Natureza maravilhosa: rãs ponta-de-flecha

27 05 2025

A rã ponta-de-flecha é natural das Américas do Sul e Central e pode ser encontrada em diversas cores.  Seu nome científico é Dendrobatidae. É um anfíbio de pequeno tamanho, em média 3 centímetros, bastante venenoso.  O veneno se encontra em sua pele, intoxica e pode até matar seu inimigo. A coloração dessas rãs varia do vermelho, azul, verde, amarelo, preto, ouro e cobre. 





A frase musical, Marcel Proust

27 05 2025

Natureza morta com instrumentos musicais e livros, c. 1650

Bartholomeo Bettera (Itália, 1639-1699)

óleo sobre tela

Museu de Israel, Jerusalém

 

 

Que belo diálogo ouviu Swann entre o piano e o violino no começo do último trecho! A supressão das palavras humanas, longe de deixar ali reinar a fantasia, como se poderia crer, a tinha eliminado: jamais a linguagem falada foi tão inflexivelmente fatal, jamais conheceu a tal ponto a pertinência das perguntas, a evidência das respostas. Primeiro o piano solitário se queixou, como um pássaro abandonado da sua companheira; o violino escutou-o, respondeu-lhe como de uma árvore vizinha. Era como no princípio do mundo, como se ainda não houvesse senão os dois sobre a face da Terra, ou antes, era naquele mundo fechado a tudo o mais, construído pela lógica de um criador e onde para todo o sempre só os dois existiriam: aquela sonata. Era um pássaro? Era a alma ainda incompleta da pequena frase, era uma fada, esse ser invisível e choroso, cuja queixa o piano em seguida ternamente redizia? Seus gritos eram tão súbitos que o violino devia precipitar-se sobre o seu arco para os recolher. Maravilhoso pássaro! O violinista parecia querer encantá-lo, amansá-lo, capturá-lo. Já havia passado para a sua alma, já a pequena frase evocada agitava, como ao de um médium, o corpo verdadeiramente possuído do violinista.

 

Marcel Proust, em: No caminho de Swann, volume I da obra Em busca do tempo perdido, Marcel Proust, tradução de Mário Quintana.





Nossas cidades: Florianópolis

27 05 2025

Igreja de São Francisco, Florianópolis, década de 1950

Martinho de Haro (Brasil, 1907-1985)

óleo sobre madeira, 58 x 52 cm





A lista de leitura de Elena Ferrante

26 05 2025
Ilustração John Crandall (?)

 

 

Em 2020,  a Wikipedia me diz, a escritora italiana Elena Ferrante, que se tornou muito popular na década passada com a quadrilogia napolitana, publicou uma lista de 40 romances escritos por mulheres que ela recomendaria.

Há muito passei da fase de ler um livro pelo sexo de autor.  Mas confesso que na década de oitenta do século passado, passei alguns anos, talvez uns cinco anos lendo exclusivamente mulheres, fora os livros que eu lia para as resenhas publicadas no jornal da cidade onde morei nos Estados Unidos.

Sei que cometo uma gafe, para os tempos modernos, ao dizer que há uma diferença na escrita de homens e mulheres. Essa afirmação não é bem vista em muitos círculos.  Mas não é o caso aqui de abrir esse assunto.  O que quero comentar aqui?  A lista de Elena Ferrante.  Já li alguns dos quarenta livros, e li algumas das autoras, mas outros livros.  Não seria a minha lista de autoras favoritas, mas é uma lista.  Como todas as listas, tem alguns vieses fortes, mesmo dentro da seleção de autores mulheres.

 

 

Dessa lista li e recomendo

Americanah, de Chimamanda Ngozi Adichie. Não é meu livro favorito dela. Meio sol amarelo é a minha preferência das quatro obras que li da autora. Mas é o mais querido do público.

O Ano do Pensamento Mágico, de Joan Didion

O Amante, de Marguerite Duras

Os Anos, de Annie Ernaux

Amada, de Toni Morrison

O Deus das Pequenas Coisas, de Arundhati Roy

 A Porta, de Magda Szabò

Memórias de Adriano, de Marguerite Yourcenar

Um homem bom é difícil de encontrar e outras histórias de Flannery O’Connor, que na lista aparece em inglês, mas está traduzido no Brasil.

Li algumas das autoras, que recomendo, mas li outros livros: Margaret Atwood, Rachel Cusk, Nathalia Ginzburg, Doris Lessing, Iris Murdock, Edna O’Brien.

Alguns livros tenho em casa. Mas eles me intimidam por seus tamanhos generosos: Uma vida pequena e O intérprete de males. Confesso que olho para eles e me pergunto: vou querer mesmo a companhia desse livro pelas próximas quatro, cinco semanas? Olho para as capas, elas não me seduzem. Os pobres volumes voltam para as prateleiras.

Há outras autoras na lista de que não gosto. Em outra ocasião explico porque. Escolham um, pelo menos, da lista como projeto de leitura para 2025. Ainda sobram sete meses neste ano!

 





Pessoas são diferentes, poesia infantil, Ruth Rocha

26 05 2025
   
 
    Pessoas são diferentes

   

     Ruth Rocha

 

    São duas crianças lindas

    Mas são muito diferentes!

    Uma é toda desdentada,

    A outra é cheia de dentes…

    Uma anda descabelada,

    A outra é cheia de pentes!

    Uma delas usa óculos,

    E a outra só usa lentes.

    Uma gosta de gelados,

    A outra gosta de quentes.

    Uma tem cabelos longos,

    A outra corta eles rentes.

    Não queira que sejam iguais,

    Aliás, nem mesmo tentes!

    São duas crianças lindas,

    Mas são muito diferentes!





Palavras para lembrar: Eugène Delacroix

25 05 2025

Verde

Albert Ramos Cortés (Espanha, contemporâneo)

óleo sobre tela, 51 x 41 cm

 
“O mais atraente triunfo do escritor é fazer pensar aqueles que podem pensar.”

Eugène Delacroix

 

 

 





Dia a dia…

25 05 2025

 

Este é um livro infanto-juvenil com belíssimas ilustrações e texto exemplar passado tanto numa floresta tropical quanto num ambiente urbano.  Esse é o terceiro livro da carioca Nancy de Souza. O lançamento foi um grande sucesso. E sim, Nancy já se tornou uma amiga pessoal desde que fizemos um curso juntas.

 

 





Paisagens brasileiras…

25 05 2025

Paisagem com barco, 1999

Aldemir Martins (Brasil, 1922-2006)

acrílica sobre tela, 130 x 100 cm

Rosa imperial

José Paulo Moreira da Fonseca (Brasil, 1922-2004)

óleo sobre tela, 46 x 55 cm





Em casa: Leonard John Fuller

25 05 2025

Marjorie tricotando

[Retrato da esposa do pintor]

Leonard John Fuller, (Inglaterra, 1891-1973)

óleo sobre tela

Coleção Particular





Pequenas mudanças…

24 05 2025
Caminhão de mudanças em Patópolis, ilustração de Walt Disney Co.

 

 

Junho está à porta. E este blog comemora então seu décimo sétimo ano de existência. Foi mudando ao longo do tempo.  Nos 17 anos que tenho postado praticamente todos os dias, a internet mudou. Ficou mais acessível, mais pessoas se dedicaram a postagens.  Muitas desistiram.  Sou uma blogueira antiga. 

No início eu me dediquei à educação visual e literária para todos, mas algumas escolas me deram preferência.  Naquela época, quase vinte anos atrás, havia pouco publicado que pudesse ser utilizado pelos professores do ensino fundamental e médio e tive muito apoio deles, principalmente do Rio Grande do Sul, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná. Professores passaram algumas páginas como “dever de casa” e me comprometi a não ajudar as crianças dando respostas certas para suas perguntas, deixando que elas resolvessem por si só a moral da fábula, ou o que o poeta quis dizer.

Algumas postagens também foram colocadas pensando nesse público: assim vieram os Filhotes Fofos, O verde do meu bairro, Natureza maravilhosa, Palavras para lembrar [a respeito da leitura], Minutos de sabedoria [citações de conhecidos pensadores], Boas maneiras (um tantinho de etiqueta), Poesia infantil e outras pequenas, não tão resilientes postagens regulares do blog. Assim cheguei hoje aos quase 12 milhões de diferentes acessos ao blog, ou seja 12 milhões de pessoas diferentes acessaram o blog, se você voltou a acessar o blog, não conta, são 12 milhões de diferentes acessos.

Os anos passaram, muito coisa apareceu na internet, alunos e professores encontravam postagens mais relevantes para seu trabalho, e… fui rareando algumas dessas postagens.  Muito acontece em quase 20 anos.  De repente, a partir da segunda metade do 24 e agora. nesses cinco meses que passamos em 2025, comecei a receber por email, pedidos para algumas coisas que se referiam a esses tópicos que eu havia deixado de lado.  Acho que como celebração desses 17 anos de postagens, vou tentar voltar a postar alguns desses nichos mencionados acima, para alegria de quem pediu de volta.  

Comecei ontem.  Vamos ver…  Se você gostaria de ver mais alguma coisa neste blog, por favor entre em contato.  Não posso prometer que farei.  Nem sei se conseguirei manter todas essas postagens dos nichos antigos.  Hoje tenho menos tempo.  No passado, meu marido fazia as compras, eu tinha diarista, hoje não é bem assim… Mas farei um esforço.  Que venha o 18º, o 19º, o 20º anos.

Ah, sim, vou adicionar minha própria website por aqui.  Sempre fui meio tímida para isso.  Mas parece que se você não faz sua própria propaganda… está fadada ao esquecimento no mundo atual.  Vocês (notaram que meu blog não tem anúncios?  Pois é, eu pago a WordPress para não ter anúncios.  E não faço um único centavo com o blog.  Para mim é um hobby.  É assim que quero  manter. 

Os anúncios que coloco são das minhas aulas e do meu livro, futuramente de meu segundo livro e estou (aconselhada por uma pessoa de marketing) aumentando o número de postagens que me mostram como escritora, Dia a dia…, porque é uma mudança ‘profissional’ para mim, ou seja, de historiadora da arte estou também tenho que explicar que escrevo.

As resenhas de livros, acreditem há mais de 350 resenhas de livros no blog, e listas de livros, muito populares, continuarão.  Tudo continuará, só voltamos a ter mais dos temas antigos.

Obrigada a todos pela constância das visitas, num dia normal, quando todos os blogs já quase desapareceram, e que a maioria que tem visitantes é de política, religião e outros assuntos de interesse geral, continuo com meus visitantes, de 3.500 a 5.000 por dia.  Obrigada a todos.  Há alguns de vocês muito fieis e isso me deixa muito feliz. Adoro ver seus comentários, suas observações.  Fico feliz.  E… embarquemos juntos nesses novos-antigos parâmetros.