Gates e Zuckerberg sugerem leituras para Davos

20 01 2018

 

 

Pausa na leitura em viagem de aviãoLeitura para viagem

 

 

Esta semana que se inicia traz para o noticiário internacional o encontro anual do Foro Econômico Mundial que se reúne em Davos, na Suíça.  O jornal The Guardian, do Reino Unido, publicou há uns dez dias as sugestões de leitura que tanto Bill Gates quanto Mark Zuckerberg deram para esta ocasião, baseadas no que eles estarão lendo durante o encontro.  Achei interessante saber que o gol de Gates é ler pelo menos um livro por semana e o de Zuckerberg, ler  um a cada duas semanas.  Com tudo que esses empresários fazem, o ritmo de leitura é bastante puxado.  Mas não é de surpreender, afinal, ambos — o segundo e o quarto empresários mais ricos do mundo — acreditam que o fato de lerem muito os levou ao sucesso.

São três sugestões de leitura, todas três já traduzidas para o português.  Que beleza!

 

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Ambos concordam que a leitura de  Better Angels of Our Nature: Why Violence has Declined, do psicólogo Steven Pinker é leitura obrigatória para o mundo de hoje.

Outras sugestões:

The Gene: An Intimate History , do oncologista Siddhartha Mukherjee, também  é sugestão de Bill Gates

Para uma boa distração, Zuckerberg sugere The Three-Body Problem do escritor chinês Liu Cixin, sugestão de Mark Zuckerberg.

 

No Brasil:

Os anjos bons da nossa natureza: por que a violência diminuiu, Steven Pinker, Cia das Letras: 2013, 1087 páginas

O gene: uma história íntima, Siddhartha Mukherjee, Cia das Letras: 2016, 656 páginas

O problema dos três corpos, Liu Cixin, Suma das Letras: 2016, 320 páginas

 

Então vamos aceitar essa lista?  Lanço um desafio: ler pelo menos dois deles, sendo que um deles há de ser Os anjos bons da nossa natureza: por que a violência diminuiu, Steven Pinker.

 

 

 





Férias? Ler no spa ou ao pé da lareira? Hora de treinar o seu inglês: os melhores livros de espionagem

18 07 2015

 

dante gabriel rossetti, museu britânico, desenho a bico de pena

Os Morris na cidade de Ems: William Morris lendo para Jane Morris o volume dois dos sete de Earthly Paradise, 1869

[The M’s at Ems: William Morris reading volume two of seven of the Earthly Paradise to Jane Morris, in a bath and drinking the second of seven glasses of a spa water]

Dante Gabriel Rossetti (GB, 1828-1882)

desenho a bico de pena sobre papel,  11 x 17 cm

Museu Britânico, Londres

 

 

Na quarta-feira passada, o jornal The Guardian publicou a lista dos melhores livros de espionagem de todos os tempos, para ajudar seus leitores que iriam sair de férias.  Cá pelo hemisfério sul nós também, temos férias, pequenas, ou férias de inverno.  Nenhum momento melhor para se divertir.  E no descanso depois das atividades lúdicas nada melhor do que ler e ainda, treinar o seu inglês!

Aqui está o conselho dos melhores livros de espionagem para seu entretenimento de acordo com o jornal inglês. Lembrem-se que é a lista dos melhores de todos os tempos… Assim temos alguns clássicos, publicados há algum tempo.

 

1- Kim de Rudyard Kiping, original de 1900.  Kim, publicado em português por diversas companhias e à venda no Brasil em livrarias e sebos.

2 — The Riddle of the sands, de Erskine Childers, original de 1903.  Não publicado no Brasil.  Só importado, em inglês.

3 — Inside the Company: CIA Diary, de Philip Agee, original de 1975. Publicado no Brasil, en 1976, título, Dentro da Companhia, diário da CIA, encontrado só em sebos.

4 — My Five Cambridge Friends, de Yuri Modin, original de 1994. Não publicado no Brasil. Só importado, em inglês.

5 — The Main Enemy,  Milton Bearden e James Risen, original de 2003. Não publicado no Brasil. Só importado, em inglês.

6 — A Spy for All Seasons, Duane R Clarridge, original de 1997. Não publicado no Brasil. Só importado, em inglês.

7 — The Tailor of Panama de John le Carré, original de 1997 Publicado no Brasil, en 1998, título, O alfaiate do Panamá, encontrado só em sebos.

8 — Fallout: The True Story of the CIA’s Secret War on Nuclear Trafficking de Catherine Collins e Douglas Frantz, original de 2011. Não publicado no Brasil.  Só importado, em inglês.

9 — Agent Storm: My Life Inside al-Qaeda and the CIA de Morten Storm, publicado originalmente em 2014. Não publicado no Brasil.  Só importado, em inglês.

10 — Agents of Innocence, de David Ignatius, original de 1987. Publicado no Brasil, em 1987 como O preço da inocência.  Encontrado só em sebos.

 

Fonte: The Guardian





Teto de vidro nos prêmios literários

12 06 2015

 

 

154-To-Kill-A-Mockingbird-Book-Realism-Bird-PaintingO sol é para todos *

Camille Engel (EUA, contemporânea)

óleo sobre tela, 50 x 40 cm

www.camille-engel.com

* [O título em inglês, To Kill a Mockingbird, faz trocadilho com o título do romance da escritora americana Harper Lee, conhecido no Brasil como O sol é para todos, e em Portugal como, Mataram a cotovia]

 

Um estudo por Nicola Griffith, abrangendo os principais prêmios literários em língua inglesa, nos últimos quinze anos, mostra que livros com personagens principais masculinos têm sido favorecidos nas premiações literárias. Ou seja, se o autor deseja ser premiado, seu personagem principal deve ser masculino.  Livros sobre mulheres, com personagens femininos têm menor chance de serem premiados.

O estudo revelou ainda que, contrário ao bons ventos da igualdade de direitos, há um teto de vidro nas editoras segregando mulheres nos postos mais baixos. Postos de chefia e de decisão editorial não estão  nas mãos de mulheres. Os números da pesquisa não deixam dúvida de que há uma preferência pelo ponto de vista masculino.

E, no entanto, há mais mulheres leitoras do que homens, no mundo inteiro. Assim como há mais mulheres no mundo do que homens em números absolutos. O ponto de vista feminino sobre a vida, sobre o mundo não deveria ser negligenciado.

Seria o mesmo aqui no Brasil?

 

Para o artigo inteiro: The Guardian





O escritor-fantasma ou o “ghost-writer” em foco

1 08 2014
???????????????????????????????Ilustração de Maurício de Sousa.

 

Uma entrevista no The Guardian da semana revela que um dos escritores-fantasmas mais bem sucedidos  na Inglaterra está lançando um livro onde promete contar detalhes da carreira, no livro Confessions of a Ghost Writer.  Andrew Crofts menciona que muitos dos livros que frequentam as listas dos Mais Vendidos em qualquer país são em boa parte escritos por escritores-fantasmas, ou para quem quer usar a expressão inglesa, ghost writer. Também faz revelações sobre os contratos de pagamentos mencionando que um profissional bem sucedido pode esperar até 33% do valor de adiantamento de um livro a ser publicado, mais royalties.  Mas que todos os contratos são negociáveis e que em períodos de recessão econômica um escritor pode até aceitar a módica quantia de 10% do adiantamento de um livro,

O livro promete ser interessante porque cada vez mais esses escritores são usados principalmente por indivíduos de sucesso em profissões que nada tem a ver com a escrita e que gostariam de escrever memórias, manuais ou até mesmo livros de autoajuda.

Além disso, ouvi dizer recentemente,que muitos dos autores extremamente populares, de ficção, desses que vendem milhões de exemplares a cada título publicado de uma vez por ano tem verdadeiras “fábricas” de livros, com escritores contratados que produzem as histórias a partir de um roteiro que lhes é entregue.   Vou esperar para ler o livro, mas achei essas informações já bastante reveladoras do que pode vir por aí.





O renascimento dos “Pelicanos”

26 04 2014

Gwen Meyerson Woman In Pink Reading Original pink Painting by Gwen MeyersonMulher de cor de rosa lendo no parque

Gwen Meyerson (EUA, contemporânea)

www.gwenmeyerson.com

 

Não há dúvida que na Europa o livro de bolso foi elevado a um nível muito mais alto do que o atingido cá pelas nossas bandas.  Não só na variedade do conteúdo, no cuidado com as traduções e na excelência da encadernação os livros de bolso europeus derrubam as aspirações de qualquer selo brasileiro semelhante. Tanto na França quanto na Inglaterra os livros de bolso sempre foram das melhores fontes de conhecimento. Quando eu estudava aqui no Brasil na Alliance Française foram os livros de bolso, depois dos primeiros anos básicos do aprendizado da língua, que me levaram a conhecer os grandes nomes da literatura francesa, do teatro, da poesia e até mesmo de qualquer outro assunto através dos diversos selos existentes naquele país.  Muitos desses livros tenho até hoje comigo, fáceis que são de empacotar e repletos o suficiente de conteúdo para que eu não considere descartá-los.

Quando saí do Brasil para os Estados Unidos fui apresentada então às coleções de origem inglesa que já dominavam o mercado americano. A seleção de textos clássicos da Penguin trago comigo até hoje. Não sei quantos volumes tenho em casa desse selo.  São muitos, forram uma pequena parede com seus dorsos negros, são organizados por assunto e época.  O selo foi  responsável pela minha familiaridade com os clássicos gregos e romanos, com os textos dos pensadores medievais e renascentistas, enfim, por todo aquele conhecimento necessário para qualquer curso superior sério nas ciências humanas.  Se hoje meu conhecimento tem falhas — e muitas — não se deve certamente nem à falta de acesso aos textos originais, nem à precariedade dessas publicações, mas exclusivamente à minha inabilidade de digerir o conteúdo.

Pelican books

Além dos Penguins, tenho, em menor número é verdade, volumes do selo Pelican da mesma companhia. O selo ajuda qualquer um a destrinchar assuntos complexos de diversas áreas de conhecimento: psicologia, história, antropologia, sociologia e assim por diante.  Enquanto os Penguins são a fonte original, por exemplo, Platão, Juvenal, Catarina de Pisano; os Pelicans teriam grandes autores sobre esses originais.  A combinação dos dois selos daria e dá uma educação completa, autodidata, de qualidade.  O uso de textos originais é essencial na história da arte, por isso mesmo a minha tendência a ter mais Penguins do que Pelicans.  Mas confesso que eu não havia me dado conta de que o selo Pelican havia deixado de ser produzido desde os anos 80. Talvez os meus interesses tenham me levado a outras áreas.  Levamos muitas vidas através da vida e a cada etapa novas necessidades se impõem. As minhas últimas não incluíram os Pelicans.

Portanto, hoje quando li no jornal inglês The Guardian a respeito da volta do selo Pelican às livrarias fiquei simultaneamente surpresa e feliz. Surpresa de ter sido apresentada à sua morte e decadência, que eu não havia percebido e feliz por saber que ele volta às prateleiras.  Eu me surpreendi também com a fidelidade dos meus sentimentos.  Em marketing sou o exemplo ideal do consumidor satisfeito — objetivo a que todas as companhias aspiram — tenho confiança no produto, lealdade e ainda faço o meu boca a boca como nesta postagem. Mas acredito que as boas coisas devem ser difundidas e se possível permanecer no nosso dia a dia.  Certamente é uma notícia esperançosa a respeito da educação. Você só precisa saber inglês.  Mas hoje, quem não sabe?