Minha profissão: Cris Bauer, analista de sistemas

15 03 2011

Cris Bauer

Esta é a quinta entrevista com o título Minha profissão, que foca em jovens profissionais falando sobre suas preparações para exercerem as profissões que têm.  As anteriores incluem: bibliotecária, músico, comércio exterior, veja links abaixo.

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Cris Bauer, analista de sistemas

Perfil

Mil caminhos a seguir e seguindo todos. OK, nem sempre os caminhos são compatíveis, mas não perco um único cruzamento! Para aqueles que acreditam, uma perfeita geminiana.

 Que tipo de trabalho você faz?

Sou Analista de Sistemas e trabalho com sites para internet e produtos voltados para Telefonia Celular, como jogos, promoções, etc. Há pouco abri uma loja de perfumaria e presentes personalizados. Uma forma de não virar uma “nerd’.

Você trabalha no campo de sua formação profissional ou trabalha numa área diferente daquela para qual estudou?

Sim!  Me formei em Ciência da Computação e em Comunicação Social. A junção dos dois cursos é meu diferencial no meu trabalho, pois consigo fazer a interface entre a área de tecnologia e todas as outras áreas – marketing, comercial, jurídico e principalmente, o cliente externo.

Também escrevo para um jornal local e até mesmo para a loja, os cursos me ajudaram bastante. Consegui bastante noção administrativa, de logística, desembaraço para lidar com os clientes. Com isso, basta liberar a criatividade.

Para o trabalho que você faz agora, o que poderia ter sido diferente no seu curso de formação?

Difícil dizer,  pois eu já trabalhava na área durante o curso de Computação, então eu mesma ia “escarafunchando” tudo o que eu achava interessante.

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O que você faz para continuar a se atualizar?

Estou sempre em contato com várias pessoas de diversas empresas acompanhando todas as novidades. Leio bastante revistas, blogs, sites especializados.

Você precisa usar alguma língua estrangeira frequentemente?

Inglês! A tecnologia está realmente integrada em todo o mundo e um único projeto engloba equipes de vários países. Espanhol tem sido um grande diferencial.

Que conselho daria a um adolescente que precisa decidir que carreira escolher?

Primeiro preste atenção na área que realmente goste. Nada pior do que tentar trabalhar com algo que não gostamos. Segundo lugar, tenha calma e não se entusiasme com as “profissões da moda”. Estude com carinho o mercado de trabalho e as perspectivas de crescimento, levando em conta a região onde mora e sua disponibilidade/vontade de se mudar ou não.

Você tem um lugar na internet que gostaria de mostrar para os nossos leitores? Um blog, twitter?

Tenho um blog que anda meio abandonado, mas onde escrevo de vez em quando.

www.crisb.zip.net

Também estou no Twitter, mas uso mais para informações informais

@crisbauer

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Veja outras profissões: 

BIBLIOTECÁRIA 

MÚSICO 

COMÉRCIO INTERNACIONAL

FOTÓGRAFO





Só um computador por aluno, não resolve.

9 02 2011
Cliente em restaurante de Patópolis, ilustração Disney.

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Ano passado tive a mão direita enfaixada e na tipóia por 20 dias.  A todo lugar que ia, precisava de ajuda.  Por causa disso vi-me em conversas variadas com quem quer que me auxiliasse  no banco,  nos correios, no restaurante, supermercado, taxi, elevador, portão, ônibus.  O povo carioca é muito gentil e engrena um papo num minuto, sem quaisquer restrições de sexo, idade, cor, classe social.  Todos sofrem irmãmente com você e se não tiveram uma experiência igual a sua, alguém da família teve.  A solidariedade é grande e a comiseração imediata.  Foram 3 semanas de bate-papos, em que aprendi muito sobre  jovens trabalhadores, calorosos e gentis, de boa índole,  mas com pouca instrução, que passam os dias fazendo entregas de supermercados e farmácias,  limpando mesas de restaurantes, trabalhando nos caixas das quitandas.  Jovens entregues ao setor de serviços na categoria que exige o menor conhecimento técnico.   A maioria vinha de famílias modestas e não passava dos  25 anos.  Fiquei impressionada com a ingenuidade e o desconhecimento cultural deles como um grupo, uma geração, digamos.

Nas conversas vi uma geração inteira, esquecida e despreparada. Exemplos abundam.   A mocinha garconete do restaurante a quilo; o rapaz que abriu um refrigerante em lata, o entregador da farmácia.  A cada um deles expliquei sobre o desgaste dos meus tendões por uso do computador.   Invariavelmente a conversa versava sobre computadores.  Todos diziam gostar muito de computadores.  Gostam do Orkut, do MSN, que usam para zoar os amigos, trocar piadas, fotos, juras de amor e de jogos, pricipalmente “aquele de dirigir um carro”, definitivamente o mais popular.

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Valdirene, uma das jovens trabalhando no caixa de um supermercado foi a única que me confessou querer sair daquele emprego.  Os outros não tinham idéia do que fazer mais tarde, daí a uns 5 anos, por exemplo.   Valdirene queria  fazer o  curso de auxiliar de enfermagem para poder trabalhar como acompanhante de pessoas idosas.  “Não precisa diploma”, ela se apressou a me dizer, “mas com um, a gente pode pedir um pouco mais…”   Ela também — A-DO-RA! —  computadores, vota no BBB, conversa com amigos no MSN, baixa músicas e troca  fotografias com as colegas, que tira com o telefone celeular.  Gosta das  fofocas da televisão.  Valdirene aos 23 anos já tem um filho na escola e nenhum marido.   

Histórias como essas, todos nós conhecemos.  São milhares no Rio de Janeiro e  alguns milhões no país.  Impressiona a falta de perspectiva de trabalho e de um futuro com uma vida plena.  E infelizmente com a taxa de natalidade alta, é uma realidade que se multiplica.  Como será a vida do filho de Valdirene?    Com a  crise na Tunísia e o artigo de Thomas Friedman que li  no New York Times: China, Twitter and 20-year olds vs. The Pyramids, publicado no sábado, o assunto voltou a me preocupar.  Essa combinação de sub-emprego e de desconhecimento me lembra da necessidade de termos escolas- relevantes.  Ou seja,  uma escola que prepare o jovem para uma profissão que lhe dê interesse na vida, um interesse intelectual mínimo.  Além é claro de um sustento.   Caixa de super-mercado, entregador de compras não são profissões, são castas.   

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Zé Carioca ri dos empregos oferecidos no jornal.  Ilustração Disney.

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Thomas Friedman tem nos avisado há tempos das diferenças do mundo de hoje para o do século passado.   Seu livro O Mundo é Plano: uma breve história do século XXI já deveria há muito tempo ter  alarmado  e alertado a todos nós para os problemas que as falhas do nosso sistema de educação, aqui no Brasil,  trariam se não tomássemos decisões radicais,  imediatamente.   Mas alguns anos se passaram, quem leu o livro se assustou, comentou, mas nada fez.  E tudo acabou diluído,  como se a realidade ali descrita só afetasse aos outros, que o Brasil, terra abençoada, estava seguro.  Não é o caso.  Agora, Friedman nos lembra, nessa excelente coluna de sábado, que é justamente a frustração de jovens aos 20 anos, desempregados ou sem futuro, que está fazendo governo após governo do Norte da África,  do Egito ao Oriente Médio tremer.  E cair.  Não há e não haverá mais, no futuro próximo, lugar para ditadores que determinem o que as pessoas possam ou não saber.  Não há mais lugar para o plantio e o cultivo da ignorância.   E há de haver uma maneira de se pensar empregos decentes.

Uma combinação de fatores intrigantes e combinados levam às revoluções que presenciamos: a maneira de nos comunicarmos está cada vez mais rápida e mais fácil; a falta de perspectiva de uma vida com emprego para os formados e os não formados; o custo dos alimentos e outros produtos essenciais que tendem a subir a medida que a China  e a Índia crescem e precisam de mais e mais grãos, açúcar, minério de ferro, petróleo e todos os outros ingredientes necessários ao bem estar de 1.324.655.000 de chineses e  na  Índia 1.147.995.898, pessoas. 

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Dona Marocas dá uma prova no primeiro dia de aula de Chico Bento, ilustração Maurício de Sousa.

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Nesse meio tempo, no Brasil, debatemos o que fazer sobre a educação.  Com exemplos vergonhosos na admnistração do MEC, — o caso do ENEM é só a cereja do bolo —  que demonstram não só o contínuo descaso com o cidadão mas a ineptitude das  admnistrações que vêm e que vão, vemos que tudo não passa de blá, blá, blá.  Se pensarmos no que um ano — só 2010 — de noticário nos indica, a realidade é cruel demais para palavras: diplomas comprados a escolas inexistentes, falta de manutenção nas escolas, que têm goteiras nos dias de chuva e temperaturas de 40ºC dentro da sala de aula;  computadores fechados à chave  nas escolas por falta de quem saiba usá-los;  escolas sem bibliotecas, sem laboratórios,  sem água, sem giz, sem papel-higiênico;   drogas e  armas; violência de alunos contra profesores e vice-versa;  greves e mais greves de professores, de alunos.   Não dá para se imaginar, nem por devaneio, que haja interesse de qualquer governo em melhorar a educação no país.

Mas parece que achamos uma solução universal para os nossos problemas.  A nossa solução para as futuras gerações é um computador para cada aluno como planeja o governo federal.  Maravilhoso!  Não sou contra a democratização da computação.  Muito pelo contrário.  Mas se não conseguirmos ensinar a pensar, o aluno não ganhará nada além de mais uma “maquininha de relacionamentos” que facilita a troca de recados amorosos ou  picantes, “a espiadinha” num programa de televisão,  na vida do vizinho, os encontros da torcida de futebol.    O computador, todos nós sabemos, não resolverá nada, se os alunos  não souberem fazer as perguntas necessárias, se não souberem consultar a imensa quantidade de informações a que podem ter acesso. 

Meu problema com a solução do computador por aluno é a falsa sensação de que se está resolvendo o caos da educação.  Conheço professores que não conseguem ainda assimilar bem o uso do computador para seu próprio benefício.   O que acontecerá quando esses professores tiverem que incluir em suas aulas os computadores do governo?  Além disso, quem fará a manutenção desses computadores? 

O computador é uma excelente FERRAMENTA de ensino, mas sozinho com o aluno, o que irá trazer para o dia a dia é a fofoca da classe, as fotos dos colegas na piscina, o resultado do futebol.  Não tenho nada contra seu uso como entretenimento.  Entretenimento faz parte da vida.  Mas será que os nossos computadores virão com uma programação para que se aprenda a pensar?  Espero que sim.  Pois do contrário, estaremos não só nos enganando como enganando mais uma vez  uma geração inteira de jovens que continuarão sem futuro, sub-empregados, sem motivação, gerando cada vez mais crianças para um futuro semelhante ou pior.





Como ajudar seus filhos a conseguirem um bom resultado no Enem?

10 09 2010

 

Interior da Escola Vértice II, São Paulo.  Foto:  Revista VEJA.

Se você está preocupado o suficiente com a educação de seu filho e chegou até aqui, neste blog, nesta postagem, acredite-me você já percorreu metade do caminho necessário para o sucesso escolar de seus filhos.

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O resultado do ENEM de 2009 trouxe uma grande curiosidade sobre a escola Vértice II que ficou colocada em primeiro lugar.  Poeira assentada, coloco aqui uma compilação de diversos artigos encontrados sobre a escola.  Meu objetivo é mostrar que algumas facetas desse sucesso podem ser adaptadas à vida familiar,  pequenas mudanças certamente auxiliariam no sucesso escolar.  Uma família pode fazer bastante para compensar uma escola menos bem avaliada.  A dedicação dos responsáveis pelo estudante pode incentivar e levá-los a um melhor nivel escolar independentemente do colégio ou da cidade onde você se encontre.  Em itálico e  letras coloridas estão algumas sugestões minhas.  O resto em letra normal e em negro estão partes dos artigos compilados que podem ser acessados na íntegra nos links no final do texto.  

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O campeão do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2009 está  localizado numa área menor que um quarteirão, em um conjunto de casinhas amarelas no bairro Campo Belo, na zona sul de São Paulo.  O colégio Vértice II tem orgulho de ser pequeno e de educar de forma quase individualizada seus cerca de 900 alunos. As turmas jamais ultrapassam 50 alunos.  E mesmo com mensalidades que chegam a R$ 2.756, [um aluno de 3° ano paga hoje 13 mensalidades anuais de R$ 2.756] o Vértice II possui uma longa lista de espera para novos alunos, que só termina em 2014.  

Mas como pode uma escola só ter BONS ALUNOS?  Bem, há um sistema de seleção que é um pouco diferente daqueles usados por outras escolas.  Aqui estão alguns  dados que podem servir de guia para sua assistência aos seus filhos ou crianças sob sua guarda.

1 – Ao contrário de boa parte dos colégios particulares, o Vértice II não realiza vestibulinho para escolher seus estudantes. Os candidatos a uma vaga nos ensinos médio e fundamental, porém, são submetidos a uma entrevista, passam um dia na escola e devem mostrar cadernos e apostilas utilizados no passado. Aspirantes com histórico de notas ruins e que não costumam fazer lições de casa ou anotações durante as aulas costumam ser recusados.

1 — Incentive seu filho a manter bons cadernos com deveres de casa e notas de aula, limpos, bem escritos e organizados. 

Faça para ele um outro caderno que acompanhe seus estudos.  Nele, incentive-o a recortar partes de artigos do jornal, de revistas, da internet, fotografias, desenhos, informações, desenhos, letras de música, poesias, referências a livros, ditados, reações pessoais, que estejam relacionados à matéria que está sendo estudada.   Ajude-o a fazer nesse caderno pelo menos uma contribuição diária.  Assim ele estará sempre revendo as matérias já aprendidas em outros contextos, e adicionando suas próprias contribuições ao assunto. 

Arranje um local seguro e limpo para que as apostilas dadas nas escolas sejam guardadas em ordem, fácilemente acessadas, livres de restos de balas, de manchas de refrigerantes.   

2 — Nunca deixe de corrigir também a maneira de falar de seu filho.  Não aceite uma maneira incorreta “só porque muita gente fala assim”.    Não o deixe comer os “s” no final das palavras no plural.  Corrija-o na conjugação verbal, na pronúncia clara.  Aos poucos, consciente de falar bem, seu filho pode se desembaraçar para falar com estranhos, em público e também se expressar numa conversa ou numa entrevista como essa escola faz com seus pretendentes.  Lembre-se  de que ele será julgado por isso, pelo resto da vida, não só nessa escola, mas nas empresas, na procura de uma bolsa de estudos, nas companhias que entrevistam  para selecionar seus candidatos.

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2 – Além de provas bimestrais, os alunos precisam realizar testes semanais, conhecidos como “verificações de aprendizagem”, feitos oralmente ou através de seminários e debates. O objetivo é estimular hábitos regulares de estudo e não apenas nos dias próximos ao período de provas. “Assim, os estudantes deixam de entrar em pânico ao ser avaliados”, afirma Adilson Garcia, um dos diretores. Quem apresenta resultados insatisfatórios é convocado para aulas de reforço fora da jornada escolar.

3 — Converse constantemente com seu filho sobre os assuntos já estudados na escola.  Acompanhe as lições e procure empregar aquilo aprendido de uma outra maneira.  Exemplo: a)  seu filho acaba de aprender como calcular uma área.  Veja com ele quantos quadras de basquete caberiam dentro de um campo de futebol.  b) e quantos pés de café poderiam ser plantados no mesmo campo de futebol de fossem espaçados a cada 5 metros.  Seu filho acabou de aprender uma figura de linguagem?  use exemplos, de alguma figura de linguagem na tarde seguinte, em conversa.    Faça o que está sendo aprendido na escola ter significado fora dela.    Foi a Chegada da Família Real ao Brasil que derrubou a nota do aluno?  Que tal contar quem foi Napoleão?  Como se lutava naquela época sem foguetes e sem bombas atômicas … Procure o desenho de um navio da época, mostre um navio um semelhante ao que trouxe a Família Real.  Como esses navios diferem dos grandes veleiros de hoje?  Todas essas informações são de fácil acesso na internet. 

Se você não sabe a lição, aprenda-a com seu filho.  Acompanhe-o.  Troquem experiências.  Se você está aqui, usando a internet, você tem uma imensa variedade de informações à sua espera,  informações que ajudarão a ambos, você e seu filho.

 

Resultado das provas, ilustração Maurício de Sousa.

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3 – A cada dois meses, os pais recebem um boletim com as notas de seus filhos. Até aqui, nenhuma novidade. Ocorre que, para atribuí-las, os professores também levam em consideração aspectos como comprometimento e respeito aos colegas. “Preparar os alunos para ingressar em boas faculdades é uma de nossas metas”, explica Garcia. “A outra é formar cidadãos responsáveis, que saibam refletir sobre suas atitudes.”

4 — Verifique as notas de seu filho e tente entender porque certas notas podem ter baixado.  Não faça guerra a ele.  Faça dele um aliado. 

5 — Cobre comprometimento do seu filho.  Não só dele.  Seu também.  Tenha sempre o material do aluno pronto para o dia seguinte, não se atrase ao levá-lo à escola.  Não aceite desculpas forjadas, inconsequentes, para faltar as aulas.  Não aceite faltas.  Não aceite desrespeito aos professores.  Nem aos outros alunos.  Se ele tem um compromisso, os pais também têm que ter esse compromisso de mantê-lo na escola.  Você também precisa mostrar com o seu exemplo comprometimento com a escola, com o seu trabalho, com o país, com os outros. 

4 – Para garantir o bom desempenho em sala de aula, os diretores do colégio se desdobram para promover atividades fora dela. Há desde esportes tradicionais, como basquete, judô e futebol de salão, até oficinas de artes, teatro, sapateado e xadrez. Visitas a museus e exposições são organizadas duas vezes por ano para cada série. Algumas atividades são cobradas à parte e realizadas depois do período escolar. “Livros e apostilas não são as únicas ferramentas de aprendizagem”, diz a fundadora do colégio, Walkiria Gattermayr.

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Um passeio no Jardim Zoológico.

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6 – Uma vez por mês faça um passeio em família com um comprometimento cultural.  Vá a um museu, a uma galeria de arte.   Vá a uma biblioteca municipal.  Visite um lugar significativo na história da sua cidade.  Procure um contador de histórias.  Há muitas livrarias que hoje em dia têm programas onde contadores de histórias divertem o público infantil.  Se não há livrarias na sua cidade, procure na internet uma história e conte-a a seu filho. 

Não se acanhe ou se avexe de ir a esses lugares  mesmo que na sua infância você não o tenha feito.  Lugares públicos são para isso mesmo, abertos ao público.  Até um passeio no parque local pode ser fonte de muita instrução.  Em que época o parque foi feito?  No governo de quem?  Quem era o presidente da república naquele tempo?  Que árvores estão plantadas?  Como se reconhece uma mangueira, um jatobá, uma bananeira? 

Faça com que seu filho já comece sua vida familiarizado com livros, bibliotecas, livrarias, museus de história, das ciências, de arte.  É seu dever como pai/educador abrir as portas do mundo para os seus filhos.   Faça um passeio numa noite enluarada.  Mostre-lhe as estrelas no céu.  Pegue um mapa do céu no nosso hemisfério na internet, imprima-o e nesse passeio ajude-o a reconhecer as estrelas, nomeá-las, ajude-o a colocá-las em suas respectivas constelações.  Volte para casa e tente desenhar a posição das estrelas vistas.  Mais tarde procure na internet o significado dos nomes de cada constelação.  Na semana seguinte leia uma história da mitologia grega que tenha alguma referência às constelações.  Tudo está interligado: escola, vida, estudo, profissão, sucesso. 

7  — Incentive seu filho a colecionar alguma coisa.  Um colecionador aprende a história dos objetos que coleciona, as épocas de suas criações,  quer eles sejam selos ou conchas.  Podemos colecionar um número enorme de coisas que estão constantemente nos ensinando sobre o mundo em que vivemos: pedras, penas de pássaros, cantos de pássaros, semementes.  Folhas de árvores, bolinhas de gude, insetos, carrinhos de plástico.  Fotografias velhas, revistinhas em quadrinhos.   Um colecionador de figurinhas aprende sobre o assunto de suas figurinhas, quer elas sejam de jogadores de futebol, flores tropicais ou até de animais em extinção. 

8 — Procure com o seu filho um vídeo na internet que mostre seu poema favorito, seu carro preferido, o animal de estimação mais fofo.  Mostre a ele um vídeo com idéias sobre seu passatempo favorito: esporte, crochê, robôs, costura, pipas, bordado, luta de judô. Aprofundem-se em qualquer assunto.  Há muitas maneiras de se aprender sobre o mundo, com cada uma delas a informação do que está sendo aprendido se reforça.

9 — Incentive a curiosidade natural de seu filho.   

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 Uma coleção de pratos.

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5 – Desde o ensino fundamental, os alunos do Vértice estão habituados a estudar os conteúdos de forma interdisciplinar. A cada ano, um grande tema é selecionado para ser debatido em todas as disciplinas. Em 2009, atividades relacionadas ao continente africano foram incluídas nas aulas de geografia, filosofia e música. Em 2010, o assunto escolhido foi a Copa do Mundo. O objetivo é trazer para a sala de aula assuntos do cotidiano, cada vez mais comuns em vestibulares.

10 — Isso você também pode fazer em casa.   Basta decidir sobre um assunto, um tema a ser abordado, alguma coisa que tenha a ver com a vida na sua cidade, no seu estado, no país ou no mundo.  Por exemplo em 2011, o Paraguai completa 200 anos de independência.  E se você e seus filhos escolhessem alguns assuntos que fazem o Paraguai importante para o Brasil?  Afinal, foi o único país no século XIX contra quem o Brasil esteve em guerra.  Temos uma fronteira importante com esse país…  E assim por diante. 

Outro exempolo  em fevereiro, os chineses comemoram o início de seu ano.  Que tal naquele semestre selecionar diversos assuntos sobre os chineses, o ano lunar, a muralha da China, que outros povos usam o calendário lunar? E há mais, muito mais a ser descoberto.

 11 — É claro que a medida que seus filhos crescem esses projetos e programas devem ir se sofisticando de acordo com a idade de cada um.  mas o mais importante é estabelecer desde cedo o hábito do estudo, o hábito da leitura, o prazer de aprender.

6 – Nem todos os pais costumam participar da rotina escolar de seus filhos. Para reverter esse quadro, o Colégio Vértice promove todos os anos cerca de oito palestras sobre temas ligados à educação para pais e professores. A presidente da Associação Brasileira de Psicopedagogia, Quézia Bombonatto, foi uma das convidadas recentes. “Com essa interação, nossos alunos se sentem mais motivados a estudar, pois o apoio familiar aumenta”, afirma Walkiria.

12 — Agora, então é hora de você fazer o seu dever de casa.  É o momento de você mostrar comprometimento com a educação dos seus filhos.  Reserve um momento na internet para procurar novos assuntos relacionados a educação.   Telefone ou marque uma visita com um professor de seu aluno.  Não espere ser chamado pelo professor para mostrar interesse pela educação de seu filho.  Converse com o diretor da escola, com o coordenador de educação física.  Com a pessoa que ensina trabalhos manuais.  Procure saber como eles acham que você poderia auxiliar no melhor aproveitamento das aulas, da experiência escolar pelo seu filho.  Quanto mais familiarizado com a escola você estiver, seu filho se sentirá mais envolvido e comprometido com a educação que recebe.

 Dá trabalho?   — Dá.  Mas por outro lado você não estará pagando de R$1.300,00 a R$2.700, 00 13 vezes por ano!

Luizinho, Huguinho e Zezinho na escola, ilustração Walt Disney.

 

 

Sobre a escola

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A consequência das boas colocações foi a migração de alunos de diversos colégios particulares da cidade para os bancos de suas salas de aula. Atualmente, para cada vaga nova oferecida pelo colégio (apenas 100 a cada começo de ano, sendo 40 para educação infantil e as outras 60 distribuídas entre todas as séries do ensino fundamental I, II e ensino médio), existem entre oito e dez interessados. “Daria para montar mais um colégio e meio com a lista de espera que temos”, conta o diretor, Adilson Garcia.

Segundo ele, a procura está tão acirrada que alguns pais estão inscrevendo filhos que ainda nem nasceram na lista. “Verificamos que temos procura para o ensino infantil, que começa aos 3 anos, para o ano de 2014, ou seja, são mães que estão grávidas hoje e que já estão reservando vaga para a criança entrar quando completar essa idade. Nessas fichas não tem nem o nome da criança”, admite.

 O segredo do sucesso do colégio, na opinião de Garcia, é a criação do hábito de estudo nos alunos. “A principal preocupação da escola é criar o hábito do estudo no estudante.  Não queremos que eles deixem para aprender a matéria apenas na véspera da prova, por isso, aplicamos avaliações semanais, corrigimos todas as lições junto com eles, tanto as feitas em sala de aula quanto as de casa. Nunca deixamos que uma dificuldade do aluno se arraste para o bimestre seguinte”, garante.  A ênfase do colégio é para a leitura e para o entendimento dos conteúdos. Segundo o diretor, o desafio é que o aluno consiga sair do Vértice com autonomia para buscar seus conteúdos. Para ajudar, aulas extracurriculares que vão da culinária ao xadrez, passando por sapateado e a música. “Esta autonomia é algo que o indivíduo vai levar para a vida toda, não é só para o colégio“, disse.

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Aula de matemática, ilustração de renato Silva, do livro CAZUZA de Viriato Corrêa.

Em busca dos bons resultados do Vértice, pais de estudantes que entram para o colégio para focar seus estudos no vestibular, vêem seus filhos, muitas vezes bons alunos em outros lugares, terem que ir atrás de reforço — de aulas complementares —  para  poderem se encaixar bem na escola.   às vezes em outras escolas alunos que querem se esforçar, estudando mais do que os outros para atingirem o objetivo de passarem no vestibular, são criticados pelos amigos, por estudarem mais e se esforçarem.  “Aqui, quem não estuda é estranho“, admitem os alunos.

Com aulas das 7h às 19h, de segunda a sexta e meio período aos sábados, estes estudantes no Vértice encontraram o que buscavam.  A escola adota apostilas de um sistema de ensino terceirizado e complementa as aulas com materiais próprios. Segundo os alunos, simulados surpresa fazem parte da rotina de estudos para o vestibular, que tem como base os processos seletivos da USP, Unicamp e das universidades federais de São Paulo.  Mas nem sé de vestibular vive o colégio,  os alunos têm atividades extracurriculares também que vão do  sapateado, culinária, coral, leitura interpretativa, xadrez às aulas de alemão.

Fundada por uma psicóloga e pedagoga, a escola não se contenta com o índice de 30% a 40% de aprovação em escolas públicas no vestibular. Segundo o diretor, o projeto pedagógico do colégio não tem o vestibular como objetivo. “Nós preparamos os alunos para os desafios da vida e o vestibular está entre eles, mas não focamos nosso trabalho nisso, não separamos os alunos por área de aptidão para trabalhar melhor, tratamos todos do mesmo jeito”, diz.  Segundo Garcia, cada professor tem a orientação de procurar distinguir entre seus alunos qualquer variação de comportamento entre seus alunos que indique algum problema emocional e chamá-lo para uma conversa particular, se necessário. “Nós exigimos que conheçam o máximo que podem dos seus alunos“, diz o diretor.

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Mas como fazer isso sem invadir a privacidade do aluno na adolescência, fase em que este valor é tão precioso? O diretor esclarece: “Só no olhar. Se o aluno está cabisbaixo, isso pode indicar alguma dificuldade em casa como uma separação dos pais, a morte de um avô ou do animal de estimação“, exemplifica o educador. As medidas podem incluir uma conversa particular, a sugestão de alguma atividade especial como teatro ou uma reunião entre professores e pais.

O trabalho de participação da família no aprendizado é levado a sério e a negligência dos pais é considerada grave e passível da expulsão do aluno. “Nossa relação com os familiares precisa ser de confiança, se percebemos que os pais não são nossos parceiros sugerimos que procurem outra escola para o próprio bem de seus filhos“, diz o diretor.  O colégio oferece também uma escola para os pais, que em encontros mensais ou semanais recebem noções de pedagogia e psicologia aplicada no cotidiano, e devem acompanhar as tarefas dos filhos em casa e funcionar como parceiras dos professores.

Antes de o professor iniciar o ensino de um tema, o aluno deve ter feito uma leitura prévia e uma pesquisa do vocabulário em casa. É o pontapé inicial para o processo de aprender“, explica Adilson Garcia. “Perseguimos a criação desses hábitos“, conta ele.

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Colégio Vértice
Fundação: 1976
Número de professores: 86
Área da escola: 4.500 metros quadrados
Mensalidade: de R$ 1.330 (1º ano do Ensino Fundamental) a R$ 2.756
Endereço: Rua Vieira de Morais, 172

Fontes:

Portal Terra

Último segundo

Veja

Estadão





Inscrições no ProUni para bolsas de estudo até o dia 12 de dezembro

29 11 2008
Mauricio de Sousa

Ilustração: Maurício de Sousa

 

O Programa Universidade para Todos (ProUni) oferecerá para o ano que vem (2009) cerca de 156 mil bolsas de estudo em instituições de ensino superior privadas. As inscrições já estão abertas e seguem até 12 de dezembro exclusivamente pela internet. Só nos quatro primeiros dias (de 24 a 27 de novembro) do prazo, 185 mil candidatos se inscreveram.

 

 O ProUni oferece 95.694 bolsas de estudos integrais para estudantes de baixa renda e outras 60.722 com 50% do valor da mensalidade custeado. As bolsas parciais — as que custeiam 50% do valor da mensalidade — podem ser pleiteadas por estudantes cuja renda per capita familiar é de até três salários mínimos. Já as bolsas integrais são restritas a alunos com renda familiar de até um salário mínimo e meio por pessoa.

 

Os interessados em concorrer a uma bolsa de estudo do Programa Universidade para Todos (ProUni) podem se inscrever agora pelo do Ministério da Educação (www.mec.gov.br ).  O processo seletivo permitirá o ingresso em cursos de instituições particulares de educação superior no primeiro semestre de 2009. As inscrições podem ser feitas até 12 de dezembro.

 

Os candidatos devem ter feito o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) este ano, com média mínima de 45 pontos na prova objetiva e na redação. Além disso, é preciso ter cursado todo o Ensino Médio em escola pública ou, no caso de estabelecimento de ensino particular, na condição de bolsista integral.

 

O programa é aberto a estudantes que vão concluir o Ensino Médio em 2008 ou que concluíram essa etapa em anos anteriores.

 

Mais informações podem ser obtidas pelo site www.mec.gov.br  ou pelo telefone 0800.616161.

 

No momento da inscrição, o candidato precisa ter os números do Enem de 2008 e do CPF.  

Passe esta informação adiante!