A lista de leitura de Elena Ferrante

26 05 2025
Ilustração John Crandall (?)

 

 

Em 2020,  a Wikipedia me diz, a escritora italiana Elena Ferrante, que se tornou muito popular na década passada com a quadrilogia napolitana, publicou uma lista de 40 romances escritos por mulheres que ela recomendaria.

Há muito passei da fase de ler um livro pelo sexo de autor.  Mas confesso que na década de oitenta do século passado, passei alguns anos, talvez uns cinco anos lendo exclusivamente mulheres, fora os livros que eu lia para as resenhas publicadas no jornal da cidade onde morei nos Estados Unidos.

Sei que cometo uma gafe, para os tempos modernos, ao dizer que há uma diferença na escrita de homens e mulheres. Essa afirmação não é bem vista em muitos círculos.  Mas não é o caso aqui de abrir esse assunto.  O que quero comentar aqui?  A lista de Elena Ferrante.  Já li alguns dos quarenta livros, e li algumas das autoras, mas outros livros.  Não seria a minha lista de autoras favoritas, mas é uma lista.  Como todas as listas, tem alguns vieses fortes, mesmo dentro da seleção de autores mulheres.

 

 

Dessa lista li e recomendo

Americanah, de Chimamanda Ngozi Adichie. Não é meu livro favorito dela. Meio sol amarelo é a minha preferência das quatro obras que li da autora. Mas é o mais querido do público.

O Ano do Pensamento Mágico, de Joan Didion

O Amante, de Marguerite Duras

Os Anos, de Annie Ernaux

Amada, de Toni Morrison

O Deus das Pequenas Coisas, de Arundhati Roy

 A Porta, de Magda Szabò

Memórias de Adriano, de Marguerite Yourcenar

Um homem bom é difícil de encontrar e outras histórias de Flannery O’Connor, que na lista aparece em inglês, mas está traduzido no Brasil.

Li algumas das autoras, que recomendo, mas li outros livros: Margaret Atwood, Rachel Cusk, Nathalia Ginzburg, Doris Lessing, Iris Murdock, Edna O’Brien.

Alguns livros tenho em casa. Mas eles me intimidam por seus tamanhos generosos: Uma vida pequena e O intérprete de males. Confesso que olho para eles e me pergunto: vou querer mesmo a companhia desse livro pelas próximas quatro, cinco semanas? Olho para as capas, elas não me seduzem. Os pobres volumes voltam para as prateleiras.

Há outras autoras na lista de que não gosto. Em outra ocasião explico porque. Escolham um, pelo menos, da lista como projeto de leitura para 2025. Ainda sobram sete meses neste ano!

 





“Ao pé da letra”: o grupo escolhe as melhores leituras de 2023

16 12 2023
O grupo Ao Pé da Letra, em seu encontro de final do ano, na The Bakers, em Copacabana.

Hoje à tarde, o grupo de leitura Ao Pé da Letra, que se encontra há sete anos, teve sua última reunião em 2023. Esta foi em pessoa.  O grupo manteve encontros via Zoom através de 2023, com encontros extras entre as datas combinadas, daqueles com espaço na agenda para um bate-papo.  Saindo da pandemia, com membros com crianças pequenas, bebês como os da foto, um de seis meses, outro de dois e profissionais trabalhando online, ou com trabalho misto, online e presencial.  Foi um ano diferente para todos os membros. Tornou-se mais fácil encontros regulares online.

 

 

O grupo  leu os seguintes livros em 2023:

 

Berta Isla, Javier Marías

Garota, mulher, outras, Bernardine Evaristo

A vida peculiar de um carteiro solitário, Denis Thériault

Casas Vazias, Brenda Navarro

O mistério de Henri Pick, David Foenkinos

A boa sorte, Rosa Montero

As vitoriosas, Laetitia Colombani

Caderno Proibido, Alba de Céspedes

O peso do pássaro morto, Aline Bei

Vermelho amargo, Bartolomeu Campos de Queirós

Confissões, Kanae Minato

Noites Brancas, Fiodor Dostoievski

 

 

Em Primeiro Lugar, considerada a melhor leitura do ano: 

 

SINOPSE- 

Do consagrado autor de Coração tão branco e Os enamoramentos. É possível dizer que conhecemos uma pessoa, mesmo tão próxima, quando boa parte do que ela diz e faz permanece nas sombras?

Berta Isla e Tom Nevinson não passavam de adolescentes quando se conheceram e se apaixonaram. Em 1974, poucos anos depois das primeiras trocas de olhares no colégio madrilenho, já eram marido e mulher. Berta não sabia, mas Tom – filho de pai inglês e mãe espanhola, fluente em várias línguas e capaz de imitar sotaques e dicções com perfeição – fora recrutado para o serviço secreto britânico pouco antes do casamento. Tom engana Berta como pode, até que um incidente horripilante o obriga a revelar a atividade a que dedica boa parte dos dias. A regra, acatada por ela ao descobrir que o marido é um espião, e que deve valer por toda uma vida, é não fazer perguntas. Berta concorda, assim, em ignorar metade da existência de Tom, o que inclui a natureza de seus atos e os lugares por onde ele andou. Vivemos no escuro, diz ela, e mal conhecemos a pessoa com quem estamos casados. O quanto ainda há em Tom daquele adolescente que Berta conheceu e por quem se apaixonou?

Javier Marías retorna, aqui, ao tema da espionagem, eixo da monumental trilogia Seu rosto amanhã. Com a prosa elegante de sempre, disseca não apenas os perigos e dilemas morais de se levar uma vida dupla, mas as marcas que as zonas de sombra podem deixar no afeto e na intimidade.

“Haverá melhor romancista vivo que Javier Marías?”
The Independent

 

 

Segundo e Terceiro lugares vieram empatados.

SINOPSE

CARTAS, POESIA E UM AMOR INESQUECÍVEL.

Bilodo vive a tranquila vida de um carteiro sem muitos amigos nem grandes emoções. Completa diariamente seu percurso de entrega e retorna sempre à solidão de seu pequeno apartamento em Montreal. Mas ele encontrou uma excêntrica maneira de fugir dessa rotina: aprendeu a abrir as correspondências alheias sem deixar rastros e passou a ler as cartas pessoais com as quais se depara.

E foi assim que ele descobriu o primeiro grande amor de sua vida: a jovem professora Ségolène, que mantém uma misteriosa correspondência com o poeta Gaston, composta somente por haicais. Instigado pela elegância e simplicidade de seus versos, Bilodo se vê cada vez mais fascinado por essa forma de poesia. Mas quando é confrontado com a perspectiva de se ver privado das cartas de Ségolène, ele precisa tomar uma decisão que pode levá-lo mais longe do que podia imaginar. Talvez seja hora de compor seus próprios poemas de amor.

“Peculiar e charmoso com um desfecho bem executado, esta novela traz à mente nada menos do que um Kafka apaixonado.”
The Guardian

SINOPSE

“Na França, um excêntrico bibliotecário compõe um curioso acervo: o de manuscritos recusados e jamais publicados por casas editoriais. Entre esses textos enjeitados, uma jovem editora encontra por acaso um tesouro esquecido, As últimas horas de uma história de amor, escrito por um certo Henri Pick. Ela sai à sua procura e descobre que ele morreu dois anos antes. E a viúva garante que Pick nunca escreveu nada além de listas de compras… Cercado por essa atmosfera nebulosa, o romance é lançado e toma a cena literária de assalto, alterando o curso da vida de várias pessoas. Mas o mistério acerca dessa improvável obra de arte está apenas começando. Sarcástico, borgiano e vertiginoso, O mistério Henri Pick desnuda para o leitor os bastidores da indústria do livro ao mesmo tempo em que reflete sobre a natureza da escrita, da arte e da existência humana. “Um livro leve, engraçado e erudito: um deleite.” The Guardian

Ficam aqui as recomendações do grupo para leitura que todos deverão gostar. 





Livros, os melhores do século XXI pela BBC, quais deles você já leu?

11 02 2015

 

Alex Cree contemporary Great Britain Bridget Reading 2005Bridget lendo, 2005

Alex Cree (Inglaterra, contemporâneo)

www.alexcree.co.uk

 

Os ingleses são mestres de listas.  Já expliquei anteriormente que gosto de listas porque ela me fazem pensar sobre assuntos que passariam em branco… Os melhores livros do século XXI já foram causa de postagem aqui em abril do ano passado quando o jornal inglês The Guardian fez a pergunta a seus leitores: “daqui a cem anos que livros publicados no século XXI ainda serão lidos?”  — Se interessado, aqui está a minha resposta.

Desta vez, falo da lista feita pela BBC sobre os melhores livros do século até o momento e pergunto: você já leu algum deles?

 

1 – A fantástica vida breve de Oscar Wao — de Junot Diaz, publicado no Brasil pela Record.

2 – O mundo conhecido — de Edward P. Jones, publicado no Brasil pela José Olympio

3 – Wolf Hall — de Hilary Mantel, publicado no Brasil pela Record.

4 –  Gilead — de Marilynne Robinson, publicado no Brasil pela Nova Fronteira.

5 –  As Correções — de Jonathan Frazen, publicado no Brasil pela Cia das Letras

6 – As incríveis aventuras de Kavalier e Clay — de Michael Chabon, publicado no Brasil pela Record

7 –  A visita cruel do tempo — de Jennifer Egan, publicado no Brasil pela Intrínseca

8 – Billy Lean’s Long Hallftime Walk — de  Ben Fountain, sem publicação no Brasil

9 – Reparação —  de Ian McEwan — publicado no Brasil pela Cia das Letras

10 – Meio Sol Amarelo — de Chimamanda Ngozi Adichie, publicado no Brasil pela Cia das Letras

11 – Dentes Brancos — Zadie Smith, publicado no Brasil pela Cia das Letras

12 – Middlesex — de Jeffrey Eugenides, publicado no Brasil pela Cia das Letras

 

LISTA DA BBC

 

De posse desta lista vou passar o Carnaval no ar condicionado, lendo. Na mesinha de cabeceira estão: Middlesex — versão em inglês comprado no seu lançamento (2003) e ainda não lido, mas outros membros da casa leram e gostaram.  Dentes Brancos, versão em português também não lido apesar de comprado quando publicado no Brasil, por recomendação do marido.  Wolf Hall que está na mesma situação. MAS, há algo a meu favor: conheço boa parte dos autores por outras publicações…  Por que ainda não li estes livros?  Prestem atenção ao número de páginas…. Tem que ser muito bom para que valha toda a dedicação.  Há alguns autores que têm crédito comigo: Hilary Mantel é uma autora cujas obras conheço desde os tempos em que morei fora do Brasil. Já li muitos de seus romances… Já ouvi ótimas opiniões sobre Meio Sol Amarelo, mas acabo de ler Americanah da mesma autora e vou dar um tempo. Ian McEwan também é velho conhecido e Reparação já vi duas vezes no cinema.  Preciso espaçar o envolvimento com o tema, apesar de gostar bastante de sua prosa.

Mas saio deste Carnaval certamente enriquecida por alguma excelente leitura.

E você, o que vai ler neste Carnaval?




Leitura para adolescentes, você não quer sugerir uma boa?

2 12 2011

Lendo na cafeteria, autoria desconhecida.

O que você sugere?

Como vocês sabem,  há anos coloco aqui listas dos livros para leitura.  Tanto para adultos como para jovens adultos ou adolescentes, as listas publicadas têm público certo e fiel.  Tenho minhas próprias indicações para este ano.  Mas, como em todos os outros anos, leitores sempre acabam sugerindo livros que me escaparam…  Assim, vou avisar:  publicarei do dia 4 de dezembro para o dia 5 — depende de quando eu puder acabar a postagem, uma lista dos livros mais recentes para adolescentes e gostaria muito que os leitores que já aprovaram algum livro, que têm certeza que esse livro seria apreciado por outros adolescentes ou jovens adultos, colocassem aqui as suas preferências.  Assim teremos uma lista não só do que eu acho ser uma leitura interessante mas também daquela com o selo de aprovação do leitor.

Podem começar, exemplos :

1 —   Mmnmklksm, autor Pljpoms

2 —   Jnlisn  Mioms  mnjjso wedmk, de Blomtrsb

Todos agradecem desde já.  Eu e os outros leitores…





The Guardian/Observer: os 100 melhores livros de não-ficção de todos os tempos

24 06 2011

Ilustração,  Clarence Coles Phillips ( EUA, 1880-1927)

Para mim é interessante ver como no hemisfério norte, tanto nos Estados Unidos como na Europa, a chegada do verão é sempre acompanhada de listas de livros para se ler na praia, nas férias, nos dias de lagartearmos ao sol.  O ritual de nomear os melhores livros desse gênero ou daquele gênero se faz presente, chega até a criar expressões idiomáticas tais como “beach read” [ leitura de praia]. A preocupação com o que ler está sempre presente nas agendas dos que entram em férias ou dos que saem de férias.  Listas de livros abundam nas páginas dos jornais, das revistas de grande tiragem.  Ler, nesses países onde um razoável nível de educação é mais democrático do que nas nossas bandas, é uma das coisas que se faz com prazer, nas férias, nos feriados longos, para divertimento, ou para  preencher aquela lacuna intelectual.

Este mês o jornal The Guardian, da Grã Bretanha, publicou uma lista:  100 melhores livros de não-ficção, de todos os tempos [ The 100 greatest non-fiction books].  A seleção feita pelo jornal inclui muitos clássicos bastante óbvios e algumas surpresas.  Mas as opções que conheço mostram-se de fato muito apropriadas.  Talvez seja uma surpresa para quem lê esse blog com regularidade descobrir que sou grande apreciadora de livros de não-ficção, e que há épocas em que os leio em maior número do que os livros de ficção.  As áreas de minha preferência são história, biografia, memórias, ciências, economia, e livros de viagens.   São todos assuntos que complementam as áreas dos meus interesses profissionais, que adicionam perspectiva no que faço no dia a dia.  Como gostei bastante da lista, e com pouquíssimas exceções concordo com o que foi escolhido, vou colocá-la aqui para aconselhar leitores que estejam interessados em ler o que há de melhor.

NOTAS:

1 –  É importante lembrar que esta lista foi compilada com enfoque nos leitores do jornal inglês.  Por isso incluiu alguns livros que focam na Inglaterra, mas no conjunto, retirando esses títulos específicos, é uma excelente lista dos livros de não-ficção que todos nós deveríamos nos esforçar para ler ou pelo menos saber que existem.

2 – Quando encontrei os títulos em português listei-os, com a respectiva editora e ISBN para fácil acesso.  Ficam assim registradas também as lacunas editoriais no Brasil.  Alguns livros só encontrei em edições lusitanas.  Alguns, famosíssimos, como O meio é a mensagem, de Marshall McLuhan, estão sem edição em português.  E este é só um exemplo.  A verdade é que todos esses livros deveriam estar num catálogo de acesso  perpétuo, para  nosso enriquecimento cultural.  Espero que, agora, que a Editora Penguin está por aqui, que é conhecida por manter livros clássicos impressos, se apodere desse mercado e preencha as lacunas que temos com suas esmeradas traduções e publicações que cabem no bolso de qualquer um.

3 – No caso — raro — de haver mais de uma publicação em português por diferentes editoras, coloquei aqui a editora que parecia oferecer o livro por completo — sem edição abreviada, ou a edição de mais rápida entrega.  Às vezes os títulos em português não tem nada a ver com seus rescpectivos títulos originais.  Assim sendo, é possível que eu não tenha notado a existência de alguma tradução.  [Exemplo: o livro Double Helix de James Watson, em português ficou com uma tradução com maior apelo poular: DNA- o sergredo da vida].

A pintura sopra vida na escultura, 1893

Jean-Léon Gérôme (França, 1824-1904)

óleo sobre tela

Galeria de Arte de Ontário, Canadá.

Arte

1 – The Shock of the New, Robert Hughes (1980) — não traduzido para o português — história da arte moderna do Cubismo à Avant-Garde.

2 – A história da arte, Ernst Gombrich (1950) – [Editora LTC, ISBN: 9788521611851] — o mais popular livro de arte.  Gombrich examina os problemas técnicos e estéticos confrontados pelos artistas desde o início do mundo.

3 – Modos de ver, John Berger (1972) – [Editora Rocco, ISBN: 9788532508676] — um estudo sobre a maneira como vemos a arte que mudou os termos de uma geração comprometida com a cultura visual.

As três idades do homem, c. 1510

Giorgione ( Itália, 1477-1510)

óleo sobre tela

Palazzo Piti, Galleria Palatina,  Florença.

Biografia

4 – Lives of the Most Excellent Painters, Sculptors, and Architects , Giorgio Vasari (1550)  Biografia misturada com anedotas retratando a vida de pintores e escultores de Florença.

5 – The life of Samuel Johnson, James Boswell (1791) – Boswell faz um retrato do lexicografo baseado nas notas de seu próprio diário.

6 –  The diaries of Samuel Pepys, Samuel Pepys ( 1825) — ” O Senhor seja louvado, no final do ano passado eu estava com boa saúde”.  Assim começa o diário muito vívido do período da Restauração.

7 – Eminent Victorians, Lytton Strachey (1918) — Strachey fez o modelo para a biografia moderna, com sua narrativa irreverente e espirituosa de quatro heróis da era vitoriana.

8 – Goodbye to All That, Robert Graves (1929) — autobiografia de Graves conta a história de sua infância, dos primeiros anos de casado,  e a grande parte do livro conta das brutalidades e banalidades da Primeira Guerra Mundial.

9 – A autobiografia de Alice B. Toklas, Gertrude Stein (1933)   [Editora Cosac Naify, ISBN: 9788575038024] – Inovadora autobiografia de Stein, escrita sob o disfarce de uma autobiografia de sua amante.

Pintura romana, 1674

[cópia da então recente escavação da Tumba dos Nasonii, Via Flaminia, Roma]

Pietro Santi Bartoli (Itália, 1635-1700)

Do livro de sketches e manuscrito

Glasgow Univeristy Library

Cultura

10 – Notes on Camp, Susan Sontag, (1964) — Sontag propões que a sensibilidade moderna foi modelada pela ética judia e pela estética homossexual

11 – Mithologies, Roland Barthes (original em francês, publicado em 1957) — Barthes procura os significados dos mitos daquilo que nos rodeia, nesses estudos sagazes  mitos contemporâneos.

12 – Orientalismo: o oriente como invenção do ocidente, Edward Said (1978) [Editora de Bolso, ISBN: 9788535910452] — Said argumenta que as representações românticas da cultura árabe são condescedentes e políticas.

As quatro estações, c. 1895

Alphonse Mucha ( República Checa, 1860-1939)

Litografia colorida

Meio ambiente

13 – Primavera Silenciosa, Rachel Carson (1962) [ Editora Gaia, ISBN: 9788575552353] – análise dos efeitos dos pesticidas no meio ambiente que serviram de base para o movimento de proteção ao meio-ambiente.

14 – A vingança de Gaia, James Lovelock (1979) — [Editora Intrínseca,  ISBN: 9788598078168 ] – o argumento de Lovelock —  uma vez que a vida tenha se estabelecido no planeta, ela constrói condições para sua própria sobrevivência — revolucionou a nossa percepção do nosso lugar no esquema das coisas.


Um “Trabant” [marca do carro da Alemanha do Leste] atravessa a parede.

Grafite no Muro de Berlim.

História

15 — Histórias, Heródoto (c. 400 aC), [em português só em edição portuguesa em diversos volumes, Edições 70, ISBN:9789724414492] —  A História começa com a narrativa da guerra Greco-Persa.

16 — O declínio e a queda do império romano, Edward Gibbon (1776) [Em português, edição abreviada, Editora Companhia do Bolso, ISBN: 9788535907445] — o primeiro historiador moderno do período romano, se voltou para fontes arcaicas, para concluir que a decadência moral levou o império ao declínio total.

17 — The History of England, Thomas Babington Macaulay  (1848) — um marco no estudo da história do ponto de vista de um historiador liberal.

18 — Eichmann em Jerusalém — Hannah Arendt (1963) [Editora Cia das Letras, ISBN: 9788571649620] — sobre julgamento de Adolf Eichmann, e os mecanismos sociológicos e psicológicos do Holocausto.

19 — The Making of the English Working Class, EP Thompson (1963) — Thompson virou a história de cabeça para baixo quando fixou seu olhar no povo, quando a maioria dos estudiosos tratava o povo como uma massa anônima.

20 — Enterrem meu coração na curva do rio: a dramática história dos índios americanos, Dee Brown (1970) [Editora LP&M, ISBN: 9788525412935] — A história do tratamento dos índios americanos pelo governo dos EUA.

21 — Hard Times: an Oral History of the Great Depression, Studs Terkel (1970) —  Uma tapeçaria de impacto feita de histórias contadas sobre a Grande Depressão.

22 — Shah of the Shahs, Ryszard Kapuściński (1982) – o grande jornalista polonês conta a história do último Xá do Irã.

23 — Era dos extremos, Eric Hobsbawm (1994) –[ Editora Cia das Letras, ISBN: 9788571644687] ] demonstra a falência tanto do capitalismo, como do comunismo, nessa história do século XX.

24 — Gostaria de informá-lo que amanhã seremos mortos com nossas famílias: histórias de Ruanda, (1994) [Editora Cia de Bolso, ISBN: 9788535908923] O terror dos massacres em Ruanda e a falencia da comunidade internacional.

25 — Pós-guerra, uma história da Europa desde 1945, Tony Judt (2005) [Editora Objetica, ISBN:  9788573028799] um grande relato da história da Europa desde 1945.


Fantômas ( cachimbo e jornal), 1915

Juan Gris ( Espanha, 1887-1927)

óleo sobre tela, 60 x 73 cm

National Gallery of Art, Washington D.C.

Jornalismo

26 — O jornalista e o assassino, Janet Malcolm (1990) [Editora Cia de Bolso, ISBN: 9788535918342] uma análise do dilema moral do jornalismo.

27 — O teste do ácido do refresco elétrico, Tom Wolfe (1968) [Editora Rocco, ISBN: 9788532504036]  o homem de terno branco segue Ken Kesey e sua banda Merry Pranksters quando eles atravessam os EUA numa viagem cheia de LSD.

28 — Despachos do Front, Michael Herr (1977)[Editora Objetiva, ISBN: 9788573027372] relato das experiências de Herr na guerra do Vietnã.

Arte e Literatura, 1867

Adolphe William Bouguereau ( França, 1825-1905)

óleo sobre tela, 200 x 108 cm

Museu de Arte Arnot, Elmira, NY

Literatura

29 — The life of the Poets, Samuel Johnson (1781) – estudos críticos e biográficos dos poetas ingleses do século XVIII.

30 — An Image of Africa, Chinua Achebe (1975) — o autor desafia o imperialismo cultural ocidental argumentando que o livro O coração das trevas, de Joseph Conrad é um romance racista, que não dá humanidade a seus personagens africanos.

31 — A psicanálise dos contos de fadas, Bruno Bettelheim (1976) [Editora Paz e Terra, ISBN: 9788577530380] — argumenta que a parte soturna dos contos de fadas, dão meios às crianças de lidarem com seus medos.

Resolvendo o problema, s/d

Henri-Jules-Jean Geoffroy (conhecido como Geo) (França, 1853-1924)

óleo sobre tela

Matemática

32 — Gödel, Escher, Bach: an eternal golden braid, Douglas Hofstadter (1979)  um meditação sobre música, mente e matemática, que explora uma complexidade formal e auto-referencial.

Homem escrevendo carta, 1664-66

Gabriel Metsu (Holanda 1629-1667)

Óleo sobre painel de madeira, 52 x 41 cm

National Gallery, Dublin, Irlanda

Memórias

33 — Confissões, Jean-Jacques Rousseau (1782) — [Editora Edipro, ISBN: 9788572835817] Rousseau estabelece com essa obra o modela para a moderna autobiografia com a história íntima de sua vida.

34 — Narrative of the Life of Frederick Douglass, an American Slave, Frederick Douglass (1845) uma história vívida, narrada na 1ª pessoa, foi a primeira vez que a voz de um escravo foi ouvida na sociedade em geral.

35 — De profundis, Oscar Wilde (1905) [Editora LP&M Pocket, ISBN: 9788525408259]  Na prisão, Wilde conta a história de seu caso amoroso com Alfred Douglas e também conta sobre seu desenvolvimento espiritual.

36 — Os sete pilares da sabedoria, T. E. Lawrence (1922) [Editora Record, ISBN: 9788501021472]  um relato fascinante de suas experiências contra o império otomano.

37 — Ghandi: Autobiografia, minha vida e minhas experiências com a verdade, Mahatma Gandhi (1927) [Editora Palas Athena, ISBN: 9788572420280] um clássico no gênero das confissões, Ghandi conta suas primeiras dificuldades  e sua batalha para chegar ao auto-conhecimento.

38 — Lutando na Espanha, George Orwell (1938), [Editora Globo, ISBN: 9788525041913] um relato claro de sua experiência com traição e confusão durante a Guerra Civil da Espanha.

39 — O diário de Anne Frank, Anne Frank (1947) [Editora Bestbolso, ISBN:  9788577990009] publicado por seu pai, depois da Segunda Guerra Mundial, esse relato da vida familiar escondida, ajudou a formar os relatos posteriores do Holocausto.

40 — Speak Memory, Vladimir Nabokov (1951) – Nabokov reflete sobre sua vida antes de sua migração para os EUA em 1940.

41 — The Man Died, Wole Soyinka  (1971) um poderoso relato de sua experiência na cadeia, quando prisioneiro durante a guerra civil na Nigéria.

42 — A tabela periódica, Primo Levi ( 1975) [Editora Relume Dumará, ISBN:  9788573160079] uma visão de sua vida, incluindo o período como prisioneiro num campo de concentração,  pelas lentes da química.

43 — Bad Blood, Lorna Sage (2000) demole a fantasia da família, explicando como seus antepassados passaram raiva, dor e desejos frustrados através de gerações.

A condição humana, 1933

René Magritte (Bélgica, 1898-1967)

óleo sobre tela, 100 x 81 cm

Coleção Simon Spierer, Genebra, Suíça

Mente

44 — A interpretação dos sonhos, Sigmund Freud (1899) [ No Brasil em 2 volumes, Editora Imago, ISBN 1º volume 9788531209789] argumento de que as nossas experiências enquanto sonhamos possuem as chaves para a nossa vida psicológica, e com esse livro abriu a porta para a psicoanálise.

A tocadora de bandolim, s/d

David Jermann ( EUA, contemporâneo)

óleo sobre madeira, 58 x 78cm

www. davidjermann.com

Música

45 — The Romantic Generation, Charles Rosen (1998) – examina como os compositores do século XIX expandiram os limites da música e os seus comprometimentos com a literatura, a paisagem e o divino.

Aristóteles contemplando o busto de Homero, 1653

Rembrandt van Rijn ( Holanda, 1606-1669)

óleo sobre tela, 144 x 137 cm

Metropolitan Museum of Art, Nova York

Filosofia

46 –  O banquete, Platão (c. 380 aC) [Editora Edipro, ISBN: 9788572836692] — uma viva discussão numa reunião em um jantar, sobre a natureza do amor.

47 — Meditações, Marco Aurélio (c. 180) [Editora Madras, ISBN: 9788573748710 ] — uma série de reflexões pessoais, aconselhando a calma face aos conflitos e o cultivo de uma perspectiva cósmica.

48 — Os ensaios, Michel de Montaigne (1580) [Editora Penguin, ISBN: 9788563560063] — um sábio e bem-humorado exame de si-mesmo, da natureza humana, que lançou o ensaio como uma forma literária.

49 — The Anatomy of Melancholy,  Robert Burton (1621), um exame da cultura humana pelos olhos da melancolia.

50 — Meditações sobre a Filosofia Primeira, René Descartes (1641)[Editora Unicamp, ISBN:  9788526806740] Duvidando de tudo exceto de sua própria existência, Descartes tenta construir Deus e o universo.

51 — Diálogos sobre a religião natural, David Hume ( 1779) [Portugal, Edições70, ISBN: 9789724412429] Hume testa sua fé numa conversa examinando os argumentos para a existência de Deus.

52 — Crítica da razão pura, Immanuel Kant ( 1781) [Editora WMF, ISBN: 9788578273576] Se a filosofia ocidental é só uma nota de rodapé de Platão, então a tentativa de Kant de unir razão com experiência fornece muitos dos títulos dos assuntos.

53 — Fenomenologia do Espírito, GWF Hegel, (1807) [Editora Vozes, ISBN: 9788532627698] Hegel leva o leitor através da evolução da consciência.

54 — Walden, Henry David Thoreau ( 1854) [Editora LP&M, ISBN: 9788525420602] um relato de dois anos morando numa cabana de madeira em que examina as ideías de independência e de sociedade.

55 — Sobre a liberdade, John Stewart Mill (1859) [ Editora Hedra, ISBN: 9788577152001] John S Mill argumenta que a única razão para a qual o poder pode ser exercido sobre qualquer membro da comunidade civilizada, contra a sua vontade, seria para prevenir o dano aos outros.

56 — Assim falou Zaratrusta, Friedrich Nietzsche  (1883) [Editora Civilização Brasileira, ISBN: 9788520004746] Inválido, Nietzsche declara a morte de Deus e o triunfo do Super-Homem.

57 — A estrutura das revoluções científicas, Thomas Kuhn (1962) [Editora Perspectiva, ISBN: 9788527301114] uma teoria revolucionária sobre a natureza do progresso científico.

Entretenimento nas eleições, 1755

William Hogarh (Inglaterra, 1697-1764)

óleo sobre tela

Sir John Sloane’s Museum, Londres

Política

58 — A arte da guerra, Sun Tzu (c. 500 aC) [Editora LP&M, ISBN: 9788525410597] um estudo da guerra que enfatiza a importância do posicionamento e habilidade de reagir de acordo com as mudanças das circunstâncias.

59 — O príncipe, Nicolau Maquiavel (1532) [Editora Penguin, ISBN: 9788563560032] Maquiavel injeta realismo num estudo do poder, argumentando que os governantes devem estar preparados para abandonar a virtude a favor da estabilidade.

60 — Leviatã, Thomas Hobbes (1651) [Editora Martins Fontes, ISBN: 9788533624085] Hobbes defende a posição do poder absoluto, para evitar que a vida seja brutal.

61 — Direitos do homem, Thomas Paine (1791) [Editora Edipro, ISBN:9788572834827 ] uma defesa da Revolução Francesa de grande influência, que aponta para a ilegitimidade dos governos que não defendem os direitos do cidadão.

62 — A Vindication of the Rights of Women, Mary Wollstonecraft (1792) argumenta que as mulheres devem ter o direito à educação para que possam contribuir para a sociedade.

63 — O manifesto comunista, Karl Marx e Friedrich Engels ( 1848) [Editora Paz e Terra, ISBN: 9788577530434] Uma análise social e política em termos de luta de classes, que lançou um movimento com a vibrante declaração “o proletariado não tem nada a perder a não ser suas próprias correntes”.

64 — The Souls of Black Folk, W.E.B. Dubois (1903) – uma série de ensaios que defendem a igualdade de direitos no Sul dos Estados Unidos

65 — O segundo sexo, Simone de Beauvoir ( 1949) — no Brasil em 2 volumes [Editora Nova Fronteira, ISBN 1º volume, 000.85.209.0316-9 ou 9788520903162 [código de barras] — Beauvoir examina o que é ser mulher, e como a identidade feminina tem sido definida em relação aos homens através da história.

66 —  The Wretched of the Earth, Frantz Fanon (1961) um estudo sobre o impacto psicologico do colonialismo

67 —  The Medium is the Message, Marshall McLuhan ( 1967) O grande sucesso da gráfica  popularizaçao das idéias de Marshall McLuhan sobre tecnologia e cultura foram co-criadas com Quentin Fiore.

68 — The Female Eunuch, Germaine Greer (1970) Greer argumenta que a sociedade dominada por homens reprime a sexualidade feminina.

69 — Manufacturing Consent , Noam Chomsky e Edward Herman (1988) Chomsky argumenta que a comunicação corporativa apresenta uma imagem distorcida do mundo para engendrar maiores lucros.

70 — Here comes everybody, Clay Shirky (2008)  uma vibrante primeira história da revolução das mídias sociais do momento.

Velha senhora rezando,  final da década de 1630, início da década de 1640

Matthias Stom (Holanda 1599-1600?, Itália, depois de 1652)

óleo sobre tela, 78 x 64 cm

Metropolitan Museum of Art, Nova York

Religião

71 — The Golden Bough, James George Frazer (1890) uma tentativa de identificar os elementos em comum das diversas religiões do mundo, que sugere elas terem se originado dos rituais de fertilidade.

72 — The Varieties of Religious Experience, William James (1902) argumenta que o valor das religiões não deve ser medido em termos de sua origem nem exatidão empírica.


Operação, 1929

Christian Schad (Alemanha, 1894-1982)

óleo sobre tela, 125 x95 cm

Städtische Galerie em Lenbachhaus, Munique

Ciência

73 — A origem das espécies, Charles Darwin (1859)[Editora Escala, ISBN:  9788575569870]  Darwin relato da evolução das espécies através da seleção natural transformou a biologia e o nosso lugar no universo.

74 — The Character of Physical Law, Richard Feynmann (1965) uma elegante análise das leis da física por um dos maiores teóricos do século XX.

75 — DNA: o segredo da vida, James Watson (1968) [Editora Cia das Letras, ISBN: 9788535907162] relato pessoal do autor explicando como ele e Francis Crick conseguiram abrir a estrutura do DNA.

76 — O gene egoísta, Ricard Dawkins (1976) [Editora Cia das Letras, ISBN: 9788535911299] Dawkins lança uma revolução na biologia com a sugestão de que a evolução é melhor vista pela perspectiva do gene ao invés do organismo.

77 — Uma breve história do tempo, Stephen Hawking (1988) [Editora Rocco, ISBN: 9788532502520] um livro nas mãos de 10 milhões de pessoas, pode-se dizer uma febre, em que Hawkins conta a origem do universo.

Sociedade Parisiense, 1931

Max Beckmann (Alemanha, 1884-1950)

óleo sobre tela, 109 x 176 cm

Solomon Guggenheim Museum, Nova York

Sociedade

78  — The Book of the City of Ladies, Cristina de Pisano (1405) Uma defesa das mulheres na forma de uma cidade ideal,  com a população de mulheres famosas através dos tempos.

79 — Elogio da loucura, Erasmo (1511) [Editora LP&M, ISBN:  9788525412683]  essa  sátira elogiosa à loucura humana ajudou a lançar a Reforma considerando os escândalos e abusos da Igreja Católica.

80 — Cartas filosóficas, Voltaire (1734) [Editora: Martins Fontes, ISBN: 9788533623491]  Voltaire olha criticamente para a Inglaterra, comparando -a com a vida do outro lado do canal.

81 — O suicidio: estudo de sociologia, Émile Durkheim (1897) [Editora WMF, ISBN: 9788578273859] uma investigação sobre as culturas católica  e protestante, que defende que quanto menor o controle nas sociedades católicas, menor o índice de suicidios.

82 — Economia e Sociedade, Max Weber ( 1922) [no Brasil em 2 volumes, Editora UNB, ISBN: 9788523003142 do 1º volume] uma análise profunda dos mecanismos da religião, política e economia que estabeleceu o padrão para os estudos de sociologia.

83 — A Room of One´s Own, Virginia Woolf (1929) um longo ensaio defendendo um espaço verdadeiro e metafórico  para escritoras mulheres numa tradição literária dominada pelos homens.

84 —  Elogiemos os homens ilustres, James Agee e Walker Evans (1941) as imagens de Evans e as palavras de Agee pintam um retrato preciso da vida entre os camponeses no sul dos EUA.

85 — The feminine mystique, Betty Friedan (1963) — um estudo da infelicidade de muitas donas de casa da década de 1950 e 1960 apesar da vida material confortável e das famílias estáveis que tinham.

86 — A sangue frio, Truman Capote (1966) [Editora Cia das Letras, ISBN: 9788535904116] um relato romanceado de um assassinato brutal na cidade de Kansas, que lançou Capote para fortuna e fama.

87 — Slouching towards Bethlehem, Joan Didion (1968) ensaios que evocam a vida na Califórnia na década de 1960

88 — The Gulag Archipelago, Aleksandr Solzhenitsyn (1973) análise do sistema de carceragem na União Soviética, incluindo a experiência do próprio autor como prisioneiro russo, questionando a base moral da União Soviética.

89 — Vigiar e punir, Michel Foulcault ( 1975)  [Editora Vozes, ISBN: 9788532605085]  Foucault examina o sistema de encarceramento na sociedade moderna.

90 — Notícia de um sequestro, Gabriel Garcia Marquez (1996) [Editora Record, ISBN: 9788501046949] a história de um rapto levado a cabo pelo grupo do cartel de Pablo Escobar Medellin.

Mercado em Jafa, 1887

Gustav Bauerfeind (Alemanha, 1848-1904)

óleo sobre tela

Relatos de viagem

91 — The travels of Ibn Battuta, de Ibn Battuta (1355) – o maior viajante do mundo árabe registra suas memórias de viagem através do mundo conhecido e além.

92 — A viagem dos inocentes, de Mark Twain (1869) [edição portuguesa, Editora Tinta da China, ISBN:  9789896710507]  o relato de viagem do autor à Europa, contado de maneira franca, foi um sucesso imediato.

93 — Black Lamb and Grey Falcon, Rebecca West (1941) uma viagem de seis semanas à Iugoslávia torna-se o eixo de um estudo monumental sobre os Balkans.

94 — Veneza, Jan Morris (1960) [edição portuguesa, Editora Tinta da China, ISBN: 9789896710002 ] um guia excêntrico mas conhecedor da arte, história, cultura e do povo de Veneza.

95 — A Time of Gifts, Patrick Leigh Fermor (1977) — o 1º volume da viagem do autor a pé por toda a Europa. Uma brilhante evocação da memória da juventude.

96 — Danúbio, Cláudio Magris, (1986) [Editora Cia das Letras, ISBN: 9788535913378] Magris mistura viagem, história , causos e literatura à medida que viaja pelo Danúbio até sua foz.

97 — China Along The Yellow River,  de Jinqing Cao (1995) um trabalho pioneiro de sociologia chinesa, explorando a China moderna com uma cara moderna.

98 — Os anéis de Saturno: uma peregrinação inglesa, W. G. Sebald, (1995)[Editora Cia das Letras, ISBN: 9788535917239] uma viagem a pé pelo sudeste da Inglaterra se torna numa meditação melancólica sobre a decadência e a transitoriedade.

99 — Passage to Juneau, Jonathan Raban (2000) uma viagem ao Alaska de veleiro, partindo de Seattle, leva a considerações sobre a arte nativa americana, a imaginação romântica,  e seu próprio relacionamento pessoal a ponto de se desintegrar.

100 — Cartas a um jovem escritor, Mario Vargas Llosa (2002) [Editora Campus/Elsevier, ISBN: 9788535228076]  Vargas Llosa destila uma vida inteira de leituras e escrita num manual sobre a arte de  escrever.

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Cada um de nós poderia adicionar ou retirar livros dessa lista.  Mas no todo é um ótimo guia para quem quiser saber das principais obras que otimizam o nosso momento.  Há muitos modismos nas leituras, principalmente quando uma nova teoria ou um novo crítico de peso leva a uma releitura de algum antigo escritor.  Cada uma dessas listas é sempre transitória e sempre retrata o momento em que foram feitas.  No entanto, pelos livros citados nas áreas em que tenho interesse, haveria muito pouco a adicionar.  Gostei imensamente da seção de Literatura de Viagens ser extensa — um enfoque bem britânico, um país que já produziu grandes escritores no gênero.

Bem, vou parar por aqui.  Há alguns volumes dessa lista que me esperam…  Pena que muitas das nossas traduções estejam esgotadas ou que não tenham sido feitas…  Fica o alerta para as pequenas editoras.

Divirtam-se.  Quem sabe nesse inverno, no friozinho de julho, um ou dois desses clássicos não mereçam a sua atenção?