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Casario e igrejas no centro histórico em Salvador, BA, s/d
Carlos Bastos (Brasil, 1925 – 2004)
óleo sobre tela, 73 x 100cm
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Casario e igrejas no centro histórico em Salvador, BA, s/d
Carlos Bastos (Brasil, 1925 – 2004)
óleo sobre tela, 73 x 100cm
« De volta aos anos 60 com Hilary Mantel em “Um experimento amoroso” Imagem de leitura — Alexei Harlomoff »

Não conheço, mas falam tão bem…
Conheci há anos. Um dos lugares mais sensuais que já visitei, apesar de naquela época estar muito suja e cheia de pedintes. Mas a minha visão é sempre um pouco distorcida para uma brasileira. Meu marido é estrangeiro e mesmo que morasse aqui por 100 anos jamais poderia passar pelo pessoal da terra. De modo que pedintes o veem de longe. É realmente muito irritante.
Mestra, se serve de consolo para seu marido, um de nós, que é baiano de origem, tinha um amigo baiano, mas de barba ruiva.
Em praias, museus e eventos turísticos, ele era muito atacado por vendedores, que tentavam falar com ele em inglês — ou na língua estranha que achavam que fosse.
A coisa que esse amigo baiano ruivo mais dizia era:
— Eu sou baaaaino, zorra ! 😎
Mestra, um dos nossos nasceu em Salvador. Nas reuniões de pauta, ouvimos tanto falar nessa cidade
… que, definitivamente, não precisaríamos mais visitá-la. 😎
A percepção dos pedintes é muito interessante. Sou carioca, de pais cariocas, avô mato-grossense, 2 avós cariocas e 1 português. Em suma, tenho tudo para fazer jus a total cidadania. Sou muito clara, loura com olhos azuis de nascença, um tipo que hoje, no Rio de Janeiro [e não era assim quando eu estava na escola] logo me perguntam de onde meus pais emigraram. Quando ando sozinha na cidade, ninguém me para pedindo dinheiro. Eu me perco na multidão. Basta eu andar ao lado do cara metade: mãos se estendem, sussurros ininteligíveis que prometem que me sentirei culpada por negar o troco que tenho na bolsa me atingem. Vivo nos dois mundos. Acho muito estressante ser turista. 😀
Eu já ando sem preocupação, nada me pedem, me farto de olhar, mergulho nas cidades diferentes. Para o baiano, não existe o tempo e o seu linguajar é macio e manso, só que dá última vez q. fui, não me deixaram perambular pelas vielas. É perigoso, disseram! Uma pena.
Estive em Salvador duas vezes. A primeira foi há muito tempo e não tive problemas. Estava sozinha. A segunda foi numa época difícil para a cidade e o país [há época fácil para esse país?] e tivemos muitos problemas. Mas é o retrato do país.