Festas juninas, que coisa boa!

24 06 2025

Festa de São João

Alberto da Veiga Guignard (Brasil, 1896-1962)

óleo sobre tela, 32 x 32 cm

 

 

 

São João, 1969

Emiliano Di Cavalcanti (Brasil, 1897-1976)

óleo sobre tela

 

 

 

Festa junina

Alfredo Volpi  (Itália-Brasil, 1896-1988)

azulejo, esmalte, por Osirarte,  15 x 15 cm

 

 

Três grandes nomes de artistas brasileiros praticamente da mesma idade.  Três estilos diferentes e todos eles com identidade própria e grande influência nas gerações seguintes. Um prazer rever suas obras.  





“A festa de São João”, poesia de Cornélio Pires

29 07 2019

 

 

 

PAPAS STEFANOS. Festa junina - o.s.m. - 80 x 60 cm - assinado no cid.Festa junina

Papas Stéfanos (Grécia/Brasil, 1948)

óleo sobre madeira, 8- x 60 cm

 

 

A festa de São João

 

Cornélio Pires

 

No casarão antigo da Fazenda,

tudo é jogos, brinquedos e festança:

na varanda do lado jogam prenda

e no salão o baile não descansa;

 

A fogueira, tão célebre na lenda,

estala em labaredas.  Canta e dança,

o povo do batuque, na contenda,

aos pulos e aos requebros da folgança.

 

No cururu manhoso a caboclada,

rasca nas violas, canta ao desafio,

provocando constante gargalhada,

 

Depois, das diversões cortando o fio,

o povo em procissão, de madrugada,

vai lavar o São João, além, no rio.

 

Cornélio Pires (Brasil, 1884 — 1958).





Celebração de S. Pedro em relato em 1855 de James C. Fletcher

21 07 2014

 

 

Calmon Barreto de Sá Carvalho (1909-1994) 2Tropeiros, 1970

Calmon Barreto de Sá Carvalho (Brasil, 1909-1994)

óleo sobre tela

Museu de Araxá, MG

 

 

“Nosso local de descanso seria a importante cidade de Campinas …,  a mais de cem milhas no interior. Quando nos aproximávamos dessa cidade, fui surpreendido pela beleza e fertilidade da região circundante. As grandes e antigas montanhas haviam sido deixadas muito para trás de nós, e em redor, até onde pude ver, estendiam-se extensas planícies, ou antes, prados ondulosos, com quase todos os acres ocupados. Havia muitas plantações de café superiormente cultivadas, entre cujo verde-escuro podia-se avistar aqui e ali as grandes residências caiadas de branco dos proprietários das terras. Foi na tarde de 28 de junho que chegamos aos arredores de Campinas. A radiosa beleza da noite tropical tornava-se ainda maior pela iluminação da cidade, pelas imensas fogueiras espalhadas pela planície, e brilhantes fogos de artifício lançados de todas as ruas e todas as plantações circundantes. Os clarões e o barulho eram tais, que sem qualquer esforço de imaginação, ter-se-ia acreditado estar perto de alguma cidade sitiada, durante um violento bombardeio. Era a “véspera de S. Pedro”; e todo homem que tinha um Pedro ligado a seu nome, sentia-se na obrigação de acender uma imensa fogueira diante de sua porta, e soltar uma porção de foguetes, além de descarregar inúmeras pistolas, mosquetes, e morteiros. Sob semelhante tormenta, entramos em Campinas.”

 

Texto de James C. Fletcher e de Daniel P. Kidder, de sua viagem ao Brasil em 1855, publicado no Brasil e em São Paulo, em 1941, com o título de O Brasil e os Brasileiros: esboço histórico e descritivo, pela Cia Editora Nacional com tradução de Elias Dolianiti, encontrado em:

 

O Planalto e os Cafezais: São Paulo, Ernani Silva Bruno, e Diaulas Riedel, São Paulo, Cultrix: 1959, pp. 91-92