The Guardian/Observer: os 100 melhores livros de não-ficção de todos os tempos

24 06 2011

Ilustração,  Clarence Coles Phillips ( EUA, 1880-1927)

Para mim é interessante ver como no hemisfério norte, tanto nos Estados Unidos como na Europa, a chegada do verão é sempre acompanhada de listas de livros para se ler na praia, nas férias, nos dias de lagartearmos ao sol.  O ritual de nomear os melhores livros desse gênero ou daquele gênero se faz presente, chega até a criar expressões idiomáticas tais como “beach read” [ leitura de praia]. A preocupação com o que ler está sempre presente nas agendas dos que entram em férias ou dos que saem de férias.  Listas de livros abundam nas páginas dos jornais, das revistas de grande tiragem.  Ler, nesses países onde um razoável nível de educação é mais democrático do que nas nossas bandas, é uma das coisas que se faz com prazer, nas férias, nos feriados longos, para divertimento, ou para  preencher aquela lacuna intelectual.

Este mês o jornal The Guardian, da Grã Bretanha, publicou uma lista:  100 melhores livros de não-ficção, de todos os tempos [ The 100 greatest non-fiction books].  A seleção feita pelo jornal inclui muitos clássicos bastante óbvios e algumas surpresas.  Mas as opções que conheço mostram-se de fato muito apropriadas.  Talvez seja uma surpresa para quem lê esse blog com regularidade descobrir que sou grande apreciadora de livros de não-ficção, e que há épocas em que os leio em maior número do que os livros de ficção.  As áreas de minha preferência são história, biografia, memórias, ciências, economia, e livros de viagens.   São todos assuntos que complementam as áreas dos meus interesses profissionais, que adicionam perspectiva no que faço no dia a dia.  Como gostei bastante da lista, e com pouquíssimas exceções concordo com o que foi escolhido, vou colocá-la aqui para aconselhar leitores que estejam interessados em ler o que há de melhor.

NOTAS:

1 –  É importante lembrar que esta lista foi compilada com enfoque nos leitores do jornal inglês.  Por isso incluiu alguns livros que focam na Inglaterra, mas no conjunto, retirando esses títulos específicos, é uma excelente lista dos livros de não-ficção que todos nós deveríamos nos esforçar para ler ou pelo menos saber que existem.

2 – Quando encontrei os títulos em português listei-os, com a respectiva editora e ISBN para fácil acesso.  Ficam assim registradas também as lacunas editoriais no Brasil.  Alguns livros só encontrei em edições lusitanas.  Alguns, famosíssimos, como O meio é a mensagem, de Marshall McLuhan, estão sem edição em português.  E este é só um exemplo.  A verdade é que todos esses livros deveriam estar num catálogo de acesso  perpétuo, para  nosso enriquecimento cultural.  Espero que, agora, que a Editora Penguin está por aqui, que é conhecida por manter livros clássicos impressos, se apodere desse mercado e preencha as lacunas que temos com suas esmeradas traduções e publicações que cabem no bolso de qualquer um.

3 – No caso — raro — de haver mais de uma publicação em português por diferentes editoras, coloquei aqui a editora que parecia oferecer o livro por completo — sem edição abreviada, ou a edição de mais rápida entrega.  Às vezes os títulos em português não tem nada a ver com seus rescpectivos títulos originais.  Assim sendo, é possível que eu não tenha notado a existência de alguma tradução.  [Exemplo: o livro Double Helix de James Watson, em português ficou com uma tradução com maior apelo poular: DNA- o sergredo da vida].

A pintura sopra vida na escultura, 1893

Jean-Léon Gérôme (França, 1824-1904)

óleo sobre tela

Galeria de Arte de Ontário, Canadá.

Arte

1 – The Shock of the New, Robert Hughes (1980) — não traduzido para o português — história da arte moderna do Cubismo à Avant-Garde.

2 – A história da arte, Ernst Gombrich (1950) – [Editora LTC, ISBN: 9788521611851] — o mais popular livro de arte.  Gombrich examina os problemas técnicos e estéticos confrontados pelos artistas desde o início do mundo.

3 – Modos de ver, John Berger (1972) – [Editora Rocco, ISBN: 9788532508676] — um estudo sobre a maneira como vemos a arte que mudou os termos de uma geração comprometida com a cultura visual.

As três idades do homem, c. 1510

Giorgione ( Itália, 1477-1510)

óleo sobre tela

Palazzo Piti, Galleria Palatina,  Florença.

Biografia

4 – Lives of the Most Excellent Painters, Sculptors, and Architects , Giorgio Vasari (1550)  Biografia misturada com anedotas retratando a vida de pintores e escultores de Florença.

5 – The life of Samuel Johnson, James Boswell (1791) – Boswell faz um retrato do lexicografo baseado nas notas de seu próprio diário.

6 –  The diaries of Samuel Pepys, Samuel Pepys ( 1825) — ” O Senhor seja louvado, no final do ano passado eu estava com boa saúde”.  Assim começa o diário muito vívido do período da Restauração.

7 – Eminent Victorians, Lytton Strachey (1918) — Strachey fez o modelo para a biografia moderna, com sua narrativa irreverente e espirituosa de quatro heróis da era vitoriana.

8 – Goodbye to All That, Robert Graves (1929) — autobiografia de Graves conta a história de sua infância, dos primeiros anos de casado,  e a grande parte do livro conta das brutalidades e banalidades da Primeira Guerra Mundial.

9 – A autobiografia de Alice B. Toklas, Gertrude Stein (1933)   [Editora Cosac Naify, ISBN: 9788575038024] – Inovadora autobiografia de Stein, escrita sob o disfarce de uma autobiografia de sua amante.

Pintura romana, 1674

[cópia da então recente escavação da Tumba dos Nasonii, Via Flaminia, Roma]

Pietro Santi Bartoli (Itália, 1635-1700)

Do livro de sketches e manuscrito

Glasgow Univeristy Library

Cultura

10 – Notes on Camp, Susan Sontag, (1964) — Sontag propões que a sensibilidade moderna foi modelada pela ética judia e pela estética homossexual

11 – Mithologies, Roland Barthes (original em francês, publicado em 1957) — Barthes procura os significados dos mitos daquilo que nos rodeia, nesses estudos sagazes  mitos contemporâneos.

12 – Orientalismo: o oriente como invenção do ocidente, Edward Said (1978) [Editora de Bolso, ISBN: 9788535910452] — Said argumenta que as representações românticas da cultura árabe são condescedentes e políticas.

As quatro estações, c. 1895

Alphonse Mucha ( República Checa, 1860-1939)

Litografia colorida

Meio ambiente

13 – Primavera Silenciosa, Rachel Carson (1962) [ Editora Gaia, ISBN: 9788575552353] – análise dos efeitos dos pesticidas no meio ambiente que serviram de base para o movimento de proteção ao meio-ambiente.

14 – A vingança de Gaia, James Lovelock (1979) — [Editora Intrínseca,  ISBN: 9788598078168 ] – o argumento de Lovelock —  uma vez que a vida tenha se estabelecido no planeta, ela constrói condições para sua própria sobrevivência — revolucionou a nossa percepção do nosso lugar no esquema das coisas.


Um “Trabant” [marca do carro da Alemanha do Leste] atravessa a parede.

Grafite no Muro de Berlim.

História

15 — Histórias, Heródoto (c. 400 aC), [em português só em edição portuguesa em diversos volumes, Edições 70, ISBN:9789724414492] —  A História começa com a narrativa da guerra Greco-Persa.

16 — O declínio e a queda do império romano, Edward Gibbon (1776) [Em português, edição abreviada, Editora Companhia do Bolso, ISBN: 9788535907445] — o primeiro historiador moderno do período romano, se voltou para fontes arcaicas, para concluir que a decadência moral levou o império ao declínio total.

17 — The History of England, Thomas Babington Macaulay  (1848) — um marco no estudo da história do ponto de vista de um historiador liberal.

18 — Eichmann em Jerusalém — Hannah Arendt (1963) [Editora Cia das Letras, ISBN: 9788571649620] — sobre julgamento de Adolf Eichmann, e os mecanismos sociológicos e psicológicos do Holocausto.

19 — The Making of the English Working Class, EP Thompson (1963) — Thompson virou a história de cabeça para baixo quando fixou seu olhar no povo, quando a maioria dos estudiosos tratava o povo como uma massa anônima.

20 — Enterrem meu coração na curva do rio: a dramática história dos índios americanos, Dee Brown (1970) [Editora LP&M, ISBN: 9788525412935] — A história do tratamento dos índios americanos pelo governo dos EUA.

21 — Hard Times: an Oral History of the Great Depression, Studs Terkel (1970) —  Uma tapeçaria de impacto feita de histórias contadas sobre a Grande Depressão.

22 — Shah of the Shahs, Ryszard Kapuściński (1982) – o grande jornalista polonês conta a história do último Xá do Irã.

23 — Era dos extremos, Eric Hobsbawm (1994) –[ Editora Cia das Letras, ISBN: 9788571644687] ] demonstra a falência tanto do capitalismo, como do comunismo, nessa história do século XX.

24 — Gostaria de informá-lo que amanhã seremos mortos com nossas famílias: histórias de Ruanda, (1994) [Editora Cia de Bolso, ISBN: 9788535908923] O terror dos massacres em Ruanda e a falencia da comunidade internacional.

25 — Pós-guerra, uma história da Europa desde 1945, Tony Judt (2005) [Editora Objetica, ISBN:  9788573028799] um grande relato da história da Europa desde 1945.


Fantômas ( cachimbo e jornal), 1915

Juan Gris ( Espanha, 1887-1927)

óleo sobre tela, 60 x 73 cm

National Gallery of Art, Washington D.C.

Jornalismo

26 — O jornalista e o assassino, Janet Malcolm (1990) [Editora Cia de Bolso, ISBN: 9788535918342] uma análise do dilema moral do jornalismo.

27 — O teste do ácido do refresco elétrico, Tom Wolfe (1968) [Editora Rocco, ISBN: 9788532504036]  o homem de terno branco segue Ken Kesey e sua banda Merry Pranksters quando eles atravessam os EUA numa viagem cheia de LSD.

28 — Despachos do Front, Michael Herr (1977)[Editora Objetiva, ISBN: 9788573027372] relato das experiências de Herr na guerra do Vietnã.

Arte e Literatura, 1867

Adolphe William Bouguereau ( França, 1825-1905)

óleo sobre tela, 200 x 108 cm

Museu de Arte Arnot, Elmira, NY

Literatura

29 — The life of the Poets, Samuel Johnson (1781) – estudos críticos e biográficos dos poetas ingleses do século XVIII.

30 — An Image of Africa, Chinua Achebe (1975) — o autor desafia o imperialismo cultural ocidental argumentando que o livro O coração das trevas, de Joseph Conrad é um romance racista, que não dá humanidade a seus personagens africanos.

31 — A psicanálise dos contos de fadas, Bruno Bettelheim (1976) [Editora Paz e Terra, ISBN: 9788577530380] — argumenta que a parte soturna dos contos de fadas, dão meios às crianças de lidarem com seus medos.

Resolvendo o problema, s/d

Henri-Jules-Jean Geoffroy (conhecido como Geo) (França, 1853-1924)

óleo sobre tela

Matemática

32 — Gödel, Escher, Bach: an eternal golden braid, Douglas Hofstadter (1979)  um meditação sobre música, mente e matemática, que explora uma complexidade formal e auto-referencial.

Homem escrevendo carta, 1664-66

Gabriel Metsu (Holanda 1629-1667)

Óleo sobre painel de madeira, 52 x 41 cm

National Gallery, Dublin, Irlanda

Memórias

33 — Confissões, Jean-Jacques Rousseau (1782) — [Editora Edipro, ISBN: 9788572835817] Rousseau estabelece com essa obra o modela para a moderna autobiografia com a história íntima de sua vida.

34 — Narrative of the Life of Frederick Douglass, an American Slave, Frederick Douglass (1845) uma história vívida, narrada na 1ª pessoa, foi a primeira vez que a voz de um escravo foi ouvida na sociedade em geral.

35 — De profundis, Oscar Wilde (1905) [Editora LP&M Pocket, ISBN: 9788525408259]  Na prisão, Wilde conta a história de seu caso amoroso com Alfred Douglas e também conta sobre seu desenvolvimento espiritual.

36 — Os sete pilares da sabedoria, T. E. Lawrence (1922) [Editora Record, ISBN: 9788501021472]  um relato fascinante de suas experiências contra o império otomano.

37 — Ghandi: Autobiografia, minha vida e minhas experiências com a verdade, Mahatma Gandhi (1927) [Editora Palas Athena, ISBN: 9788572420280] um clássico no gênero das confissões, Ghandi conta suas primeiras dificuldades  e sua batalha para chegar ao auto-conhecimento.

38 — Lutando na Espanha, George Orwell (1938), [Editora Globo, ISBN: 9788525041913] um relato claro de sua experiência com traição e confusão durante a Guerra Civil da Espanha.

39 — O diário de Anne Frank, Anne Frank (1947) [Editora Bestbolso, ISBN:  9788577990009] publicado por seu pai, depois da Segunda Guerra Mundial, esse relato da vida familiar escondida, ajudou a formar os relatos posteriores do Holocausto.

40 — Speak Memory, Vladimir Nabokov (1951) – Nabokov reflete sobre sua vida antes de sua migração para os EUA em 1940.

41 — The Man Died, Wole Soyinka  (1971) um poderoso relato de sua experiência na cadeia, quando prisioneiro durante a guerra civil na Nigéria.

42 — A tabela periódica, Primo Levi ( 1975) [Editora Relume Dumará, ISBN:  9788573160079] uma visão de sua vida, incluindo o período como prisioneiro num campo de concentração,  pelas lentes da química.

43 — Bad Blood, Lorna Sage (2000) demole a fantasia da família, explicando como seus antepassados passaram raiva, dor e desejos frustrados através de gerações.

A condição humana, 1933

René Magritte (Bélgica, 1898-1967)

óleo sobre tela, 100 x 81 cm

Coleção Simon Spierer, Genebra, Suíça

Mente

44 — A interpretação dos sonhos, Sigmund Freud (1899) [ No Brasil em 2 volumes, Editora Imago, ISBN 1º volume 9788531209789] argumento de que as nossas experiências enquanto sonhamos possuem as chaves para a nossa vida psicológica, e com esse livro abriu a porta para a psicoanálise.

A tocadora de bandolim, s/d

David Jermann ( EUA, contemporâneo)

óleo sobre madeira, 58 x 78cm

www. davidjermann.com

Música

45 — The Romantic Generation, Charles Rosen (1998) – examina como os compositores do século XIX expandiram os limites da música e os seus comprometimentos com a literatura, a paisagem e o divino.

Aristóteles contemplando o busto de Homero, 1653

Rembrandt van Rijn ( Holanda, 1606-1669)

óleo sobre tela, 144 x 137 cm

Metropolitan Museum of Art, Nova York

Filosofia

46 –  O banquete, Platão (c. 380 aC) [Editora Edipro, ISBN: 9788572836692] — uma viva discussão numa reunião em um jantar, sobre a natureza do amor.

47 — Meditações, Marco Aurélio (c. 180) [Editora Madras, ISBN: 9788573748710 ] — uma série de reflexões pessoais, aconselhando a calma face aos conflitos e o cultivo de uma perspectiva cósmica.

48 — Os ensaios, Michel de Montaigne (1580) [Editora Penguin, ISBN: 9788563560063] — um sábio e bem-humorado exame de si-mesmo, da natureza humana, que lançou o ensaio como uma forma literária.

49 — The Anatomy of Melancholy,  Robert Burton (1621), um exame da cultura humana pelos olhos da melancolia.

50 — Meditações sobre a Filosofia Primeira, René Descartes (1641)[Editora Unicamp, ISBN:  9788526806740] Duvidando de tudo exceto de sua própria existência, Descartes tenta construir Deus e o universo.

51 — Diálogos sobre a religião natural, David Hume ( 1779) [Portugal, Edições70, ISBN: 9789724412429] Hume testa sua fé numa conversa examinando os argumentos para a existência de Deus.

52 — Crítica da razão pura, Immanuel Kant ( 1781) [Editora WMF, ISBN: 9788578273576] Se a filosofia ocidental é só uma nota de rodapé de Platão, então a tentativa de Kant de unir razão com experiência fornece muitos dos títulos dos assuntos.

53 — Fenomenologia do Espírito, GWF Hegel, (1807) [Editora Vozes, ISBN: 9788532627698] Hegel leva o leitor através da evolução da consciência.

54 — Walden, Henry David Thoreau ( 1854) [Editora LP&M, ISBN: 9788525420602] um relato de dois anos morando numa cabana de madeira em que examina as ideías de independência e de sociedade.

55 — Sobre a liberdade, John Stewart Mill (1859) [ Editora Hedra, ISBN: 9788577152001] John S Mill argumenta que a única razão para a qual o poder pode ser exercido sobre qualquer membro da comunidade civilizada, contra a sua vontade, seria para prevenir o dano aos outros.

56 — Assim falou Zaratrusta, Friedrich Nietzsche  (1883) [Editora Civilização Brasileira, ISBN: 9788520004746] Inválido, Nietzsche declara a morte de Deus e o triunfo do Super-Homem.

57 — A estrutura das revoluções científicas, Thomas Kuhn (1962) [Editora Perspectiva, ISBN: 9788527301114] uma teoria revolucionária sobre a natureza do progresso científico.

Entretenimento nas eleições, 1755

William Hogarh (Inglaterra, 1697-1764)

óleo sobre tela

Sir John Sloane’s Museum, Londres

Política

58 — A arte da guerra, Sun Tzu (c. 500 aC) [Editora LP&M, ISBN: 9788525410597] um estudo da guerra que enfatiza a importância do posicionamento e habilidade de reagir de acordo com as mudanças das circunstâncias.

59 — O príncipe, Nicolau Maquiavel (1532) [Editora Penguin, ISBN: 9788563560032] Maquiavel injeta realismo num estudo do poder, argumentando que os governantes devem estar preparados para abandonar a virtude a favor da estabilidade.

60 — Leviatã, Thomas Hobbes (1651) [Editora Martins Fontes, ISBN: 9788533624085] Hobbes defende a posição do poder absoluto, para evitar que a vida seja brutal.

61 — Direitos do homem, Thomas Paine (1791) [Editora Edipro, ISBN:9788572834827 ] uma defesa da Revolução Francesa de grande influência, que aponta para a ilegitimidade dos governos que não defendem os direitos do cidadão.

62 — A Vindication of the Rights of Women, Mary Wollstonecraft (1792) argumenta que as mulheres devem ter o direito à educação para que possam contribuir para a sociedade.

63 — O manifesto comunista, Karl Marx e Friedrich Engels ( 1848) [Editora Paz e Terra, ISBN: 9788577530434] Uma análise social e política em termos de luta de classes, que lançou um movimento com a vibrante declaração “o proletariado não tem nada a perder a não ser suas próprias correntes”.

64 — The Souls of Black Folk, W.E.B. Dubois (1903) – uma série de ensaios que defendem a igualdade de direitos no Sul dos Estados Unidos

65 — O segundo sexo, Simone de Beauvoir ( 1949) — no Brasil em 2 volumes [Editora Nova Fronteira, ISBN 1º volume, 000.85.209.0316-9 ou 9788520903162 [código de barras] — Beauvoir examina o que é ser mulher, e como a identidade feminina tem sido definida em relação aos homens através da história.

66 —  The Wretched of the Earth, Frantz Fanon (1961) um estudo sobre o impacto psicologico do colonialismo

67 —  The Medium is the Message, Marshall McLuhan ( 1967) O grande sucesso da gráfica  popularizaçao das idéias de Marshall McLuhan sobre tecnologia e cultura foram co-criadas com Quentin Fiore.

68 — The Female Eunuch, Germaine Greer (1970) Greer argumenta que a sociedade dominada por homens reprime a sexualidade feminina.

69 — Manufacturing Consent , Noam Chomsky e Edward Herman (1988) Chomsky argumenta que a comunicação corporativa apresenta uma imagem distorcida do mundo para engendrar maiores lucros.

70 — Here comes everybody, Clay Shirky (2008)  uma vibrante primeira história da revolução das mídias sociais do momento.

Velha senhora rezando,  final da década de 1630, início da década de 1640

Matthias Stom (Holanda 1599-1600?, Itália, depois de 1652)

óleo sobre tela, 78 x 64 cm

Metropolitan Museum of Art, Nova York

Religião

71 — The Golden Bough, James George Frazer (1890) uma tentativa de identificar os elementos em comum das diversas religiões do mundo, que sugere elas terem se originado dos rituais de fertilidade.

72 — The Varieties of Religious Experience, William James (1902) argumenta que o valor das religiões não deve ser medido em termos de sua origem nem exatidão empírica.


Operação, 1929

Christian Schad (Alemanha, 1894-1982)

óleo sobre tela, 125 x95 cm

Städtische Galerie em Lenbachhaus, Munique

Ciência

73 — A origem das espécies, Charles Darwin (1859)[Editora Escala, ISBN:  9788575569870]  Darwin relato da evolução das espécies através da seleção natural transformou a biologia e o nosso lugar no universo.

74 — The Character of Physical Law, Richard Feynmann (1965) uma elegante análise das leis da física por um dos maiores teóricos do século XX.

75 — DNA: o segredo da vida, James Watson (1968) [Editora Cia das Letras, ISBN: 9788535907162] relato pessoal do autor explicando como ele e Francis Crick conseguiram abrir a estrutura do DNA.

76 — O gene egoísta, Ricard Dawkins (1976) [Editora Cia das Letras, ISBN: 9788535911299] Dawkins lança uma revolução na biologia com a sugestão de que a evolução é melhor vista pela perspectiva do gene ao invés do organismo.

77 — Uma breve história do tempo, Stephen Hawking (1988) [Editora Rocco, ISBN: 9788532502520] um livro nas mãos de 10 milhões de pessoas, pode-se dizer uma febre, em que Hawkins conta a origem do universo.

Sociedade Parisiense, 1931

Max Beckmann (Alemanha, 1884-1950)

óleo sobre tela, 109 x 176 cm

Solomon Guggenheim Museum, Nova York

Sociedade

78  — The Book of the City of Ladies, Cristina de Pisano (1405) Uma defesa das mulheres na forma de uma cidade ideal,  com a população de mulheres famosas através dos tempos.

79 — Elogio da loucura, Erasmo (1511) [Editora LP&M, ISBN:  9788525412683]  essa  sátira elogiosa à loucura humana ajudou a lançar a Reforma considerando os escândalos e abusos da Igreja Católica.

80 — Cartas filosóficas, Voltaire (1734) [Editora: Martins Fontes, ISBN: 9788533623491]  Voltaire olha criticamente para a Inglaterra, comparando -a com a vida do outro lado do canal.

81 — O suicidio: estudo de sociologia, Émile Durkheim (1897) [Editora WMF, ISBN: 9788578273859] uma investigação sobre as culturas católica  e protestante, que defende que quanto menor o controle nas sociedades católicas, menor o índice de suicidios.

82 — Economia e Sociedade, Max Weber ( 1922) [no Brasil em 2 volumes, Editora UNB, ISBN: 9788523003142 do 1º volume] uma análise profunda dos mecanismos da religião, política e economia que estabeleceu o padrão para os estudos de sociologia.

83 — A Room of One´s Own, Virginia Woolf (1929) um longo ensaio defendendo um espaço verdadeiro e metafórico  para escritoras mulheres numa tradição literária dominada pelos homens.

84 —  Elogiemos os homens ilustres, James Agee e Walker Evans (1941) as imagens de Evans e as palavras de Agee pintam um retrato preciso da vida entre os camponeses no sul dos EUA.

85 — The feminine mystique, Betty Friedan (1963) — um estudo da infelicidade de muitas donas de casa da década de 1950 e 1960 apesar da vida material confortável e das famílias estáveis que tinham.

86 — A sangue frio, Truman Capote (1966) [Editora Cia das Letras, ISBN: 9788535904116] um relato romanceado de um assassinato brutal na cidade de Kansas, que lançou Capote para fortuna e fama.

87 — Slouching towards Bethlehem, Joan Didion (1968) ensaios que evocam a vida na Califórnia na década de 1960

88 — The Gulag Archipelago, Aleksandr Solzhenitsyn (1973) análise do sistema de carceragem na União Soviética, incluindo a experiência do próprio autor como prisioneiro russo, questionando a base moral da União Soviética.

89 — Vigiar e punir, Michel Foulcault ( 1975)  [Editora Vozes, ISBN: 9788532605085]  Foucault examina o sistema de encarceramento na sociedade moderna.

90 — Notícia de um sequestro, Gabriel Garcia Marquez (1996) [Editora Record, ISBN: 9788501046949] a história de um rapto levado a cabo pelo grupo do cartel de Pablo Escobar Medellin.

Mercado em Jafa, 1887

Gustav Bauerfeind (Alemanha, 1848-1904)

óleo sobre tela

Relatos de viagem

91 — The travels of Ibn Battuta, de Ibn Battuta (1355) – o maior viajante do mundo árabe registra suas memórias de viagem através do mundo conhecido e além.

92 — A viagem dos inocentes, de Mark Twain (1869) [edição portuguesa, Editora Tinta da China, ISBN:  9789896710507]  o relato de viagem do autor à Europa, contado de maneira franca, foi um sucesso imediato.

93 — Black Lamb and Grey Falcon, Rebecca West (1941) uma viagem de seis semanas à Iugoslávia torna-se o eixo de um estudo monumental sobre os Balkans.

94 — Veneza, Jan Morris (1960) [edição portuguesa, Editora Tinta da China, ISBN: 9789896710002 ] um guia excêntrico mas conhecedor da arte, história, cultura e do povo de Veneza.

95 — A Time of Gifts, Patrick Leigh Fermor (1977) — o 1º volume da viagem do autor a pé por toda a Europa. Uma brilhante evocação da memória da juventude.

96 — Danúbio, Cláudio Magris, (1986) [Editora Cia das Letras, ISBN: 9788535913378] Magris mistura viagem, história , causos e literatura à medida que viaja pelo Danúbio até sua foz.

97 — China Along The Yellow River,  de Jinqing Cao (1995) um trabalho pioneiro de sociologia chinesa, explorando a China moderna com uma cara moderna.

98 — Os anéis de Saturno: uma peregrinação inglesa, W. G. Sebald, (1995)[Editora Cia das Letras, ISBN: 9788535917239] uma viagem a pé pelo sudeste da Inglaterra se torna numa meditação melancólica sobre a decadência e a transitoriedade.

99 — Passage to Juneau, Jonathan Raban (2000) uma viagem ao Alaska de veleiro, partindo de Seattle, leva a considerações sobre a arte nativa americana, a imaginação romântica,  e seu próprio relacionamento pessoal a ponto de se desintegrar.

100 — Cartas a um jovem escritor, Mario Vargas Llosa (2002) [Editora Campus/Elsevier, ISBN: 9788535228076]  Vargas Llosa destila uma vida inteira de leituras e escrita num manual sobre a arte de  escrever.

***

Cada um de nós poderia adicionar ou retirar livros dessa lista.  Mas no todo é um ótimo guia para quem quiser saber das principais obras que otimizam o nosso momento.  Há muitos modismos nas leituras, principalmente quando uma nova teoria ou um novo crítico de peso leva a uma releitura de algum antigo escritor.  Cada uma dessas listas é sempre transitória e sempre retrata o momento em que foram feitas.  No entanto, pelos livros citados nas áreas em que tenho interesse, haveria muito pouco a adicionar.  Gostei imensamente da seção de Literatura de Viagens ser extensa — um enfoque bem britânico, um país que já produziu grandes escritores no gênero.

Bem, vou parar por aqui.  Há alguns volumes dessa lista que me esperam…  Pena que muitas das nossas traduções estejam esgotadas ou que não tenham sido feitas…  Fica o alerta para as pequenas editoras.

Divirtam-se.  Quem sabe nesse inverno, no friozinho de julho, um ou dois desses clássicos não mereçam a sua atenção?





Pobreza de espírito e de informações nas nossas capas de livros!

26 05 2010

O campo de Santana no Rio de Janeiro, 1818

Franz Joseph Frühbeck (Áustria 1795 — data de morte incerta, depois de 1830)

Gravura aquarelada

Há algum tempo quero escrever sobre as capas de livros publicados no Brasil.  Em primeiro lugar, gostaria de saber, porque é difícil encontrarmos o crédito [o nome do artista gráfico que fez a capa de um livro] das capas de livros por estas bandas?  Aliás, esta falta de informação não é de hoje: mesmo livros dos anos 40, 50, 60 do século passado que encontramos em sebos e que eram habitualmente ilustrados, muitas vezes  não têm a menção do autor (ou autores) das ilustrações.  Uma falta na ficha bibliográfica da obra.   Uma vergonha para a história da ilustração no Brasil, uma vergonha para editores que se diziam sérios.  Porque mesmo que as ilustrações usadas fossem compradas lá fora, deveríamos ter tido o direito, o acesso à informação de pelo menos os nomes dos ilustradores.

O livro ponto zero desta postagem foi lido em 2008, o charmoso Era no tempo do rei, de Ruy Castro, Alfaguara:2007, sucesso de vendas e, hoje, sucesso de dramaturgia depois de ter sido adaptado para o teatro.   Este foi um dos livros que o meu grupo de leitura mensal trouxe para discussão em março de 2008.  Entre as muitas observações que fizemos – que nos levaram de volta a deliciosos aspectos do Rio de Janeiro de 200 anos atrás — houve também a reclamação, entre nós, da falta de relação entre a capa e seu conteúdo.  Desde então tenho prestado mais atenção às capas dos livros que leio. 

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Era no tempo do rei se passa no Rio de Janeiro, logo depois da chegada da família real ao Brasil.  Num artigo do jornal O Globo, de 17 de novembro de 2007, Suzana Velasco lembra que  “ A primeira imagem que Ruy Castro pensou para o romance Era no tempo do rei foi a dos meninos Pedro e Leonardo fugindo pelos Arcos da Carioca”.  Como a jornalista sublinha a ambientação desse romance é no Rio de Janeiro colonial.  E aí olhamos para capa do livro e o que vemos?  Será que vemos uma paisagem do Rio de Janeiro colonial, dentre as tantas a que temos acesso através dos pintores viajantes de diferentes países?  Não.  Será que temos um desenho moderno de uma representação do Rio de Janeiro com os arcos monumentais dominando a paisagem de então?  Não.  Será que teríamos uma ilustração de dois meninos perambulando pelas ruas de um Rio de Janeiro colonial, feita por algum ilustrador nosso, de hoje?  Não

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O ferrolho, 1778

Jean Honoré Fragonard ( França, 1732 – 1822)

Óleo sobre tela, 73 x 93 cm

Museu do Louvre, Paris

O que temos em mãos é um quadro francês, do século XVIII, pintura de gênero, de uma suposta aventura amorosa, picante.   Nem preciso dizer que a Alfaguara,  selo da Editora Objetiva, do Grupo Santillana, não se deu ao trabalho de identificar para o leitor curioso – como a maioria das editoras estrangeiras o fazem no verso da página de rosto —  que a capa do livro era um detalhe de uma obra de Fragonard que se encontra no Louvre.   Ironicamente no portal da Editora Objetiva encontramos o seguinte texto:  A Objetiva se consolidou ao longo dos anos 90, como uma das editoras de referência no segmento de livros de interesse geral. Publica escritores de qualidade, como Luis Fernando Verissimo, Tony Judt, Arnaldo Jabor e Harold Bloom, entre tantos outros, assim como o Dicionário Houaiss, o mais completo da língua portuguesa. Atua em vários segmentos e especialmente em história, biografia, política, comportamento, humor, reportagem, ensaio e referência.  Referência?   Onde estava a referência ao quadro em questão?

Este assunto rodopiou na minha cabeça por muito tempo: tenho muitas perguntas que não cessam sobre a falta do costume de informações corretas no Brasil e, até certo ponto, a falta de cuidado com o livro, com o leitor, com a curiosidade alheia, o que é certamente o papel de uma editora.  Mas há três semanas, por outros motivos, me encontrei com o livro Don Juan acorrentado, da escritora carioca Wanda Fabian, publicado oito anos antes de Era no tempo do rei, pela Editora Lacerda:1999, leia-se Nova Aguilar, que é parte da Nova Fronteira.   E pasmem: tem a mesma capa de Era no tempo do rei.  O mesmo detalhe, o mesmo corte de imagem!

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Agora a pergunta que não cala:  só este quadro de Fragonard tem permissão de ser usado por editoras brasileiras para livros de ficção histórica?  É claro que não.  Por que então este favoritismo?  Eu poderia assumir que é pura preguiça, acomodação, falta de respeito ao leitor, falta de conhecimento do mercado editorial…  Mas, lá atrás, no fundo das minhas desconfianças, há uma voz gritando:  tem a ver com direitos autorais.  Tem a ver com imagem em domínio público.  Mas será que O ferrolho, de Fragonard, é o único quadro conhecido pelos editores?  Será que é a única imagem em domínio público?  Talvez tenha a ver com a divisão de marketing dessas editoras?  Será que ambas as editoras contrataram a mesma companhia de marketing?  Ou foi o  mesmo estagiário?  A pessoa de uma só obra de arte?  Como se justifica isso?  Quem pode me responder?





Os 10 finalistas do Prêmio Jabuti de 2008 — Romance

3 09 2008

 

 

FINALISTAS EM FICÇÃO do PRÊMIO JABUTI 

 

Vencedores serão anunciados no dia 23 de setembro.  Este é o 50°Prêmio Jabuti.

 

 

1 –  O SOL SE PÕE EM SÃO PAULO

BERNARDO TEIXEIRA DE CARVALHO

Pausa na leitura, 1964, Aurélio d'Allincourt, (Brasil 1919-1990), ost

Pausa na leitura, 1964, Aurélio d'Allincourt (Brasil 1919-1990), ost.

EDITORA COMPANHIA DAS LETRAS

 

 


ISBN: 9788535909777
Ano: 2007
Edição: 1
Número de páginas: 168
Acabamento:  Brochura
Formato: Médio

 

No Japão da Segunda Guerra, um triângulo amoroso envolve Michiyo, Jokichi e Masukichi – uma moça de boa família, um filho de industrial e um ator de kyogen, o teatro cômico japonês. À primeira vista, isso é tudo que Setsuko, a dona do restaurante japonês, tem a contar ao narrador de O Sol se Põe em São Paulo, novo romance de Bernardo Carvalho. Mas logo a trama se complica e se desdobra em outras mais, passadas e presentes, que desnorteiam o narrador involuntário, agora compelido a um verdadeiro trabalho de detetive para completar a história em que se viu enredado. Pois o relato de Setsuko aponta para além do desejo, da humilhação e do ressentimento amoroso, e se vincula aos momentos mais terríveis da História contemporânea – tanto do Japão como do Brasil. Obra sem fronteiras, que une a Osaka de outrora à São Paulo de hoje, e esta à Tóquio do século XXI, o romance de Bernardo Carvalho entrelaça tempos e espaços que o leitor julgaria essencialmente separados – e nos quais a prosa de ficção brasileira não costuma se arriscar. Caberá ao narrador de O Sol se Põe em São Paulo transitar de um pavilhão japonês no bairro do Paraíso a um cybercafé na Tóquio pós-moderna, das fazendas do interior de São Paulo aos campos de batalha da guerra no Pacífico. Tudo a fim de deslindar uma trama tortuosa, que envolve ainda um soldado raso, um primo do imperador e um escritor famoso (o romancista Junichiro Tanizaki) – e também sua própria pessoa, sua própria identidade: pária ou escritor?

 

 

2 –  ANTONIO

BEATRIZ BRACHER

EDITORA 34 


ISBN: 9788573263770
Ano: 2007
Edição: 1
Número de páginas: 184
Acabamento:  Brochura
Formato: Médio

 

Benjamim, esta história são nossas vidas e ainda não acabou, nunca vai acabar. Criar esse espaço para tua mãe, essa narrativa para teu pai e teu avô, como se a vida não tivesse existido entre Benjamim e outro, tivesse sido apenas um oco, lapso, vão, entre um amor perdido e seu reencontro, isso é pouco.

 

3 –  O FILHO ETERNO

CRISTOVÃO TEZZA

EDITORA RECORD LTDA 

 

ISBN: 8501077887
Ano: 2007
Edição: 1
Número de páginas: 224
Acabamento:  Brochura
Formato: Médio

 

Romance inédito que aborda os conflitos de um homem que tem um filho com Síndrome de Down. O protagonista se mostra inseguro, medroso e envergonhado com a situação, mas aos poucos, com muito esforço, enfrenta a situação e passa a conviver amorosamente com o menino.

 

 

4 –  RAKUSHISHA

ADRIANA LISBOA

EDITORA ROCCO 

 

ISBN: 9788532521989
Ano: 2007
Edição: 1
Número de páginas: 128
Acabamento:  Brochura
Formato: Médio

 

Em Rakushisha, a escritora mergulha na cultura japonesa ao narrar os caminhos e descaminhos de Haruki e Celina, dois brasileiros que se conhecem por acaso e acabam viajando juntos para o Japão, ao mesmo tempo que revisita as imagens e a obra do poeta do século XVII Matsuo Basho.

Através dos olhos dos protagonistas, uma ocidental e um oriental ocidentalizado, o leitor descobre as nuances inesperadas e muitas vezes contraditórias do Japão moderno. É na solidão de estar num país de cultura tão diferente que os segredos de Haruki e Celina vêm à tona.

Unidos pelo acaso e por um crescente amor ao texto de Basho, pioneiro do estilo haikai e não por coincidência autor do livro cuja tradução Haruki tem a encomenda de ilustrar, os personagens levam o leitor a uma viagem fascinante de descobertas e surpresas

 

5 –  ERA NO TEMPO DO REI

RUY CASTRO

EDITORA OBJETIVA , SELO ALFAGUARA


Ano: 2007
Edição: 1
Número de páginas: 248
Acabamento:  Brochura
Formato: Médio

Um romance histórico de tintas cômicas que promove o encontro de uma das figuras mais importantes da História do Brasil, D Pedro I, com o protagonista de um dos clássicos da literatura nacional, Leonardo, de ´Memórias de um sargento de milícias´, escrito por Manuel Antônio de Almeida. Por obra do acaso, os dois, ainda adolescentes, acabam se tornando amigos e participando de uma aventura capaz de mudar os rumos do país e até do mundo

 

6 –  AS FLORES DO JARDIM DA NOSSA CASA

MARCO LACERDA

EDITORA TERCEIRO NOME LTDA. 


ISBN: 9788587556929
Ano:
 2007
Edição: 1
Número de páginas: 203
Acabamento:  Brochura
Formato: Médio

 

Depois de um assalto, no dia em que fez 40 anos, dois amigos de Marco Lacerda o encontram no apartamento em que morava nos Jardins, em São Paulo, e soltaram as cordas que o mantinham imobilizado sobre sua cama. Esse assalto com requintes de crueldade é o fio condutor da história que Marco conta em “As Flores do Jardim da Nossa Casa”: uma história que agarra o leitor pelo colarinho a partir da primeira página e o leva até a última, sem lhe dar um minuto de trégua para respirar

 

 

7   A CHAVE DE CASA

TATIANA SALEM LEVY

EDITORA RECORD LTDA 

 

ISBN: 8501079278
Ano: 2007
Edição: 1
Número de páginas: 208
Acabamento:  Brochura
Formato: Médio

 

Passando por temas como a morte da mãe, a relação com um homem violento, viagem, raízes, herança e etc, A Chave de Casa é um livro pulsante, cheio de vida e emoção. A autora tece um romance de vozes diversas – como são as vozes da memória -, histórias que se complementam num tom de densa estranheza. Romance de estréia da jovem escritora Tatiana Salem Levy. Lançado em Portugal no primeiro semestre de 2007, o livro foi um grande sucesso de crítica.

 

8 –  A MURALHA DE ADRIANO

MENALTON BRAFF

EDITORA BERTRAND BRASIL LTDA 

 

ISBN: 9788528612738
Ano: 2007
Edição: 1
Número de páginas: 268
Acabamento:  Brochura
Formato: Médio

 

No século II, o imperador Adriano construiu uma muralha para deter as constantes invasões dos escoceses. Em seu novo romance, Menalton Braff, o vencedor do Prêmio Jabuti, mostra que o homem do século 21 segue levantando barreiras intolerantes cada vez maiores e mais silenciosas. A Muralha de Adriano, um drama psicológico, mostra que os muros podem ser também construídos dentro de casa… ou no interior do próprio indivíduo. Uma história feita de ciúme, de ambição e de coragem numa família. É um romance que, num certo sentido, pode ser tomado como uma alegoria da queda de um império – no caso, uma rede de supermercados. Mas seu alcance vai muito além. “A Muralha simboliza nossas barreiras”, afirma Braff. “Em um mundo que se diz globalizado, nunca foram tantas as barreiras. As nossas, individuais, como o preconceito, os nossos medos, os nossos impedimentos morais, sobretudo da falsa moralidade. Mas as barreiras são também sociais, dividindo os seres humanos em grupos de pouca ou nenhuma comunicação. Enfim, é história em que as personagens envolvem-se em conflitos quase sempre originados por algum tipo de muralha.” O foco narrativo de A Muralha de Adriano está, a princípio, entregue a três personagens – Verônica, Anselmo e Mateus. Porém, no momento em que, apesar de todas as muralhas, suas histórias se cruzam um narrador onisciente, em terceira pessoa, assume o relato das ações e, explorando com destreza diversos efeitos de linguagem que se aproximam do impressionismo, as conduz até o final. “Com narrativas em ziguezague e domínio pleno da linguagem, Menalton Braff realiza sua melhor invenção com A Muralha de Adriano”, escreve o poeta Fabrício Carpinejar. “Apresentando os capítulos inicial e final inspirados na Bíblia, o romance é ilustrativo, não moralizante. O escritor deixa a ação ser a mensagem. Não há como larga-lo nem para atender ao telefone. Fica-se com a respiração trancada, suspensa, esperando o desfecho e tentando entender quem está com a razão.”

 

9   LONGE DE RAMIRO

CHICO MATTOSO

EDITORA 34 

 

ISBN: 9788573263831
Ano: 2007
Edição: 1
Número de páginas: 88
Acabamento:  Brochura
Formato: Médio

 

Este primeiro romance de Chico Mattoso narra as estranhas aventuras de Ramiro, que, isolado num hotel, inventa os mais excêntricos jogos mentais, na tentativa de imobilizar um mundo que insiste em fugir a seu controle. Como notou Reinaldo Moraes, o livro é “a saga de uma consciência extraviada de sua base humana e afetiva. Na contramão, porém, da trajetória autodissolvente do personagem, o leitor se aproxima vertiginosamente de uma narrativa enxuta, elegante, precisa e tantas vezes desconcertante”.

 

10 –  CONTRAMÃO

HENRIQUE SCHNEIDER

EDITORA BERTRAND BRASIL LTDA 

 

ISBN: 8528612899
Ano: 2007
Edição: 1
Número de páginas: 176
Acabamento:  Brochura
Formato: Médio

 

Porto Alegre, seis e meia da manhã. Otávio Augusto desperta para mais um dia de trabalho. Após tomar banho, o que sempre lhe traz de volta à vida, separa suas roupas meticulosamente, combinando cada peça com cada acessório. A preparação para o trabalho mais parece um ritual, seguido de um café forte e fatias de pão quente. Contramão, de Henrique Schneider, introduz o romance por meio da descrição de uma personagem extremamente zelosa com a imagem, dotada de fortes ambições profissionais e de uma agenda impecavelmente organizada. Esta, no entanto, não possui espaço para imprevistos.

 

Ao sair de casa, Otávio Augusto segue sua rotina. Senta ao volante do carro importado, liga o rádio para ouvir o noticiário e se põe a caminho da metalúrgica onde trabalha como gerente de negócios, cargo assumido logo após sua graduação. Um sinal quase fechado, as urgências para com horários e compromissos, somados a um motor possante, fazem com que Otávio seja o responsável pelo atropelamento de duas crianças. O lema “tempo é dinheiro” parece não mais significar sucesso para o jovem administrador. Tomado pelo desespero, esquiva-se da situação, fugindo o mais rápido possível para que não destruam seu futuro. Dirigindo sem rumo, o itinerário é traçado pelo instinto. Uma breve pausa para respirar e arejar a cabeça. Ao analisar a estrada e sua localização, percebe ter passado por um posto de gasolina e toma a decisão de seguir caminho até o sétimo posto. Um já havia passado. O que mais aguardará Otávio nessa jornada sem destino? Ou, pelo menos, até o sétimo posto de gasolina?

 

“Em Contramão, Henrique Schneider nos conta, de maneira absolutamente fascinante, a história de um homem que tem um encontro com o destino”, escreve Moacyr Scliar. “É aquilo que poderíamos chamar, por analogia aos road movies, de uma road story, uma história em que o deslocamento por estradas e lugares tem sua contrapartida na viagem interior, e na descoberta (amarga, no caso) do fator humano.”

 





Vamos dar a volta ao mundo com um romance policial?

28 07 2008

 

Esta postagem é baseada no artigo Crime fiction: Around the world in 80 sleuths [Romance policial: a volta ao mundo com 80 detetives] de Jonathan Gibbs.  Que saiu na terça-feira passada, dia 22/7/2008, no The Independent, na Grã-Bretanha.

 

Como sabemos a Europa está entrando de férias – o mês mais popular para férias UE é agosto.  Assim, Jonathan Gibbs, nos dá a idéia de viajarmos pelo mundo com os nossos detetives, sem sair de casa, economizando não só a preciosa gasolina, mas aprendendo sobre mais lugares do que uma viagem faria possível.   A lista é longa.  Fiz uma busca na internet onde encontrei diversos livros em português.  Mesmo sem passarmos por 80 detetives, podemos dar a volta ao mundo.

 

 

E você, pensando em tirar férias?

 

 

Explicação dos códigos de cores:

 

Azul: país ou cidade que visitamos. 

 

Verde: título da obra.  Sempre que possível a sugerida.  Se não é possível mas existe outro livro do autor em português colocamos o título aqui e mencionamos o livro sugerido que ainda não está traduzido.

 

Cinza claro:  Nenhuma obra do autor encontrada em português.  Mas mantive aqui na lista para aqueles que lêem também em inglês e que gostariam da sugestão.

 

NB: se a obra não existe no Brasil, mas descobrimos que existe em Portugal, coloquei aqui a versão portuguesa.

 

 

 

Vamos viajar:

 

1. Groenlândia: assassinato em Copenhaguem.  Mas Smilla Jaspersen  vai até a costa na busca do assassino no livro de Peter Hoeg.  [Senhorita Smila e o Sentido da Neve, Companhia das Letras: 1994] 

 

2. Reikjavik: Arnaldur Indridason com seu inspetor  Erlendur dá o tom à Escandinávia.

[A cidade dos vidros, Record: 2008]

 

3. Ilhas Shetland: Ann Cleeves, sem tradução para o português.  Sugestão: Read ‘Raven Black’ (Ed. Pan)

 

4. Glasgow:  Sem tradução para o português.  Sugestão: ‘Garnethill’ (Bantam Ed.)

 

5. Edinburgo: Inspetor Rebus, de Ian Rankin passa seu tempo nesta cidade.  [Questão de sangue, Companhia das Letras: 2007]  Sugestão: ‘Knots and Crosses’ (Orion Ed.)

 

6. Irlanda do Norte: Sem tradução para o português.  Irlanda do Norte é o  local  onde o bibliotecário Israel Armstrong decifra os mistérios, criados por Ian Samson.  Sugestão: ‘The Case of the Missing Books’ (4th Estate)

 

7. Irlanda Rural ou o Interior da Irlanda: Leonie Swann é o escritor que recomendam nesta área.  A Editora Rocco estava programada para lançar um livro no segundo semestre de 2007 – o primeiro deste autor no Brasil – mas até agora este lançamento não aconteceu.  Sugestão:  ‘Three Bags Full’ (Ed Black Swan)

 

8. Dublim:  Autor: Declan Hughes.  Até agora sem tradução para o português.  Sugestão: ‘The Wrong Kind of Blood’ (John Murray)

 

9. Yorkshire: Autor:  Wilkie Collins, A Pedra da Lua, Record: 2001

 

10. South Wales  Autor:  Robert Lewis. Até agora sem tradução para o português.   Sugestão: ‘The Last Llanelli Train’ (Serpent’s Tail)

 

11. Oxford Autor: Colin Dexter, O assassinato no canal de Oxford, Paulicéia: 1991

 

12. Londres: Autor: Derek Raymond, também conhecido como Robin Cook.  Diversos títulos em português. 

 

13. Brighton  Autor: Peter James Até agora sem tradução para o português.   Sugestão: ‘Dead Simple’ (Pan)

 

14. Normandia: Georges Simenon, Maigret e a velha senhora, Livros do Brasil: 1995; Diversos títulos em português. 

 

15. Paris: para ler alguém além de Maigret, procure pelo Inspector Adamsberg nos livros de Fred Vargas, O homem dos círculos azuis, Editora Cia das Letras, 2006.  Outros títulos em português.

 

16. Galicia:  policial Leo Caldas é o herói deste escritor noire Domingo Villar. Sugestão: ‘Water-Blue Eyes’ (Arcadia)

 

17. Lisboa: o inglês Robert Wilson criou o Inspetor Zé Coelho no Portugal de hoje em:  Uma pequena morte em Lisboa, Editora Record, 2002.

 

18. Madrid: livros de Rafael Reig . Sugestão: ‘Blood on the Saddle’ (Serpent’s Tail)

 

19. Marselha: escritor Jean-Claude Izzo, histórias de guangues organizadas ou desorganizadas.  Inspetor Montale resolve.  Caos total Editora Record, 2002. Outros títulos em português.

 

20. Berna, Suiça: escritor, Friedrich Glauser tem o seu personagem Sargento Studer resolver crimes nos Alpes.  Sugestão: In Matto’s Realm (Bitter Lemon Press)

 

21. Meiringen, Suiça.  Arthur Conan-Doyle, Memórias de Sherlock Holmes.  Há duas edições brasileiras no momento. Editora Martin Claret, 2005  e também Editora LP&M , 2005.

 

22. Toscana: autor Michele Giuttari com seu super chefe de policia Michele. Sugestão:

‘A Florentine Death’ (Abacus)

23. Roma.  A sugestão Cabal não está traduzida.  Mas de Michael Dibdin em português temos; Vendetta, Editora Cia das Letras, 1998. [infelizmente não se passa em Roma]

 

24. Sicilia:  Andrea Camilleri velho conhecido dos brasileiros apresentou seu Inspetor Montalbano  neste livro:  A forma da água, Editora Record, 1999 .  Muitos outros títulos em português.

 

25. Atenas: Inspetor Costas Haritos, criação do autor Petros Markaris, nos mostra uma Grécia que os turistas não vêem.  Nenhuma tradução no Brasil. Uma em Portugal: Jornal da Noite, Editora Asa, 2006. Sugestão dada: ‘Zone Defence’ (Vintage)

 

26. Áustria  Paulus Hochgatterer leva o crime aos Alpes austríacos.  Sugestão: ‘The Sweetness of Life’ (Quercus)

 

27. Praga:  Pavel Kohout. Sugestão: ‘The Widow Killer’ (Picador US)

 

28. Frankfurt: o escritor  Jakob Arjouni, criou o grande detective turco Kemal Kayankaya e seus livros tem um ritmo frenético.  Kismet, Editora Best Seller, 2002.  Sugestão: ‘Happy Birthday, Turk’ (No Exit Press)

 

29. Amsterdã:  Inspetor Piet Van der Valk aparece no livro de Nicolas Freeling, Por causa das gatas, Editora Edameris, 1967.  Há muitos outros livros deste autor em português – autor publicado nos anos 60 e 70.  

 

30. Berlim:  Na  lista de super detetives precisa estar  Emil Tischbein, criação de Erich Kästner.  Sugestão: ‘Emil and the Detectives’ (Red Fox)

 

31. Breslau, Polônia:  Qualquer um dos 4 livros de  Marek Krajewskis com o Inspetor Eberhard Mock.  Sugestão ‘Death in Breslau’,  (published in translation by Quercus)

 

32. Königsberg, Prússia, autor: Michael Gregório e seu herói Hanno Stiffeniis.  Crítica da razão criminosa,  Editora Paneta do Brasil: 2006

 

33. Ystad, Suécia,  Inspeor Wallander em Ystad, mostra a popularidade Henning Mankell, responsável por grande crescimento na ficção criminalística da Escandinávia. Assassinos sem rosto, Editora Cia das Letras: 2001. Outros livros do autor em português.

 

34. Copenhagem; Per Toftlund  é o detective do autor Leif Davidsen.   Sugestão: The Serbian Dane’ (Arcadia)

 

35. Noruega.  Karin Fossum criou o Inspetor.  Só em Portugal: O Olhar de um desconhecido, Editora Presença, 2005

 

36. Lapônia: Kerstin Ekman criou o Inspetor Torsson, que anda de skis. Sugestão:

‘Blackwater’ (Picador)

 

37. Helsinki O autor Matti Joensuu colocou o detetive, finlandês,  Inspetor Harjunpaa, no mapa mundial.  Sugestão: ‘The Priest of Evil’ (Arcadia)

 

38. São Petersburgo, Rússia: Leia do autor inglês, R.N. Morris as aventuras do detetive Porfírio Petrovich, criado por Dostoevisky em Crime e Castigo. 

O machado gentil, Editora Planeta do Brasil: 2007

 

39. Moscou: Não histórias passadas na Rússia contemporânea.  Mas Boris Akunin  faz a gente se esquecer disto com seus romances policiais.  Leia:  Rainha do inverno, Editora Objetiva: 2003.  Há outros títulos do autor no Brasil.

 

40. Istambul: autora inglesa cujos livros se baseiam na Turquia.  Sugestão:

‘Belshazzar’s Daughter’ (Headline)

 

41. Alaska: o autor americano Michael Chabon tem no Detective Meyer Landsman um policial intenso.  Só encontrei deste autor em português: Garotos incríveis, Editora Record: 2000.  A sugestão havia sido ‘The Yiddish Policemen’s Union’ (Harper)

 

 

42. Honolulu: Só há um grande detective havaiano, e seis livros de suas aventuras.  O autor é  Earl Derr Biggers e o detective: Charlie Chan com sua grande gfamília de 14 filhos. [apesar de eu ter lido Charlie Chan em português ainda jovem, não encontrei nenhuma edição brasileira no momento].  Em Portugal seus livros estão circulando. A casa sem chaves, Editora Livros do Brasil: 1991.  Há outros títulos em Portugal também, pela mesma editora.

 

43. Seattle: GM Ford.  Sugestão: ‘Fury’ (Pan)

 

44. São Francisco – Sugestão: Cinnamon Kiss (Phoenix), não existe ainda no Mercado brasileiro, mas há diversos outros livros de Walter Mosley em português.

 

45. Los Angeles James Ellroy criou o Detetive Lloyd Hopkins, que exemplifica seu trabalho.  Los Angeles, cidade proibida, Record, 1997. Há outros títulos do mesmo autor em português.

 

46. Las Vegas, o divertido livro de CaroleDouglas:  ‘Catnap’ (Forge)

 

47. Chicago: a autora Sara Paretsky já fartamente conhecida no Brasil é a recomendada.   No ardor das chamas, Editora Rocco, 2001.

 

48. Ontario:  o canadense  sempre coloca suas histórias no frio do Canada.  Sugestão: ‘Forty Words For Sorrow’ (Harper)

 

49. Montreal: Kathy Reichs, Segunda-feira de luto, Editora Ediouro: 2006. Sugestão feita: ‘Déjà Dead’ (Arrow)

 

50. West Point, New York  o romance de época de Louis Bayard, O pálido olho azul, Editora Planeta do Brasil, 2007.

 

51. Massachusetts: A série de Jesse Stone, que se passa na pequena cidade de  Paraíso, é produto da mente de Robert B Parker.  Seus livros só encontrei em português de Portugal, pela Editora Europa-America.  Entre diversos títulos não achei a Sugestão: ‘Night Passage’ (No Exit Press)

 

52. Nova York: descubra  Rex Stout.  Seus romances são liderados pelo detetive Nero Wolfe.  Apesar de diversos títulos existirem no Brasil, o livro recomendado, só aparece na internet com a edição de Portugal.  Orquídeas Negras, Editora Livros do Brasil: 1997.

 

53. Brooklyn: Jonathan Lethem escreveu este livro de suspense com um detetive Amador com a syndrome de Tourette.   Ótimo livro fora dos padrões.  Brooklyn sem pai nem mãe, Editora Cia das Letras, 2002.

 

54. Washington DC é território de George Pelecanos que escreveu uma dúzia de livros passados nesta capital.  Sugestão: ‘The Big Blowdown’ (Serpent’s Tail) . Não achei, mas há diversos títulos traduzidos para o português.

 

55. New Orleans: Dave Robicheaux Sugestão: ‘Heaven’s Prisoners’ (Phoenix)

 

56. Miami: Nick Stone  e seu Max Mingus.  Sugestão: ‘Mr Clarinet’ (Penguin)

 

57. Havana: Leonardo Padura fez seu herói o detective cubano Mario Conde, conhecido no mundo.  Sugestão: ‘Havana Blue’ (Bitter Lemon)

 

58. México: Paco Ignacio Taibo II é o escritor policial do México.  Conheça: Mortos incômodos, falta o que falta, Editora Planeta do Brasil: 2002

 

59. Caribe: na falta de autores locais, a sugestão feita foi o livro de Agatha Christie, O mistério no Caribe, Editora LP&M: 2007, estreando Miss Marple.

 

60. Rio de Janeiro: Inspetor Espinosa de Luiz Alfredo Garcia-Roza foi sugerido com o título: O silêncio da chuva, Editora Cia das Letras: 2000; ou Editora Cia de Bolso: 2005 

 

 

 

61. Buenos Aires: Manuel Vazquez Montalban fez desta cidade a localização do maravilhoso policial: O quinteto de Buenos Aires, Editora Cia das Letras: 2000.  

 

62. Marrocos: Abdelilah Hamdouchi é o primeiro autor árabe do gênero policial a ser traduzido para o ingles.  Sugestão: ‘The Final Bet’ (Modern Arabic Literature)

 

63. Argel:  Yasmina Khadra em geral tem suas histórias passadas em Cabul.  Mas em Double Blank (Toby Press) a localização é a cidade de Argel.  Outros livros deste autor podem ser encontrados em  português.

 

64. Israel: Os romances deste herói, Omar Yussef, professor de história, são muito interessantes pelo conteúdo, leia de Matt Rees, O traidor de Belém, Editora Planeta do Brasil: 2007.

 

65. Egito: Voltamos a Agatha Christie com Morte no Nilo, Editora Nova Fronteira: 2006. Um clássico com Hercule Poirot.

 

66. Jeddah: Zoë Ferrari: Sugestão ‘The Night of the Mi’raj’ (Little, Brown)

 

67. Botsuana, o maravilhoso  Alexander McCall-Smith é o autor do livro recomendado:  Agencia n° 1 de mulheres detetives, Editora Cia das Letras: 2003.

 

68. Mumbai Vickam Chandra.  Sugestão: ‘Sacred Games’ (Faber)

 

69. Calcutá:  Satyajit Ray mais conhecido pelos seus filmes é também autor.  Sugestão:   ‘The Adventures of Feluda’ (Puffin)

 

70. Mongólia:  Michael Walters: Sugestão, ‘The Shadow Walker’ (Quercus)

 

71. Mar de Bering: Nada melhor do que Estrela Polar, Editora Record: 1989 de Martin Cruz Smith, o livro seqüencia de seu favorito do público Parque Gorki.  Estrela Polar só achei em sebos, parece estar esgotado. Há outros livros do autor em tradução.

 

72. Beijing: Diane Wei Liang, O olho de jade, Editora Record: 2008 criou a detetive Mei Wang.  A recente publicação no Brasil nos deixa ver um pouquinho da China atual.

 

73. Tokyo:  há alguns detetives japoneses, mas para um tradicional livro policial passado no Japão sugestão:  David Peace, Ano zero, primeiro volume da trilogia.  Recentemente traduzido para o português, publicado em Portugal: Tóquio, ano zero, Editora Tinta da China: 2008

 

74. Shanghai: Qui Xiaolong criou o Inspetor Chen.  Ótimo retrato da China atual.  Sugestão: ‘Death of a Red Heroine’ (Sceptre)

 

75. Laos: O humor do escritor inglês Colin Cotterill permeia as páginas de seus livros.  Sugestão: ‘The Coroner’s Lunch’ (Quercus)

 

76. Bangcoc: O canadense Christopher G Moore já há tempos é conhecido pelo seu detetive americano na Tailândia.  Sugestão: ‘The Risk of Infidelity Index’ (Atlantic)

 

77. Territórios do Norte [Austrália]: Sugestão: autor australiano Adrian Hyland,  ‘Diamond Dove’ (Quercus)

 

78. Vitória, Austrália: Recomendação: Peter Temple, The Broken Shore.  Deste autor só encontrei um outro livro, em Portugal: Abismo de Sangue, Editora Gótica: 2008.

 

79. Nova Zealândia:  Ngaio Marsh é uma escritora clássica de policiais.  Junto com Christie, Sayers e Allingham é uma das rainhas do crime.  Diversos livros dela se encontram traduzidos e esgotados.  Só encontrados por mim em portal de livros usados. Sugestão: ‘Vintage Murder’ (Harper)

 

80. Polo Sul: Greg Rucka romance gráfico: Whiteout: morte no gelo, Editora Devir: 2007

 

 

Assim termina a nossa lista.  Mesmo sem todos os títulos mencionados, poderemos fazer uma volta ao mundo com estes detetives.  Espero que vocês aproveitem para pegar uma carona.

 

Bon Voyage!