Os periquitos, poema com exercícios de texto

25 11 2009

 

Os Periquitos

                                                                   Osório Dutra

No leque verde dos coqueiros

Que ornam a margem dos caminhos,

Os periquitos galhofeiros

Zombam dos outros passarinhos.

Numa algazarra delirante,

Batendo as asas irisadas,

Cantam a terra e o céu distante,

Glorificando as alvoradas.

Porque se julguem muito ricos

Donos do espaço e das alturas,

Fogem dos pobres tico-ticos,

Trocando afetos e ternuras.

Unidos contra aos caçadores,

Andam ariscos e assustados:

Temem os ventos destruidores

E a poeira azul dos descampados.

São tão alegres, tão ruidosos,

Que a gente ao vê-los avalia

Que sejam todos venturosos,

Brincando ao sol de cada dia.

Não param nunca os mais tranqüilos.

Pulam, febris, de galho em galho.

Com que prazer, para segui-los,

Deixo de lado o meu trabalho!

Passam a vida saltitando

E é cada qual mais tagarela.

Onde vai um, lá vai o bando,

Cortando o azul na tarde bela.

Ordena um deles a partida

Em busca de outros horizontes.

Depois é a volta…  E que corrida

Vertiginosa sobre os montes!

E quando, à noite, escuto os gritos

De mil insetos bandoleiros,

Dormem, sonhando, os periquitos

No leque aberto dos coqueiros.

Osório Hermogênio Dutra, Vassouras, Estado do Rio, (1889 -1968). Diplomata brasileiro e poeta.

Obras:

O país do deuses (crônicas sobre o Japão)

Terra Bendita, 1923 (poesia)

Castelos de Marfim e  Céu Tropical (poesia), 1930

Inquietação, 1933 (poesia)

Dentro da noite Azul, 1934

Silêncio doce silêncio, 1936 (poesia)

O gênio poético de Martins Fontes, 1938

Mundo sem alma, 1943

Terra da gente, 1944 (poesia)

Emoção, 1945

Tempo perdido, 1946

Elas e nós, 1955, (poesia)

Vocabulário para uso escolar:

 

Ornar = decorar, enfeitar

Galhofeiro = brincalhão

Irisada = furta-cor

Venturoso = feliz

Bandoleiros =  errante, sem paradeiro

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Sugestões para uso escolar do poema: Os Periquitos, de Osório Dutra

Aqui estão diversos exercícios que usam a leitura deste poema como base do aprendizado.  Cada professor deve selecionar os exercícios que melhor se adaptem ao nível de conhecimento de seus alunos: 1ª, 2ª, 3ª série e assim por diante.

VOCABULÁRIO:

Ornar = decorar, enfeitar, ornamentar

“No leque verde dos coqueiros

Que ornam a margem dos caminhos,

Os periquitos galhofeiros

Zombam dos outros passarinhos”.

1 –  Substitua o verbo nas seguintes frases, pelo verbo ornar:

Luzes pisca-pisca decoram as janelas no Natal.

Flores de açúcar enfeitarão o bolo da noiva.

O coelhinho ornamentava a cesta de ovos de Páscoa com papel colorido.

2  –  Escolha, entre as mencionadas abaixo, outras coisas que possam ornar a margem do caminho:

 Luzes,  roseiras,  latas de lixo,  cerca de arame,  árvores floridas,  muro alto, bandeirinhas de São João, fios elétricos, garrafas de refrigerante. 

3 – Onde também encontramos margens?  Faça um círculo em volta das palavras certas:

Automóvel,  lagoa,  estrada,  trem,  rio,  carroça,  baía,  patinete,  caminhão, barco.

4 – Na cidade de São Paulo, existe uma estrada longa, que acompanha o rio Tietê.  Ela se chama: Estrada Marginal Tietê.  Explique nas suas palavras por que ela tem este nome?

 

5 – O leque é usado para espantar o calor.  As pessoas se abanam com o leque para se refrescarem.  Explique a expressão: leque do coqueiro.  É por causa da cor verde?  É por causa da forma das folhas dos coqueiros?  É porque as folhas balanceiam com o vento? 

 

6 – Você sabia que os primeiros leques eram feitos de penas?  Ponha um X ao lado do que também é feito de penas:

(  ) sombrinha                                  (  ) camarão                 (  ) saia da baiana

(  ) peteca                                         (  ) chapéu                   (  ) cocar

(  ) capa do livro                             (  ) lápis                       (  ) baleia

 

LEITURA:

 

A lenda do primeiro leque

Há muitos e muitos anos, na China, havia um mandarim muito poderoso.  Ele tinha uma filha obediente e bonita, que todos na corte admiravam.  Chamava-se Kan-Si.  Ela era um modelo de bondade e todos que a viam ficavam encantados.  Todos os anos o país inteiro participava de uma festa muito bonita neste reino.  Chamava-se a Festa das Lanternas.  Numa noite as pessoas que haviam preparado belas lanternas, mostravam a todo mundo o que tinham feito.  Estas lanternas eram feitas com papel colorido, decoradas com pinturas ou com recortes de figuras coladas no papel.  Elas também eram iluminadas por dentro, cada qual com sua vela.  A noite ficava toda carregadinha de luzes das mais diversas cores e com a leve brisa do verão, as lanternas tinham um pisca-pisca, um tremelique mágico, fazendo a noite parecer encantada. 

 O mandarim e sua filha estavam sempre entre os juízes que decidiam quais eram as lanternas mais bonitas.  Para que ninguém soubesse quem era o autor de cada lanterna ou quem eram os juízes da competição, todos os participantes usavam uma máscara, dura, feita com uma massa de papel, cola e tinta colorida.  Assim todos que participavam da festa não podiam ser reconhecidos.

 Naquele verão, naquela noite da Festa das Lanternas, havia uma competição muito grande.  Todo mundo queria mostrar suas habilidades na arte de fazer e decorar lanternas. Havia prêmios!  Eram tantas, mas tantas as lanternas acesas naquela noite no reino que já não se sabia se era noite ou dia. A jovem filha do Mandarim começou a sentir muito calor.  Estavam no meio do verão.  A noite permanecia quente e as todas as velas acesas aqueciam ainda mais o ar calmo.   De repente, não agüentando mais, a jovem retirou a sua máscara e pôs-se a se abanar com ela, para aliviar o calor que sentia.  Todos os membros da corte, vendo a bela princesa fazer isso, passaram a imitá-la também, arrancando suas máscaras e usando-as como abano.  No ano seguinte, toda a corte compareceu à Festa das Lanternas mascarada, mas cada pessoa tinha em mãos um abano para aliviar o calor.  Assim surgiram, na China, os primeiros leques.

 

7 – Periquitos.  Existem periquitos no mundo inteiro.  Mas há alguns periquitos que existem SÓ no Brasil e alguns que vivem aqui e em outros países da América do Sul:

 

Primeiro vejamos:

O periquito é parente do papagaio.  E faz ninhos em árvores em lugares seguros contra seus predadores.  Seus inimigos são: iguanas, serpentes, cães e o homem.

 

Periquito-do-rei

 

Periquito-do-rei – ou Jandaiavive em todo o Brasil. Estes periquitos sempre andam em bandos.  Acordam muito cedo e já fazem barulho de madrugada, antes do sol raiar.  Gostam de comer arroz e milho.  Quando decidem formar uma família eles deixam o bando de lado para criarem os filhotes sozinhos.  Eles também gostam muito de cantar e conseguem aprender algumas palavras se tiverem contato com pessoas.

Periquito-da-cabeça-amarela

 

Periquito-da-cabeça-amarela – também é chamado de Jandaia – este, pode-se dizer que é um periquitão!  Chega a 32 cm!  Maior do que a tradicional régua de 30 cm.  Os periquitos-da-cabeça-amarela gostam de um clima mais quente.  Então moram principalmente no Nordeste do Brasil, nos seguintes estados:  Maranhão, Piauí, Ceará e Pernambuco.  Assim como os Periquitos-do-rei eles gostam de voar em bandos, estão sempre afiando os seus bicos, falam entre si o tempo todo, fazendo bastante barulho.  Uma verdadeira algazarra. 

Periquito-rei 

 

 

Periquito–rei — também chamado de caturra  — gosta mais do clima ameno.  Vive da Bahia ao Rio Grande do Sul, e também no Paraguai e na Argentina.

Os periquitos-reis são menores chegando a um palmo de altura ou 20 cm.   Ele tem um topetinho de penas vermelhas no topo da cabeça que descem pelas suas costas.  Por isso, fora do Brasil, ele também é chamado de maitaca-da-cabeça-vermelha.   São muito numerosos e pode-se vê-los em todo e qualquer lugar com árvores frutíferas.  Adora comer milho e frutas.

Caturrita

 

Periquito-do-pantanal – também chamado de caturra ou caturrita – tem um tamanho entre o periquito-rei e o periquito-da-cabeça-amarela.  Chega a medir 28 cm.  As caturritas vivem no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná até os estados do Mato-Grosso e Mato-Grosso do Sul.  Também moram no Paraguai, na Argentina e no Uruguai.  Também gostam muito de comer milho e arroz.  Mas eles são muito diferentes dos outros periquitos porque eles constroem uns ninhos muito grandes, às vezes até muitos ninhos numa mesma árvore.  E tem mais:  o casal de periquitos não se separa do grupo para criar seus filhotes.  As caturritas fêmeas dividem o trabalho de cuidar dos filhotes e chegam até a morar duas ou três fêmeas por ninho.

Tuim

 

Periquito-do-Espírito-Santo também chamado de Tuim.  Este periquito é verdadeiramente sul-americano, ou seja, mora em todo o Brasil e em toda a América do Sul.  Vive na beira das florestas.  Estes são os menores periquitos do Brasil, chegam só até 12 centímetros de comprimento. No entanto, fazem tanta algazarra o tempo todo, falando tão alto, que parecem até maiores do que são.  Apesar de conversarem muito entre si, eles nunca chegam a falar.  São namorados muito carinhosos.  Gostam de comer milho e cana. Preferem sementes às frutas. São atraídos por árvores frutíferas como mangueiras, jabuticabeira, goiabeiras, laranjeiras e mamoeiros. Os cocos de muitas palmeiras constituem sua alimentação predileta, procuram também as frutas da imbaúba dos capinzais.

Periquito – este é o periquito comum.  Não tem outro nome.  É o mais encontrado dos periquitos no Brasil. Podemos vê-lo nos parques, nas cidades, nas praças públicas, nos jardins, nas fazendas.  Adora brincar no bambuzal e roer bambus.  Aliás adora roer.  Ele chega a 26 cm de comprimento e gosta de milho e de arroz.  Este periquito aprende a falar.

8 – Veja o mapa do Brasil

A –  Cubra de tracinhos vermelhos os estados onde vivem os periquitos-do-rei.

B –  Encha de bolinhas verdes  os estados onde vivem os periquitos-do-pantanal.

 

9 —  Galhofeiro quer dizer brincalhão, zombeteiro, a pessoa que ri à custa dos outros…

Substitua a palavra grifada pela palavra galhofeiro nas seguintes frases.

1-                          Depois que Esmeraldo, um conhecido zombeteiro, fez a turma toda rir dos sapatos vermelhos de Cazuza, este saiu chorando da sala.

2-                        Maria das Dores era brincalhona.  Pegou um papel, escreveu a palavra burro e o colou nas costas de João Pedro sem que este soubesse. 

3-                        O palhaço Zumzum sempre ri quando vê o jato d’água de sua flor na lapela molhar o rosto da pessoa com quem conversa.  Ele é um zombeteiro de primeira categoria! 

 

10- A palavra algazarra, quer dizer: barulheira, vozeria, tagaleria.  Note que a palavra algazarra começa com as letras a + l, seguidas de uma consoante (g).  Preencha os pontinhos formando palavras que comecem com as letras a+l seguidas de uma consoante:

 

Na salada:  al _ _ _ _

Na costura: al _ _ _ _ _ _

No dicionário: al _ _ _ _ _ _

No armário de remédios: al _ _ _ _ _

Com o policial: al _ _ _ _ _

No navio: al _ _ _ _ _ _ _

Na gaiola do passarinho: al _ _ _ _ _

 

Leitura:  Você sabia?

 

A nossa língua, a língua portuguesa, tem mais de 700 palavras que começam com as letras a + l.  600 destas palavras são de origem árabe.  Do tempo que os mouros invadiram Portugal.

 

11 — …batendo as asas irisadas… Nós vimos que irisada quer dizer  furta-cor, que muda de cor conforme o ângulo.  Nas frases abaixo troque as palavras grifadas pela palavra irisada.

 O corpo da mosca varejeira é furta-cor.

Maria colecionava conchinhas do mar,  mas guardava só aquelas com as conchas matizadas.

Minha avó foi à festa com um vestido de tafetá rosa cambiante.

 

12 – No poema acima, Osório Dutra caracteriza os periquitos como “alegres e ruidosos”.   E que por causa disso, eles parecem “venturosos”.  Nas frases abaixo, passe um círculo em volta das palavras que sejam sinônimos de venturoso.

A — As meninas ao saírem da escola, alegres e tagarelas, pareciam felizes.

B – Nem todos os reis foram afortunados na guerra.  Alguns perderam tudo.

C – João tem muita sorte, ganhou um ursinho de pelúcia no sorteio da escola.

D – Lúcia é uma jovem afortunada: inteligente, atraente e tem muitas amigas.

LEITURA/ DITADO 

Em 1500, o Brasil foi descoberto por Pedro Álvares Cabral. N aquela época,  D. Manuel I, também chamado O Venturoso, era rei de Portugal.  Seu reinado foi repleto de muitos eventos felizes, de decisões acertadas e de várias aventuras marítimas bem realizadas.  Foi um período importante para Portugal, porque o país se tornou muito rico.  Dentre os eventos mais ditosos, mais felizes, de seu reinado estão: a descoberta do caminho marítimo para as Índias por Vasco da Gama e a descoberta do Brasil. Por isso esse rei ficou conhecido pelo cognome O Venturoso.

Cognome:  é um nome, um apelido, pelo qual pessoas ficam conhecidas.  Por exemplo:  

Edson Arantes do Nascimento, cognome: Pelé.

Diogo Álvares Correia, cognome: Caramuru.

13 – Escreva o nome completo e seu cognome de um mártir da Independência do Brasil.   

14 —  Onde vai um, lá vai o bando, /Cortando o azul na tarde bela./ Ordena um deles a partida/  Em busca de outros horizontes.  Nestes versos de Osório Duque parece que os periquitos têm um líder que os orienta.    Nem todos os pássaros voam em bandos e seguem um líder.  Faça um círculo em volta dos pássaros da lista abaixo que voam em grupos:

Águia, Beija-flor,  Arara, Martim-pescador,  Urubu, Pato, Albatroz, Sabiá, Flamingo, Cegonha, Assum-preto, Canário, Tucano, Maracanã.

15 – Onde dormem os periquitos?     Onde dormem…

Os macacos?

Os morcegos?

O gado na fazenda?

A jaguatirica?

E os alunos da escola?


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