 

Os brasileiros estão em segundo lugar em um ranking que avaliou a consciência ambiental e os hábitos de consumidores em 17 países. Em 2008, os brasileiros lideravam a lista, mas na nova edição do ranking o Brasil caiu uma posição e foi superado pela Índia.

 

A pesquisa foi feita através de questionários pela internet com 17 mil pessoas em 17 países. As perguntas eram sobre comportamento dos consumidores em relação a uso de energia, escolhas de transporte, fontes de alimentos, uso de produtos verdes e orgânicos, atitudes em relação ao ambiente e consciência sobre problemas ambientais.

 

Especialistas em ambiente analisaram as respostas e elaboraram o “Greendex 2009” (ou “Índice Verde 2009”). A pesquisa foi feita pela National Geographic Society e pela empresa GlobalScan.

Greendex 2009

  1. Índia
  2. Brasil
  3. China
  4. Argentina
  5. Coréia do Sul
  6. México
  7. Hungria
  8. Rússia
  9. Espanha
  10. Alemanha
  11. Suécia
  12. Austrália
  13. França
  14. Grã-Bretanha
  15. Japão
  16. Canadá
  17. Estados Unidos

 

Consumidores dos países emergentes foram considerados mais conscientes do meio ambiente do que os cidadãos de países desenvolvidos. Índia, Brasil e China lideram o ranking. Japão, Canadá e Estados Unidos ocupam os últimos lugares.

 

O Brasil foi o único país entre os 17 analisados que caiu no ranking deste ano em comparação com 2008. O resultado ocorreu devido a piores hábitos dos brasileiros em relação a consumo de comida, compra de bens e escolhas de transporte.  O pior resultado dos brasileiros, segundo os especialistas, foi no item sobre consumo de alimentos. O país ficou em 14º entre os 17 países.

 

A pesquisa mostrou que os brasileiros são o segundo maior consumidor de carne bovina, atrás apenas da Argentina. Cinquenta e sete por cento dos brasileiros disseram comer bife mais de uma vez por semana. Esse indicador é considerado negativo pelos especialistas, que afirmam que a produção de carne requer um consumo intensivo de água, causando danos ao ambiente.

 

O Brasil também recebeu uma avaliação pior este ano nas respostas sobre aquisição de bens. Os brasileiros ainda estão entre os consumidores que mais evitam comprar produtos que são nocivos ao ambiente, mas a quantidade de pessoas no Brasil com essa preocupação caiu em 11%, segundo o levantamento.

 

A boa posição do país no ranking deve-se aos hábitos domiciliares dos brasileiros, considerados os melhores entre os 17 países avaliados. Oitenta e nove por cento das pessoas que responderam ao questionário no Brasil moram em residências com menos de cinco quartos. Os brasileiros também estão usando mais fontes limpas de eletricidade e, graças ao clima tropical, não utilizam sistemas de aquecimento nas suas casas com a mesma frequência que consumidores dos outros países.

 

Fonte: BBC





Além dos humanos, que animais se reconhecem no espelho?

13 05 2009

macaco com espelho

 

A capacidade de identificar a si mesmo em um espelho é bastante rara na natureza, presente apenas entre os grandes primatas (chimpanzés, bonobos, gorilas, orangotangos e humanos), nos golfinhos e nos elefantes.

Entre os cientistas há o entendimento de que essa habilidade de se reconhecer no espelho só é possível em espécies com alto grau de empatia e comportamento altruístico, ou seja, que são aptos a perceber as necessidades de outros indivíduos de sua espécie e tentar ajudar. “Além disso, trata-se de animais que têm uma capacidade cerebral muito mais sofisticada que a dos cães“, diz o professor Luciano Mendes Castanho, da Faculdade de Ciências Biológicas da PUC-SP.

 

Terra





RS: descoberta toca de 10 mi de anos feita por tatu gigante

11 05 2009
paleotocas

Bifurcação no tunel das paelotocas. Foto: Francisco Buchmann

 

Francisco Buchmann, professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp) no campus do Litoral Paulista em São Vicente (SP), descobriu mais de 60 túneis escavados por tatus gigantes que viveram na América do Sul entre cerca de 10 milhões e 10 mil anos atrás aproximadamente.

Segundo a Unesp, esses túneis podem revelar o comportamento desses animais e o ambiente em que viviam. A maior concentração de túneis foi descoberta em outubro de 2008, no município de Novo Hamburgo (RS). O estudo foi apresentado na 24ª Jornada Argentina de Paleontologia de Vertebrados, em Mendoza, no dia 6 de maio. Geralmente, esses túneis são encontrados totalmente preenchidos pela lama de enxurradas de chuva sedimentada ao longo de milhares de anos e recebem o nome de crotovinas.

 

 

 

Gráfico da extensão e formato dos túneis na paleotoca.

Gráfico da extensão e formato dos túneis na paleotoca.

 

Buchmann e seus colaboradores – o geólogo Heinrich Frank e os doutorandos Filipe Caron e Leonardo Lima, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, mais a paleontóloga Ana Maria Ribeiro e o mestrando Renato Pereira Lopes, da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul – são os primeiros a encontrarem no Brasil os túneis desobstruídos e com marcas das garras e da carapaça do animal que os escavou.

Com as chamadas paleotocas, os pesquisadores podem descobrir o que não dá para saber analisando apenas os ossos fossilizados. “A paleotoca permite estudar quais eram os hábitos dos tatus gigantes” explica Buchmann. A maioria das paleotocas e crotovinas foi encontrada à beira de rodovias, em várias cidades no leste de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Os pesquisadores acreditam que o tatu gigante escolhia ficar perto de um rio, mas escavava em um local alto para não correr o risco de sua toca inundar. Buchmann explora as paleotocas usando vários equipamentos, incluindo uma máscara para não respirar fungos.

 

 

 

 

Francisco Buchmann fazendo moldes de marcas das paredes numa paleotoca.  Foto: Francisco Buchmann.

Francisco Buchmann fazendo moldes de marcas das paredes numa paleotoca. Foto: Francisco Buchmann.

 

Às vezes a circulação de ar não é suficiente e é preciso levar oxigênio. “Tem de ter uma certa boa vontade para explorá-las. A paleotoca tem um formato cilíndrico e contínuo que se estende por dezenas de metros”, ele descreve. “A toca do tatu atual tem de 10 cm a 50 cm de diâmetro, enquanto uma paleotoca de tatu gigante tem cerca de 1,5 m e 2 m de diâmetro; às vezes é muito fácil de entrar”.

De acordo com o pesquisador, os tatus gigantes começaram a evoluir há 60 milhões de anos para ocupar o vazio deixado pela extinção dos dinossauros, sendo ele mesmo totalmente desaparecido devido a mudanças climáticas, há seis mil anos atrás. “O índio brasileiro conviveu com esses tatus gigantes”, diz.

Buchmann e seus colegas vêm discutindo que espécie de tatu extinto escavou todas essas tocas no sul do Brasil. Até agora, as evidências sugerem que o escavador foi um tatu dos gêneros extintos Propraopus ou Eutatus.

 

Portal Terra





PUC-RIO Abre concurso de artes visuais

8 05 2009

pintora 2Ilustração Maurício de Sousa.

 

A Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (Puc-Rio) já está com as incrições abertas para o seu 1° Concurso de Artes Visuais, para candidatos de todo o país.  A partir do tema RIO DE JANEIRO: PAISAGEM E ARQUITETURA, os participantes devem  mostrar  a cidade do Rio de Janeiro por meio de pinturas, gravuras e desenhos.   As obras podem ser desenvolvidas a partir de técnicas de acrílica, vinílica, óleo, aquarela, guache, têmperas, mista, mosaico e gravura.  As inscrições podem ser realizadas até 3 de julho, no campus da universidade (Rua Marquês de São Vicente 225, Gávea, Rio de Janeiro), na Coordenação de Atividades Comunitárias e Culturais [CACC], sendo necessária a entrega da obra no ato da inscrição, ou via Correios.  Mais informações no site:

 

www.ccesp.puc-rio.br/minhaalmapinta

 FONTE: O Jornal do Comércio, 8,9 e 10 de maio de 2009, [edição impressa], página C-6.





Pesquisa relaciona soma e subtração com movimento dos olhos

7 05 2009

aritimetica, ilustração da Margarita  Philosophica, 1503, Boetius, romano, (475-524)e Pitagoras, grego, (570 BC-475BC) II

 

Ilustração: Margarita Philosophica, 1503, à esquerda o matemático romano Boethius (475-524), à direita o matemático grego, Pitágoras (570 AC- 475AC).

 

Isso indica que cálculo mental ‘recicla’ antigo sistema neuronal, originariamente dedicado ao espaço físico.  O processo mental de somar e subtrair utiliza o mesmo circuito cerebral que controla o movimento dos olhos para a direita ou a esquerda, segundo pesquisadores franceses.

 

A descoberta indica que o cálculo mental “recicla” um antigo sistema neuronal, originariamente dedicado a visualizar e compreender o espaço físico, para poder realizar esta tarefa mais complicada.  A explicação neurobiológica é que atividades como a escrita e a matemática são recentes demais para que a seleção natural dedique mecanismos cerebrais específicos, afirma um estudo publicado nesta quinta-feira, 7, na revista Science.

 

André Knops, do Instituto Nacional da Saúde e da Pesquisa Médica da França, e cientistas utilizaram dados de ressonâncias magnéticas para ensinar um software a prever a direção da movimentação do olhar de várias pessoas, para a direita ou a esquerda, com base na atividade neuronal do cérebro.

 

Os pesquisadores pediram aos indivíduos para realizar cálculos mentais – somas ou subtrações -, e comprovaram que o programa podia prever que exercícios tinham realizado, só com base no registro da atividade cerebral.

 

As pessoas estudadas pelo computador resolveram os problemas matemáticos usando números e outros símbolos e conjuntos de pontos, mas, em todos os casos, o movimento do olho para a direita foi relacionado com a soma, enquanto para a esquerda significava subtração.

 

abacus jillian tamaki

Abacus, Ilustração de Jillian Tamaki ( Canada)

 

 

A exceção foram os participantes árabes, que leem da direita para a esquerda tanto números quanto palavras, e nos quais aconteceu o contrário, disse Knops.  O estudo confirma que o desenvolvimento da matemática nos humanos não provém de uma nova parte “matemática” do cérebro, mas usa uma já existente para codificar as operações aritméticas.   Neste caso, o circuito que já tinha sido desenvolvido para os movimentos espaciais à esquerda e à direita demonstrou ser adequado para subtrair e somar números.

Os resultados da pesquisa podem servir para adaptar melhor a aprendizagem da matemática às características dos processos mentais implicados, acrescentou.

 

No entanto, segundo o cientista, já há provas sólidas de que pelo menos a divisão e a multiplicação dependem de diferentes tipos de representação que não estão tão ligados à dimensão esquerda-direita.

 

Neste caso, parece desempenhar um papel mais importante recorrer a dados pertencentes à memória de longo prazo“, explicou.

 

O ESTADO DE SÃO PAULO