Na boca do povo: escolha de provérbio popular

16 09 2013

dinheiro, sem
Pato Donald está sem dinheiro, ilustração Walt Disney.

A rico não devas, a pobre não prometas.





A lagartixa, poesia de Da Costa e Silva

16 09 2013

lagarto-osgaLagartixa. Ilustração sem designação de autoria.

A lagatixa

Da Costa e Silva

A um só tempo indolente e inquieta, a lagartixa,

Uma réstia de sol buscando a que se aqueça,

À carícia da luz toda estremece e espicha

O pescoço, empinando  a indecisa cabeça.

Ei-la, aquecendo-se ao sol; mas de repente a bicha

Desatina a correr, sem que a rumo obedeça,

Rápida, num rumor de folha que cochicha

Ao vento, pelo chão, numa floresta espessa.

Traça uma reta, e para: e a cabeça abalando,

Olha aqui, olha ali; corre de novo em frente

E, outra vez, para , a erguer a cabeça, espreitando…

Mal um inseto vê, detém-se de repente,

Traiçoeira e sutil, os insetos caçando,

A bater , satisfeita, a papada pendente.

Em: Da Costa e Silva, Poesias Completas, Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1985 [edição do centenário] p.162

Antônio Francisco da Costa e Silva ( Brasil, [PI] 1885 — [RJ] 1950) poeta, jornalista.  Advogado, cursou a  Faculdade do Direito do Recife. Trabalho no Ministério da Fazenda.

Obras:

Sangue (1908),

 Elegia dos Olhos, s/d

Poema da Natureza, s/d

Clepsidra, s/d

 Zodíaco (1917),

 Verhaeren (1917),

Pandora (1919),

Verônica (1927),

Alhambra (1925-1933), obra póstuma inacabada,

 Antologia (coleção de poemas publicada em vida – 1934),

Poesias Completas (1950) (1975) (1985), coletânea póstuma.