Os melhores do ano do Papalivros

10 12 2023
Reunião de Final de Ano do Grupo Papalivros

 

Desde 2003, ou seja há vinte anos, o grupo de leitura Papalivros se encontra mensalmente para um papo e discussão do livro do mês.  Hoje comemoramos nosso último encontro do ano. Conversamos, brincamos com as crianças, falamos sobre Noites Brancas de Dostoiévski, livro do mês, votamos nos três melhores livros do ano, e tivemos o prazer de estarmos envolvidas, como espectadoras, no acender da quarta vela da cerimônia de Chanucá, a festividade que comemora a vitória da luz contra a escuridão, a preservação do espírito de Israel e a liberdade religiosa. Não poderia ter sido um momento mais apropriado para nos lembrarmos desse significado.  Foi uma reunião memorável. Algumas de nós estamos juntas desde o primeiro encontro. Envelhecemos juntas. Mas mesmo a mais recente participante está no grupo há muitos anos. Nem todas puderam vir hoje: de dezesseis, doze estavam presentes.

 

 

 

Houve muitos pontos altos nesta reunião. Entre eles, é claro, a votação dos melhores do ano. Aqui vão os candidatos, ou melhor, os 12 livros lidos durante o ano de 2023.

 

Lições, Ian McEwan

Ninféias negras, Michel Bussi

A tenda vermelha, Anita Diamant

O mistério de Henri Pick, David Foenkinos

Hotel Portofino, J. P. O’Connell

Orgulho e preconceito, Jane Austen

A última livraria de Londres, Madeline Martin

Uma mulher singular, Vivian Gornick

Caderno proibido, Alba de Cespedes

O sol também se levanta, Ernest Hemingway

Véspera, Carla Madeira

Noites Brancas, Fiódor Dostoiévski

 

 

Como são computados os votos.  Cada participante recebe um cédula com a lista dos livros livros.  Ao lado do título colocará a classificação de acordo com seu gosto.  Só os três primeiros colocados.  Cada número 1 recebe 3 pontos; cada segundo lugar, recebe 2 pontos e 1 ponto os que ficaram em terceiro lugar.  Ao final somamos os pontos e temos a classificação.

 

 

1º lugar em 2023:

A última livraria de Londres, de Madeline Martin

 
 
2º lugar em 2023

Orgulho e preconceito, Jane Austen

 
 
3ª lugar em 2023 deu empate:

Caderno Proibido, Alba de Céspedes  e Noites Brancas, Fiódor Dostoiévski





Palavras para lembrar

5 10 2022

Atualizando-se, 2021

Anna Reznikova (Chipre, contemporânea)

óleo sobre tela, 60 x 50 cm

 

“Ler…

é ir a algum lugar sem precisar pegar um trem ou navio, desvendar mundos novos e incríveis. É viver uma vida que você não nasceu para viver e uma chance de ver algo colorido pela perspectiva de outra pessoa. É aprender sem ter que enfrentar as consequências dos fracassos, é aprender como ter sucesso da melhor maneira.”

 

 

Em: A última livraria de Londres de Madeline Martin, tradução de Simone Reisner, Kindle edition, 2022.





Leituras de 2022: “A última livraria de Londres”, Madeline Martin, resenha

16 08 2022

Retrato de Simone Gentile segurando um livro, 1966

Serge Ivanoff (Rússia, 1893-1983)

óleo sobre tela, 64 x 54 cm

Quando comecei a ler A última livraria de Londres de Madeline Martin, com tradução de Simone Reisner, pensei que não fosse terminar.  Uma jovem que não tem o hábito de ler acha-se no início da Segunda Guerra Mundial com emprego numa livraria e sem entusiasmo para o trabalho.  Logo depois, um belo jovem, leitor e frequentador assíduo do local, que preenche todos os requisitos de atração, aparece na trama estabelecendo o vínculo romântico entre os dois.  Estávamos a caminho da velha trama:  moça encontra rapaz, eles se gostam, há empecilhos que parecem insuperáveis, até que moça e rapaz se redescobrem.  Raramente me dedico a histórias água com açúcar, cujos finais felizes já estão previstos desde as primeiras páginas.  Li muito nesta linha na adolescência e como jovem adulta.  Mas hoje prefiro livros com finais não formulaicos, surpresas de estilo e trama que me façam pensar e até encantar. 

Há, no entanto, um truque que pode  salvar ficção histórica como esta, solucionando uma parte da frustração com a leitura: há a procura pelos fatos, pelo que é mencionado. Foi com este ângulo que li até o fim e aprendi muito no meio do caminho. E por causa deste hábito, usei a narrativa para descobrir detalhes sobre Londres na Segunda Guerra que desconhecia, fatos aprendidos fora da ficção que busquei na internet para sedimentar a leitura.

Houve bombardeiros do exército alemão, diários, a Londres por oito meses consecutivos, de 1940 a 1941. As pessoas que se abrigavam nas estações do metrô enchiam as mesmas  além da plataforma,  dormiam sobre os trilhos. Abrigavam-se  de paletó e gravata, chapéu;  as mulheres de meias finas vestidos e chapéus às vezes.  Muitas crianças igualmente vestidas.  Mulheres logo começaram a participar da Patrulha do Ataque Antiaéreo.  Todo mundo contribuiu  para que a cidade não sucumbisse.  O governo sugeriu que os canteiros com flores fossem desmantelados nas residências particulares e que as pessoas plantassem seus próprios legumes para evitar a falta de alimentos. Todos os que trabalhavam de alguma maneira na guerra eram uniformizados para que fossem imediatamente reconhecidos pelo trabalho que faziam. E assim por diante.  Fui aos poucos adicionando informações,observando fotografias da época para conseguir mais resultados positivos. Sublinhei duas passagens: uma sobre livros que achei um pouco óbvia, mas que aqui vai como exemplo do modo narrativo.

“Foram os livros que nos uniram. O amor pelas histórias que eles contam, pelas aventuras para as quais nos levam, por sua gloriosa distração em tempos turbulentos. E um lembrete de que sempre teremos esperança.” estou sem a página porque  fiz leitura no kindle.  Posição 4715.

Madeline Martin Madeline Martin

É um livro de fácil leitura, contando a vida de uma moça do interior que sonha em ir para a capital do país tornar-se independente, e o faz. Supera obstáculos e tudo se resolve. É um livro para cima, de alto astral com doses de emoção e fatos históricos. Mostra a resiliência dos britânicos, a importância do amor ao próximo e o bem de se apreciar a leitura. Recomendo para aqueles que gostem dos temas fofos, com pano de fundo histórico e protagonistas com pureza de alma e solidariedade.

NOTA: este blog não está associado a qualquer editora ou livraria, não recebe livros nem incentivos para a promoção de livros.

Abaixo algumas fotos de Londres na Segunda Guerra Mundial.