Ilustração, para Life Magazine, 1940, Albert Dorne (EUA, 1904-1965).
Na lareira, um cobertor;
bule quente com café;
um romance ao bom leitor
neste inverno o prazer é…
(Fábio Siqueira do Amaral)
Na lareira, um cobertor;
bule quente com café;
um romance ao bom leitor
neste inverno o prazer é…
(Fábio Siqueira do Amaral)
Paisagem de inverno, 1909
Wassily Kandinsky (Rússia,1866-1944)
óleo sobre papelão
Hermitage, Saint Petersburg
“Percebi que há algo incrivelmente honesto sobre as árvores no inverno, são especialistas no desapego.”
― Jeffrey McDaniel
Tradução: Ladyce West
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“Foi o melhor dos tempos, foi o pior dos tempos. Foi a idade da sabedoria, foi a idade da tolice. Foi a época da fé, foi a época da incredulidade. Foi a estação da luz, foi a estação das trevas. Foi a primavera da esperança, foi o inverno do desespero. Tínhamos tudo diante de nós, não havia nada antes de nós. Todos íamos direto para o céu, todos íamos direto para o outro lado.”
Charles Dickens
A última história de 2021
Monika Luniak (Polônia, contemporânea)
óleo sobre tela, 100 x 70 cm
“Inverno é hora para o conforto, para boa comida e aconchego, para o toque de uma mão amiga e para conversa ao lume: é o momento do lar.”
Edith Sitwell
Tradução: Ladyce West
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Inverno… as horas vazias…
As árvores tristes…nuas…
E as minhas mãos estão frias
sentindo falta das tuas…
(Luiz Otávio)
“Minha avó costumava dizer, amigos de verão passam tal qual neve no verão, mas os de inverno ficam amigos para sempre.”
George R.R. Martin, A Feast for Crows
Tradução Ladyce West
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“Todo mundo escancara portas e janelas para que o vento leve embora os maus-espíritos do inverno. É um vento mágico, dizem.”
Caio Fernando Abreu
A caminho de Versailles, Louveciennes, sol de inverno e neve, c.1870
Camille Pissarro (França, 1830-1903)
óleo sobre tela
Museu Thyssen-Bornemisza, Madri
“Na profundeza do inverno, finalmente aprendi que dentro de mim existe um verão imbatível.”
Albert Camus
Hugh Ramsey (Austrália, 1877-1906)
óleo sobre painel
Galeria de Arte da Austrália do Sul
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Jovem em lago congelado, Noruega, 1920
Axel Hjalmar Ender (Noruega, 1853-1920)
óleo sobre tela
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Enquanto escrevo esta postagem, acontece em Sochi o jogo final de hóquei entre Suécia e Canadá, momento em que as Olimpíadas de Inverno, realizadas este ano na Rússia, chegam ao fim. Tenho acompanhado, quando posso, as competições nas diversas categorias dos esportes de inverno. Ignorava a existência de muitas delas e tratei, dentro do possível, de compreender as regras dessas modalidades.
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Patinando no Central Park, 1865
Johann Mongels Culverhouse (Holanda, 1825- EUA, 1895)
óleo sobre tela
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À medida que diversos esportes se apresentavam na tela, percebi que as Olimpíadas de Inverno refletem mais do que esportes. Elas refletem a história de como, nós, humanos, conseguimos sobreviver em condições extremas, rodeados por uma natureza inóspita. Muitos dos esportes têm relacionamento direto à nossa sobrevivência. O Biatlo de inverno, por exemplo, remete à mobilidade na neve e à caça, duas atividades requeridas para a sobrevivência nas regiões geladas do planeta.
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Paisagem de inverno e alçapão, 1565
Pieter Bruegel (Holanda, 1526-1569)
óleo sobre madeira, 38 x 56 cm
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Enquanto os Jogos Olímpicos de verão estão ligados, em grande parte, ao treinamento de guerra da antiga Grécia, os de inverno estão mais próximos das atividades necessárias para a sobrevivência bem sucedida de inverno. Não conseguimos ignorar os extremos por que nossos antepassados passaram. Os esportes de inverno são descendentes diretos do que era necessário para uma sobrevivência dependente da incerteza, do augúrio diário do clima extremo. Enquanto observamos esquiadores descerem e subirem montanhas no cross-country, com sol ou com neve, a temperaturas desconfortáveis, para o corpo humano. Com eles podemos imaginar como nossos antepassados tiveram que conquistar terrenos cobertos de gelo e neve para obter o que era essencial até a chegada da primavera.
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Homem Samoiano [tribo da Sibéria] em roupas tradicionais, usando pele, carregando um rifle e um arco, sobre patins de gelo.
Escola alemã, século XVIII
Desenho a tintas sépia e preta, grafite, aquarela, 31 x 23 cm
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As Olimpíadas de Inverno, vistas dessa maneira, são um tributo à criatividade humana pela sobrevivência. São uma maneira, hoje festiva, de reverenciarmos aqueles que nos precederam e que fizeram a nossa existência, aqui, em 2014, possível.