Conny Lehmann (Alemanha, 1967)
aquarela sobre papel, 45 x 61 cm
Comprei esse livro porque achei a descrição da trama imperdível. Além disso, minha curiosidade havia sido instigada porque soube que a autora Ayelet Waldman participou da FLIP em 2015. O eixo principal dessa história é o retorno ao seu próprio dono de um medalhão com o desenho de um pavão que havia sido roubado durante a Segunda Guerra Mundial. Este medalhão fazia parte de um grupo de objetos, que haviam sido confiscados pelos nazistas, das família judias.
Achei interessante a história que trazia um novo elemento para a ficção literária sobre a Segunda Guerra. A guerra em si chegava ao fim em 1945 quando sabemos do trem repleto de tesouros confiscados na Hungria. Um dos soldados americanos responsável pelo trem é o foco da narrativa na primeira parte do livro. Por uma série de peripécias, Jack, acaba sendo o guardião do medalhão. E, à beira da morte, pede à sua neta que descubra os verdadeiros donos da joia.
A segunda parte se dedica à procura da pessoa ou de seus descendentes proprietários do medalhão: a melhor parte do livro. E na terceira e última parte, vemos a história dos proprietários da peça. Com essa estrutura o livro funciona como três contos diferentes, com leves ligações entre eles. São épocas, personagens e mistérios diferentes. A terceira parte me pareceu entediante. A razão é simples: no afã de ser precisa sobre a psicanálise, Ayelet Waldman dedica muito texto ao processo de análise da neurastenia, em 1913.
Ayelet Waldman
Aliás, já no início da trama, quando a ação ainda se passa em Salzburg, na Áustria, há diálogos cuja intenção é divulgar para o público em geral, os costumes e festividades judaicos. Isso contribuiu para diálogos forçados e aquém da realidade informal dos soldados americanos. Há outras formas de se passar informações culturais ou de época que causam menor intervenção no texto.
Ao que eu saiba, este é o único livro da autora traduzido no Brasil. Difícil justificar então seu convite para participar da FLIP. Não deve ter sido por esta obra.
Me gusta mucho.
Gracias!