Imagem de leitura — Mai Thu

16 08 2014

 

 

Mai Thu (1906-1980), Jeune fille lisant un poème. Photo Cannes Enchères. Peinture sur soie. Signé en haut à droite; 47 x 56 cm (rousseurs). Lot 400.Jovem lendo um poema

Mai Thu (Vietnã, 1906-1980)

pintura em seda, 47 x 56 cm





Flores para um sábado perfeito!

16 08 2014

 

 

Oehlmayer,Vaso de flores, Óleo sobre Eucatex, 74 x 55 cm.Vaso de flores

Edgar Oehlmeyer (Brasil, 1909-1967)

óleo sobre eucatex, 75 x 55 cm





A felicidade, conto infantil das Histórias do Arco da Velha

16 08 2014
RideOnPrinceIlustração de autoria desconhecida.
A felicidade

 

Três irmãos viviam no meio de um bosque escuro, muito escuro, a pouca distância do mar azul e puro.

Tinham tido a desventura de perder os pais quando eram ainda meninos, e viviam lá muito solitários.

Um dia, finalmente, o mais velho, aborrecido de tanta solidão disse:

— “Além do bosque está o mar azul e puro, e além dele, à margem de lá, uma cidade rica e bela.”

E o outro acrescentou:

–“Dizem que lá encontram-se árvores belas, como as da nossa floresta, e pássaros que cantam  também como os que temos aqui, em torno da nossa casinha paterna?”

Mas o maior replicou:

— “Partirei em busca desta felicidade.”

O segundo repetiu:

–“Partirei também para tentar a minha fortuna, ou para ver se me será dado encontrar a felicidade.”

O terceiro abaixou a cabeça e nada falou:

Selaram os cavalos, os seus belos cavalos negros, tomaram as lanças, as suas boas lanças de ferro, luzentes e agudas, e partiram todos três à procura da felicidade.

O mais velho atravessou a montanha, e entrou no país, vasto e fértil; o segundo passou o mar azul e puro a bordo de um barco, e recolheu-se na cidade rica e bela, lugares onde deveriam encontrar a felicidade, mas nunca puderam vê-la.

O mais jovem, no entanto, não se tinha retirado para longe. Estava ainda junto do bosque, quando sentiu o coração palpitar no peito.

Ergueu-se então, e disse ao cavalo negro:

— “Seria melhor se tornássemos à casa paterna, no meio da floresta escura, muito escura.”

Tirou a brida ao cavalo, ao seu belo cavalo negro, e tornou a conduzi-lo ao casebre.

As árvores agora começavam a murmurar mais suavemente e a inclinar-se ante ele como para saudá-lo; e os pássaros seguiam-no saltando de ramo em ramo, cantando.

E a floresta inteira parecia dizer-lhe:

–“Fizeste bem em voltar!”

Perto da casa paterna viu uma rapariga de cabelos dourados, sentada no portal, atenta a olhá-lo, tendo a seus pés um lindo gato, envolto nas dobras do seu vestido, a dormir.

–“Quem sois?”, perguntou o moço à bela rapariga de cabelos dourados.

Ela picou-lhe os seus grandes olhos doces, e sorrindo respondeu:

— “Sou a Felicidade!…”

 

***

Em: Histórias do Arco da Velha — Livro para crianças, de Viriato Padilha, Rio de Janeiro, Quaresma: 1947,pp: 179-181.