100 anos! É hora de comemorar!

1 09 2012

Meu pai, 1980.

Ontem, se estivesse vivo, meu pai teria completado cem anos. A família se reuniu numa pizzaria para celebrar.  Três gerações, dezoito pessoas, se encontraram.  Foi uma reafirmação dos laços de família, um encontro muito feliz. Hoje tenho um misto de gratidão, nostalgia e profunda felicidade ao repensar esse delicioso encontro familiar. Não somos uma família muito grande e apesar de morarmos todos próximos, aqui no Rio de Janeiro, os afazeres diários muitas vezes nos deixam sem nos ver por meses.  Uma reunião como esta veio em boa hora: não há mais ninguém vivo da geração de meus pais.  Somos eu, meu irmão, minha cunhada e meus primos, agora os “cabeças” da família. E à medida que vemos nossos filhos crescerem, e já outra geração vir aparecendo, os bisnetos da geração de papai, há uma maravilhosa sensação de comunidade que se consolida e que me faz uma pessoa muito satisfeita e completa. Gosto saber que pertenço a esse grupo, esse meu grupo.

Depois dessa celebração à vida e à família fui permeada por um carinho imenso aos que estiveram lá para esse momento de camaradagem e alegria: Harry, meu marido e Ricardo-Celso, meu irmão; Claudine, minha cunhada, meus sobrinhos: Christiane, Rômulo, Anna Paula, Heitor-Gessner.  Meu sobrinho-neto: Matheus; meus primos, Murilo, Lúcia, Ronaldo, Rogério, Gisela e Vera Regina. Minha prima-sobrinha e afilhada: Cecília e Júlio, sobrinhos netos e primos, Bruno e Beatriz.  A todos o meu carinho e agradecimento por momentos de imensa felicidade e plenitude. Amo muito minha família.





A cadeia infinita das gerações, texto de Rosa Montero

8 09 2011

Nota: no texto abaixo, Cérebro é o cognome de um dos personagens do romance, uma cientista que está na terceira idade.

 

“Cérebro nunca desejou ter filhos, nunca se sentiu impelida a ser mãe.  E não acreditava que ser mulher consistia em parir.  Mas sua formação científica também a tornava consciente do fracasso biológico de seus genes.  Todos os seres humanos, homens e mulheres,  são o produto de um longuíssimo, múltiplo e clamoroso êxito.  Do triunfo de cada um dos seus antepassados. Seus pais, seus avós, seus tataravós, toda essa linhagem genitora que ascende até se perder no passado mais remoto, é composta por indivíduos que conseguiram nascer, não morrer quando crianças, amadurecer, acasalar com um parceiro adequado e fértil, ter ao menos uma cria e mantê-la viva por tempo suficiente para que o processo continuasse.  Sim, Cérebro era a consequência de um sucesso coletivo monumental, mas agora esse testemunho genético se perderia.  Seu pequeno e trivial fracasso biológico colocava o ponto final numa linhagem de sobrevivência milenar.”

 

Em: Instruções para salvar o mundo, Rosa Montero, Rio de Janeiro, Nova Fronteira: 2011, p.222