Bom jogo para dois ou mais, 1865 John Leech (Inglaterra, 1817-1864)
Na vida do corre-corre,
muito bom é um descanso.
Para que saúde jorre,
pratique um esporte manso.
(Antonio Miguel Cestari)
Na vida do corre-corre,
muito bom é um descanso.
Para que saúde jorre,
pratique um esporte manso.
(Antonio Miguel Cestari)
Bia Betancourt (Brasil, 1963)
acrílica sobre tela, 70 x 180 cm
“Uma das coisas da África de que mais sinto saudade é meu golfe com Dr. Kwaku no campo mirrado de Ikiri. Sinto falta do golfe e da cerveja na ladeira do clube, assistindo ao por do sol.Por que será que gosto de golfe? Não é um esporte estrênuo o que é uma vantagem. O grande benefício é que, ainda que o sujeito não seja um exímio jogador, é ainda possível que realize jogadas no mesmo nível daquelas dos grandes jogadores mundiais. Lembro que um dia eu tinha levado um fragmentário sete à paridade quatro no oitavo buraco em Ikiri e me posicionei para o curto nono, uma paridade três, com um seis-ferro. Morrendo de calor, suado e irritado, balancei, golpeei, a bola planou, quicou uma vez no marrom e caiu no buraco. Um buraco em um. Foi a tacada perfeita — não dava para ninguém fazer melhor, nem mesmo o campeão mundial. Não consigo pensar em nenhum outro esporte que dê ao amador a chance da perfeição. Aquela jogada me deixou feliz por um ano, todas as vezes que eu me lembrava dela….”
Em: As aventuras de um coração humano, William Boyd, Rio de Janeiro, Rocco: 2008, tradução de Antônio E. de Moura Filho, p. 421-22.
Manasses Andrade (Brasil, 1955-2021)
acrílica sobre tela, 100 x 80 cm
Carlos Drummond de Andrade
Futebol se joga no estádio?
Futebol se joga na praia,
futebol se joga na rua,
futebol se joga na alma.
A bola é a mesma: forma sacra
para craques e pernas de pau.
Mesma a volúpia de chutar
na delirante copa-mundo
ou no árido espaço do morro.
São voos de estátuas súbitas,
desenhos feéricos, bailados
de pés e troncos entrançados.
Instantes lúdicos: flutua
o jogador, gravado no ar
— afinal, o corpo triunfante
da triste lei da gravidade.
Futebol em tarde de domingo, 2004
Eduardo Cambuí Figueiredo Junior (Brasil, contemporâneo)
óleo sobre tela, 70 x 50 cm
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Henri-Jules Jean Geoffroy, dito GEO (França, 1853-1924)
aquarela sobre papel
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Cartão postal de 1910.–
” Um sujeito gabava as vantagens higiênicas da ginástica.
— Não há nada melhor para a saúde, dizia ele: duplica as forças e prolonga a vida.
Respondeu-lhe alguém:
— Mas nossos antepassados não faziam uso da ginástica e contudo…
— Sim, é verdade, não faziam uso dela; mas vejam, morreram todos…”
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Em: O Espelho: revista de literatura, modas, indústria e artes, n. 17, 25 de dezembro de 1859, p.12. da edição em facsímile, Rio de Janeiro, MEC:2008, p. 218.