Resenha: “A garota no trem” de Paula Hawkins

18 11 2016

 

 

mujer_ventana_ysernMulher à janela do trem

Pere Ysern y Alié (Espanha, 1875-1946)

óleo sobre tela

Coleção Particular

 

 

A garota do trem de Paula Hawkins é um bom entretenimento, uma leitura rápida para um fim de semana chuvoso, com linguagem fácil e tema contemporâneo.  É história de suspense, que se baseia em grande parte nos problemas de memória da personagem principal  causados pelo excesso de bebida.  Divorciada, com autoestima em rápido declínio, Rachel passa os dias indo para um trabalho inexistente, com medo de admitir a outros e a si mesma que havia perdido o emprego.

Como tantos de nós, Rachel,  faz o mesmo caminho todos os dias.  Aos poucos começa a notar um casal que mora numa casa próxima ao caminho do trem e no mesmo bairro em que ela e o ex-marido também moravam.  Rachel imagina uma vida idealizada para eles.  Uma vida sonhada, com tudo o que poderia querer para si mesma.  Quando é surpreendida pelo desaparecimento da mulher, resolve entrar em cena e ajudar a polícia a resolver o mistério. Mas sua ajuda é atrapalhada em muito por sua falta de memória, consequência do permanente estado de embriaguez em que se encontra.

 

 

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É justamente esse problema que faz Rachel e o leitor não saberem desde o início as possibilidades de resolução do enigma sobre o desaparecimento da jovem que Rachel observava do trem.  A história, contada pelas três protagonistas: Rachel, a moça observada por ela e a nova esposa de seu ex-marido, rodopia à volta de um assunto igualmente importante para as três mulheres: maternidade. O desejo ou não de ser mãe;  a capacidade ou não de ser fértil são os temas que servem de gatilho para quase todas as ações das personagens femininas da obra.

Em contrapartida,  há no pano de fundo sinais de abuso que as três mulheres parecem sofrer ou ter sofrido. A mão carinhosa e protetora de um marido na nuca de sua esposa pode ser visto como um carinho, da distância de uma janela do trem, mas pode também ser o gesto ameaçador de um homem autoritário lembrando sua mulher da força física a que pode recorrer.  Ficamos sem saber, por  muito tempo como ler os sinais que nos afligem.

 

imagesPaula Hawkins

 

Tudo isso faz parte do suspense psicológico que anima esse thriller. Bem construído, de rápida leitura, é uma obra que entretém.  Mas não ficará na memória por muito tempo.  Sem consequência. Acredito que meu desapontamento venha também do fato de bem antes do mistério ter sido resolvido, eu tenha tido certeza do que acontecera.  Talvez não nos detalhes, mas no todo.  Está de férias, vai viajar de avião, precisa de um livro?  Leia esse. Ou melhor, vá ver o filme que não é nada mal.

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Imagem de leitura — Ricardo Cejudo Nogales

20 03 2015

 

Ricardo Cejudo NogalesMoça lendo, s/d

Ricardo Cejudo Nogales (Espanha, 1952)

óleo sobre tela, 55 x 45 cm





Imagem de leitura — Juan Gris

3 03 2011

Pierrô com livro, cerca 1924

Juan Gris (Espanha 1887-1927)

Óleo sobre tela,  84 x 70 cm

Tate Gallery, Londres

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Juan Gris, pseudônimo de Juan José Victoriano González.  Nasceu em Madri, na Espanha em 1887.   estudou na Real Academia de Belas Artes São Fernando, estudou depois sob direção do pintor José Moreno Carbonero.  Seus primeiros trabalhos profissionais foram ilustrações para revistas da época inclusive revistas de poesias.   Em 1906 vai para Paris.  Lá conhece os maiores pintores, poetas e críticos literários de seu tempo.  Entre eles Pablo Picasso e Georges Braque dois pintores que exerceram grande influência sobre seu trabalho.    Abraça então o movimento cubista em 1912.   Faleceu aos 40 anos em 1927.





Imagem de leitura — Antonio Capel

22 02 2011

Na cama, s/d

Antonio Guzmán Capel ( Espanha, 1960)

www.antoniocapel.com

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Antonio Carlos Guzman Capel pintor superrealista espanhol,  nascido em 1960 em Tetouan no Marrocos. Desde 1961 reside em Palencia na Espanha.  Já fez inúmeras exposições mas seu portal na internet é lacônico quanto à sua biografia.   Visite-o: www.antoniocapel.com





Imagem de leitura — Ricardo Sanz

5 02 2010

Manhã de domingo, 2005

Ricardo Sanz ( San Sebastián, Espanha — contemporâneo)

Óleo sobre tela,  89 x 116 cm

Ricardo Sanz é um pintor espanhol.  Nasceu em San Sebastián, na província de Guipúscoa, na região Basca, em uma família bastante engajada com o mundo das artes plásticas.    Quando seu avô percebeu que o menino Ricardo tinha habilidades no desenho, foi estudar com o pintor José Camps e mais tarde com outros pintores.  Permaneceu muito tempo na sua cidade Natal mas logo que pode visitou Madri onde pode observar as pinturas de Velázquez, Van Dyck, Rembrandt, e a do século XIX, que lhe encantavam.  Mais tarde foi a Paris.  Vive atualmente em Madri.

Maiores informações:  http://ricardosanz.com