Reflexões de viagem, texto de Bernhard Schlink

9 12 2018

 

 

Charles HoffbauerNova York, primeira metade do século XX

Charles Hoffbauer (EUA, 1875-1957)

óleo sobre madeira

 

 

“Sempre que estou em outro país me pergunto se seria mais feliz nele. Quando percorro as ruas e vejo numa esquina um grupo de pessoas conversando e rindo, penso que,  se eu vivesse ali, agora também estaria feliz num grupo em uma dessas esquinas. Quando passo por um café com mesas ao ar livre e um homem se aproxima de uma mesa onde há uma mulher sentada e os dois se cumprimentam alegremente, penso que ali eu também, um dia, encontraria uma mulher que se alegraria ao me ver, e que eu me alegraria em vê-la. E quando à noite se acendem as luzes nas janelas!  Cada janela promete ao mesmo tempo liberdade e aconchego, libertação da vida antiga e aconchego numa nova.”

 

 

Em: A mulher na escada, Bernhard Schlink, tradução de Lya Luft, Rio de Janeiro, Record: 2018, p. 65.


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2 responses

11 12 2018
mariel

Eu tendo a transportar a cena para lugares que já conheço

11 12 2018
peregrinacultural

Você provavelmente está feliz com o lugar onde mora e com sua vida. (Pareço horóscopo, não é?). Neste texto tenho a impressão de que há um desassossego com o lugar de onde o personagem é. Ele parece procurar aquela “felicidade” que imagina ver.

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