Soneto LXXII, de Paula Brito

16 09 2024
Ilustração de Walter Crane, 1878

 

 

Soneto LXXII

 

Paula Brito

 

“Quem pode ver-te sem querer amar-te!
Quem pode amar-te sem morrer de amores!…
(Maciel Monteiro)

 

 

Amo-te… e de te amar não me arrependo,

Bem que seja este amor, amor perdido!

Oh! se nunca te houve conhecido,

No fogo, em que ardo, não vivera ardendo!

 

Vejo o que fazes, e estou nisso vendo

Rasgos de amor de um coração ferido!

Também amei, também tenho sofrido,

Amo também,  também estou sofrendo!…

 

Não me queixo de ti, não, certamente;

O teu futuro, por teu mal, te obriga

Ao penoso martírio do presente!

 

Aqui tens a razão que a ti me liga:

“Se te sigo, me pedes que me ausente;

Se me ausento, me pedes que te siga!…”

 

 

Em: Poesias, Francisco de Paula Brito, Rio de Janeiro, 1863, edição digitalizada, Biblioteca Nacional.

PS: atualizei ao máximo a ortografia que já mudou muito nestes últimos 150 anos.





Na boca do povo: escolha de provérbio popular

1 04 2022
Ilustração Walter Crane
A má erva depressa nasce, tarde envelhece.




Minutos de sabedoria: Henry David Thoreau

4 05 2020

 

 

namoro, walter crane, 1878Ilustração, Walter Crane, 1878.

 

 

“O coração é  para sempre  inexperiente.”

 

Henry David Thoreau

 

 

ThoreauHenry David Thoreau (1817 -1862)

 

 

 





Idílio, poesia de Paulo Setúbal

30 05 2016

 

paquera, walter crane, 1877Ilustração de Walter Crane, 1877.

 

 

Idílio

 

Paulo Setúbal

 

 

“Vamos?” disseste… E eu disse logo: vamos!

Ia no céu, nos pássaros, nos ramos,

Uma alegria esplêndida e sonora;

E tu, abrindo ao sol como uma tenda,

Tua sombrinha de custosa renda,

Partimos ambos pela estrada afora…

 

Com que emoção — recordas? — com que gozo,

Eu vinha te esperar, vibrante e ansioso,

Nessas novenas de plangências cavas.

E como um cavalheiro que se preza,

Timbrava em te levar, depois da reza,

Até ao portão da chácara em que estavas.

 

Certa vez… Vá, não cores desse jeito!

Era de noite. Arfava-nos o peito.

Ardia em nós um lânguido desejo,

Tomei-te as mãos… Sorriste… E aí, num assomo,

As nossas bocas sem sabermos como,

Famintamente uniram-se num beijo!

 

 

Em: Alma cabocla, poesias de Paulo Setúbal, Paulo Setúbal, São Paulo, Ed. Carlos Pereira:s/d, 5ª edição [ Primeira edição foi em 1920]p. 135-136





Na boca do povo: escolha de provérbio popular

10 07 2015

 

 

caçador, waltercraneCaçador, ilustração de Walter Crane.

 

 

“Falar sem pensar é atirar sem apontar.”