Leitura é mágica!

30 04 2025
Ilustração de Cecco Mariniello.




Trova do beijo

30 04 2025
Beijo, ilustração Lynn Buckham (EUA, 1918-1982, década de 50.

 

Um filósofo de peso

é desta sentença o autor:

o beijo é fósforo aceso

na palha seca do amor.

 

(Bastos Tigre, 1882-1957)





Hoje é dia de feira: frutas e legumes frescos!

30 04 2025

Processo da cor, 2022

Roberto D’Albuquerque (Brasil, 1990)

óleo sobre tela, 30 x 20 cm

 

 

Natureza morta, 2007

Luís Cláudio Morgilli (Brasil, 1955)

óleo sobre papel, 18 x 29 cm





Arte, por Monzaemon Chikamatsu

29 04 2025

Moça lendo

Hirezaki Eiho (Japão,1881-1968)

 

 

“A arte situa-se no intervalo, fino como a pele, que separa a verdade da mentira”

 

Monzaemon Chikamatsu (1653-1724)





Soneto XXVII de Tite de Lemos

29 04 2025

Na rotunda

Francine van Hove (França, 1942)

óleo sobre tela, 50 x 65 cm

 

 

XXVII

 

Tite de Lemos

 

Nem tomes por virtude o que é defeito,

floreios de poetas amestrados,

nem tenhas por humano o que é perfeito,

coisa de heróis e deuses aplicados.

 

Deve ser que não levo muito jeito

ou quando pense certo faça errado

e ande torto julgando andar direito,

sujeito cego atrás do objeto amado.

 

Persigo a brevidade de um instante

que toda eternidade contivesse:

nisso me acho e nisso estou perdido

 

com desvelo tão quieto e tão constante

que vivê-lo, mais nada, me envaidece

e até nem cuido ser correspondido.

 

 

Em: Caderno de sonetos, Tite de Lemos, Rio de Janeiro, Nova Fronteira: 1988. p. 63





Nossas cidades: Ouro Branco, MG

29 04 2025

Paisagem de Ouro Branco, MG

Oldack de Freitas, (Brasil – Segunda metade do Século XX)

óleo sobre tela,  45 X 60 cm





Paul Auster: livros

28 04 2025

Dia de leitura, 2008

Linda Apple (EUA, 1946)

óleo sobre tela, 15 x 15 cm

 

 

“É por isso que os livros não vão desaparecer. É impossível.  É o único momento em que entramos verdadeiramente na mente de um estranho, e  fazendo isso encontramos o que há de comum na nossa humanidade. Então, o livro não pertence só ao escritor, pertence ao leitor também, e juntos fazemos o que ele é.”

 

Paul Auster

 

Tradução livre: Ladyce West

 

— * — * — *

“And that’s why books are never going to die. It’s impossible. It’s the only time we really go into the mind of a stranger, and we find our common humanity doing this. So the book doesn’t only belong to the writer, it belongs to the reader as well, and then together you make it what it is.”

 

 





Mulher medieval

28 04 2025

Penelope escrevendo para Ulisses, c. 1500

Página com iluminura da obra de Ovídio: Heroides versão em francês

Biblioteca Nacional da França

 

 

No livro O leitor comum de Virgínia Woolf, no primeiro ensaio, Os Pastons e Chaucer, somos apresentados a um detalhado e simpático retrato de uma senhora: Margaret Paston(c. 1420-1484). Virginia Woolf traz aos nossos olhos, a personalidade que detectou através das cartas para membros da família   Primeiro me lembrei do marcante diário e memórias, The memoirs of Glückel of Hameln, (1646- 1724) [não encontrei em português] que, começado em 1690, foram escritas trezentos anos depois das cartas de Margaret Paston. Surpreende o quão pouco mudou naqueles séculos todos o papel da mulher, suas preocupações em manter a família e os  bens da família protegidos. Esse era de fato um dos papeis da mulher, esposa de comerciante ou da pequena nobreza ou dos senhores de terras. 

Apesar de leitora assídua sobre idade média, sempre me assombro com o que aprendo sobre a vida dessas mulheres no passado. Letradas, se comunicavam com membros da família regularmente, por cartas, nos dando assim uma maneira de imaginarmos suas vidas com maior precisão. Mas mais delicioso ainda é ver como Virgínia Woolf constrói um retrato tridimensional dessa mulher que conheceu só através de suas cartas. Para escritores de ficção não só a descrição de Margaret Paston assim como a do Castelo Caistor em Norfolk. Além, é claro, de nos ensinar como observar a obra de Chaucer.   Aqui fica um pedacinho do ensaio de Woolf, para servir de acepipe literário.

 

“As longuíssimas cartas que escreveu tão laboriosamente, com sua letra clara e apertada, para o marido, que estava (como sempre) ausente, não mencionavam a si mesma. Os carneiros tinham destruído o feno. Os homens de Heyden e Tuddenham estavam ausente. Um dique se rompera e um boi foi roubado. Precisavam com urgência de melaço, e ela necessitava muito de tecidos para um vestido.

Mas a Sra. Paston jamais falava de si mesma.

Portanto os pequenos Pastons viam a mãe redigir ou ditar cartas longuíssimas, uma página após a outra, uma hora após a outra; porém interromper um pai ou mãe que escreve tão laboriosamente sobre questões de tamanha importância devia ser um pecado. A tagarelice dos filhos, a sabedoria do quarto de dormir das crianças, ou do seu quarto de estudos não tinham lugar naquelas comunicações elaboradas. Em sua maioria, suas cartas são as cartas de um meirinho honesto para seu chefe, explicando , pedindo conselhos, dando notícias, fazendo relatos. Houvera roubos e carnificina; dificuldades em conseguir o pagamento dos aluguéis; Richard Calle mal conseguira amealhar um dinheiro de nada; e, entre uma coisa e outra, Margaret não tivera tempo de realizar, como deveria, o inventário dos bens que seu marido solicitara. . A velha Agnes, inspecionando à distância um tanto duramente, os afazeres do filho, deve muito bem tê-lo aconselhado a planejar esse inventário, para que tenhais menos o que fazer no mundo,; vosso pai já disse: Onde há poucos afazeres, há muito descanso. O mundo não passa de uma estrada, cheia de infortúnio; e, ao partirmos dela, nada levaremos conosco a não ser nossas boas ações e malfeitos.

Essa passagem ressalta mais uma vez, como a concepção generalizada de que as mulheres na idade média não tinham responsabilidades é errônea. Eram elas as responsáveis pela manutenção, pela adição e preservação dos bens familiares, pelo bem-estar dos filhos e do todos aqueles que se encontravam sob sua guarda, nas terras, nas mansões, nos castelos.

Citação: O leitor comum, Virgínia Woolf, tradução de Marcelo Pen e Ana Carolina Mesquita, Tordesilhas: 2023, p. 34-35

Nota: Cartas de Paston [The Paston Letters] é um do maiores arquivos de correspondência na Inglaterra do século XV. Volume composto de correspondência particular, (por volta de mil cartas) e documentos tais como petições, contratos de aluguel, testamentos, que cobrem três gerações sobre a vida pessoa de uma família na época. Na Biblioteca Britânica em Londres.





Paisagens brasileiras…

27 04 2025

Casario

Yolanda Mohaly (Romênia-Brasil, 1909-1978)

óleo sobre tela, 46 x 61 cm

Casario

Rodolfo Weigl (Brasil, 1907-1987)

óleo sobre tela, 33 x 41cm

 

 

Paisagem com casario

Inos Corradin (Itália-Brasil, 1929)

óleo sobre tela, 60 x 50 cm





Imagem de leitura: Fabien Fabiano

27 04 2025

Ilustração de Fabien Fabiano (França, 1882 – 1962) para a Revista La Vie Parisiènne, publicada em 28 de janeiro de 1922.