Arthur Timótheo da Costa (Brasil, 1882-1923)
óleo sobre tela, 65 x 54 cm
Belo Belo
Manuel Bandeira
Belo belo minha bela
Tenho tudo que não quero
Não tenho nada que quero
Não quero óculos nem tosse
Nem obrigação de voto
Quero quero
Quero a solidão dos píncaros
A água da fonte escondida
A rosa que floresceu
Sobre a escarpa inaccessível
A luz da primeira estrela
Piscando no lusco-fusco
Quero quero
Quero dar volta ao mundo
Só num navio de vela
Quero rever Pernambuco
Quero ver Bagdá e Cusco
Quero quero
Quero o moreno da Estela
Quero a brancura da Elisa
Quero a saliva da Bela
Quero as sardas da Adalgisa
Quero quero tanta coisa
Belo belo
Mas basta de lero-lero
Vida noves fora zero.
Petrópolis, fevereiro de 1947.
Em: Antologia Poética, Manuel Bandeira, Rio de Janeiro, José Olympio: 1978, 10ª edição,pp: 135-136.






Que bom que é encontrar Bandeira logo de manhãzinha.
Que bom que você gostou. Bandeira é um dos meus poetas favoritos, de todos os tempos. Gosto muito dos ritmo e dos sons desse Belo belo.
Obrigada pela observação. Um bom dia!
😉
JÁ DIZ POR SI BELO POEMA , BELA IMAGEM !
Gostei que você gostou. Obrigada, pelo comentário.
BELA IMAGEM , BELO POEMA , SUAVE,JOVIAL . GOSTARIA DE CONHECER UM POUCO MÁS DO POETA LUSITANO CAMÕES! AGRADEÇO POR ESTAR CONHECENDO AS DIVERSAS FORMAS DE CULTURA !
Date: Tue, 19 Aug 2014 14:32:32 +0000 To: monica4.2@hotmail.com
Está bem, providenciarei um Camõezinho para nós! Obrigada pela sugestão. 😉