Nova York, primeira metade do século XX
Charles Hoffbauer (EUA, 1875-1957)
óleo sobre madeira
“Sempre que estou em outro país me pergunto se seria mais feliz nele. Quando percorro as ruas e vejo numa esquina um grupo de pessoas conversando e rindo, penso que, se eu vivesse ali, agora também estaria feliz num grupo em uma dessas esquinas. Quando passo por um café com mesas ao ar livre e um homem se aproxima de uma mesa onde há uma mulher sentada e os dois se cumprimentam alegremente, penso que ali eu também, um dia, encontraria uma mulher que se alegraria ao me ver, e que eu me alegraria em vê-la. E quando à noite se acendem as luzes nas janelas! Cada janela promete ao mesmo tempo liberdade e aconchego, libertação da vida antiga e aconchego numa nova.”
Em: A mulher na escada, Bernhard Schlink, tradução de Lya Luft, Rio de Janeiro, Record: 2018, p. 65.
Eu tendo a transportar a cena para lugares que já conheço
Você provavelmente está feliz com o lugar onde mora e com sua vida. (Pareço horóscopo, não é?). Neste texto tenho a impressão de que há um desassossego com o lugar de onde o personagem é. Ele parece procurar aquela “felicidade” que imagina ver.