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Ilustração de Benoît van Innis.
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Na semana passada foi divulgado na imprensa carioca, durante a Bienal do Livro no Rio de Janeiro, que a literatura estrangeira foi o segmento editorial que mais cresceu em vendas no Brasil. 33% de livros vendidos no primeiro semestre deste ano foram livros de ficção estrangeira. Isso reflete um crescimento de 42%, sobre o ano passado, enquanto o mercado de vendas de livros de um ano para o outro cresceu muito menos, só 11%.
Os 30 livros de ficção mais vendidos no Brasil representam 36% das vendas. O poder de um best-seller internacional é bem forte, na pesquisa, feita pela companhia multinacional alemã GFK, ficou claro que sem as vendas do livro Cinquenta tons de cinza, da editora Intrínseca, a venda de ficção estrangeira teria vendido muito menos só 23% em vez de 42%. Não há falta de leitores no país. Não é uma questão de preço, porque os livros estrangeiros em geral são mais caros porque custam mais (considere-se direitos autorais e de publicação pagos em outra moeda e despesas com tradução). O problema não é nem falta de leitores, nem falta de dinheiro. Então, há uma pergunta que se faz necessária:
Por que os autores brasileiros de ficção não conseguem vender tão bem quanto os estrangeiros?
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Fonte: Jornal O Globo, 27 de agosto de 2013.